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Capítulo Único

— Eu gosto de você… eu realmente… real… — sua voz foi sumindo, fechou a mão em punho, olhou para o rapaz em sua frente e ele apenas lhe encarava com desprezo.

O rapaz começou a rir, ria de uma forma como se aquilo fosse a piada mais engraçada que já lhe contaram.

Ver aquilo lhe machucava como se uma faca fosse cravada em seu peito repetidas vezes, doía, doía muito.

— Haha! Jaemin… — falou em tom de zombaria, com uma mão sobre a barriga e levando a outra ao rosto, retirando o cabelo de sua visão — Por que pensa que eu iria querer algo com alguém como você? — em nenhum momento deixou o olhar de desprezo.

Jaemin queria chorar, um nó se formou em sua garganta, seu peito doía, sua voz não queria sair por mais que abrisse a boca diversas vezes.

— Hein, Jaemin? Por que pensa isso? Me responda Jaemin…

Jaemin… Jaemin…

— JAEMIN!!! — abriu os olhos com muita força, o que o fez fechá-los novamente.

Havia sido um sonho.

Jaemin passou a mão pelo rosto sentindo o molhado, havia chorado, encarou o rapaz que o acordou.

— Teve outro pesadelo? — estava com as sobrancelhas unidas e um olhar preocupado.

Se o rapaz soubesse que fora ele o motivo do pesadelo… mas Jaemin não se atreveria a contar, nunca iria contar, pois o medo de perdê-lo era muito maior.

— Eu… — não sabia o que responder, estava óbvio que tivera um sonho ruim, mas também não queria ver aquela expressão no rosto bonito de Lee Donghyuck.

Quando sentiu um calor aconchegante e um abraço acolhedor, deu-se conta de que Donghyuck enfiou-se em seu lençol e se acomodou ao seu lado.

Estava próximo, muito próximo, temia que com a proximidade Donghyuck escutasse as batidas frenéticas em seu peito.

Por mais que não sabia se era por conta do rapaz ou do sonho, talvez Donghyuck pensasse que fosse o sonho a causa, mas e se desconfiasse que não, se ele perguntasse o real motivo.

— …

— Vou cantar uma música para espantar todos os sonhos ruins — Jaemin ouviu aquela voz suave tantas e tantas vezes, desde pequeno, desde antes de desenvolver sentimentos pelo rapaz que estava fazendo carinho em seus cabelos enquanto o ninava.

Era mimado demais, dependente demais.

Seus olhos pesaram e logo a voz que antes era suave e doce agora parecia tão distante.

Jaemin adormeceu, aninhado nos braços de Donghyuck, como se aquele fosse o lugar mais seguro da terra e para Jaemin era.

— Nana…? — sussurrou. Passou mão levemente pelo rosto pálido e bonito de Jaemin. Ao contrário de Jaemin, sua pele era um pouco mais escura. O amigo costumava dizer que ele parecia um caramelo devido à cor da sua pele, que se assemelhava ao doce. — Espero que não tenha mais sonhos ruins hoje — disse tudo em um tom baixo e suave, como se estivesse contando um segredo, pois tinha medo de acordá-lo.

Observou Jaemin se aproximar ainda mais de si, segurava em punho bem apertado sua camisa, ficou ali, para protegê-lo, guardá-lo de todo o mal.

Donghyuck nunca soube quando se tornou o apanhador de sonhos de Jaemin, mas não se importava. O que mais importava era Na Jaemin, apenas ele.

— Eu vou te proteger sempre… — era algo que sempre dizia quando já estava para dormir, mas Jaemin nunca chegou a ouvir.

Jaemin acordou, ouvia um pequeno som de batidas, era frequente, calmo e reconfortante.

Tudum. Tudum.

Tinha plena noção de onde vêm essas batidas, sua cabeça estava repousada sobre o peito de Donghyuck.

Manteve os olhos fechados, se aconchegou melhor naquele calor que era estar próximo de Donghyuck. Não sabia que horas eram nem quanto tempo dormiu, e também não queria saber.

— Acordem! Ou vão se atrasar! — gritou sua mãe.

