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Convite Inesperado

No mesmo instante, saco a minha katana, e ele acaba acertando-a, transformando a situação em uma disputa de espadas.

"Olha, cara, a gente não fez nada do que você está pensando. Ele é só um conhecido nosso, e acreditamos que seu corpo não merecia ficar apodrecendo aqui."

Digo a ele, enquanto ele me olha ferozmente, ainda tentando vencer a disputa.

"Meu irmão! Que modos rudes você tem! Não percebe que, se eles realmente tivessem matado esse homem, suas roupas estariam sujas de sangue? E o chão também deveria ter sangue!"

O outro irmão, que estava atrás, vendo tudo, parecia irritado com o comportamento do irmão. Ao falar isso, o irmão que estava duelando comigo recua e, ao analisar a situação, percebe que minha história é verdadeira.

"Mil desculpas, caros jovens!"

Ele recua, se deita e põe a cabeça no chão. Começa a fazer condolências, pedir perdão e até derrama lágrimas.

"Por favor, peço desculpas pelo mal-entendido!"

O outro irmão, vendo tudo isso, vem até ele e dá um soco em sua cabeça.

"Pare de chorar, seu idiota. Acho que eles já entenderam."

O irmão que estava no chão se levanta, põe a mão na cabeça e começa a reclamar de dor.

"Isso doeu, Larry!"

O outro irmão olha com desprezo.

"As vezes eu me pergunto mesmo se você é meu irmão, Lawrie."

Ele diz enquanto põe a mão na cara. Pelo visto, o nome do irmão que estava no chão pedindo perdão é Lawrie, e o irmão que deu o soco na cabeça dele é Larry.

"Enfim, vocês conhecem esse homem?"

Larry vem até mim, perguntando.

"Sim, a gente conhece. Ele era muito próximo de mim."

Enquanto ele estava olhando para mim, esqueceu de Éder, que estava atrás de mim, vendo o corpo de Hugo. Ele desvia de mim e olha para o corpo de Hugo, onde Éder estava sentado um pouco ao lado.

"Peço desculpas, garotos. Mas o corpo desse homem é importante para uma pesquisa que o reino está fazendo. Não posso deixar que levem."

Éder se levanta e o encara.

"Eu não tenho nada contra você. Porém, não vou te entregar ele."

Ele diz enquanto o encara, e o garoto dá apenas um sorriso. Eu conseguia sentir a tensão entre os dois.

"Nesse caso, vocês podem nos acompanhar até o reino de Ecrom? Esse homem trabalhou como Guarda Real e tinha uma afinidade muito forte. Como vocês o conhecem, seria de grande interesse para nós."

A proposta dele era bem tentadora, mas, no momento em que abri a boca para respondê-la, olhei para Éder e o vi me encarando, como se dissesse: "Eu cuido disso."

"Sinceramente, não tenho interesse nisso. Eu só quero enterrá-lo. É só isso."

O garoto dá uma risada ao escutar e continua.

"Meu caro, só iremos inspecionar o corpo dele, pois há algo do nosso interesse. Depois, iremos te entregar, e você poderá fazer o que quiser com ele. Em Ecrom, vocês podem participar de torneios, se destacar e até serem chamados para casas reais."

Éder dá um suspiro.

"Vou conversar com meu amigo e decidiremos."

Larry se afasta, passa por mim e vai até seu irmão. Éder faz um sinal para eu ir até ele, e vou no mesmo momento.

"Você deve ter escutado. O que você acha?"

Ele me pergunta.

"Cara, é uma oferta bem interessante. Afinal, convenhamos, depois de enterrar o corpo dele, a gente não saberia o que fazer."

Ele dá alguns passos para trás e põe a mão no queixo.

"Mas a decisão é sua. Hugo tem mais importância para você do que para mim. Você o conhece há mais tempo."

Digo a ele, enquanto ele pensa no assunto.

