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Sento-a novamente na cama e fico ao lado dela, olhando em seus olhos pelo que parece, um longo tempo. Ela é tão jovem. Quem na Terra iria querer fazer mal a uma criatura tão doce?

Faço a ela uma sucessão de perguntas e nada. Ela não responde. Fica olhando pra mim quase implorando com os olhos pra que eu não pergunte mais. Eu poderia insistir, mas acho que ela não vai me responder. Talvez eu possa arrancar isso dela de outra forma. Acho que ser bonzinho não vai me ajudar aqui. Mudo de tática.

— Bom vamos recomeçar. — passo a mão entre os fios do meu topete — Deite na cama. Vou foder você agora mesmo.

Ela olha pra mim com questionamento. Eu dou de ombros.

— Ué, tentei conversar, mas você não me deu bola, então quero fazer o que vim fazer.

Ela se deita, hesitante. Tiro minhas roupas, faço meu caminho por cima dela, chupando e beijando seu corpo e paro encarando-a.

—Você quer fazer isso? — quero fodê-la, mas no fundo torço pra que ela diga que não. Quero saber o que houve com ela.

— Bom, não tenho escolha. Você quer, então tenho que fazer.

Não é a resposta que eu queria ouvir. Devo continuar meu jogo, se não der certo, no mínimo me garantirá um orgasmo. Beijo-a passando minhas mãos por seu delicioso corpo. Ela fica imóvel. Não ligo, continuo.

Então começo a pegar seus seios nas mãos e massageá-los com força, rolo seus mamilos nos dedos e abocanho um deles enquanto mantenho o outro no cativeiro dos meus dedos. Sua pele tem um gosto divino. Se ela não me pedir para parar, eu mesmo depois não serei capaz de fazer tal coisa. Ela é gostosa demais. Porém, eu sei que quando a pressionar mais ela sentirá dor e me pedirá para não ir adiante.

Deixo parte do peso do meu corpo cair sobre ela e sinto que estremece, mas ao contrário do que pensei, ela não reclama. Que garota forte essa. Deixou claro que não quer sexo por que está com medo de sentir dor e mesmo assim continua calada. Posso penetrá-la agora e fazê-la gritar de dor, sem dúvida ela me pedirá pra parar.

— Vou meter em você com força e de uma vez só. — agora vejo um pouco de medo em seus olhos. Ergo as sobrancelhas. — Eu poderia ir devagar, mas acho que você não está se importando muito, não é. — digo ameaçador e ela engole visivelmente.

Coloco um preservativo, posicionando meu pau pulsante em sua boceta e começo a roçar nela bem de levinho sobre seu clitóris. Ela fecha os olhos que até então estavam abertos e um tanto temerosos. Ela está gostando. Mas não quero que ela goste, quero que ela me mande parar e me conte o que houve com ela.

Fico de joelhos e abro suas pernas, coloco uma almofada embaixo de sua bunda para erguê-la fora da cama e vejo seu rosto mudar do prazer para a dor como um passe de mágica. Ela deve ter um machucado doloroso nessa região. Só que mais uma vez, ela aguenta firma.

Fico esperando, mas ela não dá o braço a torcer. Desisto. Não posso transar com ela estando machucada. Gosto de ser intenso quando fodo e com ela assim não será possível porque vou acabar quebrando ela.

— Já chega. — digo me sentando sobre meus calcanhares — Você vai me dizer agora mesmo o que houve com você.

— Porque você se importa? — ela atira — Você pagou pelo programa não? Estou fazendo minha parte, porque não faz a sua e acaba logo com isso?

O quê? Pela segunda vez ela me choca essa noite. Que ela não quer isso não é nenhuma novidade, mas ela teve a escolha de apenas conversarmos e negou. Agora me pede pra continuar?

— Escuta menina, não paguei por esse programa ainda, sempre pago quando saio, depois de gozar, porque só assim posso dar um preço ao prazer que recebi. Estou vendo que você não quer isso e mesmo assim me pede pra continuar. Por quê?

— Porque preciso agradá-lo. Se eu não for "boazinha", — ela diz fazendo aspas no ar — serei jogada fora daqui e não tenho pra onde ir.

Ela é bem petulante. E me intriga.

