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Capítulo 43 – Weenny: Até breve, Jaan

Não dormimos para tentar aproveitar ao máximo esse pouco tempos juntos. Nos amamos uma última vez como solteiros, sem nenhuma pressa, ele cochilou por exatos quinze minutos, tempo o suficiente para que eu levante e prepare a mala que ele levará na mão.

Escolho e preparo as roupas que ele usará na saída, separo um casaco para evitar que ele sinta frio e deixo o sobretudo de lado, sei que a temperatura nesta época na Índia é bem baixa. 

Fico acariciando o corpo do meu noivo e de repente assusto ao ouvir sua voz.

— O que você está pensando?

— Que estes são nossos últimos momentos juntos. – digo.

— Não diga dessa forma, pense que esses são nossos últimos momentos como noivos, em breve estaremos casados.

Eros me beija e me ama com volúpia e intensidade, para aplacar a saudade que ainda há de nos consumir nessa longa espera pelo nosso casamento.

Levantamos e terminamos de reunir tudo o que ele tem na suíte. Eros pede que as malas dele sejam colocadas em um carro e levadas para o hotel onde estou hospedada.

Chegamos em poucos minutos e subimos direto para a minha suíte, vemos que toda a bagagem está ao lado da porta de entrada. 

Reunimos todos os pertences que Eros ainda tem em meu quarto e guardamos na última mala, tentamos lutar contra as sensações de tristeza, ansiedade e saudade que insiste em nos rondar neste momento, já que a nossa separação é inevitável e temporária. Essa distância é necessária para que possamos nos preparar para o shádi e para estejamos prontos um para o outro e ambos para a nossa nova vida.

Eros vem perto de mim e me olha de uma forma que diz que ele reconhece que esses meus gestos são uma prova de amor.

— Não sei se fico feliz ou triste por partir. – Eros rompe o silêncio.

— Por que diz isso, Jaan?

— Tenho que ir agora para finalizar os preparativos do shádi, mas para isso tenho que deixá-la aqui, ficaremos distantes por dezoito dias, dezenove horas... E deixa eu ver quantos minutos... – ele diz e olha no relógio, me fazendo rir.

— Não conte, meu coração vai com você e eu também terei que me ocupar com o casamento, para que eu possa suportar a saudade.

Nossos sorrisos têm um pouco de tristeza. 

— Esses são nossos últimos beijos como solteiros, meu amor me abençoe para que eu possa suportar esse longo tempo longe de você.

Queria que a noite fosse eterna para poder te olhar para sempre... - toco o alto da sua cabeça, deixo que minhas mãos desçam suavemente pelo seu lindo e triste rosto.

— Mas isso é impossível. O tempo e o destino não podem ser controlados por mortais.

— O que não pode ser controlado por mortais, pode ser influenciado pelo poder do amor.

— E como o amor pode impedir o sol de levantar? – ele pergunta e eu o beijo com intensidade.

— Dessa maneira.

— Que eu esteja em seu coração, como você está no meu, assim estará protegido e seguro de toda a tristeza e solidão... Essa é a minha benção de noiva.

— Você está sempre em meu coração e na minha mente. – ele diz e sorri.

Levantamos e vamos para o banho. Eros está pronto as quatro e meia da manhã, nos despedimos e ele parte, não queremos que esse distanciamento aconteça no aeroporto porque será ainda mais difícil.

Não consigo conter as lágrimas de saudade durante o caminho de volta para a minha suíte, mas tento disfarçá-las ao máximo. 

Meus amigos vêm ao meu encontro, os cumprimento e os convido para entrar.

— Quanta tristeza nos seus olhos. – Mayara diz.

Michele vem e me abraça em silêncio, meus olhos ficam marejados novamente.

— Eros já foi para a Índia, pediu desculpas por não ter se despedido de vocês, tivemos pouco tempo juntos. – digo e tento não parecer fraca.

— Não fique assim, estamos com você, essa separação é por pouco tempo. – Marília diz.

— Eu sei, mas é duro estar longe dele por tanto tempo, não estou acostumada.

— Pode ser bom, assim você pensa melhor e quem sabe deixa de fazer essa loucura. – Filipe diz e todos nós o olhamos com nítida raiva.

