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Cobra do Leste

A cobra logo ao bater seus olhos com o nosso, dá um bote em minha direção, Éder saí da frente no mesmo momento.

"Toma cuidado, Lucas!".

Ele grita ao desviar. Não sei como, porém consigo desviar do seu golpe, e no momento que desvio, ela crava seus dentes na parede.

Como um chicote, ela se balança, indo pra todo lado, tirando seus dentes que estavam fincados na parede.

"Lucas, acho que tenho uma ideia de como derrotar ela. Temos que esperar ela prender seus dentes novamente".

Ele diz, enquanto vai para longe.

"Vou tentar chamar sua atenção. Como você usa magia de fogo, acho melhor você preparar um ataque, enquanto ela está presa".

Consigo ver Éder, concordando comigo balançando sua cabeça pra cima e pra baixo.

Mas no momento de distração, vejo a cobra dando outra investida em mim. Ela é extremamente veloz, suas cores roxa e preta, fazem a mesma parecer um trem em alta velocidade.

Novamente, o tempo fica lento, mas mesmo lento, consigo perceber que ela é rápida, mesmo com tudo devagar.

"Toma essa, sua cobra de merda!".

Sem perder tempo, desvio de sua investida, e com meu punho direito, entrego-lhe um soco, na parte lateral do seu corpo.

"Isso foi incrível, Lucas! Você tem ótimos reflexos, espera mais um pouco. É difícil iluminar todo o ambiente, enquanto preparo o ataque".

"Fica tranquilo, se continuar desse jeito, ela morre na porrada comigo".

A cobra logo após, receber o soco, volta e fica na parede, onde grita de dor.

"GHHHYYYUYYYY!".

Ao olhar meu punho, vejo que o símbolo de Dante, está mais vivo. Eu sinto ele pulsando no meu pulso, isso é incrível.

A cobra, fixa seu olhar em mim, e vem direto, dando um grito ensurdecedor.

Por causa do barulho, me desequilíbrio, e ela aproveita para me acertar.

"Lucas!".

Escuto mesmo com dificuldade, Éder gritando, e quando eu vejo novamente, vejo ele bem do meu lado.

Ele correu e me empurrou para longe, para não ser atingido.

"Você não deveria ter feito isso".

Vejo Éder, com sua seu braço esquerdo sendo mordido e atravessado pelas pressas da Cobra.

"Eu te devo isso, sabe? Você me salvou, você teve a opção de me encontrar e seguir em frente, porém quis me salvar. Estamos quites, Lucas".

A cobra arranca o seu braço, e ele cai no chão. No momento que ele cai ao chão, a sua magia de fogo que iluminava o lugar, desparece.

Está tudo escuro, eu não faço a menor ideia de onde está ela.

Será que ela está perto de mim? Será que ela se afastou? Será que ela tá terminando de devorar Éder? Eu não sei, eu não faço ideia.

"Lucas, ela... Foi para o outro lado... Eu consegui ver".

Com suas últimas forças, ele me fala sua localização. Porém, o que eu faço?

Até ontem eu trabalhava em uma vila, onde eu era ninguém, era só mais qualquer um. E olha só? Estou de frente para a porra de um animal de 5 metros de altura. Sendo que estou na completa desvantagem.

Será que eu deveria só aceitar o "inevitável"? Não, que porra eu tô pensando. Éder perdeu o seu braço para me proteger, não posso só aceitar.

Eu respiro fundo, eu tenho que achar uma solução. Preciso sentir o momento certo que ela tá vindo, tenho que usar a minha audição, mas... Sinto uma gota de sangue cair no meu ombro, a porra do grito da cobra, danificou a minha audição. Eu tenho que dar um jeito de superar isso.

Enquanto tento prestar atenção, e tentar usar o máximo da minha audição. Sinto algoz vindo pela esquerda, no momento que olho, vejo uma boca enorme, vindo na minha direção.

Entretanto, eu consegui ver seu golpe. Consigo desviar do seu golpe, e vou até a lateral do seu corpo.

"Toma essa, meu plano é bater em você, até não aguenta mais".

Começo a desferir vários golpes em seu corpo, a cobra grita novamente de dor.

'GHHHHHYYYYY!".

Começa a se contorcer, mas para eu não ser jogado para longe, prendo minhas mãos em seu corpo, e a mesma começa a se jogar nas paredes, para eu sair.

Eu não vou sair. Começo a usar minha mão esquerda para me segurar, e a direita para continuar batendo.

Ao olhar para minha mão, vejo uma quantidade exorbitante de sangue roxo nas minhas mãos, consigo algo saindo de seu corpo, e atingido a minha calça. Ela tá morrendo.

"Você vai pagar pelo o que fez!".

A cobra aumenta sua velocidade, se jogando contra as paredes, cada vez mais forte. Enquanto ela fazia isso, eu já não conseguia mais distinguir se era o seu sangue que estava nas minhas roupas ou se era o meu sangue.

Já estava óbvio, eu não aguento mais, após ela se jogar com tudo sobre a parede, vejo o teto desabando, e junto dele, eu caía da cobra e ficava ao chão.

Eu já não consigo mais distinguir a realidade de fantasia. Pela primeira vez em minha vidaz eu entreguei o meu 100% em algo. Eu poderia, usar a minha afinidade de tempo, e tentar me recuperar, mas não consigo mais me mexer. Estou completamente quebrado.

"Obrigado... Por terem me dado mais uma chance, de mostrar que eu posso sim, ser alguém importante!".

Quando olho para cima, vejo a cobra me rodeando.

"Boa refeição, Cobra do Leste".

Apenas fecho os meus olhos.

Espero e espero, mas não acontece nada.

"Não acha que está muito cedo para morrer, senhor Lucas?".

Ao abrir meus olhos vejo Hugo, e percebo que consigo ele trás uma tocha que volta a iluminar o lugar, e quando tento ver ao redor, vejo a cobra no chão sem se mexer.

Tento ver Éder, mas não consigo, meu pescoço dói muito, para eu ficar virando ele para os lados.

"Não se preocupe, descanse um pouco... Tudo deu certo... Graças a vocês".

A merda da minha audição tá piorando, mesmo ele tão perto de mim, parece que ele está a anos luz de mim.

"Cadê Éder?".

"Não se preocupe, ele está bem... Você o salvou".

Após escutar isso, dou um sorriso satisfeito com o que acabou de escutar. Eu salvei alguém, eu não sou um monstro. A justiça me favoreceu, vocês conseguem ver? Essa sensação é muito boa, ter finalmente um mérito seu, sendo reconhecido.

Eu não quero parar de sentir isso.

"Sabe... Hugo, eu passei por muita... Coisa, até chegar até aqui... Porém... Essa com certeza... Foi a melhor... Delas".

Eu não estou mentindo quando digo isso. Olha só, desde criança eu era taxado como esquisito, estranho, feio. Por simplesmente existir, eu não fiz nada de ruim com eles, só me colocaram no fundo do poço, e eu aceitei cruelmente.

"Fico feliz... Ainda está consciente? Quero falar com você...".

Enquanto Hugo falava, minha audição já não funciona mais, cada barulhinho já me fazia sentir dores. Eu conseguia ver ele falando, mas não escutava nada. Sem perceber, uma vontade anormal de dormir simplesmente veio até mim. Vendo minha situação atual... Eu tô todo acabado, dormir é a melhor forma de esquecer os meus problemas, e só me preocupar depois. Então, eu aceito essa vontade.

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WendellzDcreators' thoughts