Abriu os olhos, assustado se levantou em um pulo, procurou o relógio na cômoda que fica ao lado da cama, eram nove horas.

Balançou o corpo de Donghyuck para o acordar, mas o moreno apenas resmungou e virou de costas para si.

— Donghyuck, acorda logo ou vamos nos atrasar — Foi até o guarda-roupa para ir atrás de seu uniforme escolar.

— … Jaemin… — sentou-se na cama enquanto soltava um bocejo — hoje é domingo — disse Donghyuck, vendo que o amigo já fechava a calça do uniforme.

— Hum…?

Apenas prestou atenção na fala de Donghyuck quando estava fechando o quarto botão de sua camisa.

— Tu sabe que minha mãe não me deixa dormir aqui em dia de semana, pelo menos não depois daquilo — se jogou na cama preguiçosamente.

Aquilo a que Donghyuck se referia era quando quase quebrou o braço enquanto brincavam, mesmo que não tivesse sido grave, aquilo o impediu de ir à escola por um total de quatorze dias, além de ter perdido algumas provas. Sua mãe ficou brava e o proibiu de ir dormir na casa de Jaemin em dia de aula.

Donghyuck percebeu a cama afundar ao seu lado e abriu os olhos para encarar o amigo. Ele havia retirado o uniforme que nem terminou de vestir e, agora, usava novamente o pijama, que era composto por uma calça moletom velha e uma camisa. Ambas as roupas eram roubadas de Donghyuck. Não que Donghyuck fosse se importar.

— Pfff…

— Não rir, já são nove horas, pensei que tinha perdido a primeira aula.

— Como se o John fosse deixar tu entrar na escola.

— Acho que ele não gosta de mim — jogou o corpo em cima do de Donghyuck após o amigo ter retornado a rir de si.

— Humpt… saí — disse com dificuldade. Jaemin levantou, mas não se afastou, manteve-se próximo do moreno, Donghyuck também não parecia querer que ele se afastasse. Sustentaram aquele cruzar de olhos por um bom tempo.

Jaemin arriscou se aproximar um pouco, queria apenas observar a reação de Donghyuck, mas não viu aversão com sua aproximação, Donghyuck continuava sustentando aquela troca de olhares.

A porta foi aberta de repente.

— Jaemin filho tá acordado? — Era sua mãe quem estava agora dentro de seu quarto.

— Sim, mãe — se sentou na cama para olhar a mãe.

— Ótimo, oh, Donghyuck-ssi também já está acordado — sorriu amigavelmente — venham tomar café da manhã, seu pai e seu irmão acabaram de chegar da feira e trouxeram frutas, venham comer, venham — apressou a senhora Na.

Tomar café da manhã com a família Na era sempre divertido e animado, a família possuía uma harmonia de dar inveja, mesmo quando Kunhang veio morar com eles quando Jaemin tinha sete anos o casal se manteve forte.

Kunhang era filho do senhor Na com uma chinesa com qual teve um relacionamento antes do casamento, em Macau, retornou para a Coreia sem saber que a mulher carregava um filho.

Kunhang ainda mantinha contato com sua mãe biológica, mas também chamava a senhora Na de mãe.

Jaemin e Donghyuck se sentaram à mesa, brigaram pela maior fatia de pêssego, mas no fim Donghyuck pegou o segundo maior pedaço.

Donghyuck nunca conseguiu vencer Jaemin. Fingiu estar chateado e até descontente com o pedaço que pegou, mas ver Jaemin sorrir por vencer a disputa, aquecia seu peito.

Donghyuck faria de tudo por aquele sorriso.

— Oh, é verdade, Jae lembra do que me pediu? — Kunhang.

— … Não… — O sorriso que brotou no rosto de Jaemin ao ver o irmão erguer a mão com o que parecia ser ingressos, nesse momento Donghyuck arregalou os olhos, chocado.

— Eu só consegui dois, vai com o Donghyuck — comentou com desinteresse.

— Como conseguiu?! Os ingressos esgotaram logo depois do anúncio — ergueu as duas mãos para pegar os ingressos como se fossem folhas de ouro.

