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Sacred Gear Creator (PT-BR)

Sacred Gear: Creator, é a primeira Sacred Gear criada por Deus como ferramenta para fazer as outras, mas nenhum ser em seu universo poderia usar seus poderes, então quando ele morreu uma parte de seu poder enviou a Sacred Gear em busca de um Hospedeiro. Eu posto essa fanfic neste outro site e resolvi ver como me sairia aqui. https://www.spiritfanfiction.com/historia/sacred-gear-creator-20411360 https://www.wattpad.com/story/240038941-sacred-gear-creator-pt-br

L4DR1X · Tranh châm biếm
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67 Chs

Jantar

Deslizo a porta suavemente e o vapor começa a fluir de dentro do banheiro suavemente, soube na hora o que estava acontecendo e poderia fechar a porta e esperar Mordred vestir-se antes de entrar, mas eu precisava ter certeza que seu corpo estava completamente curado, "Sou um mestre muito zeloso", elogio minha atitude nobre mentalmente, afinal um bom mestre deve prezar pela saúde de seus servos sem segundas intenções.

O vapor começa a dissipar revelando o corpo esbelto de Mordred, "Eu já ia te chamar", a voz combina com sua atitude relaxada ao secar seu cabelo, enquanto saia do banheiro vestindo um conjunto de roupas casuais reveladoras. "Por que você parece decepcionado?", questionou ela com curiosidade no olhar, tendo uma sobrancelha levantada.

"Impressão sua, apenas fiquei surpreso que você ainda estivesse aqui", digo me virando e indo tomar meu banho, escondo a decepção no fundo da minha alma.

"Tudo bem então, vou te esperar na sala então", ela dá os ombros e vai embora, sua curiosidade não era grande o suficiente para forçar mais o assunto, porém suas bochechas estavam um pouco vermelhas.

Tomar banho não é um dos meus momentos favoritos, afinal relaxar na banheira enquanto toma banho na minha própria sujeira não me atrai, além de haver uma sensação de solidão inquietante, já houve uma vez em que cogitei pedir a Sakura para lavar minhas costas, mas desisti e prefiro apenas não prolongar meu tempo de banho.

Eu queria relaxar e descansar um pouco, deitar no meu futon escutando algumas músicas clássicas para dormir ou simplistamente ler algum livro aleatório, não estou cansado fisicamente, mas ter que cuidar de duas pessoas durante a noite toda e não muito depois ter que fazer uma cirurgia delicada, gastando uma enorme proporção de poder magico, faria qualquer um ficar cansado mentalmente.

Seco meu cabelo antes de sair do banheiro e projeto algumas roupas simples, gastar mais mana só aumentaria meu cansaço, mas não posso voltar ao meu quarto para pegar algumas mudas de roupas por causa do fedor do local, por isso vou me contentar com essas projetadas por enquanto. Ao andar pelos corredores escuros vou até o quarto onde Medusa estava, mas não sinto a presença de ninguém dentro, provavelmente Rinka já deve ter ido para sua casa.

"Desculpe a demora", deslizo a porta e entro, sou contemplado pelas costas Rin Tohsaka vestindo um suéter vermelho e saia preta acima dos joelhos, substituindo o habitual uniforme escolar, sentada em seiza ao redor da mesa, que estava visivelmente impaciente a julgar pelo seu dedilhar sobre a mesa.

"Pelo menos chegou, agora, qual o assunto que queria tratar comigo?", ela disse tomando um pouco de chá que estava sobre a mesa.

Um total de quatro pessoas estavam na sala, Tohsaka, Mordred que estava sentada no lado oposto ao dela, Rider na parte da cozinha atarefada e eu que logo me sentei ao lado de Mordred, mas deveria ter cinco pessoas nessa sala.

"Antes de começar, seu Servo poderia relevar-se?", sinto a variação de poder magico ligando-a ao seu servo que estava na forma espiritual e provavelmente observando tudo que estava acontecendo.

Medusa me serve um copo com Suco, ela não conhece meus hábitos, mas deve ter notada minha cara de desgosto enquanto olhava para a xicara de Rin e serviu uma bebida alternativa, muito observador da parte dela.

"Archer não quer revelar-se, mas me disse que se você adivinhar o seu nome verdadeiro apareceria", Tohsaka disse soltando uma risadinha no fim, obviamente gostando da atitude de seu servo.

