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Os Celestiais do Apocalipse

No início do século XXI, para as pessoas comuns, o mundo é o mesmo de sempre, e a história da humanidade segue seu rumo normal. Entretanto, por trás das cortinas, acontece uma nova guerra sem precedentes. Demônios, seres que raramente apareciam no plano mortal, surgem em vários locais do mundo numa explosão de aparições nunca antes vista. É o sinal de que algo terrível está prestes a acontecer. Nesta situação preocupante, um novo presságio do futuro sombrio aparece. Quatro adolecentes despertam seus poderes mágicos simultaneamente, quatro magos prodígios que mudariam para sempre a história de todas as coisas em breve.

SilversKnight · Fantasy
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18 Chs

Capítulo XI - Exercício Militar III

— Foi mal, mas eu quero ganhar! — Gabrielle declarou, enquanto a água que envolvia torso de Vivian transformou em gelo.

— Droga! Não consigo usar meus poderes! — A maga de fogo que estava presa pensou, notando que algo estava bloqueando sua aura mágica. — Alguém colocou um selo mágico na água pra restringir os meus poderes! A Gabi não sabe esse fazer isso... então só pode ter sido a garota do esquadrão dela!

Selos Mágicos eram um tipo de magia que consistia em criar meios de armazenar e programar-la para realizar ações. Eles podiam ser colocados em objetos e pessoas, e também podiam ser usados como um inibidor de energia mágica, uma de suas aplicações mais úteis.

Naquele momento, a menina de cabelos anelados percebeu que dessa vez estava encurralada de verdade. Quando seu corpo amarrado começou a ser arrastado por uma corrente de água em direção a sua oponente, que se preparava para tocar em seu colete, ela já estava quase convencida que seria tirada de combate.

— Gabi, cuidado!! — Gritou parceira de esquadrão da maga de água. Na mesma hora, uma salva de disparos veio em sua direção, forçando-a a criar uma barreira de gelo a partir do líquido no solo encharcado. No instante em que o foco delas se desviou de Vivian, o bloqueador de energia mágica enfraqueceu.

Era a oportunidade de escapar. Ela juntou suas forças, rapidamente concentrando e liberando todo seu poder de uma só vez, resultando numa explosão flamejante que evaporou o gelo e a água que estavam a aprisionando. Por reflexo, ela agarrou seu fuzil e o carregou enquanto a nuvem de vapor que havia se formado estava dissipando.

Longos segundos se passaram até que ela pode ver a silhueta de sua rival, que ainda estava com a atenção no esquadrão inimigo que havia a emboscado. Vivian apertou o gatilho, mas não saiu tiro algum. Um pouco de lama entrou dentro da arma, emperrando-a. Com bastante agilidade, ela a engatilhou para tentar um novo disparo, mas o tempo perdido permitiu que sua inimiga a encontrasse e reagisse.

Gabrielle agarrou seu rifle e fez mira. Ambas dispararam ao mesmo tempo. O sinal de abate disparou, e ele veio do colete da jovem que estava com em posse da maleta. Ela ficou chocada ao escutar o som, e deixou o artefato no chão onde ela estava. Como tinha sido instruída, a garota se ergueu e levantou as mãos. Não houve magia para formar uma proteção de fogo forte o bastante para queimar a bala.

— Ah... é isso. Me desculpa galera. Não consegui fazer as coisas de acordo com o plano... — Vivian resignou mentalmente. Gabrielle continuava a troca de tiros, agora com outros inimigos, mas outra salva a acertou pelo flanco. Seu colete também disparou, e sua colega de equipe também foi pega. Ambas levantaram as mãos e baixaram as armas.

Dois adolescentes saíram da grama logo em seguida, e um deles era Ismael.

— Caraca, que mira foi essa!! — Ele parabenizou seu parceiro que havia eliminado as duas oponentes.

— Não foi nada! A gente tem que vencer! — O companheiro respondeu.

— Ei, é melhor você correr pra voltar ao combate logo! — Ismael disse para Vivian, ao passar do lado dela e pegar o artefato. Ela não o respondeu, aparentando estar surpresa. Sem perder tempo, o garoto saiu voando de volta para seu ponto de partida, fugindo do alcance das armas dos outros times.

