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— Uma Casa na Fazenda —

Jirame estava parado, quando fez um movimento com o machado em mãos, fazendo o sangue da lâmina esparramar sobre o chão. Seu olhar sério e adulto, fazia Koshiro e seus companheiros se sentirem desconfortáveis, como se o estivesse atrapalhando.

–Quem são vocês?! E o que fazem por aqui?!... Estão me atrapalhando!

–Somos um esquadrão em missão!

Tokaru que sentia-se o líder do grupo, prontamente respondeu. Enquanto Saori aproveitou a situação para tirar Mena de cima do javali.

–Vocês são de Yagiza?!... Bom, isso não importa, a estrada está segura durante a manhã, então vocês devem seguir adiante!

Aquele homem respondeu, colocando os seus machados presos a sua cintura da armadura. Ele virou-se e começou a caminhar.

–ESPERE! Você n-não vai levar o javali?!

Mena com um grito, o fez parar, enquanto ela o questionou com sua pergunta. Jirame olhou para eles, e apontou para uma direção, quando disse algo.

–Eu preciso buscar os cavalos, para puxar o corpo do javali...

Ele parou de falar, quando percebeu os olhos de Mena brilhar como diamantes, e sua boca aberta como um monstro gula.

–Bom, talvez possamos dividir a caça!

Ele respondeu, já imaginando qual seria a resposta, ao olhar para a garota, que mais parecia uma Loba faminta.

–Droga Mena, você sempre faz isso!

Tokaru e Koshiro falaram ao mesmo tempo. De maneira que Saori riu baixinho novamente.

–Podemos ir até minha casa na fazenda. Vocês poderiam me ajudar a carregar o javali até lá, certo?!

Eles concordara, e esperaram Jirame trazer os cavalos. Koshiro respirou fundo, e cruzou os braços.

–Até quando, vamos ter encontros sem sentido que nos leva para algum tipo de evento de aventura secreta!

–Bom veja pelo lado bom, Koshiro... está sendo divertido, certo?!

Mena falou, de uma maneira tão descontraída, que Koshiro disfarçadamente sorriu sem jeito, enquanto observava Mena caminhar aproximando-se de Saori e Tokaru.

–Talvez, não esteja sendo tão inconveniente, como eu disse.

A casa era bem bonita, com seus dois andares e uma varanda de cercadinho. Ela era feita de madeira de cedros escuros, e sua base com pedras polidas, e um chaminé liberava um pouco de fumaça. O terreno da fazenda era um lindo campo verde, com alguns cavalos pastando calmamente, em volta do cercado de madeira. Era perfeitamente aconchegante aquele local.

Eles se aproximavam aos poucos da entrada, quando Koshiro e seus companheiros notaram um garoto que parecia ter sete anos, que estava aguardando na porteira da fazenda.

O garoto logo, percebeu quem se aproximava e correu em suas direção.

–Papai você voltou, ficamos esperando você...

Ele rapidamente perdeu as suas falas, quando notou a presença dos outros aventureiros ali. Envergonhado, ele se escondeu atrás de seu pai.

–Quem são eles papai?!

–Eles são... colegas de trabalho meu filho. Agora vamos entrar, eles estão cansados da viajem, e eu quero muito abraçar sua mãe e seu irmãozinho!

Jirame fala de maneira tão meiga com seu filho, que toda aquela cena da batalha parecia nunca ter existido na memória de Koshiro e de seus companheiros.

–Então essa, é a sua razão para abandonar a sua guilda?! Proteger sua família.

Tokaru logo soltou as palavras que vieram a mente. Mena logo deu soco no ombro do garoto enquanto fazia uma cara de - "Por que tá perguntando sobre"- Koshiro apenas suspirou fundo.

–Vejo que você tem talento para ser aventureiro, garoto guerreiro. Mas, também vejo que ainda é jovem pra entender a vida e a complexidade dos fardos que ela nós trás.

Tokaru rapidamente teve seu semblante mudado, para um rosto sério e centrado sobre aquelas palavras de Jirame.

–Eu não larguei a Caveira Azul, por causa da minha família em si. E sim, porque o mundo é cruel, viver e saber que as pessoas que eu mais amo, podem não está em casa, quando eu voltar, me dá medo de como lidar com tal fardo da perda e da responsabilidade dessas vidas perdidas.

