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— Informações —

A madrugada estava chegando ao fim, logo o sol surgiria para iluminar o novo dia. Horas atrás Saori, revelou algo que mudaria tudo nessa missão.

Mena aos poucos acordava, com um breve bocejo, ela levantou-se. Olhando perdida seu redor. Quando ela viu Koshiro e Saori assentados próximos.

–Hum, hum! O que fazem aí em!... Vocês dois ficaram acordados juntos a noite toda, foi?!

Com seu deboche logo cedo, Mena os provocou, fazendo a garota Saori fica vermelha de envergonhada. Koshiro fechou a cara, e estendeu sua mão direita em direção de Mena.

—Bone Grip—

–Espera, espera... estou brincando Koshiro!

Mena imediatamente implorou, pra que ele não efetuasse o ataque.

–Acorde o Tokaru, precisamos ir, vocês dormiram o suficiente né... já que nem fizeram a troca de turno na vigilância!

Ele respondeu de forma seca, enquanto levantava, ainda com o seu olhar rude penetrante sobre Mena. O que fez a garota sentir-se um peso pra ele.

–Vocês dois, são apenas preguiçosos... deviam levar mais a sério a vida que tem, não são mais crianças!

Koshiro finalizou, cutucando a ferida aberta, que ele mesmo criou em Mena com suas duras palavras.

–Ah!... N-não somos mais crianças!.... você é tão chat—

Koshiro olhou para trás com seu olhar furioso, fazendo Mena imediatamente parar o que estava falando, e dar um tapa sobre o rosto de Tokaru repentinamente.

–Ei, que merda é essa, porque estão me batendo?!...Mena?! Você tá parecendo aquele tirano do patético Koshir—

Uma mão esquelética surgiu sobre o chão, causando uma confusão com Tokaru e Mena.—

Depois de arrumarem o local onde passaram a noite, Koshiro os reuniu para uma conversa sobre a situação da missão.

–Pessoal... vamos precisar mudar um pouco nossos planos sobre a missão!

◆◆◆

Durante a noite anterior. Saori voltava da floresta, depois de se retirar pra trocar de roupa e se lavar.

Ela caminhava voltando ao local onde estavam acampando em grupo. Seu rosto estava envergonhado, quando ela notou Koshiro assentado pensativo, esperando por ela. Koshiro levantou-se, depois que percebeu a garota se aproximando.

–Você já está melhor, Saori?!

Ele perguntou calmo, aquietando os sentimentos da garota.

–S-sim, estou melhor agora!

–Hm! Então você é uma nobre de Iteza. A própria filha da família mais importante!

Saori baixou a cabeça, sentindo-se culpada por mentir.

–Não precisa se culpar por mentir. Você tinha seus motivos, não estou certo?!

Koshiro respondeu colocando a mão sobre o ombro esquerdo da garota, que imediatamente olhou para ele aliviada e surpresa.

–M-mas você não é rígido com regras?! Porque está sendo tão compreensível comigo?!

–De fato, sou sim. Mas, esses dois de alguma forma, estão me influenciando mal!

–Ah! C-como assim?!

–As missões são o mais importante para um aventureiro, por isso não podemos desprezar ou violar as regras impostas sobre o código real!

Os olhos de Koshiro parecia sérios demais, quando falava sobre missões e seus deveres.

–Então—

Saori tentou falar mas, foi interrompida por Koshiro que continuou o raciocínio de suas falas.

–Então, o certo deveria ser relatar tanto a nossa companhia quanto os de Iteza, sobre essas novas informações... mas, a nossa missão já está muito avançada, e como nosso dever, vamos te proteger até que esteja pronta e segura de suas decisões!

Koshiro falava olhando seguramente para Saori, a medida que Koshiro falava aquelas palavras o coração da garota se sentia protegido e calorosamente confortável naquela presença do garoto de sobretudo.

–Até porque Saori, nossa missão é te levar segura pra casa, então mesmo que sua casa a rejeite, vamos te proteger, e fazer nosso melhor por você, certo?!

Ele colocou a mão sobre a cabeça da garota, e com um simples afago sobre os cabelos de Saori, os olhos delas encheram-se de lágrimas, como se o alívio fosse representado por gotas que escapavam de seus olhos.

–S-sim!

Ela respondeu, com voz de choro, enquanto falhava em segurar as suas lágrimas de suas mais sinceras emoções.

–Agora descanse, já está quase na hora de partimos!

