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Capítulo 20: Um dia comum

Na boate Midnight Kiss havia três pessoas  na sala principal, um adolescente e dois dos seus seguranças, todos observam a cena que acontecia em uma outra sala onde ocorria negociação de armas ilegais e ao ver do jovem não estava nada bem. 

"Chamem o gerente Wang" interfona, em cinco minutos aparece um senhor de mais ou menos quarenta anos usando um traje culto, seus olhos mais puxados impossibilitavam que visse sua íris completamente mas o homem enxergava bem.

"Senhor Hosokawa?" Seu tom é baixo e solícito, mesmo sabendo a pouca idade do jovem à sua frente ele sabia que havia uma inversão imensa de poder o que deveria manter respeito.

"Quem permitiu a entrada desse policial na minha boate?" 

"Que policial, senhor?" Para Wang apenas havia cinco homens negociando armas uma coisa bem corriqueira não podia identificar o homem da lei. 

"Você é cego? Esse aqui." Ele aponta para tela um homem a direita careca que usava terno roxo sem gravata. As órbitas do gerente expandem em surpresa, como pode deixar passar debaixo de seu nariz? Esse cara ia lhe trazer muitos problemas. Tinha que impedir antes que as negociações fossem feitas.

"Irei resolver esse assunto imediatamente." Ele pega o celular em seu bolso para discar para uns dos homens que estão perto e finalizar com esse cara.

"Esse cara deve ser um do departamento de Hóng. O suborno foi feito?" 

"Essa semana mesmo nós lhe demos o dinheiro." Confirma o gerente.

"Esse cara deve ser puro ou ingênuo demais." Diz com pequeno sorriso nos lábios. "Peguem esse cara, dê uma surra e expulsa daqui. Não deixe de avisar ao Hóng para manter seus meninos longe dos meus negócios se não, não me responsabilizo pelos cadáveres."

"Sim senhor." 

O gerente sai da sala com telefone na orelha falando com alguém para cuidar do serviço. Koji lá ficou parado pensando o quanto era cercado por acéfalos, eles mal conseguiam discernir um policial disfarçado se fossem para relaxar e deixar os negócios nas mãos desses homens a organização estará manchada por tamanha incompetência. Mas era por isso que estava ali, para colocar ordem e disciplinar o último não deu conta e acabou sendo morto pela mãos de Koji e com pouco tempo de estadia na China a organização vem colhendo bons frutos e mantendo boas relações. 

Ele só vinha recebendo bons elogios  de seu avô e dos dirigentes no Japão o que alavancava seu orgulho, mas havia uma coisa que estava sendo negligenciado: seus prazeres carnais. Depois que o esquema da cafetina foi descoberto a prostituta Aka sumiu do mapa e para o jovem pouco importava procurá-la já que essa mulher é bastante arrogante e estava ficando péssima de cama o que o irritava. 

Outra coisa era Quon Jin, desde que pôs seus olhos virou um caso de fixação ele teria que ter esse cara de qualquer jeito nem que seja por uma noite e nunca mais mas ele soube que o jovem é mais esperto que uma raposa e soube de suas intenções quando falou tudo em sua cara quando ambos almoçaram sozinhos.

Koji teve vontade de rir pois achava que Quon Jin não tinha tanto neurônio para pensar que seu tempo é gasto somente com suas maquiagens mas se enganou. Quon Jin queria romance Koji sacanagem ambos com gosto distintos e ele não conseguia disfarçar seu desejo e via que outro não ia ceder o jeito é encurralar para que aceite de um jeito ou de outro. 

"Vou para casa" Ele saiu da sala junto com seus dois guarda costas, no primeiro piso o som alto da música eletrônica ecoava pelo ouvido dele, ele esbarra em muitas pessoas mas hoje é normal já que estava bem cheio. Do lado de fora, no estacionamento ainda é quase madrugada, ele entra no carro e parte para sua casa. 

Perto do prédio onde morava viu uma silhueta semelhante, mesmo escuro dava para ver seu curto vestido que vestia, fumaça saia de sua boca indicando que fumava um cigarro, Koji pede que pare o carro e ele sai dali. Quando se aproximou pode confirmar sua teoria, o cabelo não é mais longo como antigamente agora parava no ombro mas a cor é a mesma tingido de vermelho. Aka tinha voltado depois de algum tempo desaparecida, e para Koji, sabia o que ela queria. Quando ela viu ele não podia disfarçar um sorriso singelo, ela ainda o amava mesmo tratando tão mal ainda era seu objeto de desejo.

"Koji, quanto tempo." Seu tom de voz carregava uma terna alegria.

"O que você quer?" 

"Ora, vim lhe ver, não aguentei ficar no campo por muito tempo e resolvi voltar." 

"Hum" não havia qualquer emoção no seu rosto, ele queria acabar com aquilo o mais rápido possível.

Aka ficou sem graça pela reação dele, mas não esperava mais do que isso vindo dele.

"Sabia que agora estou liderando o prostíbulo? Depois que a mama foi presa, e fui para o campo, muitas das meninas se espalharam e foram para facção diferentes, mas quando soube disso decidi voltar e usar o poder que tenho para me reestruturar novamente, tenho poucas garotas mas são fiéis a mim." 

Ela pega outro cigarro de sua bolsa e acende, a fumaça é jogada para cima já que ela sabia que Koji odiava o cheiro de cigarro. 

"Por tanto que não se meta no meu caminho, pode fazer o que quiser." Aquilo era um aviso para Aka não cometer o mesmo erro da sua antiga dona, onde a ganância excedeu demais, mas a jovem não era tola, ela sabia qual caminho percorrer evitaria ao máximo se envolver com a máfia.

