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TOKIMEKI

นักเขียน: GDL_zz
สมัยใหม่
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เรื่องย่อ

Na cidade de Aomori, no norte do Japão, o jovem Yukihiro Hayate vive seu segundo ano de ensino médio. Prestativo, o famoso faz tudo da escola estende suas mãos aos diversos clubes e ao conselho estudantil, enquanto espera a resposta de sua amiga de infância sobre sua confissão... Quando chega a hora de tomar decisões que mudarão seu futuro, portas que a muito ele acreditava fechadas, voltam a se abrir.

Chapter 1Um dia daqueles

Eu estava sentado num dos bancos do trem metropolitano que costumeiramente pegava pelas manhãs, observando o já conhecido trajeto que passava na velocidade também de sempre. Mesmo que minhas ações fossem corriqueiras, minha companheira de viagem diária notou que algo em mim estava diferente. Após mais alguns segundos de hesitação, a garota que sentava ao meu lado, devidamente uniformizada para sua escola, ajeitou sua grande franja tomando coragem para falar comigo pela primeira vez, além do bom dia já dado. 

"Não foi legal, foi? Sua cara entrega isso." 

Antes de responder prestei atenção em meus reflexos na janela do trem. "Caramba". A reação arrancou um sorriso de minha amiga, que sem rodeios arrumou meu cabelo despenteado, prosseguindo. 

"E como seus pais estão? Primeira vez que vocês se reúnem em anos, certo?"

"Então… No fim das contas minha mãe acabou nem aparecendo."

A reação de fúria de minha amiga me alegrou um pouco. "Desculpe, Yuki, mas sua mãe é uma vadia."

Suspirei lamentando, já pensei similar sobre minha mãe quando mais jovem, fiquei do lado do meu velho sem muita discussão ou briga após o divórcio, mas sinto que acabei não tendo a relação que deveria com ela por esse motivo. As coisas estavam mudando pelo menos, para melhor.

"De qualquer forma… Deixa pra lá, quando acontecer eu te falo, não vou te dar mais preocupações."

"Hah, tudo bem, não vou me intrometer mais nesse assunto até você me procurar."

"A essa altura eu acho que continuar como as coisas estão é o melhor curso de ação pra todo mundo, meu velho finalmente está seguindo em frente, e minha mãe provavelmente também já seguiu."

Hinata me olhou com a usual pena, o que geralmente ocorria quando o assunto era esse. Eu não gostava, mas a entendia, pois sabia que estava sendo genuína. 

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Agora caminhando rumo a nossa escola, Hinata ainda me acompanhava. Os usuais bom dia de nossos colegas se perdiam nos risos e bocejos dos alunos. Alegria misturada de desespero do último dia do semestre. Antes de nos aproximarmos mais do portão, Hinata me puxou levemente pela manga do uniforme. 

"...Yuki."

Não respondi, apenas parei de andar repetindo seu gesto.

"Meu pai vai apresentar a nova namorada dele hoje para mim, será que você poderia…"

"Jantar com vocês e comer a sua comida? Yep, temos um negócio, sua comida é motivo o bastante."

Com um sorriso radiante, Hinata estava prestes a me agradecer, quando lembrei de algo que a alguns dias queria perguntar.

"Mudando de assunto, esses dias fui até sua casa entregar suas anotações, mas você não estava lá."

Hinata congelou, desviando o olhar como geralmente fazia quando estava prestes a mentir, coisa em que era terrível. 

"Haha… tive que pegar algumas coisas com a Sakura, se tivesse me enviado uma mensagem eu teria te esperado!"

Inadvertidamente, a própria Sakura entregou a amiga, já que nesse mesmo dia ela me procurou para saber se Hina estava comigo. Péssima mentirosa como era, Hina agia de forma mais nervosa que de costume.

"Bom dia senhor e senhora Hayate."

Devolvemos o bom dia simultaneamente, Hinata claramente aliviada na mudança de assunto. 

"Ainda não somos casados, senhor vice-presidente."

