Gosto muito da vida, porém o que mais odeio na vida é a própria vida.
Apesar de amar profundamente os humanos, o que mais odeio neles são os próprios humanos.
Ultimamente, tenho sentido mais desespero do que o habitual.
Como já mencionei várias vezes, tenho medo de morrer sentindo dor.
Sou covarde por ter medo de me causar dor, como se enfiar uma faca no próprio peito.
E o amanhã me assusta terrivelmente.
É como colocar em uma balança: a dor de viver versus a dor de morrer.
É preciso coragem para morrer, assim como é necessário coragem para viver.
E isso varia de pessoa para pessoa.
Sempre desejei morrer, pelo menos sem sentir dor.
Pois descansar é algo que também sempre desejei.
Recentemente, pesquisei sobre as consequências de um excesso de certos remédios e como eles podem levar à morte.
Infelizmente, a maioria dos que vi leva à falência de algum órgão, o que resulta em uma agonia de quase um mês antes do falecimento.
Esse é o detalhe crucial: eles causam falência de um órgão, impedindo uma vida confortável.
Encontrei um que poderia proporcionar algo próximo do que eu desejo.
No entanto, como é típico, nada de bom acontece sem mentiras e grandes custos.
Alprazolam.
Para obtê-lo, eu precisaria de um psiquiatra e convencê-lo de que necessito desse remédio.
Um medicamento feito para dormir.
Em excesso.
Dormir para sempre.
Seja em coma.
Seja na morte.
Bem...
Consigo compreender Platão.
Imagino que esse meu pensamento 'platônico' surge do fato de nunca ter alcançado o final da jornada, como talvez Sócrates tenha feito.
Por isso, entendo Platão, por isso, meu amor é,
Platônico.
É como uma maldição, incapaz de alcançar esse amor.
Seu amor... é algo que nunca conseguirei obter.
E talvez, como Sócrates disse, quando se encontra esse amor, esse meu desejo de ser amado (exclusivamente por você) poderá se cansar e buscar outra coisa.
Linha de pensamento difusa.
De forma textual.
Incoerente.
Como humano.
Um fracasso.
Como louco.
Um doente.