— Só abre a boca para dizer idiotice, por que não se fica quieto? - Samara o repreende.

— Samara é o meu anjo, uma doçura. – Enzo diz e dá uma gargalhada, nos fazendo rir com ele.

Eles estão prontos para a aula, se despedem e eles descem.

Me visto adequadamente e vou para a minha aula, mas não tenho disposição para tomar o café da manhã.

Eu já havia conversado com o Guru e sua equipe sobre os horários das minhas aulas, pedindo que minhas aulas não fossem limitadas pelo tempo ou pelo horário, disse que não seriam necessários intervalos, tudo isso apenas para garantir que estaria pronta para o meu shádi sabendo tudo o que uma Dulhana e uma Patni, noiva e esposa indiana, precisam saber.

Agora tenho apenas mais duas semanas para isso.

Inicio a aula de hoje ao lado das esposas dos sacerdotes e dos Brâmanes, elas me conduzirão na sabedoria necessária para tudo o que devo aprender.

Peço que façam o orifício para o nath, espécie de piercing utilizado por mulheres hindus e especialmente valorizados pelas mulheres casadas, porque demonstram a posição e importância de seus maridos, de acordo com o tamanho e os adornos desta peça, não posso usar apenas um nath falso, afinal tenho um compromisso com o Príncipe. 

Todas gostam da minha decisão e atendem ao meu pedido e já me deixam com a peça, que nesse momento deve ser apenas um ponto brilhoso ou uma pequena bolinha, já que sou solteira ainda. 

Hoje estou tendo aulas sobre variados assuntos, organizadamente divididos para que durem o dia todo, pujas, culinária, poesia, músicas e danças. Finalizamos com o treino do idioma, tradições e cultura indianas e hindus, encerramos apenas as onze e meia da noite.

Retorno para o hotel e estou tão exausta que durmo logo.

Acordo as cinco da manhã para me arrumar e sair para as aulas que começam as seis, me alimento bem e vou. A programação das aulas de hoje inclui, hindi, escrita e fluência verbal, hinduísmo, pujas e rituais do shádi até o meio-dia, a tarde seguimos para uma ilha mais deserta para o treino da arte de luta com espadas.

As aulas terminam as onze da noite, me pergunto como meus amigos estão indo nesses dois dias, lembro que não os avisei que passarei o dia inteiro nas aulas.

 

Os Amigos POV:

Logo ao amanhecer viram Weenny e logo perceberam que Eros já havia ido para a Índia, ela estava com um olhar triste e distante, sentiriam saudades do amigo, mas sabiam que a despedida seria ainda pior.

Seguiram sozinhos nas aulas para os padrinhos, mas continuaram ansiosos e sedentos por informações.

Guru os recebe, cumprimenta com o Namastê e faz sinal para que eles se acomodem, para que possa começar a aula.

  — Vamos continuar a falar do quinto dia do Shádi, eu havia explicado até as cerimônias Janev e Godh Bharai, vocês têm alguma dúvida? – Guru diz.

Eles pensam por um tempo e ninguém tem nenhuma dúvida, movimentam suas cabeças em negativa.

— Mehendi é uma importante cerimônia, deverá acontecer em locais diferentes para homens e mulheres. Vamos começar com esclarecimentos sobre o nome desse ritual, Mehendi é a henna indiana, geralmente utilizada para pintar o corpo. A finalidade dessa cerimônia também é a de preparar os noivos para o casamento, fazendo elaborados desenhos nas partes expostas de seus corpos. Sei que me perguntarão o motivo para isso, digo que nós indianos acreditamos que o mehendi pode trazer sorte ao novo casal, deixando-os protegidos e livres do mau olhado.

— Como são esses desenhos? – Marília pergunta.

— Homens também tem que fazer esses desenhos? – Igor inquire.

— Em quais partes do corpo? – Eduardo pergunta.

— Nós vamos ter que fazer? Isso parece tão feminino. – Guilherme diz.

