Os efeitos do colar foram sentidos claramente hoje. Com o passar dos dias, graças a estar perto de Alícia, comecei a ser mais sensível à poder mágico, assim comecei a sentir o que o líder da guilda me avisou.
Normalmente magos conseguem sentir esses poderes em longas distâncias, porém nós vampiros não chegamos nesse nível, tenho que estar perto da fonte para senti-la, talvez isso melhore com o aumento dos níveis.
— Então, Ioan está sentido? — Alícia pergunta.
Tento me concentrar, buscando o sentimento que sempre tinha perto dela, mas nada aparece, ela parece um humano com baixo poder mágico agora.
— Não, não estou sentindo nada vindo de você — respondo.
Não custa um milhão de yons por nada. Nossa dívida foi abaixada para novecentos e novento e oito mil, decidi pagar duas moedas de prata pequenas. Posso conseguir cerca de mil yons por dia caçando, mas para isso iria precisar de dois anos e nove meses, o melhor é aumentar meu rank é ir para outros locais com presas melhores. Não podemos ficar aqui por muito tempo.
— Tente usar a cura pequena — falo.
— Okay. — Alícia diz levantando a mão.
Começa a surgir uma luz um pouco azulada.
— Agora encoste ela em meu braço.
— Mas Ioan é um vampiro — responde assustada.
— Vamos apenas testar — sorrio. —, encoste rápido, caso machuque tiramos, eu consigo me regenerar depois.
Ela balança a cabeça em sinal de concordância.
— Três... Dois... Um... — Sua mão encosta em meu antebraço.
No mesmo momento sinto como se minha pele estivesse queimando. Uma sensação estranha, ao mesmo tempo em que a pele machucava ela estava se curando, minha regeneração, que tenho porque sou um vampiro, está sendo cancelada pelo atributo de luz, mas depois de um ou dois segundos a luz muda um pouco, começo a ser curado mais do que ferido.
— Alícia fez alguma coisa? — pergunto. — Estava machucando, mas começou a curar agora.
Ela para a magia.
— Ioan estava queimado, Alícia pensou em curá-lo — responde a garota.
Quando tira a mão ela vê a queimadura e faz uma expressão de tristeza.
— Não se preocupe, irei me curar com minha regeneração, a magia me curou um pouco, porém não parecia que iria me curar cem por cento.
— E se Alícia pudesse usar uma cura mais forte? — diz chegando perto.
— Eu provavelmente morreria. — Dou um passo para trás. — Esta magia está me dando mais dano do que ela pode me curar, com o nível mais alto provavelmente eu iria me curar mais, porém o dano iria ser ainda maior, acredito eu que se fosse uma magia de alto nível eu morreria em um minuto ou menos.
— Alícia não poderá curar Ioan assim.... — diz cabisbaixa.
No momento não, mas...
— Não no momento, mas no futuro provavelmente poderá — respondo.
Vejo sua expressão de dúvida, então começo a explicar.
— Pretendo diminuir cada vez mais minhas fraquezas, uma delas é a magia de luz, para superar isso preciso apenas ter resist��ncia a ela certo?
Ela fica calada por um tempo, tenho certeza que entendeu o que eu queria dizer com isso. Também acho que é uma ideia idiota, mas é a melhor forma de conseguir esta resistência.
— Mas para isso Ioan terá que ficar se machucando.
— Exatamente, por isso estou tentando aprender a magia de água também.
Esta foi a brilhante ideia que tive. Se eu tiver a magia e ficar a usando em mim mesmo, não iria ganhar resistência desta forma? Para testar isso estive usando magia de fogo em meus braços, com o tempo dói um pouco menos, por mais que beire algo imperceptível.
Se eu fosse humano meus nervos provavelmente seriam completamente destruídos, mas essa é mais uma vantagem em ser vampiro, não importa o dano que tome, se eu estiver vivo poderei me regenerar, embora não possa recuperar um membro perdido. É uma boa estratégia, mas sinto que irá demorar bastante.
Ao ouvir minha explicação a garota olha para mim.
— Ioan é masoquista?
— Como? — Acabo falando alto, não esperava por essa.
Ela começa a rir da minha reação exagerada.
— Vamos voltando para a pousada? — falo depois de olhar para o céu.
— Okay — responde ainda rindo um pouco.
E pensar que agora ela consegue fazer piadas dessa forma. Isso me lembra de quando estava no Reino Vampírico. Como será que eles estão?
~Pov Lucio~
— Calma Lucio, porque está correndo tão desesperado?
Me jogo ao ouvir a voz. Ouço o som de duas flechas atingindo o local onde estava a poucos segundos. Olho para frente, o castelo estava tão próximo. Preciso proteger Ruby de qualquer forma.
— Apareçam vocês dois! — grito me virando.
Mais duas flechas são atiradas em minha direção, a primeira consigo desviar com minha adaga, a outra atinge meu ombro esquerdo.
