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Saiba o que Escolher

Rod Sugg guiou Koji e Tahiko pelos arredores da entrada do imponente prédio dentro da maior base militar da Torre no país. A presença de militares vigilantes reforçava a atmosfera do quão grave era o momento. 

— Acha que vai vim mais problema? — Koji perguntou baixinho para Tahiko que estava ao lado.

— Eu não duvido de mais nada vindo desses lixos.

Enquanto caminhavam pelo corredor iluminado por luzes frias, Rod mantinha seu semblante sério que refletia em sua singela frieza.

— Eu não sei se a informação chegou a vocês ou se viram na TV sobre os 2 milhões e meio de vidas perdidas em Dynami — disse Rod, com a voz grave. 

Ele fez uma pausa, observando a reação dos dois portadores. Koji apertou os punhos e seus olhos se estreitaram, enquanto Tahiko franziu a testa com uma expressão de raiva estampada em seu rosto.

— O governo está aproveitando o momento para mascarar os erros. Parece claro demais para mim que aqueles engravatados do Congresso não pensam em nada a não ser eles mesmos. 

Rod parou de andar por um momento e se virou, encarando a dupla para falar.

— Os responsáveis são de um grupo de portadores criminosos chamado Fundação. Podemos garantir que todos eles são de classes altas e extremamente perigosos para a coexistência entre humanos e portadores no mundo.

— O Sam realmente sabia — pensou Koji, de cabeça baixa sobre Sam já ter contado da Fundação a ele.

Koji levantou o olhar, lembrando de seu colega, e interrompeu Rod.

— E o Saik, onde ele está?

— Esse é o terceiro portador? Não se preocupe, ele já está a caminho, junto do agente Nahome.

Tahiko, que até então se mantinha em silêncio, não pôde mais conter sua raiva. Seus olhos faiscavam e seu corpo estava tão tenso que seus braços tremiam de tanta fúria. O que fez ele, repentinamente, perguntar ao Rod.

— Por que demoraram? Por que não enviaram reforços antes?

— Não temos toda a autonomia que queríamos. Apesar de sermos um departamento independente e internacional, precisamos cumprir com as normas e limites que cada nação nos aplica. Aqui no Brasil, necessitamos sempre de uma permissão federal do presidente para movimentar tantos militares em caso de grandes operações de urgência como foi em Dynami.

— Mas… Por que vocês da Torre, a Alliance e todos os outros não tomaram iniciativa mais cedo? Mesmo se exigisse uma permissão federal para agir, não deveriam ter esperado! Deveriam ter agido o mais rápido possível para salvar vidas, em vez de esperar por uma autorização qualquer.

De maneira talvez afrontosa e intimidadora, afirmou Tahiko em um tom assertivo.

— E você acha que eu não fico pensando nisso? Que eu poderia ter tomado uma decisão sem esperar o aval do governo? Sei que está com raiva, mas entenda que a pessoa que está sentindo a maior culpa do mundo por não ter agido por conta própria e, por fim, não conseguir salvar mais de 2 milhões de vidas sou eu. 

Rebateu o presidente, mantendo a postura serena e imponente como um executivo importante. Ele não queria dar tanto tempo para esse clima ruim, logo continuou a explicar a situação atual.

— Para que saibam, o que temos de objetivo é o desmantelamento das operações da Fundação o mais rápido possível. Por isso, precisaremos de vocês e de suas habilidades.

— Ah, e vocês também precisarão tomar um banho e trocar de roupas, porque vamos na sede. A comandante quer conhecê-los pessoalmente.

Koji trocou um olhar com Tahiko. Eles sabiam que não tinham outra escolha a não ser seguir em frente, enfrentar essa nova ameaça e tentar salvar o máximo de vidas possível. O peso da responsabilidade estava sobre seus ombros, mas também a esperança de que poderiam fazer a diferença.

Uma horinha se passou e lá estavam eles já banhados e com roupas novas ao lado de Rod, no elevador da sede da Torre subindo os andares até o último.

— Podia… falar de novo, com quem é que vamos falar? — perguntou Koji.

— Com a comandante, o nome dela é Ava. 

O elevador finalmente chegou no último andar, os corredores estavam agitados com funcionários da inteligência e do mapeamento andando para as suas respectivas salas.

— Com o caso de Dynami, com certeza esses meses serão os mais corridos para os funcionários, talvez até o ano inteiro — comentou Rod, andando a frente de Koji e Tahiko entre as outras pessoas.

Ao chegarem à porta da sala principal de reuniões, Rod a abriu e deu o primeiro passo dentro do cômodo. Ava estava de pé, olhando a vista da cidade através da parede de vidro.

— Aqui estão eles — disse Rod a Ava, com um gesto de cabeça e um leve sorriso.

Koji e Tahiko entraram logo depois de Rod e imediatamente se depararam com Saik, que estava sentado em uma das cadeiras ao redor da mesa de reuniões, tomando um gole de café. Saik levantou a cabeça e deu um sorriso de lado.

— Saik? — exclamou Tahiko, com os olhos arregalados de surpresa.

— Como chegou antes da gente? — questionou Koji, com uma expressão de genuína curiosidade.

— Tive um pouco de sorte — respondeu Saik, dando de ombros e soltando uma risada breve — Peguei um C-97... ou talvez um C-99, C-99?

Ava se virou lentamente e falou com um tom receptivo, mas sério.

— Bem-vindos, é um prazer vê-los pessoalmente. Sou Ava, comandante da Torre neste país.

Enquanto Ava continuava a explicação, Tahiko deu alguns passos à frente com uma expressão intimidadora na face.

— Estamos acolhendo vocês por um motivo: desmembrar a Fundação. Nossa credibilidade está abalada devido à Dynami, e com razão. Mas não quero deixar as coisas como estão e quero consertá-las, eliminando o mal pela raiz.

— Eu e os agentes somos humanos, e só podemos alcançar progresso nesse objetivo com a ajuda de portadores como vocês.

Tahiko, com sua presença imponente e musculosa, era um homem que demandava respeito. Sua expressão séria e a postura firme deixavam clara sua determinação, apesar da relação complicada com a Torre por causa do caso Dynami.

Ele tinha suas próprias ideias sobre como as coisas deveriam ser feitas e isso algumas vezes causava intriga.

— Estamos aqui porque a Torre precisa de nós, é isso que tanto vão nos falar durante o dia todo, não é? O país inteiro precisa de nós porque aqueles malditos dessa tal Fundação podem voltar e destruir tudo. E, certamente, vocês da Torre não farão nada novamente, como foi em Dynami — disse Tahiko, cruzando os braços e encarando Ava diretamente — Eu não confio nenhum um pouco em vocês.

Ava, serena e com um olhar penetrante, sentou-se em sua cadeira na mesa e, de maneira assertiva, respondeu.

— Vocês são portadores, podem me matar e matar os outros funcionários deste prédio quando quiserem, e sabem que realmente conseguem. A liberdade para a escolha é totalmente dada a vocês. Mas devem se lembrar que nós, humanos... Eu e os agentes não conseguiremos fazer muita coisa sozinhos, e esse país vai desmoronar. Então, se ainda possuem humanidade, mesmo com demônios em seus interiores, digam se querem integrar a Torre temporariamente ou não.