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Capítulo 9

Capítulo 9

O Encontro

Alex:

Kao já estava me esperando quando cheguei. Então, mal tive tempo de postar a foto e lá estava eu, sentado em frente ao cara que eu vinha conversando por mais ou menos dois dias. Primeiro ponto: Ele é lindo. Tipo, lindo estilo galã de Dorama. Seu sorriso era mais perfeito ainda do que nas fotos. E ele me passou aquela vibe de que seria fácil gostar dele.

Ele era educado pra caralho. Isso era bom, não é? Um cara bonito, simpático e educado não se encontrava todo dia por aí. Meia hora com ele e eu estava rindo que nem idiota quando ele começou a contar como foi que seus pais descobriram que ele era gay.

- Eu estava tão nervoso quando decidi contar. - ele gesticulava e sorria ao mesmo tempo.- Levei o meu primeiro namorado pra casa, e estávamos no meio do jantar. Eu estava suando o tempo todo, pensando quando seria a hora certa de contar que o amigo que eu convidei era mais que um amigo, quando a minha mãe solta do nada: "Eu pensei que o Kao nunca iria desencalhar."

Solto uma gargalhada estrondosa e tento me controlar quando vejo algumas pessoas nos olhando.

- Sério. Fiquei olhando pra ela e meu pai vai e fala: "Como você pode achar que ele não iria arrumar alguém? Esse menino é a minha cara. Com certeza ele é disputado." - ele tira a carteira do bolso e me mostra a foto da família. - Eu tive muita sorte com esses dois.

Era visível todo amor que ele dedicava aos pais.

— Realmente. Você é tão bonito quanto seu pai. - solto sem perceber.

— Isso significa que você me acha bonito? - ele pergunta me fazendo ficar com vergonha. Mas o sorriso dele me diz que ele estava apenas tirando uma com a minha cara.

Durante todo o tempo ele não tentou nada e nem fez nenhuma gracinha que o desabonasse de alguma forma. Enfim, o cara perfeito pra que eu conseguisse tirar o Gabriel da minha cabeça.

E assim que penso nele, como num passe de mágica, meu celular vibra em meu bolso. Me seguro ao máximo para não visualizar nada. Se eu quisesse que esse plano desse certo, eu não podia me perder na vontade louca de conversar com o Gabriel toda vez que ele me procurasse.

Quinze minutos depois da mensagem, Kao se levanta dizendo que iria ao banheiro, e eu fico todo empertigado, dizendo em minha própria mente que não devo pegar o celular. Não vou olhar a mensagem, não vou olhar a mensagem, não vou...

Droga. Celular na mão, digito minha senha e claro que a mensagem era dele.

G: E aí?

E aí? Só isso? Como ele quer que eu responda esse : E aí?

A: De boa.

Ele visualiza na mesma hora. E eu quase tenho um ataque cardíaco ao ver a palavra "digitando" no canto superior da mensagem.

G: Bom, espero que você se divirta.

Olho a mensagem por alguns segundos.

A: Esse é o plano. E obrigada por me apresentar ao Kao. Ele realmente é um cara legal.

G: Certo. Apenas me avise quando chegar em casa.

A: Ok.

Gabriel:

Já são quase onze da noite e nada do Alex. Fiquei a maior parte do tempo andando de um lado pro outro em meu quarto. Ele já deveria ter ido embora, não é? Para um primeiro encontro algumas horas de conversa eram suficientes, na minha opinião. A não ser que ...

Bom, a não ser que eles não ficaram apenas em uma simples conversa?

Paro no meio do quarto. Não. Isso não era uma opção. O Alex não iria fazer algo mais com um cara que ele acabou de conhecer. Ele não...

Mas ele não é o virgem que eu achava que ele era, não é mesmo? Se bobear ele bem que poderia estar agora mesmo aos amassos com o Kao. Droga.

Recomeço a andar freneticamente pelo quarto de um lado para o outro. Por que essa hipótese me irrita?

Não é que eu tenha algum direito sobre ele... Não posso me sentir possessivo com ele dessa maneira.

Mas por que imaginar o Kao tocando o Alex da mesma forma que eu o toquei, me faz sentir um aperto estranho no coração? Inferno. Eu não iria conseguir dormir. Pego minha jaqueta e minhas chaves e nem penso direito no que estava fazendo ou para onde estava indo. Eu só sei que precisava me mover para algum lugar.

