Alunos do colégio CFT estão sendo mortos, entre esses mortos, o melhor amigo e único amigo do Juliano, foi morto em sua frente. Com o choque, Juliano decide investigar essas mortes e o que levou a esse acontecimento.
Esse capítulo contém cenas de assassinato!
Todos os dias, a minha rotina é a mesma. Acordo às 6:00 horas da manhã, me arrumo para o colégio, tomo o meu café da manhã, às vezes com a minha mãe, outra vez com minha irmã mais velha, ou com as duas. Hoje tomei o café com a minha irmã, a minha mãe teve que ir mais cedo para o trabalho.
- Você já vai para o colégio?
- Sim!
- Eu estou saindo primeiro! Fecha a porta quando sai!
Jenifer, minha irmã mais velha. Está cursando medicina, e sempre vai cedo para a universidade, para poder estudar na biblioteca, antes das aulas começar.
...
Quando chego no colégio, vou diretamente para a sala. E enquanto os professores não entram para dar aula, fico sentado no meu canto, na ultima carteira da sala, lendo minhas webtoons. Leio elas em inglês, e foi através delas que aprendi inglês, há dois anos atrás, logo quando comecei me interessar por esse tipo de entretenimento.
- E aí Juju! Lendo webtoon denvo?
- Oi!
Na segunda carteira na minha frente, senta o Ryan, meu melhor e único amigo.
- Qual capítulo está lendo agora?
- Estou no capitulo 34 da que comecei ontem.
- Você é rápido para lê!
Do nada, pessoas começaram a correr no corredor, e alguns alunos da nossa sala sairam logo atrás.
- O que está acontecendo? -Ryan pergunta surpreso.
- Vamos também!
Falo me levantando da cadeira, segurando o celular na mão, com a tela ligada, e vou atrás dos nossos colegas junto com o Ryan.
...
Em um jardim próximo a nossa escola, encontra-se estirando no chão, todo ensaguentado e com perfurações na bariga, o Samuel, aluno do terceiro ano, e um pouco mais a minha frente, Beatriz, sendo amparada pelas as amigas, ao perder o namorado. Eu olhei para ela e pensei o quanto deve ser doloroso perder alguém que gostamos muito.
- Cara! Quem fez isso? - pergunto
- Deve ter sido briga. - Diz Ryan apreensivo.-Bora sair daqui?!
Eu e Ryan voltamos para a sala, e desde que chegamos, o Ryan sentou na sua carteira e não falou nada. Parece que ele não gosta de ver esse tipo de cena.
Os outros alunos, também retornaram para a sala. E logo atrás deles, o nosso professor de inglês, Murilo, entra.
- Bom dia, alunos!
- Bom dia, professor Murilo!
Todos respondem em unisono. Eu não gosto de chamar a atenção, então, respondo com a voz bem baixa.
- Vocês acabaram de presenciar um acontecimento brutal com o aluno Samuel do terceiro ano. Os pais dele já foi chamado, a policia e os socorristas, também já estão no lugar.
- Professor, sabe quem foi que fez isso?
Ryan pergunta para o professor com uma voz um pouco amendrontada.
- Ainda não sabemos, mas os policias irá fazer as investigações.
Beatriz, estava sentada em seu lugar, na segunda fileira, da primeira carteira, com a cabeça baixa e lagrimas correndo pelo rosto.
...
Ao chegar em casa, fui diretamente para o quarto, como eu sempre fazia.
Deitei na cama e fiquei pensando, no Samuel, estirado no chão, todo ensaguentado. Também pensei a reação do Ryan diante do ocorrido.
" Por que será que o Ryan ficou daquele jeito?! Eu nunca percebi que ele tivesse algum tipo de medo de sangue ou algo do tipo!"
Levantei da cama, sentei na cadeira e liguei o computador.
Quando entrei no jogo, para poder distrair um pouco, encontrei o Ryan online. Envio uma mensagem no chat para ele convidando-o para jogar.
" Vamos jogar?"
pergunto para ele
" Vamos!"
Ele responde
...
Três dias se passaram, desde o assassinato do Samuel. A escola já era sem graça, pior ficou, porque a maioria dos alunos e pais, estão com medo do responsável invadir o colégio. E ninguém sabia se as polícias estavam investigando ou não, ninguém via jeito de algum policial no local do crime.
Na sala, as aulas continua normal, os professores decidiram continuar com as aulas já que o ocorrido não foi dentro do colégio. E alguns pais também deixou os filhos irem para a escola, entre eles eu e o Ryan.
- Beatriz não veio hoje denovo!
Diz Ryan em sussurro para o professor não ouvir.
