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Vermelho é a nossa cor

Quíntuplos foram separados quando bebês, mas são destinados a ficar juntos novamente em algum momento. Bridget, Michael, Ruby, Jonas e River se reencontram em uma escola, onde aparentemente tudo é possível. E no meio de um mar de possibilidades, surge inconvenientemente um grande problema, que somente pensamentadores de chamas podem resolver. Ou seja, vai sobrar pra essa turma de irmãos que mal se conhece, e devo acrescentar um tanto atrapalhada, fazer com que a paz impere novamente, ou, pelo menos quase isso. Mas se você pensa que vai ser fácil, serei o estraga prazeres aqui, e direi que os impedimentos serão tantos que nem sei se pode-se contar com os dedos das mãos. Muitas aventuras pra você e principalmente para os quíntuplos. E só mais um aviso antes de começar, essa história exige coragem, afinal está repleta de seres assustadores achando que são indestrutíveis. Mas você e eu sabemos que isso não é verdade, coragem, no final vai dar certo.

J4NE · แฟนตาซี
เรตติ้งไม่พอ
4 Chs

(Capítulo três) Nunca julgue um livro pela capa.

Bridget

Desde o dia em que anunciei a minha família sobre a decisão de aceitar a vaga na famigerada Escola Elementar de Magia e Artes Marciais, meus dias têm sido mais corridos do que o normal.

Minhas irmãs ficaram responsáveis por organizar e enviar minha documentação para a matrícula. Enquanto isso meus pais e eu separamos tudo o que levaria ou não. Todos já estavam comentando pela cidade sobre como tive sorte, e me desejando sucesso.

Mas tudo em que eu pensava era em como resolver o mistério que envolve diretamente esse rubi pendurado em meu pescoço.

"Você tem certeza que vale a pena ir pra tão longe sem nenhuma perspectiva de voltar tão cedo amiga? Como saber se esse tal "sábio" vai realmente retornar enquanto você estiver lá." Questiona minha vizinha Alina.

Alina é alguém bem presente em minha vida, bem mais do que gostaria na verdade. Nos conhecemos desde o fundamental. Sei que pra ela será ainda mais dolorosa a minha partida, pois é filha única da melhor amiga da minha mãe, e se considera da família. Mas nunca consegui confiar plenamente nela, talvez tenha a ver com o fato de que ela estranhamente descobre todos os garotos que gosto e acaba namorando com eles.

Enfim, ela não me inspira confiança.

Mas por falta de opção e ansiedade, acabo me abrindo com ela e contando um pouco sobre o meu colar, ocultando a tarde estranha relatada por mamãe é claro.

"Realmente sinto que preciso me arriscar, além disso, na pior das hipóteses acabo formada no melhor colégio interno do país." Falo decidida e Alina me abraça, percebo que ela está segurando o choro.

Talvez, me afastar por um tempo de tudo que conheço seja o preço justo a pagar, em troca conhecer mais sobre minha família biológica.

Estou no meu quarto já totalmente vazio, papai e mamãe decidiram ir morar em uma casa menor, e vão vender esta onde moramos desde de que entrei na família. A porta é aberta abruptamente sem nenhum aviso, e já sei quem é, afinal só uma pessoa faz isso por aqui.

Téo Palazzo Medeiros.

"Adivinhe sardentinha do meu coração, eu, Júlia e as crianças vamos morar em Peberley, cidade vizinha a Escola Elementar. Darei aulas de Matemática e telecinese, enquanto sua irmã vai abrir uma doceria na cidade, não é genial?" Meu cunhado conta muito animado.

Finjo que nem ligo, mas por dentro faço uma festa. Vai ser reconfortante saber que não estarei sozinha em absoluto por lá.

"Vai lecionar onde exatamente seu insuportável?" Pergunto curiosa de verdade.

"Oras, na própria Escola Elementar de Magia e Artes Marciais. Estudei lá sabia? Fiz uma prova pra voltar a lecionar em minha cidade natal há um mês, e me surpreendi ao ser aceito de primeira." Téo conta transbordando felicidade, até parece que ganhou algo bem mais precioso do que uma vaga de emprego.

Fico intrigada, mas antes que possa pergunta mais alguma coisa, da mesma forma com que ele entrou repentinamente também sai do meu quarto cantarolando, e contando a novidade a cada ser vivente que passar por ele. Também saio logo do quarto, mas não tão empolgada quanto Téo, é claro.

O último caminhão de mudanças acaba de sair, deixando a casa onde cresci vazia. Nem acredito que a partir de hoje vou viver tão longe de tudo isso por período indeterminado.

A essa altura já me despedi de minhas irmãs, sobrinhos e cunhados. Foi um chororô só, mas me senti melhor em saber que Júlia e Téo estariam lá por mim, caso viesse a precisar de aconchego.

Meus pais acenam do carro me chamando pra ir, chegou a hora de partir.

