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Vermelho é a nossa cor

Quíntuplos foram separados quando bebês, mas são destinados a ficar juntos novamente em algum momento. Bridget, Michael, Ruby, Jonas e River se reencontram em uma escola, onde aparentemente tudo é possível. E no meio de um mar de possibilidades, surge inconvenientemente um grande problema, que somente pensamentadores de chamas podem resolver. Ou seja, vai sobrar pra essa turma de irmãos que mal se conhece, e devo acrescentar um tanto atrapalhada, fazer com que a paz impere novamente, ou, pelo menos quase isso. Mas se você pensa que vai ser fácil, serei o estraga prazeres aqui, e direi que os impedimentos serão tantos que nem sei se pode-se contar com os dedos das mãos. Muitas aventuras pra você e principalmente para os quíntuplos. E só mais um aviso antes de começar, essa história exige coragem, afinal está repleta de seres assustadores achando que são indestrutíveis. Mas você e eu sabemos que isso não é verdade, coragem, no final vai dar certo.

J4NE · Fantasy
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4 Chs

(Capítulo dois) Sem sombras de dúvidas.

Bridget

Me sinto a excluída da família já começando pelas diferenças físicas. Melissa, Isabelli e Júlia são loiras como um dia papai já foi, mas hoje aos 70 anos ele está com todos os cabelos brancos.

Já Merinda e Maria Beatriz tem os cabelos num tom quente de chocolate vibrante como os de Mamãe, que aos 61 incrivelmente apresenta poucos fios brancos. Sempre que pergunto se ela pinta o cabelo, ela me diz que não.

Vendo fotos de suas irmãs vejo que é verdade, sua genética é boa.

E eu?

Não poderia ser mais diferente nem se quisesse. Ruiva demais, magrela e branca como um palmito. Sempre sou o contraste total em todas as fotos de família, pois todos são bronzeados e cheinhos por natureza.

Para meu azar, sempre que tento pegar alguma cor acabo ficando vermelha como um pimentão, além de ficar queimada, mas isso não me incomoda muito. Acho engaçado que apesar de comer o tempo todo, não consigo engordar nada além dos peitos e da bunda.

Dizem que sou magra de ruim, não concordo. Pois sou um amorzinho.

Mas só as vezes.

Tenho cinco cunhados, ou melhor dizendo, pestes, que me lembram o tempo todo o quão sou diferente de minhas irmãs. Sei que não fazem por mal, mas sinceramente, não reclamaria se eles me dessem um tempo às vezes.

Os queridinhos não ligam sobre eu ter me tornado uma adolescente, e cada vez que nos encontramos nas festas de família sou tratada como criança e obrigada a ouvir nomes como: Sardenta, palmito pintado, cabeça de cenoura, menina que foi jogada fora porque ninguém queria. Entre outros apelidos infames de infância.

E por incrível que pareça eles conseguem me deixar menos estressada do que minhas amadas irmãs mais velhas.

Quando cheguei em casa na manhã em que Merinda me achou no lixo, foi o dia do jantar de noivado entre Téo e Júlia, não me pergunte como, mas sei que me senti cativada assim que coloquei meus olhos no meu primeiro cunhado.

Tenho Téo Palazzo Medeiros como um parente de sangue, um segundo pai na verdade, ele é o pior de todos os implicantes, mas também é o que mais amo com certeza.

Isso não significa que desgoste de Vincent, Arthur, Peres e João Pedro. Pelo contrário, tenho por eles um profundo apreço pois amam e cuidam tão bem de nossa grande família.

Mas falando de Téo, onde será que ele se meteu com os outros cunhados? Logo agora que mais preciso deles para que mantenham essas ariranhas malucas bem longe de mim, parecem não se cansar de torrar minha paciência.

Depois de um longo abraço que por mim duraria toda a eternidade, mamãe me solta e corre para o seu quarto. Ela volta portando uma caixinha que tenho certeza já ter visto em meus sonhos, que geralmente são bem esquisitos e realistas, então opto por não pensar neles agora.

O que quero saber mesmo é o porquê da minha mãe possuir uma caixinha que vejo em meus sonhos tão regularmente, e qual é o s misterioso conteúdo. Dona Ana se senta ao meu lado novamente e me entrega pôr fim a pequena caixa branca.

"Filha, preciso que você saiba algo muito importante. Porém, abra primeiro a caixa e veja o que tem dentro, só então explicarei algumas coisas." Mamãe fala olhando profundamente em meus olhos.

Ao abrir a caixa, me deparo com outro objeto recorrente em meus sonhos. Fico até emocionada ao erguer a pedrinha vermelha em formato de coração. O rubi vermelho está pendurado em uma corrente prata um pouco grossa, exatamente como nos meus sonhos.

Todos na sala ficam hipnotizados com a beleza e a energia forte que emana da pedra. Eu também.

"Quando Merinda te encontrou naquela manhã e nós trouxe você, esse colar estava pendurado no seu pescoço cheio de dobrinhas, parecia que ele fora feito sob medida para você na época, guardei porque descobri por meio de uma breve pesquisa com o seu pai, que ele tem um valor inestimável." Como prova do que diz, mamãe pega o colar de minhas mãos e mostra meu nome cravado logo atrás da pedra, a escrita é em cor prata.

Abaixo do meu nome vejo minha data de nascimento, que fica acima de um símbolo que nunca vi na minha vida. O que não é grande coisa, afinal não sou conhecedora de símbolos mesmo.