"Tudo bem, estou precisando relaxar um pouco, vou entrar no seu jogo, posso pedir uma dica?", tomo um gole do suco e fecho os olhos esperando sua resposta, "Uva, nada mau, faz tempo que não tomo", penso aproveitando o sabor que me lembra levemente da primeira vez que bebi vinho, foi bastante problemático.

"Claro, deixe me pensar um pouco", diz ela em uma voz brincalhona, eu estava de olhos fechados, mas podia imagina-la balançando sua cabeça de um lado para o outro enquanto colocava os dedos nos lábios, por algum motivo conseguia prever suas ações e hábitos mesmo sem ter interagido muito com ela.

"Já sei, Mordred viu um dos Fantasmas Nobres de Archer, certo?", abro meus olhos e vejo ela apontando para Mordred, sem abandonar sua atitude brincalhona.

"Sim, se não fosse por ela estaríamos em péssimas condições, Rho Aias, se lembro corretamente", Mordred fala e me lembro do imenso escudo em formato floral que defendeu brevemente a investida de Rider, apesar do ataque estar enfraquecido.

"Entendo, uma armadilha, certo? Afinal, Aias é o nome do herói cujo o escudo foi capaz de parar a lança Durandal sendo reconhecido como a defesa absoluta contra projeteis, Aias o Grande, mas não deve ser algo tão simples assim", digo pensativo, o sorriso nunca deixou o rosto de Rin, mas quanto mais eu pensava, mais dúvidas surgiam.

Se a resposta fosse tão simples ela não diria sobre o nome do fantasma nobre de um herói que pode ser considerado o próprio símbolo da sua existência, então para ela ter sido capaz de falar sobre isso facilmente deve haver algo por detrás.

Fiquei uns dois minutos pensando, mas apenas consegui pensar em Aias o menor, apesar de ambos compartilharem mortes pouco honrosas, mas essa provavelmente não era a resposta certa, então apenas uma resposta me restou, "Então seu herói é uma fraude?", digo sorrindo maliciosamente para Tohsaka, aproveitando o espetáculo de ante dos meus olhos.

O rosto dela passou de um sorriso espirituoso para uma expressão de desgosto como tivesse acabado de comer algo estragado e gaguejou um pouco antes de dizer um pouco vermelha, "Você não disse o nome, então ela não vai precisar se revelar, vamos ao assunto então", ela deu um leve suspiro para se acalmar antes de continuar, "Por qual motivo você me chamou até aqui?", sua voz estava mais composta assim como sua postura.

"Acertei", me vanglorio internamente, existem inúmeros heróis que acabam por serem associados a lendas de outros heróis e quando invocados na guerra do Graal podem se utilizar de itens ou poderes que não tinham em vida, como por exemplo Perseu que tem acesso ao Pegasus apesar dele ser originalmente de Medusa e nunca ter qualquer relação com ele antes, por causa das divergências e da crença da população, por isso foi fácil assumir que o herói invocado por Rin é uma farsa e não o verdadeiro Aias o Grande.

"É bem simples, você deve ter notado as inconsistências dessa guerra certo?", deixo a minha 'vitória' de lado e me concentro no assunto principal, apesar disso foi uma boa pausa e me redeu um bom entretenimento.

"Sim, eu consigo pensar em algumas, como ela por exemplo", Rin olha para Medusa enquanto continua a falar, "O ritual deveria ser apenas possível convocar espíritos heroicos verdadeiros e não falsos heróis, além disso tem você", ela aponta para mim enquanto seus olhos se estreitam, "Você é a maior incongruência dessa guerra".

"Você é um mago de origem desconhecida, não existem registros seus desde antes da última guerra do Graal, seu poder magico e controle são excelentes e apesar disso não existe relatos de você usando algo além de Magecraft básico e Códigos Místicos especializados, então minha pergunta é, quem é você Yan Emiya?", ela disse com curiosidade no olhar, cada palavra carregava a certeza de alguém que pesquisou cada detalhe da minha vida e isso me deixou feliz, eu estava certo em tentar uma aliança com ela.

"Alguém fez o dever de casa, você é esperta, antes de responder a pergunta, poderia me dizer como conseguiu suas informações?", deslizo meu dedo sobre as laterais da boca do copo, ela é bastante divertida, apenas um elogio e seu sorriso floresceu, assim como seu nariz empinou, pena que a área do peito não cresceu junto.

