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Desafiando Alguém Especial

Como se saísse de um transe, despertei e então olhei todos a minha volta; Antônio, papai, Geisa... Compreendi então o que havia acontecido e as lágrimas brotaram abundantes e molhavam sem cessar meu rosto.

_Quer dizer então que é isso? Morri? Estou morta?

Eles se entreolharam compadecidos com minha dor, e talvez por esse motivo não responderam. Ficaram mudos. Mas também não precisava. A presença de papai e Geisa, por si só era a confirmação das palavras que não foram ditas. Sem pensar em mais nada sai correndo. Precisava me esconder, ou quem sabe até sair daquele pesadelo. Não queria que fosse verdade. Comecei a orar para que acordasse em minha casa, em minha cama, em meu quarto... Corri o mais rápido que pude sem olhar para traz. Na verdade, não olhava nem para frente. As lágrimas me ofuscavam a visão... Como saber para onde ir? Acabei por cair de exaustão. E assim fiquei. Caída de bruços naquela grama fofa. Não conseguia parar de chorar. Não queria morrer. Não ainda... Não podia estar morta. Ainda tinha muitos planos para o futuro... Projetos que comecei e não terminei... Prazos e viagens com dias contados... Não podia ficar ali. Era impossível aceitar que não voltaria a ver as pessoas que amava. Era irônico! Pura ironia pensar que após ter pranteado meus entes queridos, agora chorava minha própria morte...Ah mamãe... Meu peito doía só de pensar no quanto estaria sofrendo... Mais uma perda... Podia imaginar sua dor... Se tivesse a escutado ao invés de seguir meus impulsos... Mas... Será que mudaria alguma coisa? Será que era mesmo minha hora? Será que nada que fizesse poderia mudar aquela fatalidade? Será que era o meu destino? Já mais calma, sentei-me no chão e enxuguei minhas lágrimas com as costas da mão. Como meu noivo ficaria sem mim? E mamãe? Ela não aguentaria passar por todo esse sofrimento de novo. E meus irmãos? Meu Deus! Minha cunhada estava para dar à luz e nem conheceria meu sobrinho... E Emerson ia apresentar a namorada à família e não estaria lá para compartilhar de sua felicidade... De repente surgiu uma luz no fim do túnel, talvez não fosse o fim! Havia ainda uma esperança... Talvez pudesse voltar... Mas é claro! Quando estava viva, nunca acreditei na vida após a morte, mas agora que conheço a verdade talvez a outra teoria também fosse verdadeira... A teoria da reencarnação! Mas pensando bem não daria certo. A realidade era desanimadora. As chances eram poucas e acabei por descartar a ideia. Mesmo que fosse possível retornar, jamais chegaria a vê-los, sabe-se lá em que família nasceria... Não os reconheceria. E meu noivo já estaria muito velho quando finalmente chegasse à idade adulta e certamente casado. Cheguei à conclusão que a morte é mesmo o fim. Fim do passado, fim dos sonhos, fim da esperança no futuro, fim de compartilhar os sabores e dissabores da vida. Perdi tudo! As pessoas que amo, meu passado, meu futuro, meus projetos... Tudo ficou para traz. É horrível não se poder ter o controle da vida. Pensava que quando um ente querido partia para outro mundo, a perda era maior para a família, que para aquele que se foi, pois ele não sentiria mais dor, nem frio, nem saudade... Como me enganei. Agora sei que perde muito mais quem parte. Quem continua lá, apesar da eterna sensação de que falta alguém, perdeu apenas um ente querido. Mas a vida continua e pode-se encontrar consolo em outras coisas e pessoas... Mas quem morre vai buscar consolo onde? Se, perdeu tudo e todos de uma só vez?

Daria tudo para revê-los de novo... E dizer tudo que sempre achei que sabiam e por isso me calava. Que os amava! Abraçar mamãe e dizer que não chorasse mais, que a morte era só uma passagem e que quando chegasse sua hora estaria lhe esperando... Se soubesse o que viria me acontecer teria me despedido... Mas por ser jovem, achei que ainda tinha muito tempo. Minha juventude me iludiu e enganou.