Alex :

A noite não poderia ter sido mais perfeita para um primeiro encontro. E quando Kao se oferece para me deixar em casa eu aceito sem exitar. Não tivemos momentos estranhos e muito menos me senti inseguro ao lado dele. Mas...

Droga. Eu estava com um cara incrível a noite toda e eu só conseguia pensar no idiota do Gabriel. Por que ele teve que mandar aquelas mensagens? Depois daquilo, ele não saía da minha cabeça por nenhum segundo. Sempre me fazendo comparar o Kao com ele. O que não era nada saudável, já que o objetivo era eu esquecer o Gabriel, não ficar pensando nele durante meu encontro.

Talvez o lugar não ajudasse também. Eram muitas as memórias que Gabriele eu tínhamos aqui, nesse bar. No fim, tudo me lembrava dele.

Quando Kao estaciona em frente ao meu prédio, ficamos em silêncio por alguns segundos constrangedores.

- Bom, obrigado. Eu gostei muito de sair com você. - eu disse, meio que já abrindo a porta do carro.

- Eu também gostei muito. - ele fala e quando saio do carro ele já me espera do outro lado. - Talvez possamos repetir qualquer dia desses, o que acha?

- Sim. - digo, sincero. -Eu adoraria.

Estamos na entrada do meu prédio, um de frente para o outro. Ele me olha de um jeito que me faz pensar que ele iria me beijar e quando percebo isso meio que entro em pânico. Várias emoções começam a me dominar agora. Eu não queria aquele beijo. Mas eu DEVERIA querer, não é?

Eu já beijei outros caras, mesmo gostando de Gabriel... Não tinha sido nenhum problema antes. Mas agora... Eu não queria. Eu realmente não queria ... Eu ainda quero manter a lembrança dos beijos do Gabriel. Não quero outro beijo... Pelo menos não agora ... Droga. Ele está muito perto. O que eu faço?

O rosto do Kao está a centímetros do meu. Droga. Eu preciso deixar acontecer. Eu preciso... É só fechar os olhos e deixar rolar... É pro meu bem ... É pro nosso bem.

E então eu fecho meus olhos, a pressão em meu peito é muito mais forte agora. Como se eu soubesse que isso fosse algo totalmente errado. Mas não era ... Era a coisa certa a se fazer...

Ainda de olhos fechados espero o beijo acontecer, mas...

- Alex? - abro meus olhos chocado com o som daquela voz.

O que ele estava fazendo aqui?

- Gabriel? - Kao pergunta, se afastando de mim. E a sensação de alívio foi enorme. - O que você faz aqui?

- Eu... Bom, eu geralmente passo aqui, pra poder jogar com o Alex . E...

- A essa hora? - ele olha para o relógio em seu pulso. - Já é quase meia noite.

- Quando o Gabriel quer jogar, não existe isso de horário. - eu digo, tentando salvá-lo. - Qualquer hora é hora. - Eu não sabia por que ele estava aqui, mas eu gostei dele estar... Eu sou um idiota mesmo.

- Bom, então tá. - Kao nos olha desconfiado. - Acho que já vou indo então. - Ele se volta pra mim e se despede dando um demorado beijo em meu rosto. - Eu te ligo.

- Ok. - consigo dizer apenas isso. Ele se despede do Gabriel com um simples aceno de cabeça e ficamos vendo ele chegar ao próprio carro. Quando ele some de nossas vistas, ainda ficamos parados.

- Você ia mesmo deixar ele te beijar? - do nada Gabriel me pergunta, e eu me viro confuso para olha-lo. Ele parecia…chateado?

- Claro que ia... - digo e me forço a entrar no prédio. Gabriel me segue e seguimos para a escada que nos levaria ao meu andar. Subimos os três lances de escada rapidamente. E quando chego na porta, Gabriel levanta o pequeno vaso de planta que tenho do lado da porta e retira de lá a pequena chave. Somente ele sabia daquele esconderijo.

- Mas você não queria.

- O quê? - ele abre a porta e nós entramos. Ficamos de frente um pro outro e ele me encara sério.

- Eu vi... Você não queria que ele te beijasse.

- Como você pode saber disso? Claro que eu queria.

- Não. Você não queria... - ele estava certo, mas eu não queria admitir isso pra ele.

- Gabriel… O que você está fazendo aqui?- tento mudar de assunto.

- Eu queria saber se estava tudo bem com você.

- Era só me mandar uma mensagem.