— Sei que estão ansiosos, acalmem-se por favor, responderei a todas as perguntas. O Mehendi será aplicado em forma de desenhos e são diferentes para o Dulhan e para a Dulhana. São artistas que fazem esses desenhos, a Dulhana recebe essa aplicação nas mãos, punhos, antebraços, pés, tornozelos e pernas. Já o Dulhan recebe a aplicação geralmente na ponta dos dedos, dorso e palma das mãos, dedos e bordas dos pés. O contexto dos desenhos também é diferente para o Dulhan e para a Dulhana, para ela os desenhos escolhidos terão como temas flores, mandalas e símbolos de amor, beleza e de fertilidade. Para o Dulhan os desenhos escolhidos terão como temas símbolos da vida familiar, poder, casta, proteção e força. Quero lembrá-los de que estamos falando do Mehendi específico para o Shádi.  – Guru começa a sua explicação.

Alguns sussurros podem ser ouvidos, mas nenhuma pergunta é feita, o mestre indiano para tentar ouvir e não consegue.

— Existem algumas curiosidades que podem predispor a brincadeiras com os noivos, vamos a elas. Quanto mais escuro for o Mehendi, significa que maior será o amor da mãe do Dulhan pela Dulhana, ora, sabemos que em cada pele a henna fixa de forma diferente, assumindo tons distintos. Se o Mehendi ficar com tom vermelho na planta dos pés significa que a Dulhana terá um noivo bonito, vamos lembrar de que normalmente os noivos se conhecem apenas durante a cerimônia. A artista que fará a aplicação do Mehendi esconderá entre os desenhos nas mãos da Dulhana as iniciais do nome do Dulhan, que só poderá dormir na mesma cama que a noiva, na noite de núpcias, apenas se ele encontrar seu nome nesse desenho.

Todos riem e gostam dessa oportunidade de brincar com Eros e Weenny.

— É uma atribuição dos padrinhos e madrinhas conduzir essas brincadeiras, vocês foram escolhidos porque são especiais para os noivos. -  Guru lhes dá um incentivo.

  — Eles estão perdidos. - Mayara diz em voz baixa.

— Guru, não vamos decepcionar, deixe com a gente, não é turma? - Claudio, gargalhando, diz, em vez de responder todos riem.

— Isso mesmo. Agora prestem atenção. Vocês padrinhos e madrinhas também devem fazer os desenhos com Mehendi e isso os diferencia, as madrinhas receberão a aplicação nas mãos e punhos e os padrinhos nas mãos apenas. Também terão o dever de direcionar os convidados que desejarem aplicar o Mehendi para os artistas que estarão à disposição para realizar os desenhos simples. Este cerimonial acontece em clima festivo com música, danças e canções. Ficou alguma dúvida?

O mestre costuma ser detalhista em suas explicações, por saber o quão difícil é para brasileiros entenderem as tradições, costumes e todo cerimonial indiano, são raras as dúvidas, mas são comuns as reações de surpresa, temor e alegria e isso diverte toda a equipe.

— Agora vamos falar da festa que ocorrerá para fechar o quinto dia de Shádi, o Sangeet, é parecida com a festa de despedida de solteiros aqui no Brasil, mas os noivos estarão juntos com os padrinhos, amigos e convidados, as famílias dos noivos não irão. 

— Oba. Quer dizer que vamos poder festejar com os amigos? – Rafael diz.

— Safado! Vamos estar na Índia do mesmo jeito. - Gislaine ri e retruca em voz mais baixa.

— Vou ter que colocar alguém para vigiar esse sem-vergonha. – Iara diz.

Igor e Guilherme riem e Guru não consegue ouvir o que estão dizendo.

— Que nada, amiga. Você devia aproveitar e escolher um indiano para você, dá menos trabalho, o que acha? – Carol aconselha, Tatiane, Vivian, Melissa e Dani concordam.

— Boa ideia. – Iara responde e Rafael faz cara feia.

— Depois combinamos essa estratégia, agora amos voltar para a aula. Pode continuar Guru. – Samara diz e o mestre agradece.

— O Sangeet é uma festa colorida e bem divertida, com vários estilos de músicas. Os noivos darão presentes aos convidados, que costumam ser bindis, pulseiras e pequenos lenços coloridas, para amarrar nos pulsos. Essa festa é também uma oportunidade para homenagens e brincadeiras, os noivos dançarão para os amigos e convidados.

Guru explica ainda outros detalhes e imagens dessas festas, logo depois encerra a aula, cada um dos amigos retorna para sua suíte e depois se divertem a tarde e à noite.