"Exatamente Jin, ainda não somos." Respondeu Hinata, no mesmo tom de brincadeira.

"Ênfase, no ainda" disse o vice-presidente do conselho estudantil Jin Matsuyama. "E antes que eu me esqueça, Yuki, vou precisar da sua ajuda hoje. Temos algumas papeladas pra resolver, e disso eu sei que você entende."

Não me orgulhava de ser o responsável por boa parte da documentação da agência que empregava meu pai quando ainda morávamos juntos, mas uma habilidade adquirida era uma habilidade adquirida afinal.

"Tudo bem, não é como se eu tivesse algo pra fazer realmente."

Hinata riu provocando ao se despedir " O sempre disponível membro do clube dos vai pra casa, que no fim acaba trabalhando mais que todo mundo por ter a melhor habilidade de todas: Disponibilidade!"

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Depois de pegar algumas cópias de documentos na sala de professores, caminhávamos nos movimentados corredores da escola durante o festival. 

"Você não vai assistir a apresentação da Hina? Eu posso esperar."

"Eu já vi ela recitando aquele poema mais que o necessário, acredite em mim vice-presidente."

"Vai acabar perdendo sua futura esposa nesse ritmo."

"Sabe que apesar das brincadeiras, ela não me vê assim." O tom da conversa ficou desnecessariamente sério.

"Sim… Mas e enquanto a você, já se confessou e tudo mais. Vai me dizer que ela te pediu pra esperar?"

Cocei a cabeça e logo em seguida começamos a caminhar com sentido a sala do conselho estudantil, então respondi. 

"Ela pediu tempo, sim. Mas não é como se tivesse esperando sem tentar nada com outras garotas, certo?"

Jin riu antes de retrucar; " Se fala dos seus encontros com a presidente eu vou ser obrigado a discordar, vocês dois só estão passando tempos juntos enquanto esperam os dois alvos de verdade."

Meu silêncio escondeu minha irritação, Jin estava certo, tanto eu quanto a presidente Ayane Fujibayashi estávamos esperando respostas que talvez nunca viriam. 

Com um sorriso irônico, Jin continuou: "Na mosca, huh? A essa altura do campeonato, não seria melhor vocês dois simplesmente começarem a namorar? Vocês se dão tão bem."

"Se a Hinata não me vê como namorado, você acha que a Ayane vai!?"

"Vou o que?"

Fomos abruptamente interrompidos pela presidente do conselho, estávamos tão entretidos que não percebemos nossa entrada na sala. Ayane era de fato uma garota muito linda, até mais do que Hinata para os padrões que geralmente se aplicam a "beldades" escolares, o que fazia qualquer noção de um relacionamento além da amizade entre nós, uma ideia estúpida. 

Ela e o vice presidente tinham o mesmo irritante hábito de responder tudo com o sorriso irônico que acabei me acostumando com o passar do tempo. 

"Não se rebaixe tanto, jovem Yukihiro, acredite ou não, você está bem alto na minha lista."

Certo… "Único problema é que o abismo entre o segundo e o primeiro da lista é, de fato, um abismo."

"E o da sua lista não é?" De novo ela com um belo sorriso irônico. Antes que pudéssemos nos engajar novamente na conversa que não iria a lugar algum, ela prosseguiu. "Se está aqui, o camarada Jin conseguiu recrutar sua ajuda?"

"De fato, camarada Ayane, inclusive já temos os blueprints dos documentos." 

Somos soviéticos agora, brilhante.

"Consigo finalizar até o fim do dia. O clube de futebol me pediu uma mão no treinamento, mas consigo fazer isso depois". Inclusive a última lesão que adquiri jogando com aqueles maníacos ainda doía vez ou outra. 

Ayane se levantou, fazendo menção para que saíssemos da sala. "Já estou vendo que não vai assistir a Oshima se apresentar, se esse é o caso, me dê uma ajuda com algumas coisas no arquivo."

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No segundo andar, enquanto íamos em direção ao arquivo, observamos como o trabalho duro dos alunos da escola deu resultado, de cafés a casas de terror, o esforço de todo mundo ficava evidente. 