— Bom, como eu te disse, eu ainda não paguei por esse tempo com você, mas pagarei quando sair, e como sou eu quem está pagando, então posso fazer o que quiser com você. — olho bem nos seus olhos enquanto falo — Não precisa transar comigo. Podemos apenas conversar, não quero olhar pra você e ver que está com dor. Não é a imagem que gosto de gravar de uma mulher sob meus cuidados.

Ela olha pra mim, parecendo incrédula com minhas palavras. Ficamos calados por um tempo e então ela rompe o silêncio.

— É muito gentil da sua parte, mas não vou contar a história da minha vida a você só porque está sendo legal comigo.

— E nem eu quero que conte. Apenas quero saber por que está machucada, porque se não percebeu, são seus machucados que estão me impedindo de ter uma hora bem prazerosa com você.

Ela cora. Ponto pra mim. Atingi meu alvo. Certamente agora ela deve falar. Vamos lá garota, me conte o que houve. Fico esperando por vários minutos e ela continua como se estivesse sem língua. Olho no meu relógio e vejo que meu tempo está estourando. Droga! Vou ter que sair e deixá-la intacta pra que outro a coma. Inferno. Essa ideia me desagrada. Desagrada-me muito.

— Um cara me bateu pra me roubar quando saí de casa há alguns dias. — ela sussurra.

Ela falou! É isso? Bem a seu tempo, mas ela resolveu falar.

— Foi espancada por um assaltante?

— Sim.

— Filho da puta. — solto fechando os olhos com força sem conseguir conter uma ira crescente — Porque não chamou a polícia ou algo assim?

— Não achei que fosse necessário. O que poderiam fazer?

— Prender o cara, né?

— Não se iluda. A polícia não se importa com quem vive nas ruas.

Ela se cala e eu fico olhando pra ela. Pobre menina. Como alguém pode bater em uma mulher? Como alguém pode fazer mal a alguém tão meigo e delicado?

— Uma das garotas daqui me viu e me ajudou. — ela continua, com a cabeça baixa — Disse que conhecia um lugar onde eu poderia ficar sem ter que pagar nada e me trouxe. Rachel explicou as condições da minha estadia e eu não pude recusar.

— Mas você quer isso?

— Eu tenho que fazer isso.

— Não estou perguntando o que tem que fazer e sim o que quer fazer.

— Bom, não tem muita diferença. — ela dá de ombros — No final das contas não tenho muita escolha.

— Porque saiu de casa? — Ela olha pra baixo e não responde.

Ok. Acho que cruzei alguma linha com ela agora.

— Sabe, não tenho mais tempo pra transar você. — digo com a boca torcida em desgosto — Estou com raiva porque queria ter o prazer de fazer isso.

— A escolha foi sua, mas... obrigada.

— Não tem que me agradecer. Fui um idiota. Não te comi por ver que tem dores no corpo, mas outro virá depois que eu sair e fará isso por mim.

Ela entristece. Certamente outro cara não terá tamanha consideração com ela. Não sei nem porque eu estou tendo. Mas talvez eu ainda possa fazer algo sobre isso.

— Pois é. Tenho que cumprir minhas obrigações com a Rachel.

— Qual seu nome? — me vejo perguntando. O quê? Mas que porra eu estou fazendo? Eu nunca me interesso pelo nome das mulheres que eu fodo. Bom, eu ainda não a fodi, mas mesmo assim.

Porque estou fazendo isso com ela? Primeiro me recuso a transar por algum tipo de bondade descabida e agora quero saber a porra do nome dela? Foda-se isso. Estou ficando louco? Não me interesso por nada do tipo e agora me vejo diante de uma virgem intacta por escolha minha e me interessando por detalhes tão insignificantes quanto um nome? Devo mesmo estar ficando louco.

— Ellen.

— Hã? Como? — ela me tira de meus devaneios.

— Meu nome é Ellen. Obrigada por respeitar meus limites. Não acho que seria capaz de ser boa o bastante pra você. — ela me diz em tom muito sincero — Espero que Rachel não mande nenhum outro homem pra mim essa noite.

Não tenho certeza se ela queria que eu escutasse sua última sentença, porque logo depois ela muda de posição na cama desconfortavelmente ao notar que eu ouvi seu último sussurro.

