Capítulo 21: Não dá para esquecer

"Bicha má!" Quon Jin se aproxima de Ma Hui Ying que estava estacionando sua bicicleta. 

"Bom dia."

"Você não deu notícias depois daquele dia, o que houve entre vocês dois?"

"Nada demais, fomos a uma praça perto da minha casa e conversamos ele perguntou se podíamos ser amigos respondi que sim e depois me acompanhou até em casa." Quon Jin percebe que seu amigo estava com o espírito para baixo, talvez a conversa com seu primo não lhe rendeu bons frutos.

"Por que desse baixo astral? Não era isso que você queria? Ser amigos?"

"Talvez fui pego de surpresa com a proposta dele, depois do que passou não imaginei que ele quisesse ser só meu amigo." 

"Bicha você não se decide, se ama ele como está em seu coração diga a ele a verdade que não é seu desejo ficar na amizade, creio eu que ele falou isso pra não lhe causar medo e depois ser rejeitado."

"Melhor não, deixa como está. A amizade está bom, se for pra ser no tempo certo falarei com ele." Ma Hui Ying lembra da declaração de seu primo que iria esperar ele se pronunciar sobre seus sentimentos.

"Se diz isso, tudo bem. Ah! Tenho uma notícia." Quon Jin mudou de assunto.

"Fale"

"O panda me convidou para um jantar em família, hoje na casa dele." 

"Não brinca." Ma Hui Ying olha desconfiado. "Mas vocês nem são nada, nem intimidades tem."

"Também achei, mas é um belo de um convite, sabe né que ele é rico? Vai ser bem chique só que…"

"O que?" 

"Tenho que me comportar, não posso dar bobeira."

"Cara, seja você mesmo é só um jantar."

"Posso ser eu mesmo com pessoas do meu ciclo social mas não quero envergonhar o panda e só vai ser por hoje." Ma Hui Ying ri da frase do amigo, ele não podia acreditar que Quon Jin tivesse alguma consideração por Koji. 

"Tá, tá! Mas cuidado, a alta sociedade não é tão glamourosa como pensa."

"Não se preocupe, sou blindada." Sinaliza com um x, ambos ri e segue pelo corredor em direção à sala de aula.

***

Ma Young-Nam fazia terminava uma anotação no prontuário de um recém paciente que visitou, hoje o dia estava pacífico havia um número razoável de pacientes e poucas cirurgias sendo feitas praticamente um dia perfeito, enquanto escreve ele lembra da conversa que teve com Ma Hui Ying, quando ele propôs em ficar só na amizade foi para que o outro pudesse dar a oportunidade de se conhecerem novamente e assim conquistar o coração do jovem, mas ele quando viu rapidamente a reação de seu primo pela notícia o fez ter esperança que possivelmente o ame contudo agora deveria ir devagar para não assustar. 

Ele fecha a pasta e entrega para enfermeira que estava no outro lado do balcão, faltava muito para seu turno terminar e muitos pacientes para ver, hoje estava na neuro havia algumas cirurgias onde ele ia auxiliar e algumas para apenas acompanhar. Ele vai para o enorme quadro onde muitas das cirurgias de vários departamentos são feito e fica encarando a sensação de entrar em uma sala de operação é boa, o tempo variava porém parecia que as horas propostas não eram o suficientes sempre faltava e quando terminava havia um querer a mais de ficar ou verificar se faltava algo para ser feito a adrenalina do antes, durante e depois de um serviço é viciante e é por isso que ele quer se especializar na área cirúrgica só não decidiu qual departamento deseja ir. 

Zheng Yu se aproxima, Ma Young-Nam nem perde tempo para virar seu corpo para saber quem é e com certeza queria lhe falar algo ou o por que dele tá fazendo ali?

"Ora, o que o jovem príncipe está fazendo aqui?"

"Hoje está bem calmo." Zheng Yu percebe que havia alguma coisa errada com seu amigo, o longo tempo de amizade faz perceber nuances do humor dele. 

"Nem fale, estou no setor de dermatologia e lá é uma paz, nem as gatas das enfermeiras suprem o tédio que tenho por aquele local."

"Lá é um bom setor pra quem não quer fazer nada."

"A maioria é atendimento clínico não tem cirurgias, e como estava com muito tempo sobrando vim lhe fazer uma visita." Começam a rir. "Pensava que estaria ocupado já que está no neuro, mas aqui também está bem tranquilo." 

"Hoje está às moscas, muitos médicos estão usando esse tempo para fazer outras coisas ou ficar na sala de descanso. Falando em tempo, tem algum cigarro?" Zheng Yu olha surpreso para Ma Young-Nam que está impassível, apesar de um pedido comum é estranho o outro fumar eles não faziam isso junto desde do colégio. 

"Tenho sim. Vou pegar no meu armário." 