A medida que Jirame falava, eles caminhavam aproximando-se da casa, todos prestavam atenção em suas palavras, bem como de um monólogo de um sábio. E enquanto aproximavam da residência, a porta de entrada da casa, abriu-se, e uma mulher de cabelos pretos, vestida com um vestido floral azul, surgiu, e com ela, uma enorme barriga de grávida destacava-se em seu vestido. Ela gentilmente passava a mão sobre ela, em movimentos circulares, abrindo um sorriso simpático aos seus visitantes.

–Por isso, Tokaru... eu sai por mim mesmo daquela guilda, abandonando o prestígio da fama de aventureiro, pelo abraço caloroso da minha família, enquanto os guardo entre meus braços, tendo a certeza, de que eu vou protegê-los!

–Bem vindo de volta querido!

A esposa dele falou, os recebendo alegremente.

– Essa é minha esposa, e minha filha que está pra chegar!

Com um rosto bem humorado, Jirame Tsugito falou orgulhoso de sua família.

◆◆◆

Uma enorme mesa redonda, feita de uma pedra negra – conhecida como escama de Bahamut – era iluminada por um candelabro de doze velas, que estavam acesas em suas chamas azuis, fazendo daquele salão, um local sombrio. Em volta da mesa, dez cadeiras de madeira negra, feitas em detalhes chiques e traços macabros, como os seus encostos que era feitos por crânios esculpidos sobre a madeira negra.

Todo aquele ambiente, mais parecia um local secreto de um culto, onde a escuridão do envolto da mesa, não permitia a boa visão daquele lugar. Não havia janelas ou uma porta que pudesse ser vista, apenas a mesa iluminada por aquelas chamas azuladas sobre as velas do candelabro.

Sons de passos puderam ser ouvidos aproximando-se daquela mesa. Quando um folheto foi jogado sobre ela.

–Estivemos procurando por uma oportunidade... e assim como aqueles que prevalecem em seus objetivos, em algum momento os conquista! Nosso esforços foram compensados.

Uma voz grossa e masculina dizia, sem revelar quem as pronunciava, no esconder da escuridão.

–Parece, que um dos itens que precisamos, para nossa organização, foi encontrado!

–Hm! E ainda duvidam das nossas redes de informação, como são patéticos!

Outra vez aquela voz voltou a falar, mas agora, ela foi respondida por uma segunda pessoa, que tinha sua voz em tom irônico, mas era irreconhecível saber dizer, se era um homem ou uma mulher que o respondeu.

–Apesar de termos infiltrados por toda parte, eles ainda são peças incertas em nossas mãos. Não podemos deixar coisas atrapalhar os ideais que temos!

Enquanto falava, aquela voz masculina que ecoava na escuridão, foi se tornando visível aos olhos. Quando das sombras, surgia a silhueta de um corpo vestido uma túnica larga negra , que mais parecia um sobretudo sinistro, o seu capuz estava caído pra trás. Em sua cabeça, o seu rosto não podia ser revelado, por está usando uma máscara óssea branca em formato de pássaro.

–Mas, apesar das incertezas... nós precisamos agir conforme nossos papéis para com esta organização.

–E o que você decidirá, nosso precioso comandante?!

Outra voz misteriosa surgiu naquela escuridão, questionando aquele homem de máscara.

–A Caveira Azul, é o alvo da nossa caça. Porém, eles são muito unidos e tendem a pedir ajuda ao governo de Iteza e a seus aliados... mas, informações dizem que a um desgarrado, nos perímetros rurais de Iteza.

Aquele homem, de maneira rápida, acertou uma faca sobre o folheto em cima da mesa, a faca chegou a metade de sua lâmina, ao perfurar a mesa negra com poucos movimentos.

–Quero está cabeça sobre nossa mesa, e tragam com sigo todo o que for de lucro para nós! Eu quero ver, o desespero nesses olhos. Dessa maneira teremos a isca para atrair a Caveira.

A faca atravessou o rosto, de um homem careca e barbudo, que tinha em sua cabeça uma tatuagem de dragão.

–Jirame, o sobrevivente do dragão!... Parece ser um evento divertido.

Uma terceira voz surgiu na escuridão, com uma sarcástica risadinha ao terminar de falar.

–Fazermos disso, o nosso propósito no momento! Deixaremos o assunto dos sete pra outra oportunidade!

A voz de seu comandante soou com seriedade, momentos antes de sua figura desaparecer na escuridão daquela sala secreta, quando foi tomada pela escuridão quando as chamas do candelabro apagaram.