_Não se atormente tanto, querida... Ainda irá revê-los.

Ao ouvir a voz de papai, ergui a cabeça e ali estavam papai, Antônio. Não vi Geisa e não me surpreendi por terem me encontrado.

_ Como?

_Ainda não. Primeiro precisa descansar, além disso está muito confusa e precisa aprender e entender algumas coisas. - Antônio disse enquanto me ajudava a levantar.

_Assim como sabia o que estava pensando? Como sabia que queria rever minha família? Ou foi um palpite? Ou coincidência? – Perguntei enquanto aceitava a mão que ele me estendia e me levantava.

_Não existem coincidências, apenas fatos inevitáveis que sempre querem dizer alguma coisa. E respondendo a sua pergunta; sabíamos o que pensava porque lemos seus pensamentos.

_E como fazem isso?

Papai me ofereceu o braço e começamos a caminhar, enquanto me respondia;

_Talvez também poderá fazer, mas primeiro terá que estar consciente e aceitando sua nova condição. Esse é o primeiro passo. As coisas aqui, vão aprendendo devagar, somos como recém-nascidos, aprendendo quase sem perceber.

_ Talvez consiga me adaptar...

_ Vai sim. Mais rápido do que imagina.

_ Papai, nunca sentiu ter nos deixado? Sofremos tanto sua perda... E parece tão feliz aqui.

_ Na verdade, sofri muito. - Ele respondeu sério. - Sentia cada lamento, toda dor e pranto da minha família, e confesso que tudo isso me doía na alma. Era uma verdadeira tortura não poder voltar e consolá-los, dizendo-lhes que estava tudo bem... Mas com o passar do tempo acabei me acostumando. Conformei-me, encontrando compensações...

_Nunca vou me conformar por ter morrido tão cedo. Tinha toda uma perspectiva de uma vida feliz pela frente, como me casar, ter filhos, ter uma vida normal, cheia de pequenas alegrias e problemas eventuais do cotidiano. Foram sonhos interrompidos. Sinto como se a minha vida toda fora roubada violentamente. Não. Não posso me conformar, e nem acredito que há algo que possa compensar esta perda.

_Realmente não é fácil para ninguém. No começo é até natural pensarmos assim, mas depois descobrimos e entendemos que a morte do corpo, não significa o fim, mas o princípio de uma nova vida. É só uma questão de tempo para que aceite isso.

_Tempo! - Pelo menos isso não é mais uma ilusão, tenho todo tempo do mundo para digerir que morri. -Disse irônica.

Antônio se aproximou e me abraçou.

_Há algo que precisa saber... E sinto muito que tenha que saber por mim, mas... Não seria feliz como imagina. Ficaria muito doente, Liza. De qualquer forma foi melhor assim. O Grande Mestre Divino a poupou de uma grande dor.

_Do que está falando? - Perguntei intrigada, me desvencilhando do abraço. - Afinal, era uma jovem saudável. Não sentia dor alguma e dificilmente pegava uma gripe.

_ Não. Não era. Você tinha câncer. Iria descobrir mais cedo do que imagina agora.

Os medos que aquelas palavras me trouxeram me deixaram sem fala. Já não queria saber o que seria da minha vida se continuasse lá. Não pela perspectiva de Antônio. Ele era gentil, mas era também muito fatalista. Já vira pessoas se curarem do câncer. Não era mais uma sentença de morte. Se tivesse descoberto enquanto estava viva, eu lutaria para continuar junto de minha família.

Continuamos caminhando e a beleza daquele lugar, que agora prestava mais atenção, me fez esquecer do mal que acreditava me acometia. Andávamos por uma estrada forrada de gramas e ladeada por arvores de agradável perfume, onde as flores competiam em igualdade de beleza. Esse caminho nos levou a uma imponente mansão. Era toda dourada, da cor do sol, e havia infinitas janelas de frente para a paisagem. Nunca havia visto algo tão grande e tão belo.