Já perto do nosso destino, fomos parados pelo entusiasmado e barulhento Kouta Mamoru, aluno do terceiro ano, agradecendo pela ajuda que dei à sala deles com a parte sonora da apresentação.

"Valeu pela mão com a edição de áudio, Hayate! Não faz ideia do trabalho que nos salvou"

"Nah, tá tranquilo, eu tinha algumas coisas pra fazer para meu velho aquele dia, não foi trabalho algum."

Novamente agradecendo, Kouta se despediu. Do meu lado eu pude notar que Ayane estufava o peito com uma cara orgulhosa enquanto me olhava. 

"Meu menino cresceu tão rápido, praticamente um herói do ensino médio."

"Não sei se fico feliz ou deprimido com seu comentário, camarada Fujibayashi."

Ela bagunçou meu cabelo em tom brincalhão, e quando estávamos prestes a entrar no arquivo, fomos novamente interrompidos. 

"Hayate!"

Ofegante atrás de nós, com seus cabelos vermelhos bagunçados, estava a delicada Sakura Fujisaki, obviamente descansando de uma corrida alucinada. E se ela me procurava…

"Aconteceu alguma coisa com a Hina?"

Num tom sério, fui direto ao único assunto que faria Sakura me procurar dessa forma. 

"Sim!' respondeu preocupada; "Daqui meia hora é a apresentação e nem sinal dela temos! Achei que ela estivesse com você aproveitando o festival." 

Mas é claro, Hina 101, nervosismo seguido de não saber o que fazer, mas no fim tudo acaba dando certo… de qualquer forma, não seria justo deixar de procurar por ela. 

"Vou ver se a encontro, não se preocupe."

Sakura agradeceu e voltou a busca. 

Já Ayane, puxou assunto antes que eu pudesse me desculpar; "Sem problema, Yuki, podemos fazer isso na volta das férias."

"Ok, e obrigado pelo encontro no festival escolar!" Disse em tom brincalhão, obviamente saquei o real intuito da presidente.

Ela deu um sorrisinho mostrando a língua, "Busted! Bem… Eu só queria que você visse que todo o trabalho que teve ajudando múltiplas salas não foi atoa. Nesses últimos dias você não parece bem." 

Ah, obviamente ela e provavelmente o vice-presidente perceberam, foi mal Ayane, mas não quero dar mais problemas do que vocês já tem pra resolver, talvez eu pudesse me abrir com eles da mesma forma que faço com a pobre da Hina, mas realmente me sentiria mal fazendo isso, no entanto…

Involuntariamente ela tocou o meu rosto. Ayane, é por essas e outras que todo mundo acha que namoramos. Pensei, e ela obviamente leu meu pensamento. 

"Deixe que pensem. Agora vai salvar sua donzela, princeso."

Impossível fugir de mal entendidos assim, mas era claro que ela, simplesmente, não ligava. Além disso, era bem claro pra nós dois, que nossa relação não passaria do que tínhamos no momento, e provavelmente agradecíamos esse fato. 

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Depois de vasculhar pelas salas do primeiro e segundo andares, já estava nas últimas do terceiro. 

"Onde se meteu, garota?"

Deixei minha leve frustração escapar, e foi então que felizmente ouvi vozes, e uma delas era a solução para os meus problemas, rapidamente segui em direção da sala onde uma conversa acontecia. 

"Precisamos contar pra eles, Shun, não estou me sentindo bem fazendo isso nas costas deles!"

Parei imediatamente, alguma coisa na frase dita por Hina não me caiu bem.

"Você tem razão, nesse domingo, vamos chamar nossos amigos e vamos contar pra todos ao mesmo tempo."

Ah, eu reconheci aquela voz. E as coisas começaram a fazer sentido. Os desaparecimentos, as mensagens não respondidas. Chegando perto da porta, decidi interromper a conversa com leves batidas no metal da mesma. 