"Estou te esperando na área dos fumantes" 

Zheng Yu vai até seu armário e pega no maço de cigarro dois e um isqueiro, na cabeça dele alguma coisa deve tá acontecendo com seu amigo, pra ele fumar depois de anos sem, na época do colégio eles costumavam fumar bastante mas como não queria sustentar o vício Ma Young-Nam parou e Zheng Yu só usa quando está muito estressado ou para acompanhar seu amigo como hoje. Ele encontra Ma Young-Nam na área de fumantes olhando seu celular, quando se aproxima entrega o cigarro e o isqueiro ambos acessos a fumaça que entra pelos pulmão é preenchido e o resto é jogado fora, a nicotina que entra na sua corrente sanguínea e vai para seu cérebro dar-lhe uma ligeira sensação de bem estar e memória quando fazia isso mais moço, Zheng Yu não diz nada e experimenta da mesma reação que seu amigo, com um tempo sem falar nada Zheng Yu solta a primeira pergunta.

"O que está acontecendo?" O local estava vazio e não havia ninguém para reter alguma reação.

"O velho ligou de novo, e parece que estará vindo para cá." Zheng Yu sabia quem se tratava.

"O homem que te fez e abandonou sua mãe adolescente?"

"É…atendi a ligação dele, avisou que estaria vindo para cá para conversarmos." 

"E o que pretende fazer? Você sabe que ele é um cara perigoso."

"Eu não sei." A fumaça é jogada para alto, Zheng Yu não entendi, seu amigo sempre foi  um cara decidido e ver nessa dúvida não combina com sua personalidade. Ele olha para Ma Young-Nam e lembra na época da adolescência quando eles fora um pouco mais rebeldes, e por desejo, curiosidade e mais recursos resolveu pesquisar sobre sua linhagem desconhecida, seu amigo sempre foi esperto e sabia tirar informação que até hoje dúvida quando ele descobriu através de documentos do orfanato o paradeiro de sua mãe legítima e o telefone deu margem para o cara que tinha feito ele o achar e iniciar seu pequeno inferno, as ligações não cessaram e mesmo que trocasse era a mesma perturbação até que desistiu e passou a ignorar e viver sua vida como se aquilo não fosse nada. Porém saber da sua linhagem foi uma facada, saber que esse cara é chefe de uma antiga organização criminosa foi doloroso.

"Você não tem medo de que ele possa fazer alguma coisa com quem você ama? Sei lá, ele pode te subornar já que seu outro irmão decidiu não seguir os passos dele."

"Se ele fizer algo eu o mato." Afirmou, Zheng Yu sente um arrepio fino ele sabia que se mexesse com os paus e pedras certas Ma Young-Nam seria capaz de tudo e isso inclui matar.

"Não seria ruim seu priminho o visitar na cadeia? Ou causar um grande desgosto para seu pai? Só acho que esse velho não vai te obrigar a nada assim como fez com o primeiro filho."

"Eu não sei, espero que sim."

Ambos estavam no fim do cigarro, Zheng Yu lembra do convite da festa que recebeu.

"Recebeu o convite para a festa de Zhao Chen?"

"Sim."

"Você vai?" Zheng Yu espera uma resposta negativa vinda dele, mas fica chocado quando Ma Young-Nam diz que vai na festa.

"Não tive outra opção, ele falou que foi na minha festa de aniversário e que seria uma troca justa. Pretendo não ficar muito tempo lá." Ma Young-Nam esmaga a bituca do cigarro no enorme cinzeiro local, Zheng Yu faz o mesmo.

"Típico de você." 

O celular de Ma Young-Nam vibra, era mensagem do doutor Li Chao o médico chefe.

"Tenho que ir, há uma cirurgia que vou auxiliar, obrigado pelo cigarro." Ele guarda o celular no bolso.

***

Quon Jin estava em frente ao espelho se arrumando para ir no jantar, ele passou no restaurante da mãe e deixou um recado que ia sair hoje e foi para casa logo em seguida, depois do banho ele selecionou muitas roupas de caráter formal para ir nesse jantar. Ele não chega a vestir cada uma apenas coloca sobre seu corpo para ver como ficou depois que decidiu qual seria guarda o restante no armário e vai secar o cabelo, quando seco ele tenta decidir qual lado partir o cabelo, depois de muita indecisão deixa ao meio e pega seu kit de maquiagem.

"Eles não vão ligar se eu passar maquiagem, né? Hoje em dia é tão comum homem ser um pouco mais vaidoso." pensa enquanto passa a base no rosto, ele ia usar algo simples mas nada nos lábios quando terminou sentiu seus lábios opacos e sem vida mas decidiu deixar o gloss de lado hoje era um dia para se comportar, quando viu seu look completo ficou satisfeito ele soube disfarçar bem sua aparência se olhasse para ele nem dizia que era gay.

Ele ficou esperando durante dez minutos, e quando deu o horário o carro estava em frente à sua casa quando Quon Jin abre a porta e ver a figura de Koji por um instante perde o ar. O jovem à sua frente vestia um terno slim preto o que lhe dava uma aura poderosa e máscula, Quon Jin percebe que caso Koji envelhecesse  o tempo só ia favorecer ele era um homem perfeito sem pôr ou tirar. 

Achando que estava esperando demais Koji entra no carro para que Quon Jin fizesse o mesmo, o jovem entra no carro fecha a porta.