Por um segundo minha mente some, talvez menos, sinto a sensação calorosa e de segurança que o servo de Rin emana em minha direção ser substituída por uma aura maligna, pela primeira vez em toda a minha vida senti medo, um real, algo que eu não senti nem quando Mordred estava prestes a me cortar ao meio.

"Hey! Hey! Você está bem?", quando volto aos meus sentidos Mordred estava me sacudindo de um lado para o outro e as outras me encarando, "O que foi?", foi tudo que eu consegui dizer, minha mão direita ainda estava tremendo um pouco e acabei derrubando suco sobre a mesa.

"Você simplesmente apagou no meio da conversa e começou a tremer olhando po nada, está tudo bem?", perguntou Rin enquanto me encarava preocupada.

"Estou bem, estou apenas com fome e um pouco cansado, melhor acabar isso logo", uso meu braço esquerdo para segurar o direito e respiro fundo, um, dois, três segundos foram necessários antes de conseguir me acalmar e meus batimentos cardíacos voltarem ao normal.

Coloco a mão no bolso e retiro três pedaços de ferro distorcidos envoltos orbes transparentes, são os fragmentos do Graal corrompido que tirei do corpo de Sakura, "Essa guerra do Santo não tem vencedores, a não ser que tenha algum doente que deseje destruição pura e simples", lanço duas capsulas para Rin ver, "Eu não sei exatamente como ou quando ocorreu, mas isso em suas mãos é o Graal da última guerra ou melhor o que sobrou dele", ao terminar de falar desmaterializo o ultimo orbe que ainda estava em minhas mãos e uma onda de mana corrompido cobriu a sala.

Rin não reagiu bem, seu estado foi de uma saudável estudante do ensino médio, para um sedentário que inventou de correr uma maratona sem treinar, extremamente ofegante e transpirando muito, Medusa estava melhor, apesar do seu visível incomodo, apenas levou a mão para tampar a boca e o nariz e em contraste com as duas Mordred ficou perfeitamente bem e estava secando a mesa com um pano distraída.

"Fecha isso", as palavras quase não saem da boca de Tohsaka, a situação era divertida, mas resolvi atender as demandas dela e refiz a capsula isolando a corrupção.

"Como vocês dois não sentem nada?", Rin ainda ofegante, perguntou curiosa sobre como Mordred e eu estávamos bem.

"Eu simplesmente não sinto nada, apenas deixa um gosto ruim na boca, enquanto a Mordred, podemos dizer que ela não tem nada para despejar?", eu dou uma leve gargalhada enquanto relembro das cenas de Mordred vomitando por causa da corrupção do Graal durante a cirurgia, apesar de ser minha assistente eu que tive que cuidar dela.

"Cale a boca", Mordred dá uma leve cotovelada na costela, enquanto me encara seria e faz beicinho, ela provavelmente não está realmente irritada, mas vou parar de provocar, estou cansado demais para aguentar as consequências.

"Voltando ao assunto, essa guerra é sem sentido, nenhum desejo vai ser atendido", esclareço mais uma vez, dessa vez sem apresentar mais provas ou fazendo gracinhas.

"Como posso ter certeza que essas peças de ferro não são apenas um truque para me fazer desistir e dar a vitória a você?", diz Rin desconfiada, uma pessoa esperta o suficiente pensaria o mesmo, então não me sinto ofendido com suas palavras, eu precisaria de mais provas no lugar também.

"Sendo sincera eu não gosto de você, principalmente depois de nossa conversa mais cedo, porém decidi que não vou tirar conclusões precipitadas como antes", seu olhar afiado foi sendo substituído por um sorriso refrescante, "Por isso, vou te dar uma chance", disse ela piscando.

"Obrigado eu acho", dou uma leve risada, "Tenho algo mais para mostrar, mas é melhor você estar preparada", o próximo passo é um pouco arriscado, mas preciso diminuir o número de inimigos, mesmo que seja apenas um por, ter aliados nunca é demais.

Ela acena com a cabeça e tira uma pequena joia do bolso, provavelmente um Ruby, e depois de entoar algumas palavras que não entendo por falta de aulas especializadas sobre Magecraft e uma luz carmesim a envolve, "Um feitiço de purificação, entendo", murmuro admirando suas capacidades, quando ela termina, não consigo reproduzir esse tipo de feitiço, mas posso improvisar usando outros meios.