◆◆◆

Caminhando, eles seguiram adiante na rota planejada. O caminho seguia por uma estrada de terra, que seguia diretamente para a cidade de Iteza, mas antes, precisaria passar por uma vila rural, com algumas fazendas pertencentes ao território Iteza.

A vista local era como se tudo trouxesse nostalgia, campos verdes, cercados de madeira demarcando as fazendas locais, moinhos e pessoas que passavam a cavalo e carroça pela estrada. Esse era o clima daquela região sem território.

–Ei, Koshiro o que você quis dizer com 'mudar um pouco' os planos da missão?!

Tokaru logo a frente questionou. Quando olhou para trás, olhando o Koshiro caminhar.

–Nada de mais, apenas o óbvio da situação atual, que nos encontramos!

–Eh! Não entendi o que você quis dizer idiota, fala o nosso idioma!

O garoto de armadura respondeu irônico, não percebendo o olhar de irritado de Koshiro.

–Aff! Você nunca entende nada. A nossa missão é escoltar Saori, até sua cidade! Mas, e se quem a feriu, também estiver na cidade?!

Koshiro falava, quando parou para explicar melhor a situação deles.

–Precisamos agir de maneira não tão clara e óbvia assim, de deixá-la sobre a cidade, no pretexto de apenas concluirmos a nossa missão, certo!

Ele terminava de falar seu raciocínio, e os detalhes que queria passar. Enquanto todos o escutava, Tokaru ainda parecia não entender, ou simplesmente não aceitava a explicação de Koshiro.

—Eu falei o máximo de informação que poderia passar a eles! Eu não preciso esconder sobre quem é a Saori, mas, seria difícil elaborarmos um plano melhor, sem contata nossa companhia sobre os fatos de Saori e quem ela é!

Ele pensou, quando percebeu Mena o observando. Ele tentou disfarçar, olhando pra outro lado, mas, Mena aproximou-se dele.

–Você, parece durão! Mas, se continuar tão óbvio assim, vou achar você um coração mole, sabia!

Ela cochicho próximo a ele, de uma maneira que apenas os dois escutasse o assunto. Quando Mena se afastou, sorrindo. O que fez Koshiro sentir-se confuso e com suas bochechas formigando a medida que elas ficaram vermelhas.

–Ei, do que vocês dois tanto conversam aí?!

Tokaru logo interrompeu aquela situação. Fazendo Koshiro voltar ao seu eu de sempre.

–Vamos, voltar ao assunto! A medida que caminharmos vamos elaborar um plano de como entrarmos na cidade, sem muitas suspeitas e procurar a família da Saori. Só então... vamos até a companhia de Aventureiros de Iteza, entendidos?!

Disse Tokaru com uma voz séria, mudando o clima daquela conversa. Koshiro logo retomou seus passos, seguindo em frente com todos acompanhando em sua direção.

Eles caminharam por alguns momentos. O entardecer alaranjado chegava tímido, sobre aquela região, trazendo ventos de uma brisa leve das planícies. O ar tranquilo e aconchegante do interior, trazia aquela sensação boa das viagens de aventuras mágicas citadas nos livros antigos, de tempos antes da sociedade humana ser estabelecida.

–Dizem que o território Iteza, foi protegido por um espírito em forma de bode, durante a Era Tabula, por isso, a família Iteza proibiu o consumo de carne de caprinos ou ovinos!

Koshiro falou de repente, a medida que caminhava, olhando a paisagem a sua volta.

–Anh! O que isso significa Koshiro?! Acha que estamos na aula sobre a história.

–Como se você Tokaru, tivesse prestado alguma atenção nas aulas de história!

Mena começou a rir, depois que respondeu a fala de Tokaru. Saori riu baixinho, daquela resposta de Mena, para que Tokaru não a percebesse. Logo ela deu continuidade sobre esse assunto.

–... O Tekoha – Espírito Bode – fez mais do que proteger, ele abençoou as terras do território Iteza, trazendo períodos férteis para plantio. Nos acreditamos que este espírito, foi enviado pelo próprio deus Capricornus!

Saori acrescentou a conversa, falando um pouco animada. Todos pareciam surpreendidos com Saori, e sua forma de falar sobre o que acredita.

–Ei! Eu ainda não entendi porque entramos nesse assunto... o que é Tekoha?! E porque estamos falando dos deuses?!

Tokaru parecia completamente perdido do assunto. Todos apenas fizeram cara de insatisfação sobre ele.

–Cara, você devia voltar a estudar!

Mena falou colocando sua mão direita sobre o ombro de Tokaru, a medida que fazia uma cara de pena em relação a ele.