_Aqui é como uma espécie de hospital. Ficará aqui durante algum tempo, para que se recupere e esteja pronta para aprender e apreciar as maravilhas desse lugar. Agora vou deixá-la aos cuidados de Antônio, ele a acompanhará. – Papai disse olhando maravilhado para a mansão. Era como se ele estivesse a vendo pela primeira vez. Mas suas palavras fizeram com que o meu momento de contemplação perdesse o brilho e o fitei triste e segurei em seu braço, quando vi que ia se afastar.

_Não me deixe... - Implorei. Mas no fundo sabia que devia deixa-lo ir. Não tinha argumentos fortes o suficiente para fazer com que ele passasse mais tempo comigo.

_Sinto muito, Lisa. Mas preciso ajudar alguns irmãos, posso sentir o apelo deles, e essa é minha tarefa aqui. Talvez também terá a sua assim que se recuperar... Prometo vir visitá-la assim que puder.

_ Não quero uma tarefa. Quero que fiquemos juntos. Já não nos afastaram por tempo demais? Já não sofri o suficiente sua ausência? – Eu sabia que estava sendo infantil e chantagista, mas não pude evitar.

_ Logo você nem lembrará mais de mim ou de qualquer outro parente que teve na vida na Terra. Mas lhe prometo que enquanto estiver aqui, estaremos sempre juntos. O tempo que for preciso. - Ele disse e beijando em minha testa, se foi. Enquanto o observava se afastando sentia que nos veríamos muito pouco apesar do que ele acabara de dizer. Nunca dera valor a palavras, preferindo observar as atitudes.

Antônio segurou em meu braço e juntos entramos no grande salão da mansão. Olhando em volta, fora o tamanho, era tudo como uma recepção de hotel de luxo. O mesmo entra e sai de pessoas, o mesmo burburinho, carregadores que levavam e traziam malas, um restaurante com casais conversando, enquanto o discreto garçom lhe servia a mesa. Aproximamos da recepção e o rapaz do outro lado imediatamente pegou um fichário com ar entediado.

_Nome? - Ele perguntou com ar de desgaste como se fizesse aquilo muitas vezes por dia.

_Elizabete. - Respondi omitindo o sobrenome de propósito. Mostrando-lhe que não aprovava sua atitude de indiferença.

Ele ainda ficou um tempo com a caneta sobre o papel, como a esperar que continuasse. Como não prossegui, ergueu a cabeça com um sorriso nos lábios. Só então me dei conta de como era belo...Tinha os cabelos e olhos negros e a pele morena que contrastava com seu sorriso de dentes muitos brancos fazendo, com isso, que seu charme aumentasse. Acabou que aquela beleza me deixou desconsertada.

_Desculpe, sempre brinco assim com os recém-chegados. É uma forma de descontrair e divertir... E não são todos que tomam a atitude que tomou. Alguns pulam aqui do outro lado do balcão para me bater. – Ele disse sorrindo feliz.

_Não gostei da 'brincadeira' e não posso acreditar que acha isso engraçado...

_Deve ser porque não tem senso de humor. - Ele disse e caiu na gargalhada.

Aquela atitude dele me deixou pasma.

_Acho que esta trabalhando demais. Porque não tira umas férias?

_Férias?! -Ele repetiu e passou a rir mais ainda, e o pior é que Antônio dessa vez o acompanhou. Quando conseguiram se acalmar de sua histeria, ambos se observaram, tristes e sérios. Então entendi. Ali todos têm seu sentimento de vazio. Todos esperam por algo maior em suas vidas. Bem... Não era a única. Não que saber isso servisse de consolo.

_Sou Marcos. -Ele se apresentou . - E quero que saiba que é um prazer conhecê-la.

_O prazer é meu.

_Prefere que sua ficha seja preenchida no quarto? Parece muito cansada...