Deixo de lado esses pensamentos e começo a iniciar aquilo que poderia ser descrito como meu feitiço mais poderoso e complexo, "Trance-on", o fragmento em minha mão fica encoberto de faixar de mana azuis, começo a infundir poder magico suficiente para conseguir meu objetivo.

"Contemple", em minhas mãos estava um taça com poucos detalhes em sua borda, negra e vazia, o Santo Graal corrompido, sua materialização é simples, não passa de um recipiente vazio, apesar de ter sido criado para armazenar almas de heróis temporariamente.

Dessa vez o fedor de corrupção tornou-se mil vezes pior, mesmo que não estivesse cheio ainda tinha uma conexão com o Graal maior onde estava armazenado o poder magico usado para conceder o desejo do vencedor, isso proporcionou combustível para o Graal em minhas mãos vazar mais poder magico corrompido.

Eu estava utilizando o fragmento como catalizador para materializar o santo Graal, mas por causa de minhas afinidades não serem as mais adequadas para essa projeção ainda havia erros e inconsistências, em poucas palavras, o Graal a minha frente poderia ser considerado um protótipo daquele usado na última guerra ao invés de uma cópia.

Faixas de poder magico fluíam de minhas mãos em direção ao Graal, porém algo inesperado aconteceu, a energia corrompida começou a fluir direto para o meu corpo e contaminar a minha carne.

"Qual o seu desejo?", escuto uma voz fraca surgir em minha mente, antes que eu possa entender o que estava acontecendo o Graal se desfaz, já utilizei muito poder magico hoje e para não ficar mais exausto utilizei o mínimo para projeta-lo por poucos segundos. A corrupção no meu corpo começa a ser absorvida pelo meu corpo e desaparecer gradualmente até desaparecer completamente.

"Agora você acredita em mim?", pergunto a Tohsaka, mas não recebo uma resposta, pois ela estava desmaiada com a cara na mesa e em cima do seu próprio vomito, ver essa cena normalmente teria tirado meu apetite, mas depois dessa tarde sangrenta a nojeira dela era apenas uma gota no oceano.

"Medusa, de um banho nela e separe algumas roupas de Sakura", ordeno e ela faz o que foi pedido, apesar de suas pernas estarem tremendo.

"Mordred, limpe a mesa, vou servir o jantar", me levantou e vou até a cozinha separada da sala por um simples balcão e vejo que estava tudo pronto para servir, jogo tudo fora, a comida foi contaminada pelo poder magico liberado pelo Santo Graal, porém o que estava nas panelas e na geladeira ainda estava bom.

Em poucos minutos termino de lavar a louça e servir na mesa um pouco a mais que o suficiente para sete pessoas jantarem em fartura, o móvito disso era simples, Mordred tinha um apetite que não condiz com sua estatura.

Falando em Mordred, seu estado era o melhor entre os presentes, fora eu, conseguiu aguentar muito bem a corrupção do Graal e seguiu minhas ordens de limpar a mesa e ainda por cima limpou o chão, muito diligente de sua parte.

"Obrigado", agradeço-a e ela responde com um aceno de cabeça antes de sair da sala para lavar as mãos na área de serviço da casa, enquanto isso espero as outras duas voltarem do banho, a comida estava quente e devido a todos as minhas louças serem Códigos Místicos especializados a comida iria manter sua temperatura de quando foi servida até o poder magico do ambiente acabar ou ser interrompido.

Em menos de dois Minutos Mordred retorna e senta novamente ao meu lado enquanto admira a comida a sua frente babando, porém espera pacientemente, isso foi uma das coisas que notei nela desde a invoquei seu temperamento e atitudes divergem em certos momentos, principalmente quando o assunto é respeito e educação, nesses quesitos ela poderia ser classificada como uma 'Dama Implacável', mantendo suas doutrinas e educação como uma Cavaleira, sem deixar de lado sua natureza selvagem.

"Você é gentil", normalmente tento evitar contato físico com a maioria das pessoas, exemplo disso é Mordred, desde que nos conhecemos nunca a toquei desnecessariamente, mas senti vontade dessa vez e acariciei seus cabelos dourados um pouco embaraçados e ainda assim macios.

Enquanto acariciava seus cabelos lembrei dos momentos em que Sakura gritava de dor e Mordred estava lá diligentemente cuidado dela, apesar de estar enjoada e zonza por causa da corrupção do Graal que estava vazando, em momento algum Mordred deixou de apoiar ou tirou os olhos de Sakura.

