Gângster Bondoso

[Pegue. Pegue.]

Fu disse várias vezes na mente do June.

'Você era um ladrão em sua vida passada?'

[Imagine o que você poderia fazer com isso, apresentador!]

Definitivamente havia muita coisa que ele poderia fazer com 10.000 dólares. Para começar, ele nem precisava pensar no aluguel pelos próximos meses! Ele também poderia comprar outro telefone e substituir o telefone velho e trincado que tem atualmente. Ele poderia reembolsar a Grandma por todas as refeições que ela cozinhou para ele!

June poderia até mesmo realizar a primeira missão de sua lista: Doar para caridade.

Ele inspecionou a carteira mais uma vez e olhou os documentos dentro dela. Ele viu que ela pertencia à senhora com aparência rica de antes. Agora que ele pensava sobre isso, a senhora provavelmente nem sentiria a falta de 10.000 dólares.

Mas, de novo, ele não deveria julgar um livro pela capa. Além disso, não seria bom para sua reputação se as pessoas descobrissem que ele havia roubado uma carteira.

June tirou do bolso seu telefone remendado com fita adesiva e digitou o número escrito em um dos cartões de identificação.

[Você vai devolver?]

June ignorou Fu e esperou até a pessoa do outro lado atender.

"Alô?" a voz familiar da mulher disse.

"Alô, Senhorita Hana?" June perguntou.

"Hmm, sim. Quem está falando?"

"Estou ligando da Loja de Conveniência Sete Estrelas. Parece que você esqueceu sua carteira aqui," ele disse. Não pôde deixar de suspirar, pois ainda achava que era uma pena.

10.000 dólares!

June nunca nem mesmo teve essa quantia de dinheiro quando ainda estava com Tigre Branco. Claro, ele lidou com somas de dinheiro tão grandes quanto milhões durante negociações, mas o que lhe pagavam era bem pouco comparado a isso.

"Ah, graças a Deus," Hana disse. "Eu achei que tinha perdido tudo. Obrigada por me ligar."

"Você pode vir pegar? Ainda estou no meu turno," ele disse.

"Claro," Hana exclamou. "Eu estava apenas num banheiro aqui por perto. Irei para aí agora mesmo."

"Tudo bem," June disse.

"Obrigada—"

June desligou a chamada antes que Hana pudesse terminar a frase. A garota, que estava a caminho de volta à loja de conveniência, olhou para o telefone com confusão. Aquele cara realmente acabou de encerrar a chamada abruptamente?

Ele não reconheceu quem ela é?

Hana sorriu e balançou a cabeça, divertida. E pensar que ele está devolvendo a carteira dela. Outras pessoas não teriam hesitado em ficar com os 10.000 dólares para si mesmas.

Ele deve ser um homem muito gentil.

Por outro lado, June não pode parar de suspirar na loja de conveniência. Talvez ele devesse ter ficado com a carteira para si. Também não parecia que Hana estava a procura desesperadamente dela.

Contudo, isso iria contra seus princípios. Mesmo como um capanga, ele nunca roubou dinheiro de pessoas inocentes. Ele apenas roubava de quem merecia. June acreditava que pessoas normais que não tinham nada a ver com gangues e seu mundo não deveriam estar envolvidas.

Não demorou muito até o som da campainha da porta ser ouvido, sinalizando a entrada de Hana. Hana tinha um largo sorriso no rosto quando entrou, já agradecendo a June com seu olhar.

"Aqui," June disse de maneira despretensiosa. "Eu não peguei nada."

Hana riu da postura fria do rapaz. Era refrescante não ser tratada como uma celebridade o tempo todo.

"Tenho certeza que não," Hana disse. "Obrigada por ser honesto."

"Eu teria ficado com ela se cê não tivesse me dado gorjeta," ele disse sério, mas isso provocou uma risada em Hana.

"Eu gosto de você," Hana de repente disse, fazendo June erguer as duas sobrancelhas.

"Você sai por aí se apaixonando por pessoas que nem conhece?" ele perguntou.

Ela balançou a cabeça. "Não é esse tipo de 'gosto', jovem. Eu só gosto que você trouxe isso de volta para mim. Você parece muito gentil."

Gentil?

June debochou.

Se ela soubesse.

"Você também é honesto," ela acrescentou. "Aqui," ela disse, de repente tirando uma nota de 500 dólares do bolso. "Uma gratificação por ser um homem gentil e honesto."