◆◆◆

Sobre o céu, os tons carmesim resplandeceu sobre o entardecer. Um garoto de cabelos negros e olhos verdes corria alegre perseguindo uma lebre marrom pelo campo verde de um vilarejo. Sua inocência, o permitia sorria daquela brincadeira de perseguição, sua ignorância o protegia de entender o vasto mundo em que vive, e aproveitar sem preocupações aquele momento divertido.

Cheio de energia, o pequeno Koshiro continuou a correr, com o seu grande sorriso e suas galhadas. Quando a lebre foi em direção a uma mulher de cabelos negros e olhos verdes como o seu, que estava parada, quase imóvel olhando para o céu, como se estivesse desligada de seu corpo.

Ela parecia apática, quando vindo em sua direção a lebre e a assustou. De maneira que ela cerrou os olhos imediatamente ao perceber a chegada inesperada do animal.

Com o susto, ela estendeu a sua mão em direção a lebre, cheia de ódio em seu olhar frio. Ela usou de uma habilidade.

–Thorns Darkness —

Com um recitar, vinhas negras se enrolou naquela lebre, de maneira que a sufocava, fazendo-a agonizar. Aquela mulher imediatamente cerrou os punhos e espinhos negros surgiram em segundos em toda vinha que cobria o animal, perfurando totalmente toda a lebre marrom, que agora era tingida de vermelho, com seu próprio sangue.

–M-Mãe... porque fez isso?! Era só um coelhinho!

Com os olhos cheios de lágrimas, prestes a chorar, o pequeno Koshiro questionou aquela que seria sua mãe. Ela que imediatamente voltou a si, ao ver o garoto triste.

– Koshiro... o que faz aqui?! Hm...

Ela olhou em sua volta e percebeu, o que fez. Mas sem qualquer reação ou algum sentimento pelo o ocorrido, ela apenas voltou seu olhar apático e fez um sinal de mão, chamando o garoto para perto.

–Eu sinto muito, acabei fazendo isso novamente... a mamãe só está cansada disso tudo.

Enquanto ela falava, um corvo surgiu e em poucos movimentos, pousou sobre o chão, e começou a devorar a carcaça da lebre. Aquilo ficou gravado como uma pintura em sua mente. Sua mãe apática, com um falso sorriso solidário, enquanto sobre o seus pés, o corvo sacia sua fome da carcaça.

–Em breve, tudo irá mudar...—

O corvo levantou voou, com o som de seu crocitar que ecoou pelo campo.

Koshiro lentamente perdia o sentido, e essas memórias se esvaiu, a medida que ele recobrava os sentidos, ao acordar.

Lentamente, abrindo os seus olhos verdes com o seu olhar apático. Até ser surpreendido por um corvo batendo o bico sobre a janela do quarto, na casa de Jirame.

O garoto moveu seu olhar para a janela, e lentamente foi levantando-se da cama.

O corvo o percebeu e levantou voou, antes de Koshiro se aproximar da janela.

–Novamente essas memórias! Acabei dormindo, por não descansar direito–

Ele foi interrompido, com o bater sobre a porta do quarto.

–Me desculpe Koshiro, sou eu a esposa de Jirame!

Ela abriu a porta, adentrando o quarto. Ela parecia está bem, com um sorriso simpático em seu rosto.

–Você parece bem, Anize... onde estão Tokaru e os outros?!

A esposa de Jirame, passou a mão sobre a barriga. E caminhou para próximo de Koshiro na janela.

–Você poderá vê-los pela janela... Jirame disse queria ajudar Tokaru em algo sobre a classe deles!

Koshiro olhou a janela, e notou Tokaru e Jirame em uma troca de golpes frenético com espadas. Dessa vez Jirame não usava o seu machado, mas sim algo que parecia ser espadas comuns de ferro.

Eles pareciam empenhados no treinamento. No entanto, quando Koshiro mudou seu olhar para uma árvore próxima daquela batalha, ele notou Mena tentando pegar frutas escondida com um pedaço de madeira, ela estava com a maior cara de desconfiada de está sendo observada.

O garoto apenas suspirou, de maneira que mais parecia um alívio. Quando seu rosto mudou para uma expressão de alguém que lembrará que esqueceu algo—

– Onde está Saori?!

Ele perguntou sério.

–Não se preocupe tanto. Ela está dormindo no quarto ao lado!

Koshiro a encarou nos olhos, mas desviou em seguida, caminhando para fora do quarto.

–Você é um bom garoto Koshiro... apesar de não entender os próprios sentimentos, e preferir não revela-nos como verdadeiramente os sente.

Ela falava, com um sorriso simpático em seu rosto, olhando para Koshiro como se pudesse vê-lo em seu mais profundo interior.