Koshiro que caminhava a frente, parou por um momento.

–Este é o motivo do porque eu citei essa história!...

Ele falou apontando para o alto de uma colina, onde um estandarte, com o símbolo de um bode branco sobre o tecido verde escuro estava. Abaixo do bode, letras formavam a palavra, Família Grã-Iteza. O estandarte balançava a medida que o vento soprava. Tokaru, Mena e Saori continuaram caminhando, até chegar no ponto alto daquela colina do estandarte.

No ponto mais alto, eles puderam ver, a bela paisagem da cidade Iteza sobre o vale esverdeado, a cidade cercada por casas e prédios, e a medidas que se afastava da cidade, terras agrícolas com seus casarões nas fazendas, eram possíveis de se enxergar.

Novamente, uma bela paisagem pode ser vista por eles. De maneira que seus olhos brilhavam ao vê-la.

–Estamos chegando! Mas, antes precisamos de um lugar pra descansar––

Koshiro falava, quando foi interrompido por uma explosão forte. De maneira que uma rajada de ar ecoou da explosão, levantando uma poeira de terra.

Apesar da visão precária, Koshiro ainda pode enxergar seus companheiros, além de uma silhueta anormal de um enorme javali marrom, com as quatro presas a mostra.

–Aquilo é... um Javali-Gardom?!

No momento em que Tokaru falava, um homem com uma armadura azul-metálico, e um machado com a lâmina de mesma cor, efetuou um ataque perfurante vindo de seu grande salto. O ataque pegou em uma das grandes presas, fazendo o javali cambalear.

O grande javali retomou sua postura, e momentos seguintes em que encarava aquele homem de armadura, a sua presa que foi atingida pelo Machado, cai ao chão.

–Parece que temos uma companhia, que está caçando!

Koshiro falou, sem poder enxergar quem era aquele homem.

Aquele javali parecia ter se irritado, ao notar sua presa caída. Ele era realmente grande, com sua cor marrom como a terra, e sua crina preta. A medida que a poeira da explosão anterior se dissipava, todos podiam ver aquela cena.

O homem que era careca, com uma barba preta, segurava firme aquele machado. A luz do Sol fazia sua armadura brilhar em certos ângulos, por causa do reflexo. Mas, o mais impressionante, para quem o observava era a sua tatuagem de um dragão em sua cabeça careca.

–Parece que vamos poder assistir uma bela luta aqui!

Koshiro falou empolgado, com a cena que estava vendo.

–Ei, você não vai ajudá-lo Koshiro?!

Tokaru perguntou, um pouco incrédulo com a atitude dele. Mas, Koshiro apenas o ignorou, e se manteve parado observando aquela cena.

O javali correu em direção aquele homem de armadura, completamente descontrolado, por desejo de matar.

—Battle Perception—

Após recitar a habilidade básica dos guerreiros, o corpo daquele homem brilhou levemente na cor branca, como um efeito em usar a habilidade. O javali tentou acertá-lo com suas presas mas sem sucesso. Quando percebeu o ataque do javali, o cara de armadura apenas desviou com um salto para trás.

Ele segurou seu machado firme com ambas as mãos e acertou um ataque vertical em sua perna dianteira, aproveitando do momento em que o grande javali, tentava retomar seu ataque.

–Oh, habilidades de um guerreiro?!

Koshiro disse percebendo a habilidade que foi usada antes do contra-ataque.

O javali cambaleou para o lado esquerdo, onde estava ferido. Com uma grande bufada, o javali se recompôs para batalha.

Com duas batidas fortes com seus cascos sobre o chão, aquele javali ativou uma habilidade, que foi percebida rapidamente quando seus olhos emitiram um leve miasma vermelho.

–Ele vai usar a habilidade Earth Pressure, seja cauteloso e se afaste!

Koshiro falou para Tokaru, em tom sério. De forma que Tokaru entendesse que não era a batalha deles.

–Mas, ele está em desvantagem—

Ele foi interrompido, quando a terra tremeu e estacas surgiram do solo, em tentativas de acerta aquele homem de armadura.

O ataque era em grande escala, estava fora do controle da criatura. De maneira que as estacas iam em todas as direções.

–Merda! Todos se afastem... agora!

Koshiro gritou, para que Mena e Saori que estavam um pouco afastadas escutasse bem o aviso.

Tokaru olhava em alerta, em meio aquela cena de estacas surgindo do solo. Seus olhos buscavam ver como estava o homem de armadura.

–N-não acredito...!