— Um amigo meu ia, mas levou um pé na bunda da namorada, então me vendeu.

Jaemin virou para Donghyuck e o viu com os olhos arregalados enquanto encarava suas mãos que tremiam.

— Nós vamos no show do NCT!? — Donghyuck perguntou desacreditado e viu Jaemin quase chorando de tanta emoção acenando de leve com a cabeça — Nós vamos no show do NCT! — a animação em sua voz era nítida.

— Para quê tanta agitação por conta de uma apresentação? — senhor Na.

— Pai, é o último show deles na Coreia antes deles irem pra Europa! — Não conseguia conter a agitação em sua voz.

— Certo, certo e quando vai ser isso?

— Hoje a noite! — nesse momento que Jaemin se deu conta, eles tinham que organizar as coisas para irem, jogou todas as roupas que estava em seu guarda-roupa na cama.

— Não acho que ir de branco é uma boa ideia — sentou-se na cadeira da escrivaninha, mexendo também na montanha de roupas.

— E por que não? — Jaemin não entendeu o motivo do amigo dizer aquilo.

— Tu sempre vomita quando bebe, ai — Jaemin havia arremessado uma peça de roupa em si, acabou sendo acertado precisamente pelo acessório de metal que tinha na peça.

Jaemin deu a volta na cama para verificar se não havia ferido Donghyuck. Procurava atentamente por qualquer protuberância ou marca no rosto do moreno, não sabia onde o acertara e ficou com medo de ter o machucado.

Muito próximo era apenas isso que Donghyuck pensava, o pomo de Adão subindo e descendo com a aproximação repentina.

Jaemin estava inclinado, olhava atento a cada parte do rosto de Donghyuck, bochechas, testa, maxilares, mandíbulas, boca, talvez sua atenção a boca bonita de Donghyuck tenha demorado um pouco mais do que devia, suas mãos pousavam sobre as bochechas de Donghyuck.

Donghyuck lhe olhava intensamente, Jaemin até mesmo se sentiu um pouco envergonhado, mas retribuiu o olhar.

Jaemin passou a língua nos lábios, fazia isso apenas quando ficava nervoso, e como não ficaria, podia sentir a respiração de Donghyuck tão próxima, tão quente, seu coração estava batendo freneticamente no peito. Quando sentiu Donghyuck segurar seus braços o mantendo perto, era impossível para si.

Aquela aproximação fazia o corpo de Jaemin tremer e sua mente ficar branca, não sabia se Donghyuck percebia o que causava em si. Implorava para que não, mas, ao mesmo tempo que sim.

Às vezes parecia que Donghyuck fazia isso sem querer e outras vezes parecia fazer de propósito, apenas para deixá-lo sem jeito ou ganhar algo.

Todo aquele nervosismo de Jaemin não passou despercebido por Donghyuck.

Jaemin era tão fácil de ler.

— Foi no ombro — sussurrou tão baixo que pensou até que Jaemin não tivesse ouvido — foi no ombro — repetiu, novamente em um sussurro.

Jaemin ouvira na primeira vez. Limpou a garganta, retirou as mãos do rosto alheio e afastou-se, ou melhor, tentou afastar, Donghyuck ainda lhe segurava firmemente e não parecia que iria soltar.

— … Já ligou pra tia? — perguntou. Sua voz saiu falha e ofegante, nem havia percebido que prendera a respiração.

Soltou os braços de Jaemin quando viu que ele começou a se sentir desconfortável.

— Vou mandar uma mensagem agora — digitou uma mensagem para a mãe e como não queria ir em casa buscar uma roupa, vasculhou novamente a pilha de roupas na cama — Por que tu não vai com essa jaqueta? — ergueu a jaqueta preta de couro falso.

— Não… eu odeio ela.

Donghyuck riu de leve. Era difícil Jaemin usar roupas pretas casualmente, a prova disso era seu guarda-roupa, a maioria das roupas ou eram brancas ou em tons pastéis.

— E aí? — abriu os braços para Donghyuck avaliar sua roupa.

— … — não conseguiu por em palavras o que via, Jaemin era lindo naturalmente, mas naquele momento todo elogio era pouco.