Acabou, que ele apenas continuou a caminhar saindo do quarto, quando parou por um momento e a respondeu.

–Você não me conhece!

Com o seu tom seco de sempre, as palavras saíram de sua boca, e ele voltou a caminhar.

–Porque mais e mais pessoas l, tentam saber mais da minha vida!

Questionou Koshiro em seus pensamentos, enquanto caminhava pelo corredor da casa, indo em direção ao outro quarto.

Ele deu dois toques na porta do quarto, sem respostas ele a abriu. Passou os olhos, e notou Saori dormindo tranquilamente, ela parecia tranquila deitada sobre a cama. Koshiro não esboçou reação, apenas fechou os olhos lentamente e o abriu, fechando assim a porta.

–Certo! Parece que nada mudou por aqui... mas por algum motivo estou com uma inquietação.

Pensou ele, caminhando pelo corredor, seguindo para as escadas do andar. Ele passou pela sala de visitas, e saiu para fora casa.

Era uma boa visão, aquele cenário aconchegante. Uma casa na fazenda, com o entardecer aproximando-se aos poucos, tornando o céu em uma pintura de tons alaranjados, a medida que o Sol partirá a deitar sobre o horizonte.

–Um belo horizonte! Me dá saudades de Yagiza.

Ele caminhou para perto de Mena, que estava debaixo de uma árvore macieira tentando de toda forma acertar uma enorme maçã vermelha.

–O que pensa está fazendo, Mena?!

Ele logo a perguntou, assustando a garota, que imediatamente tentou disfarçar o que estava fazendo escondendo o vara de madeira em suas costas, enquanto fazia uma cara de culpada envergonhada.

–E-eu estou assistindo o treinamento do Toka...

Com uma risadinha para despista, Mena respondeu perdendo as palavras, quando se embaralhou nas desculpas a usar.

Koshiro suspirou fundo, e caminhou para debaixo da árvore, na sombra fresca de sua copa esverdeada. Mena aproveitou o momento pra arremessar longe a vara de madeira.

–Como ele está indo?!... No treinamento.

Koshiro assentou-se na grama, e começou a observar Tokaru e Jirame trocarem golpes frenéticos com as espadas, eles estavam em perfeita harmonia de batalha, como se fossem dois rivais, que ambicionam por um confronto a anos.

Mena desviou seu olhar para a batalha também. Ela cruzou os braços e seu olhar ficou sério.

–Acredito que Tokaru já esteja próximo do segundo estágio dos guerreiros! Provavelmente, esse treinamento vai guiá-lo para o caminho certo a seguir.

Mena falava sem tirar os olhos da batalha, estava atenta, como um falcão, analisando cada passo do perímetro em sua visão. Ela tinha muita confiança em seu amigo de infância.

–Eu sei que ele é forte!... só precisa de um pouco mais de—

Ela parou de falar de repente. Quando Mena voltou seu olhar para seu braço direito. Os finos pelos estavam arrepiados, enquanto uma sensação de calafrio a tomou.

–Eu estou me arrepiando?!—

–PROTEJAM-SE!...

Ela foi interrompida por Jirame, que gritou forte olhando para eles. Quando uma enorme bola de fogo com um formato de uma cabeça de dragão, estava prestes a atingir Tokaru e Jirame em batalha.

Rapidamente Jirame colocou a mão esquerda sobre o ombro de Tokaru e recitou uma habilidade.

– Iron Defense –

Seus corpos brilharam, e as chamas os atingiriam. O que causou uma enorme explosão. Era tão forte que Mena e Koshiro deitaram no chão, a rajada sacudiu a macieira e destruiu os vidros da casa. A fumaça alto subiu, impedindo qualquer um de ver como eles estavam após serem atingidos.

–O que foi isso?! Essa habilidade... se não me engano!... É Dragon Burning

–Isso foi uma habilidade dos magos em segundo estágio avançado... um mago de fogo!

Mena interrompeu os pensamentos de Koshiro, a medida que a fumaça sumia da área ao redor.

Koshiro tossiu por um momento, por ter inalado a fumaça. Recuperou-se e levanto, já olhando em direção de onde o ataque veio.

–Aquilo é?!...

Ele percebeu, uma silhueta caminhando em suas direções. Ele vestia um tipo de túnica encapuzado, como um cultista; em sua costa um grande cajado retorcido. Porém o seu rosto não podia-se ver, por ele está usando uma máscara branca de aspecto óssea, com o formato de pássaro. Ele caminhava a passos lentos, como se nada o intimidasse.