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Os Celestiais do Apocalipse

No início do século XXI, para as pessoas comuns, o mundo é o mesmo de sempre, e a história da humanidade segue seu rumo normal. Entretanto, por trás das cortinas, acontece uma nova guerra sem precedentes. Demônios, seres que raramente apareciam no plano mortal, surgem em vários locais do mundo numa explosão de aparições nunca antes vista. É o sinal de que algo terrível está prestes a acontecer. Nesta situação preocupante, um novo presságio do futuro sombrio aparece. Quatro adolecentes despertam seus poderes mágicos simultaneamente, quatro magos prodígios que mudariam para sempre a história de todas as coisas em breve.

SilversKnight · ファンタジー
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18 Chs

Capítulo XII - Reconhecimento

— Deus do céu. A gente ganhou mesmo! Haha! — Vivian celebrou. Já havia se passado uma hora desde o término do exercício militar, no qual seu esquadrão saiu vitorioso. Depois do agitado início de manhã, as unidades dos exorcistas-mirins finalmente podiam degustar suas primeiras refeições do dia.

— Mandamos bem. Mas porra, foi arriscado. Se você não tivesse tanta certeza que seu amigo voava tão rápido, eu nunca teria aceitado a ideia de emboscar ele. — Elena comentou, enquanto comia uma barra de chocolate. O grupo estava sentado em um círculo ao redor dos restos da fogueira do acampamento.

— Eu sei. Vocês fizeram um excelente trabalho. — A comandante elogiou suas três subordinadas, que sorriram com a consideração dela.

— Se não fosse por você Vivian, não teríamos ganhado. — A fala de Catarina trouxe o lado tímido de sua amiga a tona.

— De jeito nenhum! Vocês são muito habilidosas. — A garota de cabelos anelados balançou a cabeça, tentando rebater o comentário positivo que tinha recebido.

— Mas é verdade. Sua presença fez muita diferença. Sinto que por conta de você, nós conseguimos trabalhar melhor do que nunca juntas. Sua habilidade como uma líder é incrível. Isso é uma coisa poderosa que eu não tenho. — Vanessa disse, reforçando o que sua companheira havia dito a respeito de sua superior, que não pode evitar que seu rosto ficasse corado por conta da vergonha.

— Bem... eu... obrigada. Eu fico muito feliz que vocês pensam dessa maneira. Eu nem acredito no tanto que vocês evoluíram nesses últimos meses. Começamos com os pés errados, e ainda assim chegamos onde estamos. Estou muito contente que todas nos damos bem agora. Muito obrigada por tudo, meninas! — O sincero agradecimento da jovem foi bem recebido pelas colegas, que tentaram mudar de assunto antes que ficassem sentimentais demais e deixassem de apreciar a vitória.

No início da tarde, os estudantes levantaram seus acampamentos antes de sair da área de treinamento e ir para casa.

— Haha! Não vou me esquecer de hoje nunca na minha vida. Você perdeu sendo que sabia voar! Não acredito. — VIvian brincava com Ismael, ao passo em que seguiam a coluna de alunos que deixava o local.

— Você teve foi sorte pra caramba. Apostou todas as fichas que eu ia pegar o artefato, o que nem eu acreditava que ia fazer! — Ambos zombavam um do outro de maneira amistosa, enquanto Gabrielle e Ana assistiam, rindo a todo momento da rivalidade entre os dois amigos.

— Ei, vocês. — A sargento que coordenou o treinamento apareceu das fileiras de exorcistas-mirins que estavam logo na frente do quarteto

— Sim senhora? — Eles perguntaram, interrompendo a marcha para escutar o que a oficial tinha a dizer.

— Me sigam. Tem um pessoal que quer ver vocês. — O grupo assentiu, e seguiu a veterana por um caminho diferente do resto da tropa. Depois de passar através da floresta, a trilha terminou em uma pequena torre de observação. No seu topo, estavam dois soldados com uniformes negros, que ao avistar aqueles que se aproximavam de seu posto, começaram a descer até o solo.

— Podem ir até eles. Preciso voltar pra cuidar do resto da galera. Quando terminarem aqui, é só seguir o mesmo caminho pelo qual vieram. E outra coisa, esses caras são da pesada. Cuidado com o que falam. — A sargento deixou os quatro seguirem seu rumo sem ela. Pouco tempo depois, eles se encontraram com os militares de roupas pretas ao lado da construção.

