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Capítulo 62 – Carol: Da calmaria ao caos

Assim que aquela mulher vai embora, ficam cinco mulheres com a Weenny, fora aquela que buscou ela no aeroporto.

Ficamos ainda sem entender nada e admiradas ao mesmo tempo com a desenvoltura da Weenny, ainda mais vendo ela conversando com as seis mulheres que ficaram.

Ela vem até nós dizendo que está tudo certo e que vamos fazer o passeio que precisamos esperar um minutinho pois irá trocar de roupa.

Sai junto com aquelas que ficaram e nos que ficamos nos indagamos o que foi tudo aquilo.

Tati pergunta por que ela vai trocar de roupa se está linda, mas Tia responde que provavelmente para ficar mais à vontade. 

Olho para Maria José e vejo que está muito emocionada, me aproximo dela, ela diz que não acredita no que acabou de viver, que ela tinha visto uma Imperatriz ao vivo e a cores e viveu pra ver isso. Entendi a emoção dela, realmente a presença de imperatriz realmente é impactante para qualquer pessoa.

Mas Samara questiona o porquê da vinda da imperatriz, e é algo a se pensar, tem algo no ar, por mais que sejamos famosos, não seria o caso de uma Soberana se abalar de onde está para vir até o palácio onde Weenny está. Será, bom na verdade, depois do que presenciamos, óbvio que a Imperatriz estará no casamento.

Não demora muito e Weenny retorna com roupas bem mais discretas, se assim podemos dizer. Está mais parecida com nós.

Ela nos avisa que já podemos ir passear e ficamos mais do que animadas.

Um carro já está a nossa espera e aquele bando de mulheres vai junto com a gente, Weenny entra primeiro, logo depois nós amigas, Tia vem logo atrás, e por últimas as mulheres que a estão acompanhando em tudo quanto é lugar, o que é no mínimo estranho.

Apesar do trânsito insano deste lugar chegamos rápido ao centro de compras, aqui é uma mistura de cores, cheiros, sabores, pessoas, é muito movimento e coisa acontecendo ao mesmo tempo, é uma loucura encantadora posso dizer assim.

Assim que descemos vemos que as seis, assim que decidimos chama-las, porque carrapato não cairia muito bem, sim, sim é ciúmes, admito, mas enfim. 

As seis seguem a Weenny de perto... Weenny, Michele e Samara conversam enquanto eu e as meninas estamos sem saber por onde começar.

Maria José se aproxima de mim e começamos a conversar. 

— Nossa é tanta coisa linda que não sei por onde começar. 

— Verdade Maria, eu também não sei, você me ajuda a comprar umas lembrancinhas, quero comprar para minhas tias, minha avó e minha irmã. 

— Vamos, quero comprar algumas coisas para mim também, sei que ganhamos bastante coisas. Mas você me entende né. 

— Super, também vou fazer o mesmo. 

Então entramos em uma loja que percebemos que tem de tudo, de tecidos, a saris prontos e joias. 

Entramos e começamos a olhar e o vendedor logo já vem com um sorriso enorme, falando em hindi, aí lembramos que não falamos nada. Mas ele começa também falar em inglês, com muito sotaque. Mas aí já conseguimos nos comunicar melhor. 

Explicamos para ele tudo que queremos. 

Maria e eu saímos cada uma com um novo sari, belíssimos por sinal, o meu era azul escuro com dourado, e o dela azul claro com prata. Quando vimos começamos a rir pelo gosto parecido que temos. 

Para minha irmã comprei um perfume porque sei que ela gosta muito e um vestido, para minhas tias comprei um brinco para cada, e para minha avó um vestido longo belíssimo, um perfume, alguns pares de brincos, mas o principal são as pulseiras, uma das marcas registradas da minha avó, que sempre foi motivo de disputa entre eu e minhas primas, eram as pulseiras de prata da minha avó, ela não tirava, então comprei três conjuntos de pulseiras indianas para ela, prata, em ouro e azul que é a cor favorita dela. 

As outras meninas se juntam a nós, até a Michele e Samara que estavam com a Weenny.