Procuro por Alina pra dizer tchau, mas vejo que ela sumiu. Deve estar chorando em casa ela sempre foi manteiga derretida mesmo. E que eu saiba, Merinda comentou comigo que ela também havia feito a prova para ingressar no internato para onde estou indo, e não conseguiu passar.

Dentro de oito horas estarei na Escola Elementar e a minha curiosidade parece me consumir viva. Envio um torpedo pra Alina avisando que deixei algumas roupas pra ela com sua mãe, e que ela poderia me chamar sempre que quisesse por mensagem, apesar de torcer pra que não faça isso. Não sei se um dia estarei em casa novamente, mas espero voltar sabendo tudo sobre o meu passado.

"Apertem os cintos garotas! Próxima parada, fim do mundo." Meu pai fala dando uma de aeromoça.

Papai e suas gracinhas, vou sentir falta do seu bom humor. O vejo sorrindo sempre, desde que me entendo por gente.

"Filhinha, lembre-se das suas aulas de autodefesa, se algum franguinho se atiçar demais para o seu lado é só revidar bebê, o papai deixa!" Mamãe até tenta fazer uma cara de reprovação quando meu me estimula a bater em um cara, mas não se segura e acaba caindo no riso também.

"Não vá na onda de seu pai querida, sabe que ele é exagerado." Dona Ana avisa ainda rindo do marido.

"Tudo bem mãe, relaxa pai, tive um ótimo treinamento. Acho que posso me virar sozinha." Digo convicta de mim mesma, pois realmente fui bem treinada.

Acabo dormindo durante toda a viagem, tudo foi como um enorme borrão. Quando resolvo finalmente acordar, me deparo com um trânsito infernal ao meu redor. Os sons das buzinas são insuportáveis.

Mas olhando bem, depois de esfregar os olhos vejo que não existe nenhum semáforo, e aos poucos observo que estamos cada vez mais próximos de um grande castelo medieval. Curiosamente a construção medieval está rodeada de prédios modernos que estranhamente combinam com ele.

"Acordou a margarida dorminhoca do papai. Dormiu bem? Comprei um sanduíche natural, sei que sempre acorda com fome." Wilson entrega um sanduíche a filha, que o recebe com um sorriso de orelha a orelha.

"Obrigada pai, o senhor é o melhor. Mas e aí? Chegamos hein, que lugar lindo, não imaginava que pudesse ser ainda mais magnífico do que as fotos." Falo me espreguiçando e em seguida abocanhando meu lanche. Como vou sobreviver sem meu paizinho ao meu lado?

Em meio ao mar de carros enfileirados que se movem como lesmas, não, lesmas andariam mais rápido na verdade. Me sinto ansiosa e bem no fundo estou gostando de toda essa demora, pena que uma hora chegaremos aos portões e vou ter que descer.

Mas me incentivo, dizendo a mim mesma o quão é importante conhecer esse sábio que pode reaparecer no internato a qualquer minuto. É melhor que eu esteja lá quando ele aparecer, sei que vai.

"Chegamos sim filha, achei a estrutura do castelo bem antiga, mas muito bonita e conservada. A noite deve dar um medo. Mas o curioso mesmo são esses prédios supermodernos estarem ao redor de algo tão antigo, e ainda sim o ambiente combinar tanto." Mamãe comenta com uma careta no final, ela sempre foi a mais medrosa entre nós mesmo.

Deve estar imaginando fantasmas flutuando pelo castelo antigo à noite.

"Mamãe a senhora sabe quando Téo, Júlia e as crianças chegarão?" Pergunto ansiosa e mamãe me olha com carinho e uma pitada de saudades desde já.

Sinto isso através dela. Suas mãos seguram as minhas com firmeza e de repente sei que as coisas vão dar certo, e que se porventura algo desandar, posso correr para os braços dela e do meu pai.

"Que eu saiba eles ainda estão a caminho querida. Mas vou ligar novamente e pedir para que Téo venha aqui logo que chegar pra ver como você está." Ao ouvir dona Ana me sinto mais segura por saber que parte da minha família estará tão perto.

Com o passar dos minutos a aglomeração de carros diminui gradualmente. Vejo os jovens saindo de seus carros desacompanhados, carregando suas malas direto para dentro dos grandes portões da Escola Elementar de Magia e Artes Marciais.

Fico chateada por deduzir que meus pais não podem me acompanhar até a entrada, poderíamos nos despedir lá uma última vez antes de ter que entrar. Depois de um longo abraço nos meus velhos, saio e faço minha entrada triunfal sozinha.

Admito que gostei bastante do tapete vermelho aos meus pés.

Olho para o carro e envio um último recado para dona Ana e seu Wilson antes deles partirem. "Vou sentir muito falta de vocês e prometo tentar não colocar fogo em nenhum coleguinha. (A piada é tão interna que só eu rio)"

"Te amamos filha, se cuida, e liga sempre que puder." Meus pais falam e vão embora.