— Qual seu nome? — ela pergunta olhando para baixo, certamente querendo mudar o foco da conversa.

— Nicholas. — digo e me levanto pra vestir as roupas. Ela me segue com o olhar. Sei que aprecia. Qualquer garota da sua idade já sente tesão por um homem como eu.

Ela veste a blusa de volta e dessa vez põe um short também, sem calcinha. Inferno. Estou excitado e quero tanto sentir meu pau dentro dessa menina, mas quero assim, sendo ainda apertada e intacta. Tenho que resolver isso. Não posso deixar outro homem a tocar antes de mim. Depois tudo bem, mas antes, não. Definitivamente não.

Depois de me vestir completamente vou até a porta sentindo seu olhar nas minhas costas.

— Foi um prazer conhecê-la, Ellen. E não se preocupe, nenhum homem subirá aqui hoje ou qualquer outro dia até que melhore de seus ferimentos. Eu sou o dono da sua virgindade. — ela cora — Eu roubarei isso de você e voltarei quando estiver pronta pra mim.

É serio Nicholas? Você está prometendo coisas a uma mulher e a chamando pelo nome? Belo idiota você é. Ela sorri meio tímida, meio satisfeita e eu saio do quarto. O que aconteceu ali dentro? Não me lembro de ter ficado tanto tempo nu com uma mulher nua e não ter transado com ela. Mas por alguma razão gostei do que aconteceu e me vejo com um sorriso idiota no rosto que não faço ideia de por que estou segurando.

Desço até a recepção para falar com Rachel e a encontro conversando com um cara um pouco mais velho que os que estão aqui normalmente. Eles estão no bar bebendo algo e logo que chego até eles, o homem me cumprimenta com um aceno. Rachel o dispensa e traz toda sua atenção para mim.

— Então, como foi com a pequena miss Sunshine? — ela cruza as longas pernas, vestidas com lã negra.

— Bom. — comento apenas — Muito agradável.

Louis me oferece um drink, mas eu recuso com um aceno de mão.

— Agradável? — ela parece surpresa — Apenas agradável? Achei que você se sentiria nas nuvens com ela. Não curtiu romper sua virtude?

— Não transei com ela, Rachel. Não foi possível. Ela estava muito machucada. — ira se acende de novo em mim — Você não notou nada nela quando chegou aqui?

— Não. Quando Ângela a trouxe hoje pela manhã ela estava abatida, mas não tinha sinais de ferimentos que pudessem impedi-la de fazer qualquer coisa. — ela fala num fôlego só — Além disso, não imaginei que você fosse se preocupar com isso.

— Ela está indisposta Rachel, mal pude tocá-la.

— Ela te disse que não queria sexo? — ela está preocupada apenas comigo. Claro, ela é dona de um lugar onde as mulheres são obrigadas a agradar seus clientes eu sou um cliente VIP.

Digo a ela que percebi sua expressão. Não há necessidade de dizer que ela me informou seus limites. Não quero causar problemas que prejudiquem sua estadia aqui principalmente sabendo que ela não tem pra onde ir. Mas, sem a menor consideração com a pobre menina, ela anuncia que outro cara está na fila pra fodê-la ainda hoje. Sinto meu queixo se retesando. Olho pra ele e dá pra perceber que o bastardo está salivando sem nem ao menos vê-la, é claro que quando puser seus malditos olhos nela irá devorá-la de uma vez. Isso abre uma brecha pra que eu fale com Rachel sobre meus planos para Ellen.

Aproveito-me da nossa relação de "amizade" e peço a ela que não permita que nenhum homem toque a menina lá em cima porque a quero pra mim, virgem como é. Ela não concorda de início, mas ao pôr um preço – exorbitante por sinal – e ver que eu nem sequer pestanejo em aceitar, ela acaba cedendo. Ela fala sobre o cara perto de nós que aguarda pra subir e sobre ter que dar a ele uma desculpa, mas eu não estou preocupado com a satisfação dele nem um pouco. Só me interessa saber que Ellen será minha daqui a uns dias.

— Obrigado Rachel. — me inclino pra beijá-la no rosto — Vou enviar o Robert para dar uma olhada nela amanhã e ver se precisa de remédios ou algo do tipo. Eu sei que ele não é membro, mas abra uma exceção pra ele ok.