A maga de fogo o observou por alguns instantes antes de voltar a caminhar em direção a sua própria base e desativar seu alerta. Ela suspirou, como se estivesse aliviada.

— O plano ainda pode funcionar. Mas terei que confiar nas outras. Tudo depende delas! — Ela depositou sua confiança na sua equipe, que se encontrava dentro da selva. Elena tentava comunicar com sua comandante, mas seu rádio deu como bloqueado, o que era sinal de que havia sido atingido. O contato seguinte foi com Catarina, que atendeu a chamada.

— Aqui e a Elena. Acho que a Vivian já era. Não sei se ela conseguiu fazer a parte dela, mas temos que aguardar pra ver se o tal do Ismael vai aparecer como a Vanessa previu. O sol já tá começando a aparecer, então devo conseguir enxergar qualquer coisa voando. — Ela disse para a soldada do outro lado da linha.

— Certo. Nossa parte está pronta. Aguardamos o sinal. — A portuguesa respondeu, com Vanessa sentada ao seu lado. Sua mão estava segurando uma esfera de energia mágica brilhante, que alternava entre a cor amarela e cinza, respectivamente as cores das auras de Catarina e sua colega.

Ainda durante a ligação, a grandalhona do grupo avistou algo se aproximando de seu posto, e se escondeu na folhagem da árvore em que estava para não ser avistada. Para seu espanto, a previsão que a estrategista do grupo havia feito se cumprira. Era Ismael, que estava voando a baixa altitude e altíssima velocidade, tentando fugir de dúzias de outros magos que estavam o perseguindo no ar e em terra.

— Caralho! Ele acabou de passar por aqui igual a gente previu! Fiquem atentas pois o moleque tá à uns seiscentos por hora! Vou correr atrás dele! Falamos depois! — Ela disse, e em seguida desligou.

— Beleza! Vanessa, vamos! — Ao fim das comunicações, as duas rapidamente escalaram até o topo da árvore mais próxima, até que puderam enxergar sem terem a visão obstruída pela floresta.

Elas foram surpreendidas com a visão que tiveram. De fato, o garoto era veloz e já estava para passar onde elas estavam em poucos segundos.

— M-mas já!? É rápido demais! — Catarina disse, se sentindo pressionada pela situação. Ela só teria uma chance de acertar o alvo. A bola de magia em sua mão deveria ser disparada no momento certo.

— Calma! Você vai conseguir. Eu sei que vai! — Vanessa tentou motivá-la. Ambas se moveram rapidamente para suas posições e esperaram. Os segundos se passavam lentamente, e a ansiedade se tornava cada vez maior com a aproximação do carregador da maleta.

— Agora!! — Ao ver o alvo chegar a cem metros de distância das jovens, a brasileira deu o grito para sua amiga lusitana, que atirou a esfera em direção ao menino voador.

Ismael foi surpreendido com a bola mágica que havia sido lançada contra ele, pois até aquele momento, a presença das magas estava muito bem ocultada. Seria um tiro certeiro se no último instante, ele não conseguisse inclinar seu corpo para o lado e desviar por um fio de cabelo.

Mas Vanessa antecipou essa possibilidade. Assim que o garoto esquivou, a esfera se rompeu bem nas suas costas,emanando um brilho intenso. A energia mágica de suas oponentes se espalhou e entrou em contato com a sua aura.

De imediato, Ismael pode sentir sua magia sendo rapidamente bloqueada, reduzindo sua velocidade de vôo de maneira significante.

— M-mas o que foi isso!? — Ele disse, ao perceber que tinha sido atingido.

O ataque era uma combinação única da aerocinese de Catarina e selos bloqueadores de magia de Vanessa, um ataque de combinação que só foi possível devido ao fato de que elas tinham tipos mágicos semelhantes e compatíveis. Ao se aproximar de seu alvo, a bola de ar cheia de aura mágica se detonava, e sua energia, que continha um selo inibidor, suprimia a aura de magos que entram em contato com ela.

O garoto confuso não havia visto nada como aquilo. Era uma técnica improvisada que ele nunca cogitou que seria usada contra ele. A emboscada tinha sido um sucesso!