Pego o celular e envio uma mensagem para o Ryan
"Ela deve está traumatizada, perder alguém que gosta muito de forma brutal, deve ser doloroso."
Ryan pega o celular, olha a mensagem e me envia outra.
"Será que é alguém que tinha algum problema mal resolvido com ele?"
"É o que parece! Já que ele não teve nenhum dos seus pertences roubado."
- Ryan e Juliano, guardem os celulares de vocês, agora.
Guardamos nossos celulares e ficamos em silêncio, olhando para o quadro, com formulas de matemática escrito nele.
- Detesto matemática! - Diz Ryan, olhando para o quadro.
O professor ouve o que o Ryan diz e o chama.
- Ryan? Vem resolver essa conta aqui no quadro.
Ryan se desespera, sem querer ir. - Professor, pede outra pessoa. Eu vou passar vergonha se eu for aí resolver essa conta.
Todos da sala rir do Ryan.
- Juliano, vem você! - Antes de ir no quadro resolver a conta, olhei sentado do meu lugar mesmo, depois levantei, fui no quadro, resolver a conta e voltei para o meu lugar.
O professor olhou. - Muito bem Juliano! Está correto! - diz o professor olhando do quadro para mim.
Ryan olha para me - Eu sabia que você ia acertar, afinal, o grande Juliano Hernandes é um gênio do nosso colégio. - diz ele sarcasticamente.
O Ryan é uma pessoa alegria, todos na sala se sente bem ao lado dele, sua personalidade brincalhona e sincera, anima qualquer pessoa, diante de um momento de tristeza, mas com a morte do Samuel, ele estava um pouco diferente.
...
Durante o intervalo para os alunos merendarem, ficamos por último, era algo que faziamos sempre, mesmo que não conseguiamos uma merenda boa, mas as sobras, não importavamos com isso. O motivo de fazermos isso é para conseguirmos um lugar para sentarmos e também para evitar o barulho de todos os alunos aglomerado naquele lugar, conversarem ao mesmo tempo, conversas distintas, que não dar para conhecer a voz de quem está conversando e nem o que estão conversando.
- Hoje vou passar de fase! - diz Ryan, pegando a bandeja. - Vou ficar até tarde da noite jogando, e quero ver se não consigo passar para o level 30.
Eu estava na frente dele, nesse momento, o celular do Ryan toca, ele pega para ver a mensagem e o meu fone cair no chão e eu abaixo para pegar. Ao me levantar, vejo um homem vestido de merendeiro, mais ou menos da minha da minha altura e um corpo mais forte que o meu.
Olhei para a bandeja do Ryan e vir que já havia colocado a merenda dele antes da minha, sendo que eu estava na frente dele.
A merendeira coloca a merenda na minha bandeja.
- Ué?! Por que colocou para me primeiro, sendo que você está na minha frente. - diz Ryan estranhado ele ter recebido antes, sendo que não o normal na cantina.
- Eu também estranhei! - digo ao pegar a minha bandeja e andar em direção a mesa do meio, onde vamos nos sentar.
- Você viu quem colocou? - pergunta ele
- Não!
Na cantina tinha poucas pessoas, a maioria dos alunos já tinham merendado, e foram ou para a quadra ou qualquer outro lugar do colégio.
- Você já terminou de lê a webtoon? - Ryan pergunta, com o olhar concentrado na sua merenda, preparando-se para começar a comer.
- Ainda não! Estou no capitulo 235. - digo ao mesmo tempo que começo a comer a minha merenda.
- É grande assim?! - ele pergunta, calmo, sabendo que eu tenho o hábito de sempre ler histórias longas que já foram concluídas, em vez das que estão em andamento.
- Ela tem 456 capitulos. Mesmo eu lendo de 20 a 30 capítulos por dia, não consigo terminar ele em 5 dias.
- Cara! Termina de lê logo para jogarmos.
Após Ryan concluir a fase e já ter digerido a sua merenda umas três vezes, ele começou a sentir falta de ar. Fiquei perdido, porque o Ryan ele é saudável, ele não tem nenhum problema de saúde .
Olhei para a mesa e a única ideia que tive foi pegar a bandeja, que é um tipo de bandeja fina e descartável, e comecei a abana-lo.
O professor Murilo estava entrando na cantina bem na hora, ao vê-lo, gritei por ajuda.
Quando o professor chegou correndo para ajudar, foi tarde, o Ryan já havia caído no chão e estava sem vida.
- Afaste-se! - grita o professor aproximando para ajudar e os alunos que restavam na cantina, correndo e aglomerando ao redor para ver o que está acontecendo.
Ver o meu amigo caido no chão, sem vida, fez com que meu mundo parasse de girar. Foi nesse momento que entendi o que Beatriz passou no dia da morte do Samuel.