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Garoto Sonhador

Visão de Joseph:

Após um tempo vagando nesse mundo, me vi dentro de uma masmorra com outras pessoas que nunca tinha visto na minha vida, mas decidi entrar para ganhar dinheiro.

Era assim que vivia. Pode até parecer estranho, mas essa era minha vida. Minha mãe sempre dizia que eu era forte, e ela sentia isso. Eu poderia facilmente vencer sozinho em uma masmorra, mas sabia que, levando outras pessoas, elas também sairiam ganhando. Por isso, sempre estava acompanhado.

Mas nesse dia foi diferente. Quando aceitei entrar nessa masmorra, me disseram que seria um grupo pequeno de quatro pessoas (contando comigo). Ao chegar lá, não me surpreendi com a ambientação: era só mais uma masmorra, escura, com pedras afiadas tanto no chão quanto no teto e bem grande.

Fui o primeiro a chegar. Após um tempo, as outras pessoas chegaram, mas faltava uma, e então o grupo resolveu esperar. Eu sempre fui mais na minha, então fiquei sentado em uma pedra, esperando.

Finalmente, a última pessoa da equipe chegou.

"Me desculpem, pessoal. Tive um contratempo. Desculpas por fazê-los esperar".

Era uma garota, acho que da minha idade. Ela usava roupas longas e uma espada. Seu cabelo era curto e preto. Ao vê-la, achei-a extremamente bonita.

Enquanto todos falavam com ela, se perguntando o motivo do atraso, eu apenas observava, tentando desvendá-la.

Quando entramos na masmorra, encontramos monstros simples. Eu e minhas adagas conseguíamos lidar bem com eles. Não gostava muito de socializar, então sempre tentava não chamar a atenção, por isso não usava muito minha afinidade.

Quando chegamos a uma sala cheia de cristais roxos, entendi imediatamente que havia um animal que sofreu mutação. Esses cristais roxos faziam os animais sofrerem mutações, mas valiam muito no mercado. Meu grupo não queria ir embora sem eles, principalmente por causa do alto valor deles. A única que queria ir embora era a garota que chegou atrasada.

Por causa da insistência deles, resolvi ficar. Entretanto, cada segundo ali era horrível. Sem perceber, um cristal caiu sobre a garota e cortou uma parte de sua barriga que se estendia até um pouco antes do peito, além de prendê-la ao chão. Ao me aproximar dela, vi a mesma situação de minha mãe, como se estivesse revivendo algo do passado.

Enquanto a tirava debaixo do cristal, senti algo me cortando por trás. Dei um pulo para trás e vi dois lagartos modificados. As outras pessoas, vendo toda a situação, começaram a correr e ir embora.

Os corpos dos lagartos eram cheios de espinhos, suas línguas afiadas e tinham dois metros de altura. Um deles veio direto na minha direção, mas com a habilidade do tempo, desacelerei tudo, peguei minha adaga e enfiei na cabeça dele. Fui no outro e matei da mesma forma.

"O tempo volta a rolar."

No momento que disse isso, o tempo voltou ao normal e os corpos já estavam no chão. Fui em direção à menina e vi o grande ferimento que ela tinha. Usei novamente o tempo para acelerar sua regeneração. Ao fazer isso, a garota acordou.

"Você... Você me salvou."

Ela falou enquanto olhava ao redor, se lembrando do que havia acontecido.

"Muito obrigado, eu não tenho como agradecer."

Ela se levantou e olhou para os cristais roxos, começando a chorar imediatamente. É mãe... Fiz o certo em ficar, provavelmente todos teriam morrido se eu não estivesse aqui. Minha mãe sempre dizia que eu era forte, essa habilidade é só a comprovação do que ela dizia. A garota se levantou e recuperou a postura. Olhando para ela, ouvi-a começar a dizer que não entendia como o mundo podia ser tão cruel e que queria ser uma guarda real para acabar com essa crueldade. Ela comentou que seus pais morreram por causa da guerra, tudo por culpa do cristal roxo.

O cristal roxo foi criado por nós humanos com o intuito de ser uma arma contra outros humanos. E foi por causa desse cristal que a guerra começou, e por isso minha mãe morreu.