"Certo. Acho que tenho minha resposta."

"Eu vou aceitar, mas é melhor não dizermos nossos nomes verdadeiros, nem nossa história. Não podemos confiar muito nesses caras. Vamos só dizer que ele era um conhecido nosso, que tínhamos saído da cidade para caçar e, quando voltamos, estava desse jeito."

Ele diz com sinceridade.

"Ei, você. Larry, né?"

Larry, que estava conversando com seu irmão, Lawrie, vem até nós.

"Sim. Já tem uma resposta?"

Ele suspira um pouco e diz:

"Vou aceitar sua oferta."

Ele dá um sorriso e responde:

"Que bom que aceitou. Estávamos só de passagem e íamos embora. Há outras pessoas de Ecrom nesse reino. Vou avisar a eles que encontramos o corpo de Hugo. Poderiam seguir Lawrie? Ele os levará até a carruagem."

Ele começa a sair de nossa frente e parte em direção ao reino. Enquanto isso, Lawrie aparece na nossa frente.

"Bem, poderiam me seguir, rapazes?"

Ele diz enquanto dá um sorriso.

"Claro."

Respondo enquanto começo a segui-lo. Ao olhar para trás, vejo Éder ainda observando o corpo de Hugo e, ao perceber que estava para trás, se levanta e nos acompanha.

"Estou indo também."

Ele vem até mim e me entrega o bracelete de imã que Hugo utilizava.

"É melhor não deixarmos que eles o tenham."

Ele sussurra para mim, enquanto o entrega na minha mão esquerda. Aproveitando o momento, pego meu bracelete e o de Hugo e os coloco no bolso da calça.

"Como vocês chegaram aqui, rapazes?"

Lawrie pergunta, enquanto nos leva à carruagem, que fica do outro lado da cidade. Ele preferiu dar a volta, para provavelmente não mostrar a quantidade exorbitante de sangue e corpos no chão. Ele andava na frente, e eu e Éder íamos atrás dele.

"A gente morava aqui perto."

Digo a ele, tentando mentir sobre a verdadeira história. Não confiamos cem por cento neles, mesmo sendo de Ecrom, cidade onde Joseph e Hugo foram Guardas Reais. Não sabemos como está a situação após o roubo da Vida Primordial.

"Moravam perto da floresta? Qual o nome de vocês?"

Nesse momento, eu gaguejo um pouco, não tinha pensado em nada como nome. Então, digo a primeira coisa que vem à cabeça.

"Dante. Meu nome é Dante."

Ele dá uma risada enquanto caminhamos.

"É uma forma de prestigiar nosso Deus? Que nome mais belo, rapaz."

Ele diz enquanto põe as mãos sobre a cabeça.

"E você?"

Ele diz enquanto se vira e aponta para Éder.

"Meu nome? É... Joui Kenfold."

Lawrie dá uma risada e continua.

"É a primeira vez que vejo um nome e um sobrenome tão diferentes. Seus pais foram criativos!"

Logo após dizer isso, chegamos à carruagem.

Ela era robusta, com rodas grandes e pesadas, reforçadas com aros de ferro. No interior, possuía bancos aconchegantes, forrados com um belo tecido, oferecendo conforto para nós. As cores vermelhas e roxas eram o destaque do interior, e acima dos bancos, havia janelas retangulares, que permitiam ver o lado de fora. Além disso, havia um homem do lado de fora, conduzindo os cavalos. Logo após sentarmos na carruagem, conseguimos ver Larry vindo, gritando:

"Parem a carruagem! Esperem por mim!"

Lawrie, vendo isso, manda o cocheiro parar. Larry logo chega em frente à porta, cansado e um pouco suado pela corrida. Ele entra na carruagem e fecha a porta.

"Podemos ir."

Ele diz ao homem, que dá partida.

"Bem, cavaleiros, em no máximo duas horas chegaremos ao nosso reino!"

Diz Lawrie.

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