O pulo de susto que ambos deram foi cômico e ao mesmo tempo trágico. Por um segundo fiquei preocupado com a cara que estava fazendo, já que Hinata estava me olhando assustada. 

"Y-Yuki!?"

"O próprio", respondi tentando ser casual. "Sakura está te procurando, você tem exatos 15 minutos até sua apresentação."

"Ah… AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!" Hinata finalmente percebeu a roubada em que tinha se metido. "Preciso ir! Desculpe meninos, nos vemos depois!"

Em momentos ela desapareceu no corredor, deixando eu e Shunsuke Kanzato a sós, na silenciosa sala. 

"Hey Hayate, ainda não agradeci pela ajuda no treino do time nas últimas semanas."

Acenei positivamente com a cabeça antes de responder "Só diga para os seus zagueiros que tentativa de homicídio é crime."

Shun já saia da sala quando retomou a conversa; "Não vai assistir a apresentação da Hina?"

"Eu deveria?"

Shunsuke arregalou os olhos, ah, deixei minha frustração ganhar. 

"Sim…? Ela é sua melhor amiga, seria um baita apoio pra ela, não?"

"…Tem razão, chuto que também vai?"

"Infelizmente preciso fazer algumas coisas na minha sala, aproveite a apresentação por nós dois."

Após nos despedirmos, dei uma leve olhada no meu reflexo na janela da sala de aula. E sim, não era uma cara de muitos amigos. Eu deveria ter percebido antes, as expectativas que ainda guardava deveriam ter sido descartadas a meses. Fosse esse apenas um problema entre eu e Hina, tudo seria mais fácil de resolver, doloroso pra caramba, mas com apenas duas partes problemáticas. Infelizmente algo complicava e por muito a situação: Shunsuke Kanzato era o cara no topo da lista da presidente Ayane. 

"Esse próximo domingo vai ser uma merda." profetizei enquanto caminhava até o auditório. 

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Apesar da timidez, o carisma de Hina brilhava, mesmo numa simples recitação de um poema. De qualquer forma, não consegui me preocupar com as palavras ditas que por diversas vezes fui obrigado a escutar, enquanto ajudava Hinata a praticar para sua apresentação.

Porque doía tanto, me perguntava. Ela me pediu tempo, nunca a cobrei, então tinha zero direitos de questionar seja lá com quem ela se envolvia. O que eu tinha direito, era de pelo menos saber da verdade. Éramos próximos o bastante para isso… certo? 

"Yukihiro?" Uma voz familiar me tirou do transe. "Você realmente não está bem." Ayane me olhava com uma preocupação de mãe; "Vamos beber alguma coisa, e você vai me contar o que tanto te incomoda."

Ayane esperava que eu contasse a ela minhas preocupações, mas eu não tinha a menor condição no momento de revelar que a garota dos meus sonhos, e a paixão de infância dela estavam namorando às escondidas. 

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"Ah, nada como um café gelado com gosto questionável." Disse a presidente, sentando do meu lado num dos bancos próximo a áreas das máquinas de conveniência. 

"E então? Problemas com sua família?"

Essa era uma brecha que eu deveria aproveitar e sair correndo com, além do mais, era verdade. 

"Também, tivemos alguns problemas nesse último fim de semana, mas já deveria estar acostumado."

"Não é tão simples assim, Yukihiro, sua reação é justificável." 

Ela olhou para seu smartphone por um tempo, mas brevemente voltou sua atenção à nossa conversa. 

"Eu iria te convidar pra sair, mas Shun quer fazer um encontro com nosso grupo domingo, então taí nossa oportunidade de esquecer dos problemas!"

Ah, o domingo dos infernos tomando forma, Hinata provavelmente vai me convidar para tal "evento entre amigos", durante o jantar hoje. Outra coisa que já estava quase me esquecendo. Com que cara vou chegar na casa dela? Deveria arrumar alguma desculpa e simplesmente não ir?

"Então, se não é só sua família o problema, o que mais te incomoda?"