"Garotas, preciso confessar algo perturbador que me ocorreu semana passada, enquanto todos vocês foram ao piquenique de aniversário do pequeno Toni (filho mais novo de Melissa). O qual infelizmente não pude ir, por causa de um forte resfriado. Tomei um susto enorme ao ouvir pesados passos no corredor, percebi que vinham do seu quarto Bridget. Estava tomada pelo pavor, comecei a respirar com dificuldade, e perdi a voz, tão pouco conseguia me mover. Entrei em choque quando vi a maçaneta da porta se mexendo, não sei explicar, mas senti que era algo ruim. Foi aí que notei uma luz vermelha surgindo por entre as frechas da gaveta onde sempre guardei seu colar de rubi. Quando todo o lugar ficou iluminado de vermelho, mesmo com dificuldade finalmente consegui me mexer. Lentamente levantei da cama e abri a gaveta misteriosa ainda com um pouco de receio. Nesse meio tempo a maçaneta da porta parou de se mover e os passos pesados voltaram para o quarto de Bri. Quando destampei a caixa e olhei diretamente para a pedra de um vermelho intenso, flashes surgiram em minha cabeça, vi uma mulher grávida com uma barriga gigante sorrindo. Depois vi a mesma mulher dormindo cercada de cinco bebês lindos, e então desmaiei." Dona Ana conta meio abalada, e ouço atentamente a história estranha.

Por fim minhas irmãs e eu nos olhamos sem entender nada sobre o que mamãe acaba de explicar. Só então lembro que no dia em particular do aniversário de Toni, chegando em casa a encontrei dormindo tão profundamente que ela só acordou no dia seguinte. Isso foi totalmente novo, pois mamãe já esteve bem mais doente e nunca havia dormido tanto.

Fico mais surpresa ainda ao notar que dona Ana estava aos prantos agora em meu colo, e entre soluços ela continua falando.

"Não reconheci a mulher que vi, mas te identifiquei claramente entre um dos bebês ruivos. Sei que você sempre quis saber sobre seus pais biológicos, me perdoe não ter contado nada antes. Espero que essas informações possam te ajudar em alguma coisa. Mas preciso te dizer que você só saberá mais sobre esse símbolo desconhecido no seu rubi, se tomar a decisão de aceitar a oferta da Escola Elementar de Magia e Artes Marciais." Mamãe afirma fortemente.

Assim que coloco o colar no meu pescoço sinto que aquece, mas acho que foi psicológico, afinal sou alguém quente por natureza.

Então olho intrigada pra mamãe e questiono. "Como exatamente um colégio interno que vai me sugar até a última gota de energia, e nos afastará por tempo indeterminado poderá ajudar? Agora mais do que nunca preciso ficar aqui, e descobrir tudo que puder sobre esse rubi."

Mamãe em seguida fala comigo usando um tom que me faz sentir como se tivesse cinco anos novamente. Será que ainda sou imatura? Talvez um pouco, confesso.

"Seu pai e eu levamos essa pedra aos melhores pesquisadores do país que são nossos amigos, mas nenhum foi capaz de nos ajudar. Falam sempre a mesma coisa. Parece que existe um homem que só a Escola Elementar de Magia e Artes Marciais pode te dar acesso. Tal homem é conhecido no mundo todo por sua sabedoria, só ele, com certeza, vai saber quem são seus pais e de onde se origina seu rubi. Dizem que já faz 20 anos que ninguém o vê, mas que a qualquer momento voltará. Se você não estiver estudando lá, como vai saber quando ele retornar?" Minha mãe termina de falar e pondero mais, talvez ela tenha razão.

E foi assim que fui convencida a deixar minha família e amigos em busca do desconhecido.

Não vou dizer a mamãe ou a minhas irmãs, mas acho que sei quem tentou entrar no quarto de dona Ana outro dia. Era ele, o homem alto e corcunda que sempre usa cartola, diretamente dos meus raros pesadelos para a vida real.

O barulho dos meus inconvenientes, mas amados cunhados entrando na sala me tira do modo pensativo e quebra a tensão da sala por um instante.

Visando evitar dar explicações que não estou disposta agora, fujo rapidamente para o meu quarto, preciso digerir todas essas informações que foram me empurradas goela a baixo.

Ouço Téo perguntar por mim querendo saber onde eu estou, mas felizmente a única resposta que Júlia o oferece toda animada, é a de que finalmente aceitei estudar na Escola Elementar de Magia e Artes Marciais. Ocultando é claro, os motivos que me levaram a dizer sim depois de tanta recusa.

O burburinho continua na sala, e dou graças a Deus por ele não vir até meu quarto saber de tudo por meio de mim mesma, ele é sempre tão enxerido.

Estou preocupada porque de algum jeito sei que o homem corcunda vai aparecer em algum momento novamente, mas sobretudo estou feliz pela chance que tenho de conhecer minhas origens, e saber por que raios não me encaixo em nada a minha volta por mais que me esforce.

Meus pais já haviam me falado vagamente desse rubi que carregava comigo quando fui encontrada, mas nunca o haviam me dado. Na verdade, nem imaginava que estava em nossa casa, se soubesse teria o pego antes.

Queriam me devolvê-lo apenas quando completasse dezoito anos, pois sabem que estou disposta a fazer loucuras para saber quem sou. E que vou até o fim do mundo pra conhecer a minha história. Quero todas as respostas, não me conformo com nada menos que a verdade.

Tenho certeza que só vou parar quando tiver o que quero, sem nenhuma sombra de dúvidas.