"Eu agradeço por ter me ajudado com Sakura, se não fosse sua assistência provavelmente ela estaria morta", um sorriso gentil floresceu no meu rosto em direção a ela.

"Não foi nada demais", Mordred disse desconcertada enquanto enrolava uma mexa do seu cabelo sem se importar com as caricias de Yan e ficaram assim por um tempo conversando enquanto comiam algumas batatas fritas para se distrair enquanto esperam Medusa e Tohsaka voltar.

"Nunca mais faça isso!", Rin Tohsaka gritou quando abriu a porta, mas foi ignorada.

"Então eu quebrei o braço dele!", Mordred disse apoiada na mesa olhando nos olhos de Yan que estava ouvindo atentamente, ambos gargalhavam, ignorando completamente a chegada de Tohsaka.

"Eu consigo imaginar a cena", meu humor estava muito bom, foi refrescante escutar as histórias de Mordred enquanto estava viva, usei o melhor das minhas habilidades de socialização para evitar assuntos dolorosos e mantivemos um clima alegre e descontraído.

"Vocês podem parar de me ignorar?", Tohsaka disse batendo o pé no chão visivelmente chateada.

"Relaxa, vamos comer", digo ainda sorrindo e gesticulo em direção a mesa, convidando-a e Medusa a sentar-se e comer.

"Tudo bem, depois desse susto preciso comer algo", Tohsaka diz e se senta-se em frente a mim e Medusa ao seu lado, "Itadakimasu", todos agradecemos pela comida ao mesmo tempo e começamos a comer em silenciosamente ou quase todos.

Parecia uma cena retirada de um desenho animado, Mordred não estava comendo, ela estava triturando a comida enquanto as vasilhas com acompanhamentos esvaziavam em extrema velocidade, uma verdadeira máquina de comer, afinal encontrar comida com sabor em época de guerra na idade média não era fácil.

"Gochisousama", sussurro baixinho e me retiro da mesa.

Eu como pouco normalmente, apenas o suficiente para manter o estomago satisfeito e junto a ele um pouco de sangue, porém hoje comi bastante pelo fato de não haver alguém aquém possa pedir isso, Rin Tohsaka esta fora de cogitação, pois caso ela saiba sobre meu "segredo" pode abalar nossa provável aliança, além de que acabamos de começar a conversar e dela não ter boas impressões sobre mim.

Quanto aos meus servos está fora de cogitação, em seus corpos não fluem sangue, apenas uma alta concentração de poder magico que com propriedades similares. Me restando o jejum por hoje.

"Daqui a uns vinte minutos traga Tohsaka ao meu quarto", digo para Medusa enquanto pego uma tigela com comida que separei para Sakura.

Medusa acena a cabeça e continua a comer elegantemente usando hachi e o rosto de Tohsaka ao seu lado mudou gradualmente de um rosa pálido para um vermelho vivido, mas eu não liguei para isso e sai da sala indo para o meu quarto.

"Oque?!", o grito estridente de Tohsaka reverberou pela propriedade, seguido por um silencio sereno.

O cheiro de desinfetante no ar me trazia um toque de limpeza ao meu quarto, ainda não havia entrado, mas podia sentir o cheiro através da porta e ao abrir consigo ver Sakura deitada em um novo futon, muito mais acolchoado que o meu.

Entro no quarto sem fazer barulho, no seu estado atual ela precisaria de muito descanso para se recuperar, meus métodos um pouco brutos e antiquados de extração são a causa disso, caso eu tivesse o conhecimento especifico e treinamento adequado poderia fazer esse tipo de cirurgia facilmente e o estado de Sakura poderia ser melhor, principalmente a grande cicatriz entre seus seios.

Me sento ao seu lado e noto meu erro causado pelo cansaço, trouxe comida comum para uma pessoa em recuperação que provavelmente não vai ter forças para mastigar corretamente e corre o risco de engasgar, piorando sua situação.

"Sakura", toco em sua mão um pouco fria e aperto levemente, tentando a acordar, normalmente depois de uma cirurgia uma pessoa comum levaria um muitas horas de descanso antes de acordar, porém eu conhecia melhor o corpo dela que ela própria e sabia que já havia dado tempo mais que o suficiente para recuperar a consciência.

"Mestre", eu quase não escuto sua voz enfraquecida, os olhos dela pela primeira vez haviam mudado, o olhar vazio e sem vida transformaram-se em medo e solidão como tivesse perdido o ultimo de seus pontos de apoio.

