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Capitulo 3. os problemas de se ter um espirito

Hmmm... mmm... — Tentei acordar, meu corpo ainda pesado e cansado.

Minha casa ficava próxima à muralha que bloqueava a luz do sol da manhã, então ainda estava um pouco escuro devido à sombra. No entanto, eu podia ouvir o canto dos pássaros. Para confirmar, olhei para a janela meio aberta, que oferecia uma visão limitada de Orario. Apesar das casas menores ao redor, os primeiros raios de sol já começavam a cobrir a cidade.

Parece que seria um dia promissor, se não fosse pela maldita sensação de ressaca que meu corpo sentia...

Água... preciso de água... — murmurei, sentindo-me um trapo humano, meu corpo parecia tão pesado e desajeitado.

Esse é o resultado da sua cura acelerada. Eu usei muita da sua vitalidade para estancar o sangramento e acelerar a regeneração do osso.

— Você fala isso agora? Acho que deveria ter me avisado antes.

Apenas tentei alcançar a jarra de água com um esforço monumental. Quando finalmente consegui pegá-la, bebi quase 5 litros de água como se estivesse possuído pela sede.

Haaaa.

A sede finalmente se foi, e eu me senti um pouco melhor.

Mas esse feito de quase me matar é um problema... — falei, tentando me recuperar.

Seu molenga, você não iria morrer com isso. O máximo que teria é um leve desconforto.

— Leve desconforto?

Sim, leve desconforto. Imagine se você tivesse uma ferida fatal...

Eu posso acelerar sua taxa de cura para que, em vez de um longo desconforto, você teria um curto. Ou você preferiria permanecer com um braço quebrado?

— Tá, você venceu. Por favor, tenha piedade de mim.

Eu não sou masoquista, mas o que ela disse fazia sentido. Em vez de sofrer um leve desconforto por vários dias, é melhor passar por um sofrimento intenso e curto.

Grrrrrr... — resmunguei.

A fome não era algo normal; eu realmente precisava preencher aquele vazio.

Quando desci para a cozinha no primeiro andar, olhei ao redor e fui até o armário mais próximo. Abri a primeira porta e encontrei uma caixa de ovos, alguns temperos e alguns potes cobertos.

Puxei uma panela pequena do armário de baixo e, em seguida, fui até uma bacia de água escondida sob a escada perto da entrada do porão. Coloquei a água na panela e adicionei alguns ovos para cozinhar.

Com um fogão movido a pedras mágicas, não levou muito tempo para preparar os ovos. No entanto, percebi que algo estava faltando e voltei ao primeiro armário, abrindo a primeira porta novamente. Peguei um dos potes que continha um pó escuro chamado café. Na segunda porta abaixo, peguei uma caneca de aço de meio litro.

Enchi a caneca com água e coloquei no fogo junto com o pó de café. Após um tempo, meu café da manhã estava pronto.

Ovos e café, simples, mas era o que eu estava mais acostumado a comer no meu mundo.

Eu realmente não tinha nada importante para fazer naquele dia, então decidi que passearia pelos arredores de Orario, talvez fazendo alguns desenhos pelo caminho.

Desenhos? — Eirina perguntou, sua voz ecoando na minha cabeça. Ela sempre tentava evitar a exposição para que seus poderes não se esgotassem, mas, depois de se unir ao meu corpo, conseguia pegar um pouco da minha energia quando necessário.

— Sim, pode parecer brincadeira, mas eu queria desenhar algumas coisas enquanto admiro este lugar — respondi.

Depois de tanto tempo vagando por este mundo, eu precisava de algo para me entreter. Como não havia internet e eu definitivamente não era do tipo que buscaria um bordel só por tédio, pensei em fazer algo diferente. Desenhar foi a única atividade que realmente me chamou atenção.