Dando ouvidos ao conselho que haviam acabado de receber, o quarteto se alinhou diante dos soldados e bateu continência.

Um deles era uma mulher ruiva ligeiramente acima de um metro e setenta, e o outro era um homem loiro com pouco mais de um metro e oitenta de altura. Seus olhares eram tão penetrantes que os adolescentes sequer conseguiam encará-los.

— Descansar. Não preciso de formalidades aqui. Vocês são os pupilos do Merlin, né? — O jovem adulto falou com um português quase impecável. A questão surpreendeu os estudantes, que estranharam o fato dele saber quem era seu mestre.

— S-sim. Ele foi nosso supervisor por alguns meses. Você conhece ele? — Ismael respondeu, com uma pitada de curiosidade em sua voz.

— Isso mesmo. Ele foi meu tutor quando entrei pra Academia, e recentemente comentou comigo a respeito de vocês. Disse que são prodígios que estão interessados em virar exorcistas. — O garoto assentiu, confirmando a informação.

— Exato. Nossa ideia é caçar demônios e coisas do tipo. — Ele adicionou. O soldado deu mais alguns passos a frente, ficando mais próximo dos quatro.

— Entendi. Meu nome é Klaus Schneider. Sou subtenente do Batalhão de Serviços Especiais da 6° Divisão de Exorcistas, responsável atualmente pela vigilância da América Latina contra demônios e magos fora-da-lei. — O quarteto suou frio ao escutar aquilo. Eles estavam frente a frente com alguns dos militares mais bem qualificados em operações de exorcismo e repressão de alquimistas de toda a Academia.

— O mestre de vocês acredita que seus discípulos mais novos poderiam ser uma boa adição a minha unidade militar, e que seria algo que vocês gostariam. Mas eu tenho minhas dúvidas se uns moleques de dezesseis e dezessete anos são realmente capazes de aguentar nosso trabalho. — Klaus continuou, cruzando seus braços enquanto olhava cada um dos adolescentes olho por olho, como se estivesse os inspecionando.

— Por isso, eu quero que um de vocês lute comigo agora. — A ideia do oficial chocou a trupe. Eles mal podiam acreditar no que haviam acabado de ouvir.

— Que? Fala sério? — Vivian perguntou, achando que aquilo era uma brincadeira.

— Falo sério. E lutem como se quisessem me matar. Eu vou desarmado, desta forma não vão se machucar demais. — Os jovens trocaram olhares entre si, pensando em como proceder. Eles sabiam que o rapaz era um profissional da guerra, e que a declaração de que lutaria sem armas não era baseada em excesso de confiança. Perante ele, todos os membros do grupo eram amadores. Mesmo assim, Ana tomou a atitude e deu um passo à frente.

— Então, vai ser um duelo com um de nós contra você? — O subtenente assentiu.

— Sei que vocês têm o mesmo nível de poder. Só preciso mensurar o quão forte um de vocês é e então terei uma ideia dos outros três. Então. quem vai vir? — Antes mesmo que ele terminasse de falar, a menina com longos cabelos negros já estava deixando sua mochila no chão.

— Eu vou. Posso usar tudo que tenho mesmo? — Ela questionou.

— Sim. Faça o que quiser. A luta acaba quando um dos lados estiver incapacitado ou desistir. — Com as regras estabelecidas, os outros presentes abriram espaço para os combatentes, ficando próximos da torre de observação.

Os companheiros da garota que iria duelar estavam preocupados e imaginaram que sua amiga iria ser derrotada em um instante, mas além de ser a chance de causar uma boa impressão nos veteranos, Ana não era o tipo de pessoa que iria fugir de um desafio. Como de costume, ela era a primeira a mergulhar de cabeça na situação.

Depois de se afastar dos espectadores e chegar no gramado, seus punhos se cerraram e ela entrou em postura de luta, algo que seu oponente não fez.

— Essa pose... ela faz boxe. — O soldado pensou, reconhecendo na hora a forma como os braços dela cobriam seu rosto espaçamento entre de suas pernas. Ao mesmo tempo que analisava a inimiga, o homem aguardava o sinal de sua parceira.

— Ao meu sinal... Comecem! — No instante em que a ruiva iniciou a luta, a aura verde de Ana emanou violentamente de seu corpo. Seu pé direito cravou o chão e a impulsionou para frente, a acelerando de uma só vez até velocidades sobre-humanas.

