Amanheceu em meu novo lar, eu estava em outra cidade, agora minha nova casa, eu estava vivendo em uma cidade chamada Miray, era uma cidade localizada mais ao norte do país, dava para sentir na pele o frio, era perceptível que haviam poucas montanhas ao sul da cidade, distantes quase invisíveis, e muitas árvores ao redor da cidade, uma mata muito variada, haviam árvores bem encorpadas e muitas coníferas esparsas, eu sai pela varanda do meu quarto, morávamos em uma casa grande e branca, meu quarto era grande, um pouco vazio por falta de pertences meus, voltei para dentro e sai pela porta, no quarto da frente morava minha atual irmã, ela era uma doce garota, tinha uma pele clara, olhos escuros e belos cabelos lilases, ela era muito gentil comigo, e tinha uma ótima relação com todos da família. Desci até a cozinha, ela ficava no segundo andar, os quartos eram no terceiro, no interior da casa, cores brancas e adornos coloridos era vistos por vários lugares, as janelas pareciam vitrais, eles dividiam a luz e faziam vários arco-íris que refletiam sobre as paredes, a cozinha era um espaço muito aberto, as janelas da casa estavam quase sempre abertas, o ar dava vida ao ambiente, o chão era de madeiras escuras muito lustrosas, era possível ver o reflexo das janelas sobre o chão, fui até o balcão e peguei uma fatia de pão, molhei-a no mel e comi, logo minha mãe acordou - Bom dia filho - ela se alongava - Oi mãe -, ela com uma cara de cansaço e com os cabelos bagunçados custou, mas pegou a mel que eu guardei de volta na geladeira, enquanto ela comia eu a observava, - Mãe, já conseguiu me matricular naquela escola, sabe, a do folheto - ela terminou de mastigar, puxou o ar e respondeu - Sim Fire, já consegui, segundo o calendário deles, as aulas começam amanhã, hoje eu irei comprar alguns matérias, você vai ficar aqui com a Faye - eu nunca tinha ficado no mesmo lugar com a Faye a não ser o carro, mas ela estava dormindo, então tecnicamente eu nunca estive com ela, seria uma experi��ncia nova - Okay, vou cuidar dela! -, ela saiu.
Tarde já, Faye não havia saído do seu quarto, pensei em fazer um café para ela, preparei umas torradas e um belo café, coloquei açúcar, não sabia se ela gostava verdadeiramente de café, coloquei tudo em uma bandeja de prata e subi até o quarto dela, bati na porta dela, - Sem resposta... - fui entrando de uma vez ela estava deitada no chão apenas com as roupas de baixo, tentei ignorar, ela estava de fone estudando pelo que parecia, coloquei a bandeja na cama dela e toquei seu ombro, ela assustou e pulou para trás, na hora que me viu retirou os fones e puxou uma toalha que ali perto estava para cobrir seu corpo com a face rosada perguntou - Bom dia Fire, o que está fazendo aqui? - eu respondi sucintamente o que vim fazer, ela então olhou a cama e percebeu - O Que era aquilo tudo, peguei os livros do chão, haviam livros de política, história, línguas entre outros no mesmo calão, ela virou se para eles e respondeu, - Estou estudando, para ser aceita dentre as pupilas da rainha, a cada vinte anos, a rainha escolhe três jovens garotas para ter como aprendizes, e futuramente uma delas se torna membra da realeza, esse é meu sonho - ela voltou-se para mim esperando minha resposta, - Bom... Acho que é algo que combinaria com você, mas você tentaria isso, mesmo com toda essa situação de guerra, todo o conflito? Não é melhor esperar tudo isso passar? - ela me olhou, pensei que ficaria desapontada com minha resposta, porém a reação dela foi totalmente ao contrário do que imaginava, - Bom, sim isso é um fato, não é o melhor momento para isso, mas até lá já se passarão alguns anos, entretanto, se a situação não mudar até lá, eu tentarei fazer o máximo que puder para reverter isso ao máximo, estou a muito tempo estudando isso, sei muito sobre discussões políticas e sobre a história de nosso povo, imagino ser o necessário para acabar com isso. - olhei para ela com um interesse despertado, aquela garota era muito mais que eu pensava, ela era muito dedicada e mesmo em um momento como aquele ela conseguia pensar em um futuro pacífico, mesmo que os lugares ao nosso redor fossem mais calmos, a guerra manchava todos os lugares, era como uma cota de tinta preta caindo em um papel branco, mesmo caindo em um único lugar, ela ainda espalharia suas manchas por todo o papel, porém sempre vai haver partes brancas, tudo poderia mudar de uma hora para a outra ou poderia chegar a nem mesmo mudar, poderia até piorar, mas não era algo para se pensar, eu preferia muito mais a visão dela, algo que vai mudar, a tendência é essa, eu espero.