— Tudo bem. — ela concorda — Mas Nicholas, que essa seja primeira e última vez que você me pede algo assim.

Eu faço que sim com a cabeça e me encaminho para a porta vendo o homem me seguir com o olhar. Acho que ele pressentiu o que Rachel vai lhe dizer porque me olha feio enquanto eu fecho a porta da casa. Foda-se.

Chego em casa meio feliz, meio irritado. Estou com uma tensão sexual não liberada desde hoje de manhã quando saí do hotel para a  Universidade sendo interrompido da minha ativa manhã com aquela loira. Droga! Deveria ter pegado o número dela. Não sairia do meu caminho, essa seria apenas a segunda transa e tudo estaria dentro do eixos. Agora estou aqui, frustrado e cheio de tesão. Melhor procurar algo pra fazer ou vou acabar explodindo. Resolvo preparar minhas aulas para o dia seguinte e acabo ocupando muito tempo com isso, quando percebo já passa das onze e então vou dormir.

"Bom dia Miami, são 7:00 da manhã e faz um sol de 31 graus na cidade hoje, clima perfeito para uma praia, mas se você é do tipo que trabalha como eu é bom se levantar e tomar uma chuveirada antes de pegar no pesado. Agora as notícias do trânsito com Willian Parker e sua equi..."

Desligo o rádio despertador e faço exatamente o que o locutor aconselhou. Vou para o banheiro e demoro vários minutos em um banho bem gelado do jeito que eu gosto em uma manhã tão quente. Chegando à cozinha, coloco pão na torradeira e vou preparar uns ovos. Enquanto os deixo na frigideira, pego o celular e chamo Robert. Temos a típica conversa de volta das férias, mas por meu tempo estar curto, vou direto ao ponto e peço para que atenda a Ellen na Casa da Rachel. Ele se alarma por causa da sua mulher – ciumenta como o inferno – e diz que não pode, mas ao explicar sobre a falta de movimento durante o dia, ele concorda em vê-la.

Eu desligo e me sirvo com o café da manhã que preparei. Opto por suco natural ao invés de café. É muito mais saudável e eu não suporto a cafeína. Depois de acabar de comer saio de casa direto para a Universidade. Não tem muitas pessoas nos corredores nem mesmo na sala dos professores. Cumprimento a secretária ao chegar. É uma mulher de mais ou menos sessenta e poucos anos, com aparência de vovozinha e muito simpática. Ela me diz que o reitor quer me ver.

Eu guardo minhas coisas e vou à reitoria. O que Charlie poderia querer comigo? No caminho vejo que muitas alunas que estão chegando voltam seus olhares pra mim. Sorrio mentalmente. Mulheres. Tão fáceis de agradar.

Quando chego à reitoria do outro lado do campus, bato na porta geral e a secretária me avisa que posso entrar. Congelo momentaneamente com a visão. Uau. Que mulher! Penso logo em sexo selvagem e mil maneiras de praticar o Kama Sutra assim que ponho meus olhos nessa obra da natureza. Não é a mesma de antes das férias. Ela tem cabelos avermelhados, olhos castanhos mais claros que os meus e uma pele clara. Um verdadeiro espetáculo. Ela olha pra mim com interesse mal disfarçado quando entro.

— O que deseja senhor...? — ela pergunta querendo saber meu nome.

— Nicholas. — respondo olhando dentro dos olhos dela, ela se mexe inquieta em sua cadeira — Eu vim falar com o reitor

— O senhor Charlie ainda não está recebendo alunos, senhor Nicholas.

— Apenas Nicholas, por favor. E eu não sou um aluno, sou professor. — Eu sorrio amavelmente mostrando todos os meus dentes brancos e ela se envergonha pelo engano cometido.

— Me desculpe Nicholas. — ela enfatiza meu nome — É que você parece muito...

— Jovem? — ergo uma sobrancelha e ela concorda — O que eu posso dizer? Era um aluno prodígio e me formei muito cedo.

— Fico feliz por você.

Encaramo-nos por alguns segundos e percebo seu olhar apreciativo. O meu olhar pra ela também não fica muito atrás. Reparo em seu decote mais que ousado e em sua saia tão curta que mal cobre metade da coxa. Sento-me com uma perna na mesa dela mantendo meu olhar fixo.