Nos reunimos novamente, e o entra e sai das lojas começam, os comerciantes de doces nos oferecem doces para experimentar, as risadas correm soltas, estamos felizes e animadas, eu fico encantada com a aplicação do mehendi, assim que der um jeito quero fazer, amo tatuagem em suas várias formas, lembro na minha infância que a tatoo de henna era febre nas férias de verão nos litorais paulistas, lembro uma vez que estava passando as férias em ilha bela, fomos dar uma volta em São Sebastião a noite e meu pai deixou eu fazer um golfinho de rena nas costa, nossa ali me rendi ao mundo da tatuagem, depois adulta. Antes de me entregar para Jesus, estava em uma religião que gostava muito e estudava muito também. Então fiz um pentagrama nas costas com meu nome "mágico", e o símbolo da deusa no pulso. 

Não me arrependo de nenhuma delas porque faz parte de uma fase de muito aprendizado para minha vida. Fora que o pentagrama foi o meu irmão que desenhou para mim, então é algo que ninguém no mundo tem além de mim, então especial por isso. E o símbolo da deusa hoje virou as fases da lua, o que não deixa de ser mentira. Só mudaram os significados para mim. 

Voltando para o mercado, a tarde está deliciosa com as meninas e nossa noiva mais especial do mundo.

Olho para trás procurando a Weenny e a vejo sendo acompanhada com um guarda. 

Não acho estranho, afinal tanta coisa está estranha que tudo está começando a ter um clima que meio normal sabe. Então eles entram em uma loja. 

Volto a minha atenção para uma das lojas que as meninas entraram e May e Maria José vem me buscar para vermos mais joias. 

De repente começamos a ver uma movimentação muito estranha. 

Pessoas correndo para o mesmo lugar. Então decidimos seguir a multidão, como somos as vezes movidas pela curiosidade e ainda mais num país totalmente diferente, então pode ser algum artista, ou até alguma comemoração local, não poderia os perder essa oportunidade única. 

Então nós entreolhamos e lendo os pensamentos umas das outras, seguimos felizes a multidão, mas deveríamos ter percebido a expressão de todos que se aproximavam.

De repente escutamos Tia gritar e vamos até onde ela está e quando olhamos ficamos horrorizadas com a cena que se desenrola na nossa frente. 

Weenny está sendo mantida por um homem de aparência asquerosa com uma chave de braço arrastando ela para o alto de uma escadaria no meio da praça pública.

O que mais bate o desespero é que não saber o que ele está falando.

Estamos tão desesperadas de ver o pânico dela que começamos a gritar por ajuda, eu nem percebo e estou chorando de desespero. 

Não entendemos por que os homens estão eufóricos e abandonando com vigor várias notas de rúpias para o alto. 

Pera isso está parecendo um leilão. Esse cara está vendendo a Weenny, como assim?

— Gente, pera isso está parecendo um leilão, observem. – grito para as meninas, que percebem e ficamos ainda mais desesperadas. 

De repente vemos um homem, pior do que aquele que está segurando a Weenny, que se debate com vigor, subir até onde ela está, se aproxima dela e põe a mão no seu rosto como que analisando.

Do nada o cenário muda completamente, como se fosse uma guerra. Vemos alguns homens e uns homens vestidos de mulher indo pra cima dos homens que estão com aquele asqueroso que segura Weenny. 

Quando menos percebemos aparece Eros como um herói e parte pra cima do cara que está segurando ela, e dá um golpe que solta ela e se curva diante dele.

Assim que ela sai corre em nossa direção e nós a protegemos. 

Eros visivelmente está cada vez mais raivoso, percebemos pelo olhar e os golpes cada vez mais fortes que ele lança sobre agora declarado inimigo.

A cada frase que aquele homem falava, mais o ódio do Eros aumentava. 

Tia está cada vez mais nervosa. E começa a se desesperar e todas estamos gritando e chorando ao mesmo tempo quando percebemos o fim desse embate quando olhamos Eros afogando aquele homem na fonte. 

Tia começa a gritar ainda mais e Weenny chacoalha ela para ver se ela para.

Não sabemos o que Tia grita pois acho que o nervoso é tanto que ela fala em hindi. Mas nessa hora os rapazes pegam o Eros e separa a briga. Ricardo e Enzo o tiram dali e quando olhamos vemos que o homem não se mexe mais, está morto. 

Todas entramos em um certo estado de choque.

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