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Precisso ficar mais forte parte 2

Eu não era um cara forte. Não tinha como competir em força bruta com um orc. Minha estratégia era simples: atacar os pontos vulneráveis e finalizar o monstro rapidamente. Não conseguia derrotá-los com um único golpe, pois sua pele era dura demais para ser cortada facilmente, e sua cabeça estava longe do chão.

Primeiro, porque orcs tinham cerca de três metros de altura, enquanto eu, com apenas 1,70m, parecia insignificante diante deles. Era quase o dobro do meu tamanho.

Para sobreviver aqui, aprendi da pior maneira que atacar de forma imprudente nunca era a melhor escolha.

Mas eu não estava ali para matar orcs. O meu verdadeiro objetivo era o dragão infante. Precisava do drop raro que ele deixaria para trás: seu dente. Isso... se eu conseguisse matá-lo.

Se você me perguntasse por que eu estava arriscando a vida assim, a resposta era simples. Eu não queria estar aqui. Se fosse por mim, ficaria para sempre nos níveis mais seguros, como o 11º andar.

Mas recebi um pedido na Guilda. O cliente? Desconhecido. Não deixou nome, mas a recompensa era generosa o suficiente para que eu não recusasse.

Além disso, estava se aproximando a época da expedição da Família Loki. Isso significava que o caminho até o 18º andar estaria livre. Como eu só tinha lido e visto o anime de danmachi eu não sabia oque iria acontecer nos outros livros mas provavelmente enquanto o bell não atingisse o nivel 2 provavelmente nada de especial aconteceria.

Quem sabe eu poderia aceitar algumas missões de entrega por lá enquanto as coisas estivessem calmas?

Hm?...

Enquanto divagava, finalmente avistei o dragão infante.

Olhei ao redor, atento a qualquer outro perigo. A última coisa que queria era chamar atenção desnecessária enquanto lidava com uma criatura dessas. Sabia que nos próximos minutos faria muito barulho.

O dragão infante era pequeno em comparação com os verdadeiros dragões, mas ainda assim perigoso. Sem asas, mas incrivelmente rápido e forte. Embora eu estivesse preparado, ainda não tinha certeza de como lidar com ele.

"Deveria disparar uma flecha? Não pensa em outra coisa"

"Preparar uma armadilha? Não tenho esse tempo"

"Enfrentá-lo de frente? Claro que não!!!"

Eu ainda não sabia ao certo. Mas ficar parado, observando, não me levaria a lugar algum.

Peguei meu arco recurvo e retirei uma das minhas flechas de aço da aljava, movendo-me furtivamente enquanto seguia o dragão à distância.

Alguns monstros da Dungeon agem como animais, e o dragão infante não era exceção. Ele se aproximou de uma poça de água, e eu aproveitei para me abaixar atrás de algumas rochas, tentando passar despercebido.

Meu plano era simples: abater a criatura com um único disparo, mirando sua têmpora. A maioria dos caçadores inexperientes não entenderia a importância de mirar próximo à orelha de um réptil, mas os mais experientes sabiam que era ali que os nervos e a carne se tornavam vulneráveis.

Com calma, estiquei a corda do arco, prendendo a flecha e apontando diretamente para onde deveria estar a têmpora do dragão.

Ok...

Eu não tinha intenção de enfrentar essa fera em combate corpo a corpo. Ela tinha pelo menos quatro metros de comprimento e uma pele tão espessa que seria quase impossível atravessá-la com minha espada. Meu plano era acertar o ponto fraco e encerrar isso antes mesmo de começar.

TWANG – o som da flecha sendo disparada.

Mas, como dizem, o destino às vezes gosta de brincar com a gente. Só porque você acha que vai conseguir...

...não significa que realmente conseguirá.

Grrrrr...

O dragão rosnou.

Ah, você só pode estar de brincadeira comigo... – murmurei, frustrado.

A flecha não atingiu o ponto desejado. O monstro havia movido a cabeça alguns centímetros, o suficiente para que a flecha errasse o alvo e, pior, revelasse minha posição.

Agora, o dragão estava realmente furioso, e corria em minha direção com toda a sua fúria.

AHHH!!!

Ele avançou em direção às pedras onde eu estava, e eu saltei para o lado no último segundo, enquanto o dragão pulverizava as rochas com um impacto destruidor.

A poeira subiu ao ar, obscurecendo parte da minha visão, mas não perdi tempo. Disparei três flechas em rápida sucessão.

Porém, como não tive tempo de mirar adequadamente nos pontos vulneráveis, apenas uma das flechas conseguiu penetrar, e mesmo assim de forma superficial.

Droga... Não posso ficar acertando o torso dele. A pele dele é dura demais...

Ghrrr... – resmunguei, sentindo a pressão da luta.

Saltei e rolei novamente, desviando da investida do dragão que avançava como uma fera demoníaca, determinado a não me dar um segundo de folga.

Ele não me deixava respirar, não me dava espaço para reagir. Quando disparei outra flecha, seu estado de fúria só piorou.

Com um rugido ensurdecedor, ele avançou para me morder. Eu saltei para o lado mais uma vez, mas desta vez, fui surpreendido.

A cauda dele me atingiu violentamente, chicoteando meu corpo com uma força brutal. Fui lançado no ar, dobrando como se meu corpo fosse feito de borracha. O impacto ecoou pelos meus ossos, e eu ouvi nitidamente o som de costelas se partindo.