Eles estranham não ter visto a Weenny, mas imaginam que ela tenha ido para compromissos de trabalho ou que tenha acontecido algum desencontro.

Os amigos se arrumam e se encontram no restaurante para o café da manhã, alguns estão atrasados e mal tem tempo para se alimentar adequadamente, pensam que vão encontrar a Baby, mas ficam sabendo que ela já saiu há quase uma hora.

Vão para a sala de aula.

Guru cumprimenta a todos, aguarda que se acomodem e preparem o material para as gravações e anotações e só então começa a aula.

— Namastê! Hoje vamos falar sobre o dia mais importante do shádi, o sexto dia. Todos prontos?

Eles ligam os gravadores, pegam os blocos de notas ou os celulares, em alguns segundos todos estão prontos. 

— Este dia será bem agitado e vai começar ainda na madrugada com o preparo das ruas. Geralmente a família e os amigos costumam ajudar o Dulhan a fazer as mandalas ou rangolis que são desenhos especiais feitos no chão, para isso terão que usar areias coloridas. Esses desenhos são elaborados, detalhados e bem coloridos, expressam a felicidade do Dulhan e de sua família com o shádi, é também um desejo de boas-vindas. Algumas pessoas vão decorar as ruas e o caminho por onde o cortejo dos noivos deverá seguir, os indianos fazem isso para expressar a alegria e o carinho por este novo casal e por suas famílias.

— Como vamos ajudar nosso amigo? Não sabemos fazer isso – Leonardo está assustado ao dizer — Alguém aqui é bom em desenho?

— Eros sabe fazer mandalas ou vai contratar alguém que faça para ele? – Filipe pergunta.

— Guru, pode nos mostrar esses desenhos, por favor? – Gislaine pede.

O mestre faz questão de mostrar vários temas e opções de mandalas, não só para satisfazer a curiosidade deles, mas que conheçam os vários modelos.

— Sim, podem ser contratados profissionais que façam esse trabalho, fiquem tranquilos, vamos prosseguir com a aula. - Guru diz.

Os amigos suspiram aliviados.

— Logo ao amanhecer as ruas deverão estar prontas, para que possam se reunir para o café da manhã, logo depois será iniciada a mais importante puja, Ganesha puja, que tem a finalidade de remover obstáculos e invocar a benção desse deus para este dia que é o mais importante do shádi.

— Mas quem terá que liderar essa puja? - Ricardo, preocupado, diz.

— O Dulhan! Essa puja poderá acontecer na rua e ele terá ao seu lado os Brâmanes e músicos. Homens e mulheres serão separados neste ambiente. 

O peso da responsabilidade sai dos ombros dos amigos, mas já podem imaginar a grandeza do cerimonial.

— Vamos treinar as pujas para Lord Ganesha e os mantras.

Todos se dedicam ao treinamento por pelo um tempo razoável, compreendem a importância do culto a esse deus. 

Aprendem com muito amor e empenho para que a felicidade do casal preferido seja completa.

Guru percebe a dificuldade dos amigos com a pronúncia das pujas e faz questão de escrever a pronúncia de cada palavra na lousa para que possam treinar com mais facilidade.

— Vamos prosseguir com o sexto dia do shádi. Após a puja terá o almoço e logo depois começará o preparo para o Bharat, que é o cortejo dos noivos até o local escolhido para o cerimonial. O Bharat é muito importante e deverá ser bem-organizado, alguns rituais devem acontecer durante esse cortejo.

Os amigos estão confusos, Guru percebe e procura esclarecer.

— Neste Bharat ou cortejo, seguirão todos vocês, padrinhos e madrinhas, o Dulhan, os pais da Dulhana, ela própria e os convidados. Todos irão caminhando ao longo do cortejo ou irão sobre cavalos ou outros veículos. Músicos os acompanharão durante todo o trajeto, as pessoas deverão levar flores e presentes e cantarão canções de alegria e de amor para invocar toda a felicidade sobre este novo casal.

— Como deve ser organizado o cortejo? - Iara pergunta.

— Deve ser difícil organizar um cortejo com tantas pessoas. – Michele diz.

— Quem o organiza? – Ricardo pergunta.