Seus olhos, o encontrou. Ele segurava seu machado com tanta convicção de sua habilidade, que seus olhos e feição demonstrava sua força.

A medida que estacas, e mais estacas de terra surgiam, ele as destruía, com cortes fortes e rápidos com seu machado. Ele não permitia, uma o acertasse. Suas habilidades de guerreiro eram marcadas por força e experiência.

—Equip Item, Capa Caveira Lazúli —

Após recitar essas palavras, ele ergueu a mão ao céu, e uma capa grande e azul, com um detalhe no centro de uma estampa de caveira, tendo seu crânio atravessado por uma espada.

–Como imaginei, ele pertence a uma guilda! E vendo por essa capa, já posso imaginar qual guilda será.

Koshiro pensava, ao olhar aquele homem invocar uma capa, durante a batalha.

–Guilda Caveira Azul!

Saori falou, o que estava se passando na mente de Koshiro. Ele ficou até surpreso que olhou de canto para a garota.

–Sim! Ele deve pertencer a Guilda da Caveira.

Koshiro falou, voltando a olhar a cena daquela batalha, onde aquele homem continuou destruído cada estaca que surgia, com mestria no uso do seu machado.

Quando então uma estaca de terra veio na sua direção, ele desviou com um salto para o alto, e aproveitando a oportunidade, aproveitou do momento e impulsionou uma arrancada em direção ao javali. Ele deferiu golpes e mais golpes com seu machado, mas o javali defendeu como pode, utilizando de suas presas, como escudo.

Ambos estavam exaustos, o javali já não tinha mais as suas honradas presas. E aquele homem, com sua majestosa capa balançando ao vendo e sua exuberante armadura azulada, estava ajoelhado, apoiando-se em seu machado, enquanto em seu rosto o sangramento escorria, de uma ferida aberta durante o últimos ataques.

Koshiro que observava de braços cruzados. Olhou para o céu e fechou os olhos. Enquanto abria sorrateiramente um sorriso de canto.

–Parece que acabou!

–Ah! O que você falou Koshiro?!

Tokaru falou, olhando todo confuso para Koshiro, que por algum motivo parecia satisfeito com um sorriso de canto que ele sempre usa quando está animado com algo.

— Skull Breake—

Recitando uma habilidade, aquele homem levantou-se. E um segundo machado azulado, caiu em rotação, no meio da cabeça do javali, de modo que o impacto destruiu o seu crânio, e rachando parte do solo a sua volta. Sangue foi jorrando da ferida aberta em sua cabeça, formando uma poça ao seu redor.

–E-este é Jirame Tsugito, o sobrevivente do dragão!

Saori falou, enquanto todos tinha seus olhos voltados para ele. Que apenas caminhava até o corpo do javali. Ele estendeu sua mão esquerda e o machado imediatamente voltou pra ela, em que ele eventualmente segurou firme, tendo agora dois machados em mãos.

–E-ele é um guerreiro que usa dois machados! Isso é muito badass, será que eu também conseguiria empunhar duas armas em batalha?!

Tokaru parecia uma criança, encontrando um herói famoso que admira, como um grande fã.

–O que você acha Mena, ficaria legal em mim!...

Ele simplesmente foi parando de falar, a medida que percebeu que Mena nem estava mais por perto. Ele olho de um lado pro outro e não a notou por perto.

–Pessoal a Mena sumiu!?

Tokaru parecia completamente preocupado. Quando olhou pra Koshiro, que parecia irritado com o drama do garoto.

–Nem parece que você a conhece, seu idiota!

Koshiro falou de forma banal, apontando para a direção de onde o javali estava caído.

O garoto, tentou enxergar de longe. Quando os seus olhos perceberam aquela cena. Onde Mena, cutucava a barriga do javali, com uma cara de esfomeada maluca, não se importando com a presença imponente do homem que empunhava dois machados.

–Hum! Hum! Toucinho de Barriga, Pernil e Costela de Javali, talvez sejamos abençoados demais, pelo deus da gula!

Mena dizia palavras como se estivesse apaixonada pelo javali morto. Os seus olhos chegavam a brilhar.

–Essa garota é um desastre ambulante!

O garoto Tokaru disse, a medida que seu rosto transparecia uma cara de idiota, por se preocupar atoa. Enquanto Saori ria em silêncio ao fundo, depois das cenas de ambos nessa comédia em grupo.

–Vamos indo!

Koshiro falou, retomando seus passos em direção a Mena e a Jirame Tsugito, que os observa aproximando-se dele.