- Eu quero saber como foi... O seu encontro. - Os olhos dele estavam suaves. Meio acanhados. Era impossível eu ficar bravo com ele.

Me sento e espero ele se acomodar. Por um instante ele olha para o sofá menor, como se onde eu estava, o sofá que ele havia tomado como dele, não fosse mais confortável ou algo do tipo. Mas logo, ele resolve se sentar ao meu lado.

- Não há muita coisa pra contar. - digo, respirando fundo.

- Alex ...

- Minha cabeça estava fora do ar.

- Como assim?

- O Kao foi perfeito o tempo todo, sabe, mas eu tinha outras coisas em mente.

- Tipo?

- Para começar, tudo naquele lugar me faz... - me calo antes que eu solte algo mais comprometedor. - Esquece.

Escuto ele respirar fundo ao meu lado e o pego me encarando. Fixamente. Não sei o que ele enxerga agora mas com certeza ele deve saber como me sinto nesse momento. Eu só queria repetir o que havíamos feito ontem mesmo nesse sofá. Sem pensar me aproximo mais e passo de leve meus lábios nos dele.

Seus olhos se arregalam e ele fica tenso. Congelado por alguns instantes.

- Eu não queria continuar querendo isso. - eu digo e mais uma vez, colo meus lábios nos dele. - Me desculpe, Gabriel.

Não estávamos propriamente nos beijando. Não de verdade. Fecho meus olhos e inalo aquele cheiro maravilhoso que só ele tinha. E quando dou por mim, o puxo mais para perto, segurando sua camisa e o beijo de verdade dessa vez. Céus, como eu precisava disso.

Me afasto por um momento, tentando reaver um pouco de lucidez.

- Me diga para eu parar, Gabriel. - eu imploro num sussurro agoniado.

Mas em vez disso ele envolve meu pescoço com uma de suas mãos e me puxa para um beijo realmente de tirar o fôlego. Abro minha boca e chupo seu lábio inferior, sua língua. Meu corpo já estava em chamas apenas com aquele breve beijo e quando dou por mim estamos repetindo a mesma cena de ontem nesse mesmo sofá.

Sinto sua ereção se formar e perco mais ainda os resquícios de razão que eu poderia ter. Eu queria tocá-lo. Eu queria fazê-lo gozar dessa vez. Eu quero colocar em prática todas as fantasias que tive com ele durante esses anos.

Coloco minhas mãos por debaixo de sua camisa e sinto os músculos rígidos de sua pele quente e macia. Enquanto nos beijamos de um modo desesperado, consigo o livrar daquela peça, mesmo que para isso eu precisei ter que parar nosso beijo. Os lábios deles inchados e rosados por minha causa, aumentava mais ainda o meu tesão.

- Eu sempre imaginei isso. - admito, enquanto dava um jeito de ficar em cima dele dessa vez, me acomodando entre suas pernas abertas. - Quando você ficava deitado no meu sofá, sem camisa em dias de calor, eu me imaginava te beijando assim. - E mais uma vez, eu ataco sua boca numa fome desesperada.

- Porra, Alex . - ele geme em minha boca. - Não me fale essas coisas.

Mas era só nisso que eu conseguia pensar. Em realizar tudo que eu sempre tive vontade de fazer com ele.

- Eu costumava ficar te observando. - digo, olhando fundo em seus olhos. - Sabe Gabriel, você era o culpado de todos os meus sonhos eróticos.

Ele me olha de volta totalmente surpreso. Chocado, seria a palavra mais certa.

Gabriel:

Estava tudo saindo do controle. De novo. Eu não conseguia tirar os olhos da boca do Alex . Eu não deveria estar achando cada palavra dele tão erótica assim, mas caramba. Se eu gozasse em minhas calças a culpa seria totalmente dele. Suas palavras eram como uma centelha em meu corpo. Fazendo com que a voz dele me fizesse pegar fogo.

- Eu me tocava toda vez que você ia embora daqui, e eu imaginava que era você me tocando. Eu gemia seu nome quando eu gozava.

Porra.

Dessa vez eu o beijo mais forte e mais intenso. Como eu convivi dois anos sem saber o quão safado ele era?

Meu desejo aumentou e eu só conseguia pensar em como ele estava duro em cima de mim. Ele beijou meus lábios, minha garganta e continuava a falar coisas safadas num sussurro sacana em meu ouvido. Caralho. Eu poderia gozar apenas o escutando.

- Eu não acredito, que estamos fazendo isso de novo, no meu sofá.