Avós?

Exedra abriu o peito do pai e expôs seu coração.

Com todos os pecados observando, em vez de arrancá-lo inteiramente, ele pegou sua faca, cortou um pedaço e o comeu.

Belzebu : "Não temos tempo para você comer ele com calma!"

Belphegor : "Coma logo para que todos possam ir."

Leviatã : "Me dê um pedaço."

Infelizmente, Exedra já não podia mais ouvir nenhum deles.

Assim que a carne tocou sua língua, a alma do dragão foi imediatamente despedaçada.

-

100 anos.

Se você perguntasse a Exedra quanto tempo parecia que ele estava gritando fora de seu corpo, essa seria sua resposta.

Quando sua alma se estilhaçou, ele foi imediatamente envolvido na dor mais insuportável imaginável.

Parecia nunca acabar e sua mente há muito tinha colapsado sob o fardo.

No final, quando sua alma parecia que iria se transformar em pó no vazio, ele nem mesmo tinha presença de espírito para dizer adeus aos seus entes queridos ou para expressar seus mais sinceros pedidos de desculpas.

"Meu querido neto... deixe-me ajudar você, está bem?"

Exedra lentamente sentiu sua consciência sendo reconstruída novamente.

Embora o processo fosse doloroso, não lhe causava tanto desconforto quanto quando sua alma foi originalmente quebrada.

Parecia que horas se passavam enquanto sua alma lentamente se tornava inteira novamente, pedaço por pedaço.

De repente, um calor começou a se espalhar por ele e toda a dor que ele sentia desapareceu como se fosse um sonho.

Ele sentiu como se estivesse sendo puxado para algum lugar por uma força externa e, quando seus arredores mudaram, ele se viu em uma sala do trono diante de um homem de cabelos vermelhos nu e cinco mulheres.

Ele não conseguia ver seus rostos, nem notar detalhes sobre seus arredores.

Ele tentou falar e perguntar onde estava, mas isso se mostrou em vão.

Uma das mulheres desceu os degraus do trono e caminhou em direção à sua alma flutuante.

Com delicadeza, ela o pegou em suas mãos e o trouxe para perto do rosto.

"Que neto travesso eu tenho. Você deveria saber que não se deve tentar burlar as regras que os deuses estabeleceram."

"Mas eu não desgosto disso." Uma voz masculina falou.

O homem de cabelos vermelhos lentamente se levantou do trono e Exedra ofegou quando viu suas asas.

Elas eram realmente como nada que ele já tivesse visto.

Diferente das asas brancas de um anjo ou das pretas de um demônio, as deste homem eram brilhantemente vibrantes e ele não conseguia discernir a cor delas.

Em um momento pareciam vermelhas, no próximo um ciano brilhante e depois um ouro ilustre.

Ele estava tão cativado pelo homem à sua frente, que nem sequer percebeu que a mulher que o segurava, agora o segurava como se ele fosse uma oferenda.

O homem alado o pegou em sua mão e o olhou curiosamente.

"Que mistura estranha e pequena você é."

"Ele ainda é nosso neto!" A mulher protestou.

"Claro que é Igrat, minha querida, eu não quis dar a entender o contrário."

"Hmph, desde que você esteja ciente, marido."

O homem riu antes de voltar sua atenção para a alma cintilante em sua palma.

"Um humano que não pertence... um príncipe dos dragões e um futuro líder dos demônios... Oh? Parece que você até mesmo recebeu a bênção do velho Maliketh. Um potencial tão ilimitado."

Exedra teve a mesma sensação deste ser que teve quando foi abençoado por Maliketh.

Ele não podia esconder nada.

Sua vida, sua morte, suas esperanças, seus sonhos, suas tristezas, suas alegrias.

Tudo parecia estar revelado em total exposição e ele não podia fazer nada além de esperar até que o ser encontrasse o que estava procurando.

"Oh? Recebendo ajuda de um deus da destruição e criação também, hein."

"O quê?!" Igrat foi imediatamente alertada.

"O que um desses deuses incômodos quer com meu doce menino?"

O homem lutou contra a vontade de rir ao ouvir a forma como sua esposa se referia ao seu neto.

"Seu doce menino é responsável pela morte de uma cidade inteira."

"E daí?" Igrat inclinou a cabeça como se realmente não entendesse onde estava o problema.

"Esqueci com quem estava falando."

O homem riu antes de voltar a se concentrar na alma de Exedra.

"Não parece que Yaldabaoth queria machucá-lo, parece mais que o arrancou de seu velho mundo para um propósito maior."

"Não me importo com isso, só quero que ele fique longe deste menino doce!"

"Mais uma vez, ele-"

"Não me importo!"

O homem suspirou antes de examinar a alma de Exedra mais uma vez. "Seu potencial é dos mais assustadores que já vi. Por que a mãe permite algo como você em seu mundo é algo que nunca vou entender."

O homem sorriu e Exedra mal pôde distinguir seus olhos que brilhavam um vermelho intenso. "Já que ela não tem intenção de interferir, vamos nos divertir um pouco com isso, não é?"

O homem estendeu a outra mão e uma esfera negra com um símbolo roxo apareceu.

"É isso o que você quer, certo?"

Exedra tentou gritar sim, mas foi em vão, aparentemente, o homem o entendia de qualquer forma.

"Mas só isso é... tão chato." O homem clicou os dentes em frustração.

"Estava bom quando dei aos meus filhos originalmente, mas sinto que eles perderam um pouco do brilho ao longo dos séculos."

"Ah!"

A mulher de repente soltou um grito empolgado ao chegar a uma ideia horripilante.

"E se combinássemos isso com o Rabisu?"

As orelhas do homem tremeram e ele olhou para sua esposa como se ela fosse uma gênia.

"Ei! Nunca mais vou fazer nada para você sua vadia ingrata!" Uma das mulheres gritou do lado do trono.

"Eu-Irei compensar você Lilith, eu prometo!" Igrat lhe lançou um sorriso desamparado.

"Hmph." Foi sua única resposta antes de se virar.

"Mas não podemos dar a ele um exército tão poderoso, eles sem dúvida destruiriam o equilíbrio." O homem ponderou.

"Eu vou manter 95% do poder deles aqui e dar a eles potencial para crescer?" Igrat olhou para o homem como se fosse óbvio.

"Ha! Uma solução mesmo óbvia."

Igrat trouxe sua própria esfera negra com um símbolo muito mais irregular e demoníaco e se aproximou de seu marido.

"Podemos começar?"

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