Após terminar meu café, arrumei a bagunça que fiz na cozinha e me preparei para o dia. Eu sabia que precisava manter meu corpo em forma, então fiz uma série de exercícios leves: cinco repetições de 20 flexões, cinco repetições de 20 abdominais e cinco repetições de agachamentos. Não era o bastante para realmente me fortalecer, mas ouvi falar de um método chamado "Têmpera", onde você luta constantemente para que os músculos se desenvolvam de forma eficiente. Parecia um método brutal, mas eu queria relaxar um pouco também.

Quero me dar esse descanso, acho que mereço, pensei, tentando me convencer.

Voltei ao quarto para trocar de roupa. Desta vez, escolhi uma jaqueta marrom e troquei minha camisa preta por uma azul-clara. Para completar, adicionei um lenço preto.

É... não está ruim... mas também não está bom... ah, vai assim mesmo.

Você está ridículo com isso, disse Eirina, me observando com olhos decepcionados.

— Bem, vou assim de qualquer forma.

Saí para explorar Orario e, como esperado, a cidade estava cheia de vida. O primeiro local que me chamou a atenção foi Babel, a enorme torre que dominava o horizonte. Sentei em um dos bancos próximos e comecei a desenhá-la. No início, o desenho saiu meio grosseiro, mas, aos poucos, a forma e a majestade da torre começaram a surgir no papel.

Claro, não desenhei a torre completa. Isso seria... bem, impossível.

Depois de um tempo, decidi andar um pouco mais. Foi então que quase derrubei com uma garota de cabelos escuros e olhos azuis, mais azuis do que os meus.

Claro que, no momento, eu soube exatamente quem era, mas me limitei a me desculpar. Ela apenas sorriu brevemente e continuou seu caminho, parecendo procurar alguém.

Aaron, depois de vagar por Orario e desenhar a grande torre de Babel, decidiu que, para encerrar o dia, iria a algum bar para comer. Certamente, não era um lugar chamativo como a "Senhora da Abundância", o bar da Família Freya, o que ele preferia evitar.

Não que ele achasse que alguém da Família Freya sequer o notaria, mas como sempre dizia: era melhor prevenir do que remediar.

— Vou para um bar qualquer, só para comer algo simples .

Claro que, um dia, tinha a expectativa de conhecer o famoso "bar da mama Mia", que sempre ouvia os aventureiros comentarem enquanto corriam para a masmorra. Mas hoje, ele só queria um lugar tranquilo.

No entanto, enquanto se aproximava da porta de um pequeno bar, ouviu uma voz ecoando ao longe:

— Ei, jovem rapaz!

Seu corpo parou de repente. Ele sentiu um arrepio percorrer a espinha. Quantas vezes ele não ouviu esse tom ?

— Será...?

pensou enquanto olhava na direção de onde vinha a voz.

Embora não tivesse encontrado Bell Cranel até então, não seria estranho que ele já estivesse de volta à cidade.

Aaron, curioso e ansioso, decidiu investigar. Aproximou-se, disfarçadamente, e espiou a cena, encostando-se em uma parede enquanto olhava para o ceu.

Seu olhar varreu o local. Ao longe, viu uma figura pequena de cabelos negros conversando com alguém. Ele não conseguia ver claramente o outro lado da conversa, mas a voz era inconfundível.

— Você está procurando por uma Família?

Disse uma voz feminina e jovial.

Aaron reconheceu imediatamente. A dona daquela voz era ninguém menos que Hestia, a deusa que havia acolhido Bell Cranel.

"Então, realmente é agora... Bell"

Sorrindo de leve, claro que como um leitor eu não poderia estar mais feliz, mas eu sabia que não poderia interferir na historia, seja para o bem ou para o mal.

Aaron se afastou e voltou ao seu caminho em direção ao bar. Saber que Hestia e Bell estavam por ali fez seu coração acelerar. Ele estava agora mais perto de seu objetivo.

— Talvez eu escreva sobre a história dele... sussurrou, meio brincando, para si mesmo. 

Vai ser algo divertido de assistir... e quem sabe seria algo incrivel de se ver em primeira mão.