— Acertei!! Vamos atrás dele! — Catarina e sua companheira correram pelas árvores, aproveitando a oportunidade que tinham. O seu oponente estava se esforçando para manter o vôo, mas continuava a perder altitude. Foi então que as duas adolescentes, após terem pulado em vários troncos e galhos, deram o bote.

Logo que entraram no alcance de seus fuzis, começaram a disparar contra seu adversário, que se escondeu na folhagem das altas plantas. As atacantes continuaram a perseguição, indo até o último local onde o haviam visto.

Ao chegarem na árvore onde Ismael havia aterrissado, elas o avistaram no chão, já correndo.

— Vou pegar ele! — Catarina disse, antes de pular do galho de onde estava. O jovem viu a ameaça que se aproximava e soltou a maleta para pegar seu fuzil.

— Cuidado!! — Vanessa gritou para a amiga, que ficou perigosamente exposta. Depois que carregou seu último cartucho, o garoto fez mira e atirou. As balas de plástico, porém, foram desviadas de seu rumo por uma barreira de vento feita a partir da magia de ar da loira, que pegou sua própria arma e disparou, sem que seus pés sequer tocassem no chão.

O sinal sonoro disparou do colete de Ismael. Assim que ele notou que a lusitana havia o abatido, ele levantou as mãos e começou a caminhar de volta para sua base, soltando um suspiro de decepção.

A garota correu até o artefato e o pegou antes de se reunir com a colega de esquadrão no topo da árvore.

— Falei que você ia conseguir! Agora só temos que voltar para o ponto de partida! — O plano havia sucedido, e as duas puderam celebrar. Mas a comemoração durou pouco. A expressão de Vanessa subitamente mudou quando avistou um indivíduo escondido em um arbusto próximo de onde estavam, fazendo mira sobre elas. Sua reação imediata foi de empurrar Catarina, e logo em seguida, se escutaram disparos.

O colete da brasileira apitou enquanto a portuguesa caía. O susto quase a fez esquecer de usar sua magia para não se chocar contra o chão. No último instante ela pode amortecer sua queda usando o ar ao seu redor, e pousou em seus pés. O alarme era o sinal claro de que sua amiga tinha sido abatida. Ela tinha que correr dali, e assim fez.

A garota cruzou a floresta às pressas, sem saber ao certo se estava sendo seguida. Ela não se importou em olhar para trás.

Em pouco mais de um minuto, ela chegou até um gramado que dava visão para a base de sua equipe, que era uma grande tenda. A estrutura estava a menos de cem metros, distância que podia percorrer em poucos segundos .

Tiros começaram a ser disparados em sua posição, e ela somente pode olhar para trás de relance. Um esquadrão inteiro havia surgido da mata logo atrás dela, atirando todas as balas que lhes faltavam. Mentalmente cansada e focada demasiadamente em entregar a maleta, sua defesa de ar enfraqueceu, e ela pode sentir os projéteis cada vez mais perto de seu colete.

Neste instante, porém, uma salva de esferas de plástico passou por seu lado. Quando sua visão se focou na origem dos disparos, ela viu que sua comandante havia retornado ao combate, e estava se ocultando por trás de uma grande rocha próxima a tenda da equipe. Ao ver os inimigos, ela atirou de volta, forçando-os a se abaixarem.

— Vem! Vem! Vem! — Vivian balançou seu braço, sinalizando para a garota entrar no alojamento, e assim ela fez. Rapidamente, ela abriu a mala com a chave mestra do time, revelando um HD externo que ela conectou no notebook de sua unidade. O passo seguinte era subir os dados do armazenador de memória para a rede do sistema militar.

Segundos depois, as sirenes soaram. As batalhas entre os esquadrões acabaram e as armas foram silenciadas.

— O time Delta concluiu a prova com sucesso. — Uma alta voz eletrônica anunciou a partir dos alto-falantes espalhados pelo campo de treinamento.A menina dos cabelos anelados não pode acreditar no que escutou. Seu fuzil foi largado no chão. Ela levantou seus braços e gritou:

— Nós vencemos!!