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Capítulo 20: Mar de Desespero

A intervenção de Kael trouxe uma momentânea pausa na devastação causada pelas criaturas descontroladas. Sob o manto de sua energia cósmica, os monstros recuaram momentaneamente, permitindo que um suspiro fugaz de alívio se espalhasse entre os sobreviventes. No entanto, essa calmaria era frágil, pairando sobre o cenário apocalíptico como uma ilusão passageira.

A fraqueza de Kael, agravada pelo esforço hercúleo de canalizar os últimos fragmentos de seu poder cósmico, era evidente. Seu ser, outrora repleto de energia estelar, agora se assemelhava a uma estrela cadente prestes a se apagar. Mesmo com sua determinação incansável, ele se via encurralado pela limitação de seus próprios recursos cósmicos.

A contagem regressiva para a humanidade continuava implacável. Das 10 bilhões de pessoas que um dia habitaram o planeta, restavam apenas 4 bilhões. O mar de sangue que banhava a Terra contava a história de uma tragédia sem precedentes, uma narrativa escrita em lágrimas e dor.

Kael, em um momento de conexão com seu poder cósmico para deter os monstros, vislumbrou a extensão da carnificina que assolava o mundo. O peso das mortes, o lamento da Terra, era como uma sinfonia de tristeza que reverberava em sua consciência. Contudo, uma peculiar sensação o envolvia — o vazio.

A desconexão emocional dominava Kael, como se a magnitude das tragédias que testemunhara tivesse esvaziado sua própria essência. A visão do mar de sangue, as perdas incontáveis, não evocavam mais reações em seu ser. Ele se sentia afastado, uma entidade cósmica impotente diante da escuridão que cercava a Terra.

Mesmo diante da paleta de horrores que se desdobrava, Kael não conseguia mais sentir empatia ou tristeza. O vazio que se apossara de sua alma era uma ferida invisível, corroendo o âmago de sua existência. A humanidade clamava por salvação, mas Kael se via em um estado de apatia cósmica.

A incerteza pairava sobre quanto tempo a pausa nas ações dos monstros perduraria. Kael, enfraquecido e vazio, estava diante de um dilema monumental. A escolha entre preservar a humanidade ou render-se ao vazio cósmico que o consumia tornava-se cada vez mais complexa.

Enquanto os segundos se desdobravam como horas, Kael permanecia imerso em seu próprio tormento interno. O destino da Terra estava pendente, e a escuridão que se aproximava podia ser contida apenas por um último resquício dos poderes cósmicos de Kael. Restava a ele decidir se enfrentaria a escuridão com a última faísca de esperança ou se sucumbiria ao vazio que o envolvia.