Desde o meu primeiro dia de aula, minha vida foi mudando, sempre acabava melhorando, com o tempo, fiquei mais amigo de Steven, eu conheci ele, era um cara legal, meio doido mas legal, também conheci um outro Husk, um dos novos alunos também, seu nome era Carl, ele tinha entrado na escola no mesmo dia que eu, era um Husk de pelos cinzentos e olhos azuis, era um pouco mais velho do que eu e morava no centro da cidade, não era um cara muito estudioso, porém dava conta quando precisava. Steven começou a frequentar mais minha casa, sem eu ter chamado, mas tudo bem, acabamos virando amigos, fazem já quase três meses desde que ingressei no ensino, Faye continuava seus estudos, tempos atrás me dissera que a rainha daria uma espécie de prova no próximo ano, e desde então ela não para de estudar, admiro muito isso, meus pais me permitiram que eu comprasse algumas coisas para mim, então investi apenas em roupas, eu meio que gostava delas, nossa casa, estava já consertada, e na capital as pessoas começaram uma exploração pelo novo terreno, agora um deserto de areias negras e cristais de energia escura, tudo estava um caos por lá, mas todos tinham esperança de que conseguiriam reconstruir suas casas.
Todos os dias eram bons, era como se a tempestade houvesse passado e só tivesse sobrado a calmaria, uma calmaria fresca e úmida, todos os dias eu olhava pela janela da minha sala ou pela minha varanda, em direção ao horizonte, procurando por alguma coisa, talvez aquele último episódio tenha me dado algum tipo de medo, ou talvez estivesse apenas querendo entender as maravilhas que ali existiam, outrora tinha procurado por informações sobre a história desse mundo, foi algo surpreendente, um mundo de natureza tão espetacular, tendo um história tão cheia, grandes nomes, colonizadores, filósofos, soldados, pilotos, pessoas incríveis, porém, tanta guerra, morte e miséria, não me parecia ser o mesmo mundo em que eu vivia, sim, a guerra existia ali, mas parecia um plano de fundo no atual cenário, porém miséria, pobreza e fome, aquilo não existia ali, aquele era um povo batalhador que conseguir deixar seu mundo bom mesmo em situações como esta, algo incrível aconteceu no passado, porém nada que respondesse.
Amanhã na escola, teríamos um excursão, uma excursão para a capital, não a capital que fora destruída mas sim a capital do país, uma cidade aonde passado e futuro colidem junto, desde os edifícios mais descomunais e modernos aos mais antigos palácios, existentes a milhares de anos, essa cidade se chamava Kanterlot muito tempo atrás ela era conhecida por outro nome Mandaberg porém com o início da grande guerra seu nome de perdeu no tempo, eu estava muito excitado para a viagem, mal conseguia dormir.
De manhã, pulei da cama pensando em como seria legal a excursão, e em tudo que eu poderia aprender e descobrir, corri para meu armário pegar minha mochila, eu iria encher ela de coisas para levar, como comida e ou objetos aleatórios. Faye entrou em meu quarto me perguntando que algazarra era aquela, eu virei para trás e a respondi - Estou arrumando minha mochila de coisas para levar na excursão, como comida ou mapas, cadernos, tudo! - Ela soltou um risinho sem jeito, - Claro, tente absorver tudo que falarem lá, Kanterlot é um lugar fantástico, a rainha mora lá -, com aquelas informações eu abri um sorriso, "nossa, conhecer a rainha seria incrível", - Nem pense em tentar conhecer ela Fire, Ela é uma pessoa muito reservada, e provável vocês não poderão entrar no palácio real -, entendi tudo o que ela disse, mas não me desanimei, continuei a juntar as coisas em minha mochila.