— Parece que minha flecha acertou — Ouço uma voz feminina, conheço-a bem.
— Claramente foi a minha — Uma voz masculina responde.
Moura e Wallace aparecem, estavam em cima de uma casa.
— Vocês... — Tento avançar até eles.
Sou parado, pelo canto do olho vejo um movimento. Consigo defender uma espada, mais um segundo e teria sido atingido em cheio.
— Pensei que morreria com esse golpe — Chloe diz.
— Sua técnica é claramente maior que a minha — falo. — Mas a diferença de status ainda é muito grande.
— Oh?! — Ela faz uma voz surpresa, mas logo em seguida faz um sorriso de canto. — Será mesmo?
Seus olhos ficam vermelhos, o que me surpreende, afinal, ela mantém a cor original normalmente. Sua espada me empurra para trás. Ela está vencendo com força bruta? Pulo para trás.
— Onde conseguiram tal poder? — Entro em posição de combate.
— Você sabe muito bem Lucio. — Chloe responde rindo. — Não se faça de tonto.
— Não se esqueça de nós.
Outras duas flechas atingem as minhas costas.
— Apenas desista e se junte a nós — Ela estende a mão e espera minha resposta.
Apesar de ser Chloe na minha frente, é como se não fosse ela realmente. Então Vlad está de volta, não esperava que acontecesse tão rápido, fomos pegos de surpresa.
— Sinto muito, devo permanecer leal aquela que salvou minha vida.
Ela pula para trás e coloca a espada em posição de luta, antes não estava usando o seu estilo de combate habitual, normalmente luta usando estocadas.
— Ele realmente vai tentar lutar contra nós três. — Wallace fala.
Chloe apertou a espada com mais força quando ouviu minha resposta, um momento de incerteza, esta é a minha chance.
— Eu realmente sinto muito, |Modo Berserk|.
Minha visão se embaça em um instante. Sinto minhas veias quase explodindo, o sangue circula em meu corpo em uma velocidade absurda. Consigo controlar um pouco desta forma, mas não possa garantir que os deixarei vivos quando usá-la, nesse momento estou dez vezes mais forte que antes.
— Eu que deveria dizer... — Ela pula em minha direção, sua velocidade é assustadora. — Sinto muito.
Minha visão escureceu.
~Pov Chloe~
Quando cheguei ao Reino Vampírico percebi uma coisa rapidamente, os vampiros confiam demais em seus status, mas com o tempo acabei mudando de pensamento, estava esquecendo o quão importante é a técnica, porém depois que conheci Ioan e vi sua força absurda aquilo me mudou. Ele tinha muita habilidade, ganhei diversas vezes na luta com espadas, porém lutando a séria conseguia ganhar apenas algumas vezes. Infelizmente Lucio não era um vampiro assim, apesar de entender a importância da técnica ainda ele depende muito de sua força.
— Eu realmente sinto muito, |Modo Berserk|.
Minha ordem foi bem clara, por algum motivo eu estava evitando esta luta...Ah, é verdade, me lembro de quando fui salva por ele, Kay morto no chão, Joe brilhando em vermelho.
— Eu que deveria dizer... —Pulo em sua direção, ele não é forte o suficiente.. — Sinto muito.
Quando avanço ouço algo dentro de mim dizendo "não faça isso", as memórias me atacam, mas meu corpo se move sozinho. Minha espada já estava indo em direção a seu peito, um único golpe e sua vida irá se acabar.
— Não! — Ouço alguém gritando.
No último momento minha mão enfraqueceu um pouco e minha espada abaixa, eram cerca de milímetros, mas fizeram a diferença.
— Que força — Sangue sai de sua boca e ele cai no chão.
Minha mão está tremendo muito, a voz que eu escutei... Não era de outra pessoa, parecia a minha própria voz. Retiro a espada e a balanço para tirar o sangue, penso em guardar a espada na bainha, mas ele não está morto, preciso dar o golpe final. Por que minha mão não para de tremer? Essas são minhas ordens.
— Cheguei a tempo — Uma voz feminina.
Antes que eu possa olhar para quem havia chegado ela coloca a mão na minha barriga.
— Desculpa Chloe, mas não posso deixar você matar Lucio agora — diz Ruby.
Flechas são atiradas em sua direção, porém ela segura todas com a mão livre. Não consigo me mexer. Moura e Wallace aparecem segurando espadas e correndo em nossa direção.
— |Autoridade do Rei| — Ruby fala.
Os dois caem no chão, sinto minhas pernas tremendo.
— Infelizmente não posso te ajudar agora.
— Me ajudar?!
Ela empurra sua mão, a última coisa que pude ver foi ela se virando para ver Lucio, depois fui arremessada por centenas de metros, atravessando vários edifício sem perder a velocidade. Tudo se apaga.
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