Olhei pra ela por alguns segundos, não era uma atitude barata, ou tentativa de mostrar empatia gratuita. Ela realmente estava preocupada comigo. Suspirei antes de perguntar, algo que logo em seguida me arrependi. 

"Você gosta tanto assim do Kanzato?"

Ayane me olhou com suspeita, suspirando da mesma forma que fiz a pouco, a garota respondeu evitando contato visual. 

"Sim, mais do que qualquer pessoa no mundo, com exceção da minha família."

A resposta foi dada no tom sério que fazia dela presidente do conselho, e que ela só usava quando achava necessário. Continuando, dessa vez ela não evitou uma troca de olhares. 

"Yuki, já te fiz essa pergunta, e a sua resposta foi não, entretanto, pessoas mudam, sentimentos mudam…"

Mais uma pausa.

"Você está apaixonado por mim?"

"Eu gosto muito de você, mas da mesma forma que você gosta de mim, eu suponho."

"Ohh? E quem te garante que não gosto de você de outro jeito?"

"Porque você acabou de dizer que já tem alguém especial, e Ayane Fujibayashi é várias coisas, a maioria delas maravilhosas, mas eu sei que mentirosa, definitivamente não é uma delas."

Ela me olhou em silêncio por alguns segundos, antes de levar uma das mãos ao rosto corada pela vergonha. 

"Quando você diz esse tipo de coisa, nesses momentos e nesse jeito, é injustamente poderoso."

Hah, poderoso, ela disse. Levantei e encostei a lata de café gelado de leve em seu rosto, conseguindo outra reação que foi uma graça. 

"Pare com isso, camarada Yukihiro, não posso mostrar minha fraqueza a meu calouro!"

"E você está preocupada com isso AGORA? Bem, já está ficando tarde, e tenho mais um compromisso hoje, então até outra hora, Pres."

Ayane também se levantou ao se lembrar do que eu falava. 

"Certo, o jantar na casa da Hinata. Aproveite e se divirta!"

Vou chutar que diversão não vai ser exatamente o que me espera. E assim nos despedimos.

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Quase duas horas depois, eu me encontrava em frente a residência da família de Hinata, após uma breve passada em casa para tomar banho. A rua estava como de costume, tranquila. O parque em frente a casa trazia lembranças de anos, de uma amizade que começou pela bondade da criança Hinata ao se aproximar da criança Yuki, que chorava após mais uma das brigas entre seus pais.

Com o decorrer dos anos, crescendo, se divertindo e chorando juntos, me afeiçoei pela dedicada menina, que cresceu e se tornou uma linda garota. Foi só perto do ensino médio que me toquei que estava completamente apaixonado. Um primeiro amor fulminante, e vendo garotos se declararem em sequência para ela, me deu coragem para fazer o mesmo. 

Foi a primeira vez que ela me pediu para esperar, que não queria estragar o que já tínhamos, mas talvez também pudesse sentir a mesma coisa. Tentei mais uma vez, após o primeiro ano, mas a mesma resposta me fez tentar me relacionar com mais garotas além dela. O que foi uma boa decisão, já que apesar de não ter conseguido a tal lendária namorada do ensino médio, me trouxe boas amizades. 

"Yuki…? Terra para Yuki?"

A voz de Hina me tirou dos pensamentos e lembranças, a observei antes de responder. 

"Desculpe, só estava… lembrando."

Ela deu uma risadinha fazendo sinal para que entrasse na casa. 

"Esse lugar é nostálgico demais, não é? Me pergunto se ainda vai ser daqui vinte, ou trinta anos."

Deixei meus sapatos na entrada e a segui para seu quarto como de costume. 

"Meu pai e a nova namorada vão chegar daqui a pouco, então temos algum tempo."

"Precisa de alguma ajuda?" Perguntei já imaginando a resposta. 

"Você na cozinha? Nope! E já está tudo pronto."

Olhei as fotos na parede e mais um turbilhão de memórias recentes, e outras nem tanto, vieram à mente. 

"Yuki, se tem algo que quer falar, fala. Toda vez que fica inquieto assim é porque tem coisa entalada na sua garganta."