_Se não for muito trabalho, prefiro sim.

_Trabalho nenhum. Mesmo porque, pedirei ao seu médico que a preencha.

_Porque burocracias aqui?

_Porque nos acostumamos a ela. Seria muito difícil nos adaptarmos aqui, se não fosse a equivalência dos vários mundos por que passamos. Poucos conseguiriam aceitar a nova situação. Por isso, se mantém esse equilíbrio, até a pessoa se acostumar e entender que pode ser feliz num novo plano. – Ele disse e ficou pensativo. – Mas é interessante ver uma pessoa procurando por dados de outras vezes que passara por aqui... Eu mesmo, foi o que fiz, assim que tive oportunidade...

_Mas para que nos acostumar se vão todos se reencarnar? – Aqui não deve ser um lugar de longas esperas... Pelo menos é o que imagino.

_Nem todos sairão daqui para um novo mundo, mas você está certa em uma coisa. Ninguém pode ficar longas temporadas aqui... – Ele disse e se voltou para Antônio - Antônio, poderia acompanhar Lisa até seu quarto por favor? -Marco pediu entregando as chaves. Não sei se foi algo que disse, mas de repente, ele pareceu-me louco para me ver longe.

_Claro. E... Ele já chegou?

_Já. Mandarei a ficha dela para ele, pois já deve estar esperando.

_Sim. Vamos, Lisa?

_Vamos.

Enquanto caminhávamos minha curiosidade foi crescendo e não pude deixar de indagar Antônio.

_Antônio, me diga quem é "ele"?

_Ele quem? - Antônio pareceu confuso por um momento, mas percebi o brilho do entendimento logo depois. Ah sim! Falávamos de seu médico.

_ É só isso mesmo? - Quer dizer... Tive a sensação de haver algo oculto...

_Admiro sua perspicácia. - Ele disse com ar surpreso. - Mas não estou autorizado a falar sobre esse assunto. Sinto muito, mas terá que descobrir sozinha.

_Tudo bem. Não deve ser nada importante mesmo...

Ele não respondeu e continuamos caminhando. Andamos por vários corredores e portas, até chegarmos a uma de número quatro. Daí nova sessão de corredores e portas, até encontrarmos a porta que tinha meu nome numa plaqueta azul. Quando entramos no quarto até me esqueci da presença de Antônio, tamanha foi minha surpresa. Parecia que estava em meu próprio quarto do lar terreno. Fui até a janela e fiquei satisfeita em saber que tinha vista para frente da mansão, pelo jeito agradei muito alguém ali. Depois passei a observar mais atentamente o quarto que era composto por uma penteadeira, um criado mudo, um armário e fiquei feliz ao abri-lo e ver ali todas as minhas roupas e até uma boneca que guardei das muitas que tive. E minhas roupas estavam dobradas do meu jeito... Como isso era possível? A única diferença, só agora percebia, era uma porta do lado do guarda roupa. Curiosa, fui ver do que se tratava e me surpreendi ao descobrir um fabuloso banheiro, até banheira tinha! E até já estava cheia, então me aproximei para sentir a temperatura da água...

_Espero que esteja a seu gosto.

Assustei-me tanto ao ouvir essa voz, que quase cai na banheira, não gostei da sensação de ser pega em fragrante como se estivesse fazendo algo errado. O dono da voz era de um homem todo vestido de branco, que estava de braços cruzados, se apoiando no portal. Quanto tempo será que ele ficara me observando? Olhei em volta procurando por Antônio, me lembrando dele, pela primeira vez desde que entrei no quarto. Não gostei da interrupção daquele homem. Não sei que expressão meu rosto apresentava, pois estava perdida em pensamentos. E além disso, era inquietante que alguém tivesse chegado tão próximo de mim, sem que percebesse. Senti que estava ficando irada com aquela situação, e o mais estranho, era que sabia também que não havia motivos para isso.