Jaemin usava uma de suas várias camisas brancas, com uma jaqueta quadriculada por cima, dois dos botões estavam fechados, havia erguido as mangas até os cotovelos, uma calça social que tinha um adesivo na coxa esquerda, Jaemin foi quem colocou aquilo e um tênis verde-claro quadriculado. Também arriscou em um penteado, então deixou a testa um pouco à mostra.

Seriamente se perguntava como Jaemin não se considerava bonito, ele era tão belo quanto a joia mais valiosa da terra.

E toda aquela beleza era impossível descrever, pelo menos para Donghyuck era.

Por outro lado, todo aquele silêncio de Donghyuck fez o coração de Jaemin gelar, as palmas das mãos suarem, olhou para as vestes e se voltou para o amigo.

— … É melhor eu trocar… — virou para sair do quarto com a segunda opção de roupa que escolheu em mãos.

— NÃO! — gritou. Jaemin lhe encarou com os olhos arregalados — Tá bom, não, tá ótimo. — falou rápido.

Jaemin não percebeu o nervosismo de Donghyuck. Ou mesmo se tivesse percebido não teria dado atenção.

— Tem certeza? — deu outra checada nas roupas.

— Sim…

— Já estão prontos? — era Kunhang na porta.

— Não, Haechan ainda tá no banheiro se vestindo — Jaemin tentava colocar as roupas de volta no guarda-roupa de qualquer jeito.

— Certo, vou esperar vocês lá no carro — saiu.

Jaemin estava praticamente enfiado no guarda-roupa, tentava a todo custo manter as roupas dentro da mobília, ouviu passos, com medo que fosse a mãe e lhe brigasse por estar enfiando de qualquer forma as roupas, se apressou em fechar as portas do guarda-roupa se recostando nelas para não ter risco de abrirem.

Soltou um suspiro aliviado ao ver que era Donghyuck, mas de repente sentiu o ar faltar. Donghyuck usava suas roupas, por mais que aquelas roupas em específico ele não usava. Até mesmo esquecera da existência.

Talvez fossem até mesmo umas das únicas peças de roupas pretas que existiam em seu guarda-roupa.

Era uma camisa de manga longa preta e justa e por cima uma camisa mais folgada de manga curta, também preta, escrito 'martine', uma calça jeans preta, que na época Jaemin achou tão sem graça, que pediu para a mãe costurar uns retalhos que tinha de uma jaqueta velha, na região das coxas e nas canelas, um cinto vermelho, calçava o tênis preto que pertencia ao próprio Donghyuck.

Jaemin odiava quando Donghyuck deixava a testa à mostra, ele se tornava mais atraente do que já era. Tão lindo, tão inalcançável.

— Tem algo no meu rosto? — perguntou preocupado.

— … Não… tá pronto? Hendery hyung já tá esperando no carro — passou apressado por Donghyuck sem olhar para trás.

— Venho buscar vocês meia-noite! — Kunhang gritou de dentro do carro. Jaemin fez um sinal de 'ok' com a mão.

Não foram cedo para justamente evitarem pegar fila, ainda assim tiveram que pegar uma fila, não muito grande, entregaram os ingressos e enquanto o rapaz verificava os pequenos pedaços de papéis, tanto Jaemin quanto Donghyuck travaram com medo que os ingressos fossem falsos.

Mas quando finalmente receberam as pulseiras e tiveram a passagem liberada para entrarem no show, suspiraram aliviados.

O show era em um estádio de basebol. O local estava lotado, pois a banda que estava no palco era muito famosa na Ásia.

— Minha mãe disse nada de bebidas! — Donghyuck disse, mas Jaemin não pareceu ter ouvido já que inclinou a cabeça com uma expressão confusa — minha mãe disse nada de bebidas.

— Mas amanhã tem aula, tu quer beber?

— Uma só não faz mal — riu. Jaemin achou aquilo inacreditável.

De qualquer maneira, Donghyuck comprou as bebidas, uma era vinte e cinco porcento álcool, a sua, e a outra zero porcento, que dera a Jaemin. Não gostaria de ficar bêbado e muito menos queria que Jaemin ficasse.

