A Estranha Noiva do Príncipe Amaldiçoado

A princesa permanecia imóvel enquanto deixava as criadas cuidarem de seu cabelo e rosto. Seu estômago se revirava e seu coração acelerava a cada segundo que passava enquanto ela tentava não ceder à onda de pânico e ansiedade que ameaçava atingi-la.

Assim que as criadas terminaram com o cabelo e a maquiagem, deixaram o quarto, deixando Madame Grace e Paulina para vesti-la. Ambas as senhoras entraram com seu vestido de noiva e joias, e a ajudaram a se vestir. As peças de joalheria eram como nada que ela tinha visto antes, e ela teria se demorado para admirá-las se apenas não estivesse tão ansiosa.

"Você ainda se lembra de tudo que eu te ensinei, certo?" Madame Grace perguntou, ficando em frente a ela e ajustando a tiara em seu cabelo preto, que estava preso em um coque.

Embora a princesa não tivesse ideia do que ela estava falando, deu à senhora um aceno de cabeça, pois temia que, se dissesse que ainda não conseguia lembrar-se de nada, a senhora poderia desmaiar. A mulher parecia quase tão ansiosa quanto a princesa estava se sentindo, já que ela não queria que nada desse errado. A vida dela dependia disso.

"Minha Senhora, não se preocupe, tudo vai dar certo. O Rei disse que eu posso vir com você se o seu marido permitir. Eu espero que ele permita." Paulina, sua criada adolescente, sussurrou para ela enquanto segurava uma das mãos suadas da Princesa nas suas e as acariciava suavemente.

O olhar da Princesa estava fixo no espelho enquanto tentava se acostumar com sua nova aparência. Tudo nela parecia diferente agora, e ela temia que sua vida estivesse prestes a mudar drasticamente daquele momento em diante. O que ela não sabia era se a mudança seria para melhor ou para pior. Se ela fosse apostar, ela definitivamente apostaria no PIOR.

"Você deveria respirar. Você está tão pálida que eu temo que possa desmaiar antes do final do dia," Madame Grace disse com uma expressão preocupada enquanto olhava para a princesa, cujo rosto estava branco apesar da maquiagem.

Qualquer um que visse Madame Grace pensaria que a mulher se importava com ela. Mas as outras duas mulheres sabiam melhor. Ela só se importava consigo mesma. Se algo desse errado, como sua cuidadora, ela seria culpada. E 'culpada' aqui simplesmente significava que ela seria morta.

A princesa respirou fundo e levantou as mãos para beliscar suas bochechas para que seu rosto ganhasse um pouco de cor. Não que ter alguma cor no rosto fosse tirar os nós e a sensação de mal-estar em seu estômago. Ela estava se sentindo doente.

Todos se viraram para a porta quando ouviram uma batida, e uma das outras Princesas abriu a porta. "Está na hora do seu casamento, Princesa Amber," ela disse arrastado, dirigindo um sorriso maldoso para ela.

Princesa Amber. Sim, ela era a Princesa Amber. Ela engoliu nervosamente enquanto tentava se levantar com as pernas trêmulas. Paulina e Madame Grace rapidamente a agarraram quando ela quase caiu, e a ajudaram de ambos os lados em apoio.

Ela lhes deu um sorriso fraco enquanto se erguia e começava a caminhar em direção à porta. Ela realmente estava se casando? Com um homem que se dizia amaldiçoado? Ela acreditava que estava amaldiçoada também, mas se casar com um príncipe amaldiçoado? Ela estava condenada. Ela nunca o havia visto antes, e ela não sabia os detalhes exatos de sua maldição, mas ela sabia que ele tinha que ser chamado de príncipe amaldiçoado por algum motivo.

Disseram-lhe que ele havia matado seu irmão mais velho, que era o herdeiro do trono, porque queria o trono. Seu pai, o Rei, o deixou sem punição porque tinha medo de ser amaldiçoado! Em que tipo de reino ela estava se casando? Pelo menos era o que ela tinha ouvido de Paulina, que disse ter ouvido algumas das criadas no corredor sussurrando entre si que o Príncipe tinha um temperamento muito ruim e havia até matado um de seus meio-irmãos em um acesso de raiva, e era por isso que nenhuma das outras Princesas tinha concordado em se casar com ele, sendo assim, ela era a única infeliz restante para ele.

No início, ela se perguntou por que algum pai desejaria que sua filha se casasse com alguém não apenas amaldiçoado, mas também rumores de ser um assassino, e lhe foi dito que o Rei precisava de aliados poderosos. Ao se casar com o príncipe amaldiçoado, que ninguém mais queria se casar, o reino dela seria poderoso e outros reinos não ousariam começar uma guerra contra eles, sabendo que tipo de aliado eles possuíam.

Como ela poderia viver com um homem como aquele? Ele provavelmente a mataria na primeira oportunidade que tivesse. Talvez fosse melhor se ele a matasse de qualquer maneira, porque ela ainda não conseguia entender o que estava fazendo aqui, ela pensou. Erguendo o queixo e olhando diretamente para frente, ela caminhou lentamente em direção ao salão de casamento.

Ela parou logo do lado de fora da porta e se virou para Madame Grace, querendo saber o próximo passo. Madame Grace lhe deu um sorriso encorajador e balançou a cabeça em direção à porta, pedindo-lhe para entrar no salão.

Era isso.