Perto do meio dia minha mãe nos chamou para comer, me levantei do chão para descer, quando olhei para Faye, ela estava em minha cama dormindo, ela dormia muito profundamente, tive receio de acorda-la então desci, no andar de baixo já estava tudo pronto, eu deveria comparecer a escola em vinte minutos, nesse tempo eu comi alguma coisa e minha mãe me levou. Chegando já na escola, os mentores estavam arrumando os ônibus, eram veículos modernos e bonitos, eram todos pretos, com o brasão do reino em dourado, entrando lá uma voz anunciou os dados, - Bom dia a todos, hoje uma segunda feira, tendo média de 24 graus, um dia quente, zarparemos em direção a Kanterlot em alguns minutos, a viagem levará três horas sem intervenções -, eu me arrumei no banco do ônibus, e coloquei minha mochila do meu lado, ajustei o meu bracelete para me acordar em três horas, logo adormeci.
Logo acordo, o som do bracelete era baixo porém irritante, estávamos chegando próximos das muralhas daquela capital, a principal cidade do país, as muralhas eram estranhas, pois a cidade se localizava em uma cordilheira, o indicador de temperatura do ônibus mostrava três graus, estava praticamente que geando lá fora, passando pelo portão da cidade nos víamos uma quase utopia, era uma beleza sublime, milhares de edifícios épicos, entrelaçados por prédios medievais, brancos com detalhes em dourado, a neve contrastava com os magníficos edifícios, as montanhas em volta exalando beleza e temor, era possível ver os ventos lançarem a neve de por cima das muralhas, uma beleza sem preço, o ônibus parou em uma estação, descemos todos, comecei a tirou foto com minha câmera assim que desci.
O diretor da excursão chegou e nos chamou, eu deixei a câmera d lado e dei atenção a ele, - Bom dia alunos, bem vindos ao nosso pequeno mundo gelado, espero que tenham gostado da viagem, o dia vai ser longo... - ele parou com um momento para respirar, seu rosto tinha pedaços de gelo, principalmente em suas pálidas suíças, - Bom... Cada um receber um tablet chamado "Almanaque", com ele vocês poderão focar em alguns objetos com ele, e ele irá mostrar informações sobre aquilo, vocês podem transferi-las para qualquer dispositivo de vocês... - ele passou o seu dedo indicador roliço em seu nariz, removendo uma secreção, - Bom, vocês estão liberados para andar pela cidade sozinhos, não tenham medo, os almanaques tem localizadores em cada um, e está é a cidade mais segura do reino, podem ir. - Ele entrou de volta no estabelecimento em que estava, eu entrei após, pois queria colocar alguma roupa de frio, a cidade normalmente não era tão fria, mas era um dia nublado e por isso estava tão ameno.
Mais tarde sai para caminhar, eu tinha no meu almanaque um mapa da cidade, aonde eu havia marcado pontos para ir, eu tinha que ir até uma estação de metrô para ir ao topo da cidade, aonde se encontrava a alta classe, e grande parte das estruturas medievais. Chegando ao seu topo, a temperatura aumentou, achei estranho, pois deveria ser o evento contrário, ao sair do metrô, a primeira coisa que vi foi uma placa "Zona Aquecida", bom estava tudo claro agora, subi as escadas da estação e tomei meu rumo, tirei muitas fotos da cidade e de suas paisagens, a variedade de pessoas era muito grande, nunca em minha vida eu havia visto tal diversidade.
Ao chegar no centro da cidade, havia uma enorme estátua, deveria ter uns trinta metros, feita em roxas polidas, e detalhes de cristais brancos, ela retratava uma mulher, um mulher Sky, tão bela, suas asas estavam abertas, exalando poder e destreza, sua face me era familiar, talvez a aquela primeira mulher que havia visto, aquela que vi morrer, eu terei um foto, porém o almanaque não achou nada, em meu caminho na cidade parei em diversos pontos turísticos, templos em homenagem a guerreiros, inventores, escritores e filósofos, monumentos em memória de grandes eventos como guerras, avanços tecnológicos ou até mesmo acordos, a cidade também era repleta de palácios, belíssimos por si só, nunca me senti tão pequeno em meio daquela imensidão.