Nos últimos metros antes de entrar em contato com o adversário, a jovem pisou o pé esquerdo no chão, controlando sua direção e usando sua perna como apoio para girar seu corpo. Seu braço se preparava para lançar um cruzado de direita.

O oficial levantou sua guarda para absorver o golpe, que mirava bem na sua face. O impacto do soco causou uma onda de choque que achatou o gramado, e fez os pés do comandante afundarem no chão.

Ana mal pode acreditar . Mesmo com seus sentidos acelerados, ela mal pode acompanhar os movimentos que o guerreiro diante dela fez. Ela possuía a Magia de Reforço Físico mais forte do quarteto de prodígios, e ainda assim, seu adversário bloqueou o ataque sem nenhum problema.

Além disso, ela não notou que ele próprio já estava dando o troco pela investida. Logo depois de se defender do golpe, Klaus desferiu um chute bem no estômago de Ana. Era como se um aríete houvesse se chocado sua barriga com a velocidade de um relâmpago.

O contra-ataque fez uma onda de choque ainda mais poderosa do que o ataque da garota, e ela foi lançada uma centena de metros de distância até seu corpo atravessar duas árvores e cair no chão.

— Droga..! — Vivian estava prestes a correr em direção a sua amiga, acreditando que ela havia se ferido, mas Ismael a segurou, tocando seu ombro.

— Espera. Ela não perdeu ainda. — Ambos se encararam por alguns instantes, até que a menina se acalmou. O adolescente soltou seu ombro e eles continuaram a assistir.

Uma cortina de poeira se levantou onde Ana havia caído, cobrindo o campo de visão de seu inimigo, que nem sequer havia dado um passo de sua posição original. Ele continuou a esperar que ela tomasse a iniciativa.

Quando a nuvem começou a se dispersar, ele notou algo vindo em sua direção, e desviou sua cabeça para o lado sem saber ao certo o que era. O som de impacto veio de suas costas, e ele se virou para ver o que havia acontecido.

De repente, uma árvore trinta metros atrás dele estava com um grande buraco em seu tronco, grande o suficiente para encaixar uma mão humana inteira com folga. Seus olhar se voltou novamente para a pessoa que duelava com ele.

A garota ofegante, agora estava com um arco de madeira em mãos, e uma quiva cheia de flechas. Mesmo com seu rosto demonstrando que estava sentindo uma dor terrível, ela foi capaz de atirar uma flecha com força o bastante para atravessar um tronco.

— Ela não estava carregando aquilo antes. E um arco comum não seria capaz de fazer um estrago tão grande. Com certeza é uma arma encantada que ela invocou. — Ele pensou, ao mesmo tempo que observou sua oponente cair no chão, segurando a barriga com as mãos. Um filete de sangue escorreu pela bochecha do subtenente, mas ele rápidamente o limpou. Logo que fez isso, ele se virou para sua subordinada.

— Traz a menina de volta pra cá. Dê um jeito nos ferimentos dela também. — Ele deu a ordem.

— Sim, senhor. — A mulher assentiu. Alguns minutos mais tarde, todos se reuniram novamente no posto de observação. Felizmente, Ana não teve nenhum ferimento grave, e depois do tratamento com Magia Medicinal, ela estava novinha em folha. A conversa entre os estudantes e os membros das forças especiais continuou.

— Vocês não são ruins, mas ainda são novatos. Daqui a duas semanas vão ocorrer os concursos públicos para minha unidade. Acho que vocês vão dar conta de passar. Se conseguirem, vou dar alguns trabalhos interessantes pra vocês. Ah sim, suas bolsas vão aumentar em cinquenta por cento se conseguirem esse emprego. — Tanto a parte do trabalho quanto do dinheiro a mais soaram como música para os ouvidos dos adolescentes, que aceitaram a ideia quase que de imediato.

Terminado o bate-papo, os dois grupos se despediram, e os soldados retornaram para seu quartel. No meio do caminho, a ruiva encarou o líder de seu pelotão, chamando sua atenção.

— O que foi? Tem algo errado? — A mulher soltou uma risada, e o encarou com um olhar brincalhão. Ela pegou seu braço direito e levantou a parte de seu uniforme que cobria o membro, revelando uma luxação no antebraço, bem onde a exorcista-mirim havia acertado o soco.

— Você é teimoso mesmo, não é? Não precisa ficar se fazendo de forte toda hora. — Mal encarado, o jovem estalou a língua, se sentindo chateado.

— Cala a boca.