"aquele que tem coragem para dizer"
— Apenas queríamos te convidar para uma equipe, para competir na simulação de combate no final de ano. — Saika diz timidamente.
— Suspiro! Então era por isso, não achei que você fosse me pedir algo como isso, Aff! No fim, você é minha amiga, então ainda vou ouvir, diga.
De repente a atmosfera ao redor da Lisia mudou completamente, ela parecia mostrar alguma raiva, tédio e uma frieza absoluta. Talvez isso fosse normal? Não a conhecia bem, portanto busquei respostas em quem a conhecia. Olhei para a Saika.
— Êh…
Ela parecia paralisada de medo, levemente surpresa, sem conseguir dizer nem mais uma palavra.
— Por que a surpresa? Nunca ouviram a expressão: amigos, amigos, negócios à parte, agora Saika me diga o que quer? — Lisia tinha uma voz direta, fria, sem hesitar, além de uma grande imponência.
— Na verdade queríamos formar um grupo e… — Saika começou a falar, mas sua voz vai ficando mais e mais baixa, até o ponto de se tornar inaudível, não que ela seja tímida, mas simplesmente não consegue decidir as palavras a serem ditas, ou tem coragem /auto confiança para dizer e prometer coisas.
— Saika. — Lisia disse.
— Sim.
— Serei bem direta, você é minha amiga, afinal, se está pensando em montar um time desista, você não tem capacidade de liderar, apenas entre em algum dos grandes grupos que já existem.
— Isso… — Saika parecia não saber como responder.
— Posso intervir. — perguntei.
— Claro, convidei os três para conversar, além do mais não precisam ficar tensos, não preferem apenas mudar de assunto e esquecer isso? Hoje está um dia bonito, se quiserem podemos aproveitar um bom chá no jardim — Lisia disse, voltando com sua aura gentil por pouco tempo, antes do seu olhar intimidador voltar, esperando minha resposta.
— Não, ainda quero continuar com esse assunto, mesmo que claramente não seja o mais divertido, você vai me ouvir?
— Suspiro! Fale. — Lisia primeiro pareceu surpresa, porque respondi diretamente para ela, logo voltou ao tédio sem muitas expectativas, mas ainda continuava ouvindo atentamente.
— Primeiro, a Saika não vai ser a líder, serei eu.
— Que! — E naquela hora ela se surpreendeu mesmo. — Você aceitou se tornar seguidora dele? — Lisia se virou para a Saika e perguntou.
— Sim. — Saika respondeu.
Eu achei que não tivesse conseguido nenhum membro, por isso aceitou que ele entrasse no desespero, mas é ainda pior. — Lisia disse.
— Tem como não falar isso comigo aqui, ainda estou ouvindo tudo. — disse de brincadeira.
— Foi mal, mas entende o motivo da minha surpresa, não é por maldade, mas…
— Me ter como líder é deprimente, eu sei disso, mesmo assim quero te recrutar, estaria disposta a entrar, — disse a olhando diretamente.
— Primeiro, Saika, por que aceitou isso? Você tem certeza de que não vai se arrepender por desperdiçar um ano no impulso?
Saika parecia querer fugir, principalmente por ser incapaz de responder com confiança, se sua escolha foi a certa, bem, não ia deixar ela ficar em dúvida muito tempo, seria ruim se ela escolhesse sair depois de tudo, por isso disse:
— Você vai negociar comigo ou não? Saika não importa para essa conversa, você mesmo disse que deixa amizades a parte na hora de negociar, portanto deixe esse tipo de conversa para depois.
— Não me interrompa, quer morrer por acaso? — Lisia olhou ameaçadoramente para mim.
— Quero, mas isso não importa agora, quero saber se você estaria disposto a se unir ou não?
— Então você é ousado, suspiro! Pelo menos consegue ser decisivo, por isso já se encaixa nessa posição melhor que um certo alguém, — Lisia disse olhando para a Saika. — mas se quer me convencer de algo, seria bom se vender um pouco mais, não acha?
— De fato. — respondi
— Não que você tenha pontos positivos para expor, né? Pretendo rejeitar, mas queria fazer uma pergunta antes, por que fazer tudo isso? — Lisia perguntou.
Na hora olhei para ela com calma, tentando entender e encontrar a resposta que ela queria ouvir, mas apenas me frustrei, aquele tipo de pergunta era muito injusta, não tinha como eu adivinhar o que ela queria ouvir, droga!
— Lamento, mas não tem como eu te dar a resposta certa, não te conheço o suficiente para isso, por isso ao invés de responder, poderia me deixar fazer uma pergunta, o que você quer fazer? Esse ano pode ser um pouco difícil, mas ano que vem, você pode ser a titular em qualquer grupo da escola, talvez até se tornar líder no 3° ano.
— De fato.
— Mesmo assim você ainda se deu ao trabalho de fazer essa pergunta, por isso só posso supor que tenha algo que quer, mas não vê nas possibilidades tradicionais. Eu tenho certeza de que não quero o mesmo que você, mas se estiver disposta a me dizer o que quer, posso te ajudar a alcançar isso. — Respirei um pouco. — Ai vai minha pergunta, o que quer que eu finja querer?
— Puft! Que pergunta idiota, mas acho que devo dar uma resposta, né? Se tivesse que dizer, quero alguém louco o bastante para tentar quebrar com a lógica desse mundo, pode fazer isso?
— A parte de ser louco sim, conseguir fazer algo é outra história.
— Suspiro! Queria um pouco mais de convicção, mas dá para o gasto, mesmo assim é bom me garantir liberdade total, está disposto a correr esse risco?
Foi então que percebi, aquela pessoa era perigosa, eu não poderia ter ideia dos seus objetivos ainda, mas uma coisa entendia, ela era louca, mas para mim...
— Tanto faz, não tenho nada a perder, por isso faça o que quiser, vou lidar com as consequências como for.
— E você pode manter essa convicção até quando?
— Até eu morrer, diria.
Lisia olhou para mim, o que foi quase assustador, ela parecia querer olhar no fundo da minha alma para descobrir se eu estava ou não falando a verdade, até que um sorriso assustadoramente gentil se formou no seu rosto, o que eu respondi com um sorriso desafiador, então ela disse...