Tarde da noite nossos pais chegaram, ela estava no banho e eu na sala assistindo televisão, minha mãe me entregou os materiais e me mandou guardamos na mochila, e mesma que ela me dera, subi de volta para o quarto e comecei a guardar as coisas, passou-se um tempo e fui dormir. Durante a madrugada fui acordado com alguns estrondos e tremores, me levantei rápido e fui para a varanda que estava aberta, lá no fundo, atrás das montanhas, eu via explosões e grandes clarões, logo um grande feixe de luz rosa trespassa o horizonte e rasga os céus, o mesmo foi acompanhado de uma enorme explosão de luz que ganhou da luz de toda a cidade, de um momento para o outro tudo virou dia, com medo corri para dentro de casa, tranquei a varanda, era uma visão sublime porém pavorosa, desci até lá embaixo aonde meus pais estavam com a Faye, perguntei a eles o que era, eles me disseram com um tom de voz apavorado que era uma ataque, aquele era um ataque da "Princesa" como eles disseram, eles falaram que momentos antes eles viram de longe os escudos da capital, a cidade que ficava no local da explosão, se erguerem, com um ar frio a mãe disse, - A Princesa não é uma pessoa normal, é impossível saber o que ela fará, seu poder é praticamente infinito, se sozinha fora capaz de fazer aquilo com a capital, imagine o poder de seu exército... - altos sons e barulhos de impactos frequentes começaram, olhei pela janela da sala, eram pedras, provenientes da cidade, ou melhor, os restos da capital, lançados a mais de oitenta quilômetros de nós, estavam caindo sobre nós, essa, foi a primeira vez que vi o poder dela, a responsável por minha situação, e pelo caos naquele mundo, nossa pai nos mandou que dormíssemos na sala, assim não haveria perigo de alguma pedra atravessar o teto e cair em nós, eu me deitei no sofá e dormi, custei para isso, porém apaguei em mais ou menos uma hora, - Que poder terrível... -.
O dia raiou, me levantei do sofá com muita dor nas costas, liguei a televisão para saber das notícias da manhã, estava passando um jornal, o apresentador era um Dragonskariano de cabelos brancos, ele falava sobre a luz no céu - Nessa noite de quarta-feira um ataque das forças das trevas foi previsto contra a capital da província norte, às onze e quarenta da noite os escudo de nível superior e médio foram armados, todos os soldados e veículos foram posicionados, porém apenas a "Princesa" veio, e sozinha dizimou todo o exército da capital, além de por si só destruir tudo por lá, porém, um terço da população da cidade saiu com vida, recomendamos que as populações próximas tomem cuidado, é previsto que caiam pedras do céu durante esse dia. - minha mãe desligou a televisão, ela falou que eu iria a escola, eu esqueci a TV neste momento e pulei do sofá, fui até o quarto buscar meu material, quando entrei vi apenas algumas pedras na varanda, nada de mais, peguei as coisas e desci, na saída de casa avisei ao pai sobre as pedras, para que ele limpasse, ao caminho da escola, eu via as pessoas limpando as ruas, arrumando janelas quebradas e outras coisas, as pedras caíram por toda a cidade, cheguei a escola, ela estava intacta, era um prédio bonito, branco com um grande gramado em volta, haviam jardineiros limpando a grama, o portão estava aberto, eu sai do carro, me despedi de minha mãe - Venho te buscar as cinco, tchau! - acenei para ela e entrei na escola, todos os alunos estavam conversando e indo junto para dentro haviam alguns aluno deitados em baixo de árvores, alguns tocando músicas ou apenas conversando, ao entrar na escola eu li uma placa "alunos novos" segui para lá, era uma sala rebaixada com uma mesa no centro e dois sofás vermelhos, sentei ali e esperei, enquanto esperava, junto de outros jovens, eu lia algumas revistas, em geral eram sobre moda, ou curiosidades sobre tecnologia, havia uma sessão inteira falando sobre a nova moda dos gadgets multifuncionais não passavam de artifícios para entretenimento, nada que me interessasse, bom, realmente era coisas legais, mas nada que eu queira.