— Você é nova aqui. Começou essa semana não é?

— Sou. — ela apoia os cotovelos na mesa e o queixo nas mãos enquanto me olha — Como sabe?

— As aulas recomeçaram ontem e você não é a secretária que estava aqui antes da faculdade entrar em recesso.

Mantenho meu olhar em seus olhos, de vez em sempre descendo para os seus seios que tentam pular pra fora do decote. Ela percebe meus olhos safados e puxa o decote um pouco pra cima. Não comece com isso garota, você foi a primeira a me olhar com desejo assim que entrei aqui.

— Vou anunciar você. — ela diz tirando seus olhos de mim e pegando o telefone.

Enquanto ela faz isso, eu ponho as costas de uma das minhas mãos no meu queixo áspero e começo a roçar meus dedos em vai e vem. Minutos depois, o reitor abre a porta e eu me ponho totalmente em pé.

— Bom dia, Nicholas, pode entrar. — ele se põe de lado na porta para que eu entre.

— Foi um prazer, garota. — digo a ela piscando um olho e entro.

O reitor fecha a porta e me olha sério. Eu permaneço parado e ponho as mãos nos bolsos da calça.

— Admirando minha bela vista lá fora?

— Sou um admirador da beleza. — respondo seco.

— É claro que é. — ele diz, estalando a língua em desaprovação — Mas não quero você fazendo isso aqui tão perto de mim, entendeu?

— Claro, senhor. Vou tapar meus olhos quando vier vê-lo.

Olhamo-nos e um momento depois nós dois caímos na risada. Que figura. Charlie e eu nos conhecemos há anos, desde que eu estudava, pois foi meu professor, é claro que quando me candidatei a uma vaga como professor aqui na Universidade de Miami ele fez de tudo para que eu conseguisse.

Foi incrível quando descobri que meu professor mais querido tinha assumido a reitoria de uma das principais universidades da região. Sorte a minha! Segundo sua política, se você quer o melhor, contrate-o cedo. Sei que ele teve que pedir muitos favores e ficar devendo muitos outros para que a Junta Acadêmica aceitasse me contratar sem concluir o mestrado, mas no fim, ele conseguiu.

Ele me dá as boas-vindas e eu lhe falo que estive nas Bahamas – pois mudei de ideia de última hora e não fui ao Brasil para a Copa do Mundo.

— Escuta, voltando para o aqui e o agora e deixando de lado minhas experiências nessas últimas férias, o que houve com a outra secretária? — pergunto apontando com o polegar para trás de mim — Não que eu esteja reclamando, mas porque mudou?

— Karen não estava se mostrando eficiente então... — ele dá de ombros.

—Eu particularmente prefiro essa. — eu sorrio e ele estreita seus olhos pra mim em advertência.

— Não se envolva com ela, Nicholas, eu falo sério. Não estou a fim de me desfazer dessa porque você não conseguiu segurar seu pau nas calças.

Ah qual é. Foi só uma vez. Uma garota pediu demissão porque eu não liguei no dia seguinte depois da gente transar. Grande coisa.

— Me envolver? Claro que não, Charlie. Jamais. — eu continuo sorrindo e ele continua me advertindo com o olhar, mas no final acaba rindo.

Quando acabamos a brincadeira, ele me informa o motivo de ter me chamado aqui hoje. Harry Collins, professor de terapia manual e ortopedia em fisioterapia, precisou se afastar da instituição por motivos pessoais e ele precisa de alguém para assumir suas turmas. No início, não entendo onde Charlie quer chegar e chego a pensar que ele está me demitindo ao dizer que não sou mais professor de anatomia, mas então entendo. Ele está me dando as turmas do Collins. Para ensinar as matérias nas quais eu sou foda. Qualquer um pode ensinar anatomia, mas matérias específicas exigem maior conhecimento. Me dar as turmas do Collins é um ato de muita confiança da parte dele e agradecido, eu o abraço longamente depois de aceitar.

Ele sabe da minha capacidade. Fiz graduação e pós-graduação praticamente juntas e ele foi meu professor nessas matérias em ambos os cursos. Saio feliz da vida da sua sala e pronto pra comemorar com alguém. Preciso disso e preciso logo. Definitivamente preciso de uma mulher.