O sol se punha naquele momento, eu voltei para o ponto zero de minha jornada, a estação, ela ficava a vinte minutos do hotel em que minha turma estava hospedada, enquanto voltava andando para lá, eu remexia as fotos que eu retirei, enquanto ainda estava no caminho, comecei a ouvir sons de sirenes, olhei em volta, os telões de alguns prédios, as imagens foram trocadas por avisos vermelhos e pretos escrito "perigo", logo a imagem de um soldado do império apareceu na tela, - ATENÇÃO, UMA ORDA DA PRINCESA DAS TREVAS ESTÁ VINDO CONTRA A CIDADE, TODOS DEVEM FICAR EM SUAS CASAS, O CONFRONTO NÃO LEVARÁ MUITO TEMPO -, Ouvindo aquilo meu coração disparou, como algumas coisas assim poderia começar em tal hora, os escudos da cidade começaram a se fechar sobre mim, o céu cinzento ficou azul, o escudo estava fechado, grande naves e canhões estavam emergindo do chão, a ruas estavam vazias já, os meios de transporte parados, tudo estava se tornando um caos.
Um som de rasgar os tímpanos ocorreu, uma frota de naves pretas com adornos de espirais lilases haviam chegado as proximidades da cidade, as naves do império, brancas e douradas que haviam emergido do chão armaram seus enormes canhões, aproveitei a oportunidade para usar o almanaque nelas, eu fiz, mas foi algo incrível. Cada uma delas, carregava dezenas de canhões fotônicos, basicamente ela disparava uma quantidade tão descomunal de energia, transformada em luz, que essa ganhava impacto, um impacto muito poderoso, então, uma delas disparou contra as pretas, essa foi a fagulha para começar um chuva de tiros, o som dos motores das naves e de suas explosões era muito alto, tirei de minha mochila fones e os coloquei no ouvido para me proteger.
Alguns tiros das pretas acertaram o escudo diversas vezes, e começaram a aparecer pontos "trincados" no escudo, tomei noção de que precisava me proteger, voltei a correr em direção do hotel, porém, um clarão dourado tomou o céu, junto com uma enorme onda de choque que me derrubou no chão, virei-me para cima e vi, uma silhueta feminina, brilhando colorido com requintes de dourado, a silhueta tinha empunhada em mãos uma espada branca de cabo escuro, ela ergueu seu braço até o alto, e a espada começou a brilhar, cada vez mais, até que, ela desceu seu braço para baixo e para o lado, cortando o ar, as naves em sua frente foram todas destruídas, ela repetiu o ataque três outras vezes, até destruir todas as naves, ela se virou, sua luz se esvaiu, o escudo cessou, ela se virou para ver os estragos, me viu, percebi que na hora ela levou um susto, mas acenou e foi embora. Voltando para o hotel, a professora me deu um pelo sermão, mas eu não liguei muito, após a noite, de manhã, já estava tudo certo, voltamos a explorar a cidade, porém dessa vez com supervisores, não discordo.
Ao entardecer fomos de volta ao hotel novamente, o dia foi tranquilo, nada demais extravagante aconteceu. Chegando em meu quarto, um quarto limpo, paredes bege, uma cama de casal branca e arrumada, o chão era de carpete, tinha uma suíte e cozinha além do próprio quarto, sentei em uma mesa que tinha no quarto e fui mexer no meu bracelete, fui ver o que as pessoas falavam na internet sobre o ataque, muitas pessoas apenas relatavam aquilo e vangloriavam a cidade por aguentar tão bem, porém, alguns diziam "Viram a Rainha?!", "Ela lutou ontem!", "Ela foi maravilhosa!", tantos elogios, seria aquela moça luminosa a rainha, como o povo poderia dizer que ela é bela, se não era possível ver seu rosto?, Não entendia direito isso, desliguei o bracelete e fui dormir, amanhã voltaríamos para Miray.
De manhã, fomos a estação pegar o ônibus, ao entrar nele me sentei bem ao fundo para mexer no bracelete, no meio da viagem comecei a procurar informações sobre a rainha, era poucas elas, eu descobri poucas coisas, poucas mas surpreendentes como por exemplo, a rainha tinha mais de cinco mil anos, ela reinou por milhares de anos, ela estava lutando nessa guerra, e também descobri uma informação muito interessantemente, intrigante é uma palavra melhor, a rainha foi considerada morta após o confronto de DragonSky três, o planeta de fogo, eu comecei a anotar essas informações em uma pasta do bracelete.
Comecei a dormir no ônibus...