Isso está ficando perigoso! – a voz de Eirina soou alarmada em minha mente.

Estou trabalhando nisso! – respondi ofegante, tentando controlar a dor que irradiava do meu peito.

O dragão não me deu tempo para descansar. Ele avançou novamente, mas desta vez eu não estava disposto a fugir. Com uma precisão desesperada, consegui disparar uma flecha diretamente em um de seus olhos.

O monstro provavelmente pensou que fechar o olho o protegeria, mas a flecha penetrou com força.

O dragão urrou de dor, balançando a cabeça violentamente. Mas eu sabia que isso não seria o suficiente para pará-lo. Ele ainda estava com raiva, e eu precisava continuar me movendo.

Rolei para o lado outra vez, mas a dor nas minhas costelas tornou o movimento agonizante. Soltei um grunhido involuntário, meu corpo tentando protestar contra o esforço.

-Eu sinto que suas costelas estão com problemas – Eirina informou com sua habitual precisão.

-É, eu também senti isso... – Eu resmunguei um pouco, cerrando os dentes para suportar a dor crescente.

Eu precisava de um plano melhor e rápido. O dragão estava cego de um olho, mas isso não é muito melhor que meu estado.

Eu precisava tomar uma poção para, pelo menos, conseguir correr sem sentir minhas costelas implorando por misericórdia.

Com a mão trêmula, alcancei minha bolsa e tirei um frasco. O líquido desceu pela garganta, quente e reconfortante, enquanto eu pensava em como diabos saíria dessa situação.

Mas, de repente, uma sensação estranha tomou conta de mim. Algo estava errado, muito errado. Não era a força do dragão que me incomodava isso era algo esperado.

Era a Dungeon em si. Ela realmente me deixaria enfrentar uma de suas criações em um confronto direto, sem interferências? Isso não era típico desse lugar nunca foi e nunca será.

Foi então que, instintivamente, olhei para o lado. A alguns minutos atrás, éramos apenas o dragão e eu. Agora, porém...

-Droga... fui pego desprevenido.

Antes que eu pudesse reagir, senti o impacto brutal da clava de um Orc me atingindo pelos lados. Fui arremessado violentamente contra um rochedo, o impacto quebrando algumas pedras no processo.

O choque fez o ar escapar dos meus pulmões, e por um breve momento, fiquei sem conseguir respirar.

Ah...Realmente... eu realmente odeio esse lugar... – resmunguei, ofegante, enquanto tentava afastar os pedaços de pedra que caíram sobre mim.

A dor nas costelas era insuportável. Se antes eu mal conseguia me mover, agora até respirar parecia um esforço monumental. Meu lado direito estava definitivamente fora de combate, e a dor latejante indicava que o outro lado provavelmente não estava em condições muito melhores.

Eu estava encurralado. Alguns monstros começaram a se aproximar lentamente, seus olhos famintos fixos em mim. Não eram muitos, mas em meu estado atual, até um goblin poderia ser letal.

Nunca fui do tipo que chorava em situações difíceis. Sempre lidei com as adversidades de cabeça erguida, sem reclamar. Mas agora... Agora, eu estava genuinamente chateado. Tudo isso estava me desgastando de uma maneira que eu não esperava.

-Ei...Isso não é justo... 

– Eu não aguento mais... eu tô com raiva...

O sentimento crescia dentro de mim como uma tempestade, incontrolável, inescapável. Eu nunca quis fazer parte dessa história, nunca desejei ser um dos personagens presos no destino cruel de deuses e monstros. Tudo o que eu queria era viver em paz, sem me preocupar com divindades caprichosas, criaturas assassinas ou um desfecho que parecia sempre fora do meu controle.

"Então... por que? Por que parece que estou sendo punido por um crime que eu não cometi?!"

Minha mão alcançou a espada, e a usei como apoio para me levantar, ecoando em minha mente. Meu olhar se voltou para os monstros à minha frente, meu corpo inteiro tremendo de raiva e exaustão.

O sangue escorria do corte na minha testa, misturando-se com as lágrimas que eu nem percebi que estava derramando. E ainda assim, um sorriso distorcido forçava caminho pelos meus lábios trêmulos.

Minhas veias estavam saltadas, pulsando violentamente na minha testa, como se fossem explodir a qualquer segundo. O sorriso em meu rosto não era de alegria, era de puro terror, uma máscara de fúria contida. Eu cerrei os dentes com tanta força que sentia a pressão nos maxilares, como se fosse possível estilhaçar meus próprios dentes a qualquer momento.

Eu vou fazer com que vocês entendam... – murmurei, minha voz carregada de raiva. – Os deuses cruéis desse mundo... e essa maldita Dungeon...

Eu estava pronto. Pronto para explodir, para canalizar todo o meu ódio. Eles não iriam me parar. Ninguém iria me parar. Não mais.

Eu vou viver para não importa oque aconteça!!! – gritei, a fúria queimando dentro de mim, alimentando a minha determinação.

Eu iria lutar até o fim. Contra a Dungeon, contra os monstros, contra o próprio destino se fosse necessário. Nada mais importava agora.

Have some idea about my story? Comment it and let me know.

KarlHanscreators' thoughts