Eu estava surpreso, não me orgulho, mas Sakura é a pessoa mais próxima de mim, com vida, então eu aprendi a ler seus sentimentos e emoções pouco a pouco, por isso fiquei surpreso, nos últimos dois anos em que ela entrou na minha vida nenhuma vez demonstrou algum sentimento além da "desistência".

"Fique em silencio e coma um pouco", deixo minha surpresa de lado e levanto gentilmente seu corpo a apoiando sobre o meu.

Pego a tigela e coloco um pouco de comida na minha boca e mastigo até virar uma pasta e passo via oral para Sakura se alimentar, em pouco tempo metade da tigela estava vazia e decidi parar, comer demais pode ser ruim também e a ajeito sobre a cama, "Descanse", digo e me preparo para levantar e sair, mas ela segura a minha mão fracamente.

"Fica", apenas uma palavra, vários significados, eu poderia ficar e continuar com ela até dormir, mas não era isso que ela precisava e nem o que eu queria, não existe uma verdadeira atração por ela além de meu interesse em seu corpo, porém isso não era o suficiente para me fazer despertar algum sentimento, nem mesmo amizade existe entre nós e isso é culpa de ambos, dela por desistir de ser uma pessoa normal e minha por ser vaidoso o suficiente para não querer ajudar alguém sem segundas intenções.

"Não", ela larga minha mão e o olhar vazio em seu rosto retornar, algo dentro de mim dói quando vê isso acontecendo, "Tem outra pessoa para ficar com você", mas essa parte fica feliz com minhas palavras e se acalma.

vou até a porta e vejo uma pequena fresta aberta e a deslizo revelando Tohsaka vermelha sentada no chão. "É a sua vez", digo e saio do local deixando as duas irmãs sozinhas, eu fiz tudo que podia por Sakura, retirei os insetos que estavam em seu corpo, além dos fragmentos corrompidos do Graal, o próximo passo quem deve dar é ela própria com a ajuda de sua irmã.

"Medusa, eu fiz tudo que podia por ela, você está livre para julgar se o resultado final é do seu agrado ou não", falo para a serva que observava tudo das sombras enquanto vou me sentar no pátio.

Meu trato com Medusa incluía fazer Sakura feliz, mas acho difícil fazer isso sem estar eternamente preso a ela e mesmo passando esse trabalho para outra pessoa como Tohsaka não há garantis que vai dar certo, então Medusa deve julgar se está satisfeita ou não com o provável resultado das minhas ações.

"Eu irei, obrigado", diz Medusa saindo das sombras com um pequeno sorriso no rosto antes de entrar em sua forma espiritual e desaparecer diante dos meus olhos.

"Que dia cansativo", suspiro enquanto olho a linda Lua brilhante no céu sem nuvens. Atualmente estou deitado no telhado da casa observando as estrelas e aproveitando o vento, um dos meus lugares favoritos da casa, depois do meu próprio quarto.

"Pensei que devido a sua curiosidade de mais cedo apenas iria pular de alegria no momento em que eu me revelasse, mas parece não ser o caso", a voz era feminina e carregada de ousadia, já havia notado a presença dela a algum tempo, mas decidi ignorar e ver o que iria acontecer.

"Talvez, mas eu não acertei o seu nome, então provavelmente você iria sumir no momento em que eu tentasse olhar", digo um calmamente minha análise, estou verdadeiramente curioso, quero saber quem é o espirito capaz de me passar tamanha paz e medo que eram desconhecidos para mim, contudo não poderia perder a chance de uma boa conversa apenas para ter um vislumbre do seu rosto.

"Acertou", disse ela e então observamos o céu e eu aproveitei a sensação de paz que apenas por estar em sua presença era me concedido, queria que isso durasse para sempre, contudo nada era tão fácil, "Temos companhia", ela diz e sinto seu corpo desaparecer ao meu lado quando um estrondo enorme vem do pátio e uma nuvem de poeira levanta-se.

"Oni-chan, eu vim barganhar", escuto uma voz fofa e cruel reverbera de dentro da nuvem de poeira enquanto uma figura musculosa ficava cada vez mais evidente.

Olho atentamente enquanto o que pode ser descrito como um "bárbaro" surge da nuvem de poeira revelando sua pele negra e uma garotinha usando roupas de frio azuis levemente violetas sentadas em seu ombro.

"Nee-san".

Acabei acumulando capitulos e esqueci de postar aqui, sorry.

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