Foi nesse dia que conheci Karina. Após esse dia, ficamos extremamente próximos, principalmente por termos determinações parecidas. Cinco anos depois, começamos a namorar e realizávamos a maioria das missões juntos.

Com o tempo, ganhamos respeito de muitas pessoas, e acho que foi isso que causou nosso fim. Enquanto estávamos na casa dela, um companheiro chegou desesperado, batendo na porta. Quando abri, ele disse que Lev Lutherfold estava na floresta para pegar algumas ervas. Ao ouvir isso, eu e Karina fomos direto para a floresta. Lev Lutherfold foi o responsável pela ideia do cristal roxo e sua utilização na guerra. Ele também era um revolucionário e um dos inimigos do reino.

A floresta era extremamente densa, então resolvemos nos dividir para facilitar a busca. Para nos encontrar, usaríamos nossos ímãs, que usávamos no pulso. Cada vez que nos aproximávamos, os ímãs se levantavam e apontavam um para o outro.

Após procurar por um tempo, encontrei um dos capangas dele. Ele era alto, bem musculoso e usava uma máscara completamente vermelha. Ao me ver, veio em minha direção dando um soco, mas consegui desviar facilmente. Tentei atacá-lo, mas sua pele era muito resistente. Percebendo que socos não adiantariam, peguei minhas adagas. Aproveitando que ele golpeava o ar, parei o tempo e cortei seu peito, fazendo um X. O tempo voltou, e ele suspirou, começando a dizer:

"Se eu fosse você, iria atrás da garota. Ela talvez esteja morta."

Percebi que estava lutando há cerca de 15 minutos. Deixei-o no chão e comecei a correr em direção ao ímã. Durante o percurso, não parava de pensar em como ele sabia sobre Karina. Só se alguém tivesse falado. Veio à mente a pessoa que nos chamou até ali. Fui traído.

Ao chegar no local, vi o corpo dela estirado no chão, sem vida. O sangue estava espalhado por todo o chão verde da floresta. Mais uma vez, cheguei tarde demais. Perdi quem tanto amava novamente.

À sua frente, estava Lev. Soltei as adagas que carregava. Quando me viu, usou sua afinidade de magma para me prender no solo e me queimar. Que ataque patético. Passei por ele como se não fosse nada. Fiquei de frente para ele e comecei a socar sua cara até não aguentar mais. Enquanto fazia isso, ele começou a dizer:

"Não me mate... Eu tenho família... Eles estão ali atrás da árvore."

Quando olhei para a árvore, vi sua esposa e seu filho. Ele deu um passo à frente.

"Papai? Você tá bem? Não me deixa, por favor."

Quando olhei para baixo, vi minhas mãos cheias de sangue. A grama rodeada da cor vermelha, tinha a mesma cor de minhas mãos. Não aguentava mais isso. Esse é um ciclo sem fim. Se eu o matasse, esse garoto... Não era isso que minha mãe queria. Estou enfrentando tudo com mais ódio. Há outras formas de resolver isso... Era isso que as duas queriam.

No outro dia, foi noticiada sua captura. Para que todos os seus aliados não começassem outra guerra e não tirassem vidas inocentes, decidi dizer a todos abertamente. Em uma conferência entre os reinos, invadi, pois com a afinidade do tempo é extremamente fácil fazer isso. No meio dos maiores guardas reais, eu disse:

"Vocês não devem saber, pois não foi noticiado. Entretanto, eu capturei Lev Lutherfold. Se duvidam disso, perguntem a um de seus capangas que ficou vivo. Perguntem a sua família. Se quiserem matar alguém, me matem. Não tenho mais nada a perder."

Após dizer isso, fui retirado do local. Lembro perfeitamente da reação de cada um deles. Alguns assustados, outros sorridentes, mas nenhum triste com o que eu disse. Após alguns dias, já estava desesperançoso, esperando a morte bater à porta.

Quando soube que, graças à captura, a guerra acabou e muitos reinos envolvidos saíram, muitos começaram a me respeitar por ter resolvido a situação. Principalmente porque a guerra já estava pior para o lado dele, e foi noticiado que ele tinha fugido para aquele lugar. No dia seguinte, recebi a notícia de que fui escolhido para ser um dos Guardas Reais do reino.

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WendellzDcreators' thoughts