"Então sentiu minha falta?" Ela se aproxima e como um gato que pede carinho ao seu dono coloca sua cabeça no peito do jovem. "Sabe, desde que virei dona não faço mais programa mas você é caso excepcional, vamos relembrar os velhos tempos." 

Koji ergue a sobrancelha e ver a tamanha audácia de Aka, e ele queria uma boa noite de sexo mas não com ela. Ele pega o pulso com força da menina e joga na grade do portão, ela fica chocada com a atitude dele. 

"O q-que tá acontecendo com você? Que atitude é essa?" Fala de forma abismada.

"Cala a boca e saí do meu caminho, não quero nenhum tipo de contato com você."

"Mas nós… nós…"

"Nunca existiu "nós" você só era uma mercadoria e como tal já está descartada, agora me deixa em paz." Aka em momento de fúria dar um tapa na cara de Koji, mas o cara a sua frente não era um qualquer ele devolveu o tapa na cara da menina que a deixou atordoada, em choque coloca a mão na bochecha e sente um gosto metálico na boca o tapa ocasionou o corte na membrana fina da bochecha inferior. 

"Como pode. Você me bateu?" 

"Da próxima vez quebro seus dentes, então pense antes de fazer qualquer coisa." A jovem ver uma aura negra serpentear ao redor de Koji, ele é perigoso e cumpre com o que diz, ela não ia arriscar nada mas ação dele fez pensar que provavelmente havia uma outra pessoa no qual ele se afeiçoou e isso a deixava com mais raiva do que o tapa que acabara de receber. Koji vai em direção ao carro e abre a porta de passageiro, Aka ver o carro entrar na garagem ela se recompôs mas o tapa dado doeu igualmente junto com seu orgulho. 

****

Na manhã seguinte, Koji recebe uma breve mensagem de seu pai, desde que se mudou seu pai fingiu que não existia filho e focou somente em seus negócios, Kenjiro sabia a preferência  de seu filho pelo avô o que deixou mais amargurado. Diferente de seu pai, um chefe da yakuza ele quis seguir o caminho "certo" e herdou o banco que pertence a família por décadas e agora está em expansão pela Europa e Ásia. 

A mensagem era um convite de jantar em família, não havia qualquer outra explicação ou forma de carinho, apenas um ato frio, para o jovem era de se esperar vindo de seu pai, desde de novo o tratamento entre ambos é distante o único carinho que ganhou sempre era de seu avô e sua mãe. 

Quon Jin levanta de sua cama, seria um dia ensolarado como sempre o céu coberto por nuvens mas havia o mormaço, dentro do quarto o ar condicionado está ligando dando-lhe um frescor. Dentro do armário pega uma cesta que tem seu kit de cremes e leva para o banheiro que fica ao lado do seu quarto, toda manhã é a mesma rotina, acordar, fazer higiene matinal e cuidar da pele antes de passar maquiagem, hoje ele ia testar um produto feito de extrato de chá verde comprado pela internet que está sendo um fenômeno entre os blogueiros, não havia alguém que não falasse do produto, então ele resolveu testar para ver sua eficácia.

"Realmente isso é bom, sinto minha pele mais fresca." Se o produto não fosse só para o rosto passaria em toda pele, e além disso, tinha um cheiro ótimo. 

Depois do processo vai ao quarto trocar de roupa  para farda escolar, e desce a escada apressado para tomar café, onde sua mãe deixa já preparado e quente para consumir. Ele come e olha para o relógio e quando termina a última porção em time perfeito um carro parece em frente à sua casa. Ele não sabia da onde aquele cara consegue ser tão preciso, mas todo dia é assim como se soubesse toda rotina de Quon Jin. 

Quon Jin levanta e lava os utensílios e guarda, pega sua mochila e sai porta a fora. 

A porta de trás do carro já estava aberta apenas a espera do outro entrar, Quon Jin já se acostumou com ar frio vindo de dentro do carro e já não reclamava mais, mas nunca com o dono. Hoje Koji não estava no seu bom humor, o repentino convite para o jantar de hoje a noite não lhe caiu bem, com certeza seu pai ia falar algo sobre sua vida e eles iam acabar discutindo acabando com o clima da ocasião.

"Vejo que acordou de mau humor?" 

"Como presumiu isso?"

"Suas olheiras estão mais escuras hoje, isso é um ótimo indício de humor" ele  sempre teve um  rosto inexpressivo ser lido desse jeito o deixou surpreso. 

"Mais ou menos"

"Ok" Quon Jin sabia que aquele cara não ia falar mais nada então resolveu ficar calado.

"Hoje à noite, vai haver um jantar com minha família, gostaria de ir?" O jovem a sua frente ficou sem reação, na concepção dele, Koji e ele nem era nada nem amigos, no máximo havia um contrato entrelinhas de protegido mas fora isso não havia intimidades. 

"Tá de brincadeira comigo?" 

"Nunca fui de brincar, estou falando sério, vai aceitar ou não?" Essa intimação deixava Quon Jin no precipício, essa decisão ia mudar muita coisa entre eles. 

"Posso dizer não?"

"Você pode dizer o que quiser, não estou pondo uma corda no seu pescoço." 

"Eu quero ir." Disse convicto

"Mas não disse que não iria?" 

"Sabe, sempre quis saber como é a alta sociedade, e essa é a oportunidade de ouro claro que não ia desperdiçar." 

"Tanto faz, 19h estarei te buscando."

Quando chegam no colégio ambos se separam, Koji não sabia o porquê fez convite para Quon Jin e agora era tarde demais para tomar conclusões, mas dentro dele saber que para o menino o mundo é muito glamuroso o alto escalão o deixa incomodado já que aos seus olhos e tão sujo como lama.