Logo, o diretor da escola chegou, um sujeito alto, de peito cheio, uma camisa social branca e um crachá escrito "Diretor", ele nos olhou e se sentou em uma cadeira, - Então, são vocês os novos alunos? - respondemos juntos - Sim! -, ele puxou alguns papéis e nos deu, era uma folha para preenchermos com nossos dados, endereço, nome essas coisas.
Depois de preencher tudo, ele nos levou a nossas distintas salas, minha sala era grande, com paredes brancas, adornos pretos nas paredes, como listras, mas cada sala tinha sua individualidade, existiam três níveis de ensino, passando esses três você se formava, geralmente você demorava de seis a nove anos, porém existiam alunos que conseguiam passar em até menos de três anos, eu queria tentar ser como esses, passar rápido, seria um grande feito.
Sentei em minha cadeira e olhei os alunos em volta, eram muitos a maioria era composta de Dragonskarianos, eram poucos os Skys ali, retirei um caderno de minha mochila e coloquei sobre a mesa, o professor chegou, - Bom dia alunos!, Parece que temos novas oportunidades aqui, por favor se apresentem -, me levantei da cadeira junto com outros dois, eu era o último a falar, - Bom dia senhor!, Meu nome é Carl, vim desta cidade mesmo, pode me chamar de Cá! -, o professor apontou para o segundo, que estava arrumando a mochila, - Professor, meu nome é Steven, não sou daqui, vim da capital. -, os alunos todos se viraram para ele, o professor interveio, - Aluno, por favor não façam comentários maldosos, mas sem querer ser grosso ou babaca, mas, como você sobreviveu? -, ele olhou para a sala e respondeu, - No momento do ataque eu e minha família não estávamos na cidade, havíamos saído para visitar nossos parentes. -, o professor acenou com a cabeça para que parassem, depois foi minha vez, - Bom, meu nome é Fire Sky, eu vim do orfanato ao sul, estou morando com meus novos pais aqui na cidade... - eu estava meio nervoso, nunca tinha falando já frente de outros assim, me sentei de volta, interessantemente ninguém ligou, o professor começou a dar a aula, era sobre efeitos da luz na matéria, era uma aula avançada já, porém o professor explicava fácil, foi bem simples.