_Antônio foi cuidar de outros recém-despertados. – Ele disse com voz doce. Que me fez pensar já ter conversado com ele antes, porém, jamais esqueceria se realmente o tivesse visto antes. A presença dele parecia encher o ambiente e completar o que faltava dentro de mim. E isso me desagradou. Era insano, mas não gostei. Já ia lhe perguntar como sabia o que estava pensando, quando me lembrei a tempo de onde estava.

_Quem é você?

_Sou Gabriel.

_ O anjo?! - Perguntei espantada. Poderia eu estar conversando com um anjo? Com aqueles cabelos louros e cacheados e aqueles olhos verdes sem igual, e expressivos! Pele perfeita, boca perfeita... Mas... Não! Ele não era um anjo. Não podia ser com aquele sorriso tão diabólico enfeitando os lábios. Ele era belo. Muito belo. E emanava muita determinação, mas não para o bem. Sentia muita energia de persuasão e até alguns sentimentos fortes e negativos vindo dele, como sentimentos negativos podiam coexistir ali? Afinal ali seria um lugar de pessoas boas? Talvez só estivesse confusa. Era melhor não precipitar julgamentos de caráter. Por um segundo, aquela impressão de já tê-lo visto antes, ou que me lembrava alguém não me abandonava... Balancei a cabeça para espantar os pensamentos. Estava tão cansada que já estava imaginando coisas. Se realmente já o tivesse visto, com certeza me lembraria, como já havia ficado esclarecido em meus pensamentos. Essa sensação não tinha fundamentos.

_Já acabou a inspeção? - Ele indagou entre divertido, arrogante e impaciente.

Diante de sua observação, abri a boca indignada para protestar, quando então me dei conta de que realmente não havia tirado os olhos de cima dele desde que chegou. Senti antipatia por ele, não por algo que ele dissesse, mas pela mania de culpar os outros pela nossa própria indiscrição. É claro que naquele momento, não pensei assim.

_Sou seu médico e não um anjo como acabou de sugerir... - Ele disse com sorriso sarcástico.

_Não. Claro que não. Mas sem querer ser grosseira, não preciso de você agora. Principalmente alguém tão ... Arrogante. E além disso não estou doente, mas posso acabar ficando se continuar olhando sua cara. -Devolvi no mesmo tom sarcástico. Apesar da antipatia, me agradava poder provoca-lo. Também era uma novidade para mim, mas ele não pareceu surpreso com minha audácia.

_ Se não precisasse de mim, lhe posso garantir que seria com muito gosto que a dispensaria, mas infelizmente para você, aqui, quem decide se precisa ou não, sou eu. E trata de tomar um banho!

_Ficou louco? Fora daqui!

_ Não tem autoridade para me dispensar, mocinha. Além do mais, me parece exausta, pensei que um banho era uma boa ideia. E como seu médico, recomendo que me permita ajudá-la.

_ Estou exausta sim, mas não preciso de sua ajuda seu...Cretino!

_ Calma, só queria ajudá-la, e não da forma que está pensando. Afinal está tão suja quanto seus pensamentos... - Ele disse fazendo cara de nojo.

Esse comentário me deixou louca da vida! Não devia estar tão mal assim... Corri para frente do espelho que havia no guarda-roupa e fiquei horrorizada com minha aparência. Meu cabelo sempre tão bem cuidado, parecia um ninho de ratos, meu rosto estava todo sujo e manchado, e meus olhos que sempre foram meu orgulho, pois era de uma cor diferente de cinza, pareciam com um rio poluído. Minha roupa estava toda rasgada e suja... Mas é claro que estava! Afinal, sofri um acidente! Voltei para a porta, de onde ele não havia saído, e parando bem na sua frente, ergui a cabeça para encará-lo (Ele era muito alto), e fitei-o desafiante. Ele parecia estar se divertindo muito com tudo aquilo... Eu estava também, até ele se referir a minha aparência. Uma voz em minha cabeça, insistia que eu estava desafiando alguém especial. Mas resolvi ignorar.