— Qual é a nossa posição ou o nosso papel nessa organização? – Carol indaga.

— Os cerimonialistas estarão lá para indicar a posição de cada um de vocês, geralmente os pais da Dulhana seguirão no início deste cortejo, logo após eles irá o Dulhan montado em um cavalo especialmente adornado, em seguida vocês padrinhos e madrinhas, ao redor de todos vocês irão os convidados e a segurança, no final do cortejo irá a Dulhana. É algo especialmente bonito, a frente do bharat irão bailarinos indianos para abrir a passagem e mostrar o motivo festivo desse cortejo.

Desta vez eles compreendem, mas para ilustrar o que acaba de ser explicado, Guru mostra um breve vídeo, além fotos de um tradicional bharat na Índia. 

Os amigos estão encantados com o que acabam de ver.

— Agora que vocês entendem como será o Bharat, quero falar sobre os rituais deverão acontecer antes da saída dele. O primeiro ritual que deverá ser feito com o Dulhan é o Korath que é o momento em que a família da Dulhana vai ao encontro do Dulhan, para que juntos possam ir para o local do shádi, essa atitude demonstra a aceitação do novo genro, como retribuição o noivo oferecerá doces e bebidas a todos.

— Então Ronaldo e Vilma devem ir buscar o Eros, é simples assim? – Eduardo pergunta.

— Neste primeiro momento sim, apenas com o korath cumprido é que os demais rituais poderão continuar. Quando o Dulhan estiver pronto para montar no cavalo, estará pronto para o ritual Sehra, que é realizado pelas madrinhas, elas devem colocar o Sehra, que é considerado o véu do noivo e é preso sobre o turbante dele. Nós indianos acreditamos que o Sehra tem o poder de afastar o mau olhado que possa atingir o Dulhan no seu trajeto até o local do shádi.

Mais uma vez o Guru ilustra o que diz mostrando o Sehra para que eles conheçam, faz questão de pôr o Ricardo no lugar do Dulhan e chama as madrinhas para treinarem prendendo o véu ao turbante.

Os amigos estão tão empolgados quanto encantados com tudo o que estão aprendendo.

— Mais um ritual deverá ser cumprido após a colocação do Sehra, o Vaag Ghuntai, que é o momento em que os padrinhos deverão se posicionar ao lado do Dulhan enquanto as madrinhas amarram cordões de ouro na guia do seu cavalo, enquanto isso o irmão da Dulhana deverá segurar as rédeas do cavalo e ele mesmo entregará as rédeas ao Dulhan quando tudo estiver pronto.

Os padrinhos e madrinhas anotam tudo.

— Após esses rituais, o Bharat deve começar, quero lembrá-los de que chamamos de Bharat o cortejo do Dulhan, o trajeto que deverá ser percorrido do local onde estarão hospedados até o local escolhido para o cerimonial do shádi. Todos devem cantar, celebrar, carregar presentes e flores durante todo o trajeto. 

Eles prestam máxima atenção a tudo, a equipe do Guru exibe e treina algumas canções com os amigos.

— Enquanto os rituais estão sendo feitos com o Dulhan para que o bharat comece, a Dulhana estará em um ritual que é o Solah Shringar que é o momento em que ela recebe os tradicionais dezesseis adornos especialmente colocados no dia correspondente a celebração oficial do shádi. Este termo, Solah Shringar está associado a deusa Lakshmi, que é um modelo de esposa e a representação da beleza feminina, poder, boa sorte, prosperidade e fertilidade. O dia do shádi é para celebrar a divindade e a beleza da Dulhana e a sua transição para a vida de casada, tantos adornos só devem ser usados por noivas ou mulheres casadas, são uma forma de honrar o marido, todos esses adornos devem estar de acordo com o status e riqueza do marido.

— Quais são esses enfeites? - Iara e Melissa se interessam e acabam falando ao mesmo tempo.

— Chamamos de adornos. Vou descrever e mostrar em fotos quais são cada um dos dezesseis adornos que compõe o Solah Shringar, mas apenas amanhã, vão descansar agora, a aula já passou muito do horário.

Os amigos nem percebem, mas já são quatro da tarde, todos estão tão interessados que nem sentem fome ou sede, a não ser a do conhecimento.

Agradecem, saem e vão descansar.

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