Ela se sentou no chão do outro lado do kotatsu, obviamente desligado, esperando minha resposta. 

Como abordaria a discussão sem parecer um mesquinho, sem cruzar linhas que não tinha o direito de cruzar? A resposta óbvia era questionar a única coisa que eu tinha direito de questionar. Suspirei fechando os olhos, ser o cara legal era cansativo. 

"Hina, tem alguma coisa que você gostaria de me contar?"

A chance dela me contar, se ela se abrisse ficaria tudo mais… fácil. 

Hina desviou o olhar do meu, balançando a cabeça em negativa.

"Nada importante, p-porque pergunta?"

Ela estava com medo? Provavelmente por achar que me irritaria? Pelo jeito só conseguiria esclarecer as coisas se tomasse a rédea da discussão.

"Eu sei sobre você e o Kanzato, Hina."

Ah, era de fato, medo. Seus olhos claramente mostravam esse sentimento. Um silêncio de alguns segundos tomou o quarto, e então lágrimas que eu esperava em algum momento naquela noite vieram por parte da garota. 

"Me desculpe, Yuki… eu deveria ter te contado, eu sei que deveria… eu apenas fiquei com medo de perder você…"

Me perder? Eu seria a garantia caso o romance com Shunsuke não desse certo? Ou me perder no sentido do amigo, que a abandonaria por não ter mais chances de romance com ela? Qualquer uma dessas duas opções me irritava absurdamente. 

"Nos conhecemos há mais de dez anos, você realmente acha, que eu ia cortar laços com você porque começou a namorar outro cara!?"

Ela percebeu minha irritação, e de forma afobada tentou se explicar.

"Eu te amo Yuki, mas não da mesma forma como você me ama… eu sei o quão patético isso pode soar, o quão egoísta isso é, mas eu não queria perder todo o carinho que você me dá…"

Fiquei sem palavras, não tive a maturidade mental suficiente para responder esse absurdo sem muita grosseria. O silêncio foi a melhor opção, provavelmente…

Ela se levantou pegando as minhas mãos desesperadamente. 

"Eu… peço perdão pela mentira, você merece muito mais que isso, mas não posso pedir desculpas por meu relacionamento com Shun."

"Em nenhum momento eu sugeri que deveria se desculpar."

Ela secou as lágrimas com a manga da blusa que usava, esboçando um sorriso. 

"Realmente não mesmo…"

Levantei dando a mão para que ela fizesse o mesmo antes de prosseguir. 

"Bem, o lado positivo é que agora tenho sua resposta."

"Me perdoa?"

"Mas é claro, basicamente águas passadas! Só vou desejar boa sorte lidando com a presidente."

"Ah…"

Não vai me dizer que estava pensando em pedir minha ajuda!? Eu a observei incrédulo, porque aquilo era realmente algo que a Hinata que tanto amei faria. 

"Foi mal, mas não sou tão bom coração assim. Esse é um problema seu e do Kanzato.'

Ela acenou positivamente envergonhada, antes que pudéssemos continuar, ouvimos o motor do carro do pai de Hina. 

"Vejo que eles chegaram, vamos ver que nota damos para a namorada do seu pai. Ele merece um relacionamento novo."

Hina assentiu, então aproveitei a oportunidade para enxugar suas lágrimas. Estávamos próximos o suficiente para sentir a respiração um do outro. Talvez o mais próximo que jamais chegaríamos. 

Descendo a escada, fomos recepcionados pela animada conversa do novo casal. Uma voz familiar me fez achar que estava escutando coisas, só poderia ser alucinação. 

"Crianças, deixa eu apresentar vocês, essa é-'

"Yuki!?" 

A namorada de Isao, o pai de Hina, interrompeu a apresentação. A garota por sua vez, me olhou preocupada. Eu provavelmente estava fazendo uma daquelas caras, de novo, não estava? Eu só podia pensar o quão deus era um troll de grandíssima qualidade. 

"Boa noite… Mãe."

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