Depois de algumas horas as aulas acabaram, minha mãe tinha me emprestado um celular de manhã para que conseguisse falar comigo, ela mandou eu ir até uma loja no caminho de casa, eu fui andando, eu ia observando a cidade, muitas pessoas diferentes moravam ali, eu via os alunos saindo e conversando, eu estava passando na frente de uma vitrina, aonde tinham algumas roupas, eu ouvi passos correndo de fundo, quando me virei era o tal do Steven, ela chegou em mim ofegante, um Husk um pouco maior que eu, cabelos e pele cinza, e olhos azuis, os calçados estavam meio rasgados, - Fire né?, Bom, cara a gente tem um ponto em comum né, (voltei a andar), eu e você já tivemos tragédias em nossas vidas - olhei para ele com uma cara de "O que!?", ele não parecia ter más intenções, só parecia meio esquisito, olhei para ele de novo tentando não critica-lo, - Bom, de fato temos esse ponto em comum, mas devemos vangloriar assim?, tipo eu acho que não seja uma qualidade para adotarmos assim. - ele continuou me seguindo, - Bom, eu acho interessante, isso aumenta nossas experiencias de vida -. Era interessante ver um criança como eu falar daquele jeito, em minha mente eu tinha algumas noções de como funcionava aquele mundo, como se eu já tivesse vivido nele, e por isso tivesse um raciocínio deste nível, porém, acho que todos aqui tem um nível surpreendente de vocabulário, ou de raciocínio, - Olha, isso realmente é interessante, mas ainda não imagino ser de extrema utilidade, sim, saber como a guerra é chega a ser útil, porém não acho que seja tão bom assim, acho que isso pode até mesmo pesar em minha consciência algum dia.. - ele parou - O quê!?, você sabe como é a guerra, me explique como, e como ela é!, Por favor! - eu assustei com sua repentina peripécia, todavia, decidi dizer a ele - Bom, eu acordei em meio a um campo de batalha em um planeta de fogo, sem memórias, era um lugar sangrento, cheio de corpos no chão, um cheiro forte de podridão pairava pelo ar, havia sangue pintando paredes a toda volta, corpos destroçados pelo chão, minha mente estava a loucura, não é um bom lugar, sorte minha que um soldado me tirou de lá, acho que não teria sobrevivido à aquilo - ele voltou a andar, - Espere, lugar cheio de fogo, outro planeta... ...Hum! você provavelmente estava em DragonSky três!, existem no total nove planetas, os planetas habitáveis são todos entre três e oito, o nono é excessivamente gelado, de jeito que nem mesmo os Skys de gelo aguentem e o primeiro é muito quente, de jeito que nem os Skys de fogo sobrevivam, a DragonSky três foi um palco da guerra, porem o planeta foi destruído, não se sabe a causa mas se sabe que quem ou o que destruiu era muito forte... -, eu olhei para ele, eu queria sair daquela conversa, ele parecia uma pessoa legal, porém o assunto não era bom, e nem mesmo o momento, eu precisava chegar até a loja que minha mãe indicou e rápido, ele continuava falando asneiras, eu ia andando e respondendo-o com as minhas melhores cartas, - Hm, uhum.. - desse jeito ele falava e eu não tinha que dar atenção, cheguei finalmente até a loja que minha mãe havia me dito, o carro dela estava parado na vaga da frente, olhei pela vitrina e vi ela conversando com a vendedora, - Steven, tenho que ir agora, minha mãe me espera lá dentro - ele parou de falar, - Okay, bom vou indo então, tenho que pegar um trem, até amanhã. - Ele acenou e correu para o lado que provavelmente fica a estação.
Entrando na loja, eu via diversas coisas, era uma loja de aparelhos, como celulares, braceletes, tudo o que tivesse tecnologia da informação, minha mãe se virou para mim com uma caixa branca em mãos, alguns detalhes em azul corrente nela, eu peguei - O que é isso? - ela deu um sorrisinho - Abra e veja -, abri a caixa, tinha uma espécie de bracelete, eu o coloquei em meu braço, ele soltou uma espécie de onda de energia em meu corpo, ele se ligou, sua superfície era curvada e lisa, ela ficou com o centro azul bebê, as bordas ficaram brancas, o reflexo da luz a minha volta desapareceu do bracelete, e uma tela com uma espécie de prontuário apareceu, junto com uma espécie de círculo azul de luz na minha palma, começaram a aparecer informações sobre mim no bracelete,
Entrando na loja, eu via diversas coisas, era uma loja de aparelhos, como celulares, braceletes, tudo o que tivesse tecnologia da informação, minha mãe se virou para mim com uma caixa branca em mãos, alguns detalhes em azul corrente nela, eu pegu...
logo o círculo azul sumiu, e o bracelete estava com uma interface completamente diferente, as informações se arrumavam de jeito que parecessem feitas para mim, - Vê senhor, a interface se moldou de acordo com seus gostos, é assim que funciona. - agora tinha entendido, uma tecnologia deslumbrante, minha mãe pagou a atendente e fomos para o carro, chegando em casa, meu pai estava catando pedras do chão e Faye estava ajudando ele, fazendo alguns reparos no telhado, eu entrei, guardei minhas coisas e fui ajudar, até tarde da noite ficamos ali arrumando as coisas.
Finalmente dormimos...