June não perdeu tempo em pegar o dinheiro e colocar no bolso. Roubar de um cidadão comum era algo que ele não queria fazer, mas quando a bênção está bem na sua frente, você não deveria nem hesitar em agarrá-la!

"Obrigado," ele murmurou. "Tenha um bom dia."

Hana olhou para ele, divertida. "É só isso?"

"O que mais cê quer?" June perguntou.

Hana riu. "Nada, nada. Eu só estou curiosa—você não sabe quem eu sou?"

June franzia a testa, confuso. Ele olhou para o rosto dela, mas ela não parecia familiar.

"Não," ele disse honestamente.

Hana assentiu e sorriu. "Isso é bom. Então vou indo. Até mais."

June apenas assentiu, fazendo Hana rir novamente. "Espero ver você por aí outra vez!"

Com isso, ela acenou com a mão e deixou a loja de conveniência.

June suspirou aliviado, já que seu turno estava quase acabando. Não estavam chegando pessoas novas também, então ele decidiu limpar enquanto esperava o dono pagar seu salário da semana.

June primeiro arrumou a prateleira de salgadinhos, depois se dirigiu às bebidas alcoólicas. Como ele desejava poder beber esta noite, mas eles iriam gravar para Estrela em Ascensão amanhã. Ele olhou para a garrafa de soju com desejo, imaginando seu sabor na língua.

Ele franziu a testa, no entanto, quando viu um rosto familiar na garrafa de soju.

"Senhorita Hana?"

***

O turno de June estava agora encerrado e ele já estava a caminho de casa. Ele tinha um saco enorme de gomas na mão e rapidamente colocou uma na boca.

Seus olhos se arregalaram de alegria quando ele provou a goma com sabor de cola.

"Essas Gomas BenBen são bem boas," ele murmurou.

No final, o dono só pôde pagar 500 dólares em comparação aos 588 dólares acordados. Tudo bem para June, já que ele havia recebido uma gorjeta bastante generosa da Senhorita Hana. No entanto, ele não poderia ir para casa de mãos vazias, então ele pediu ao dono que o compensasse com Gomas BenBen.

Então, agora, ele tinha 10 sacos de gomas em seu poder.

Que elas o ajudem a crescer pelo menos 1 cm!

No caminho para casa, ele passou por um orfanato, fazendo-o parar e olhar para o prédio velho e desgastado. De alguma forma, isso o fez lembrar do orfanato onde ele e Mei Ling moravam.

Tinha condições de vida horríveis e eles lutavam por comida todos os dias. No entanto, as freiras que cuidavam deles foram gentis o suficiente para criá-los bem com amor e cuidado. Claro, isso era difícil com a falta de recursos que tinham, mas ainda assim tentavam o melhor.

Quando June entrou para a gangue, ele se sentiu bastante culpado, sabendo que as freiras os criaram para serem pessoas gentis. No entanto, June acreditava que ele não tinha escolha. No final, ele queria dar uma boa vida para Mei Ling.

Para aliviar sua culpa, June doava para o orfanato todo mês quando ele ainda era Jun Hao. Provavelmente foi uma das razões pelas quais ele não conseguiu economizar muito dinheiro naquela época. Mas era bom ver as freiras que o criaram sorrirem em gratidão sempre que ele doava.

June foi lembrado de sua missão mais uma vez. Enquanto mastigava suas gomas, ele retirou sua carteira e viu os 1.000 dólares que tinha ganhado em uma semana.

Ele tinha que reservar 600 dólares para seu aluguel do último mês até o próximo mês, então só lhe restavam 400 dólares.

June queria comprar algumas roupas decentes para a filmagem do programa ou talvez tratar a Grandma e Minjun antes de ir.

No entanto, ele ouviu o som de crianças comemorando do interior. June olhou pela janela empoeirada e viu cerca de 15 crianças e 2 cuidadores idosos compartilhando um prato de vegetais na mesa.

June suspirou e tirou os 500 dólares que Hana lhe deu naquela manhã.

"Isto não deveria ser meu mesmo," ele murmurou.

[Missão Sucesso: Doar para Caridade]

[Por favor, escolha um aspecto para melhorar.]

"Dança."

[Boa escolha! Dança + 1. Nota atual: D+]