Jaemin ficava bêbado muito facilmente, sua tolerância ao álcool não era a das melhores, Donghyuck sabia disso.

Precisava manter Jaemin longe de bebidas alcoólicas naquela noite.

Donghyuck possuía uma habilidade de comunicação incrível, sempre alguém chegava perto para chamá-lo, Jaemin odiava esse fato, não importava o lugar, o moreno sempre chamaria atenção. Naquele momento não foi diferente.

Teve a mesma sensação de todas as outras vezes, um amargo na boca, e uma crescente vontade de não permitir que Donghyuck saísse do seu lado, para que todos vissem que ele tinha alguém.

Mas com que direito faria isso? Eles eram apenas amigos.

Uma garota esbarrara em Donghyuck, na visão de Jaemin ela fizera de propósito, e confirmou isso quando Donghyuck lhe disse que iria acompanhar ela até o banheiro e lhe entregou a bebida. Por que ele deveria ir? Viu que a garota saiu um pouco atrás dele comemorando para seu grupo de amigas.

Teve vontade de ir atrás, mas se obrigou a ficar no mesmo lugar, apenas observando Donghyuck sumir na multidão.

Se perguntou como Donghyuck não percebeu que ela fez de propósito. Se fosse realmente um acidente, tanto a garota quanto Donghyuck estariam molhados, mas apenas a garota estava, desconfiava até que o copo dela já estava vazio.

Fechou os olhos e sentiu a garganta ficar seca, virou a bebida que tinha em mãos. Bebeu até a última gota.

O gosto estava um pouco diferente.

— Não acredito… Jaemin tu bebeu a minha! — Donghyuck percebeu que o rosto de Jaemin estava vermelho ao chegar próximo, não deveria ter saído do lado dele — eu tinha planos pra hoje…

Jaemin não era um bêbado que se soltava, muito pelo contrário ele ficava mais calado e quieto, e ficava extremamente manhoso principalmente com Donghyuck.

Jaemin agradecia muito por Donghyuck cuidar dele nos momentos em que ficava bêbado, pois nunca se lembrava de nada no dia seguinte.

Quando percebeu ser Donghyuck, a pessoa falando ao seu lado, abraçou ele e enfiou o rosto na curvatura do pescoço do moreno.

— … Não vai… — murmurou.

— … Não vou… — passou as mãos pelas costas de Jaemin, retribuindo o abraço, segurando-o firmemente, depositou um beijo terno e demorado na cabeça de Jaemin. Sentindo o aroma gostoso que provinha dele.

Permaneceram daquela maneira por um bom tempo.

Donghyuck sentou Jaemin no banco da praça que fica a dois quarteirões da casa dos Na, por mais que Kunhang tenha dito que iria buscar eles, Donghyuck não poderia voltar tão tarde, saíram poucas horas após entrarem.

Impediu que Jaemin jogasse o corpo no banco, se sentando ao lado e puxou Jaemin para que repousasse a cabeça em seu ombro.

Soltou um gemido, Jaemin deitara em seu ombro batido, tentou ajustar sua posição tanto para que não doesse o ombro como também para deixar Jaemin confortável.

Pá!

Jaemin levantou a cabeça assustado, seu coração quase saiu pela boca, tocou o peito ofegante.

— Vejo que estão muito bem animados hoje — era John seu professor de álgebra que falava olhando para si — quero ver essa confiança toda no dia da prova.

Jaemin endireitou a postura e tentou prestar atenção no que John dizia, mas todos aqueles números e letras eram tão complicados que estava com a cabeça fervendo.

Estava com sono e nada comeu porque estava atrasado.

Nunca mais iria beber.

Procurou Donghyuck e viu que ele estava cobrindo a boca, tentando esconder a risada para não chamar a atenção do professor. Mas quando Donghyuck olhou para si, e, o viu nada contente, não conseguiu segurar a risada.

— Algum problema, senhor Lee?

— Não, senhor — corrigira a postura e manteve-se focado na lousa.

— Sério! Qual o problema do John comigo?

— despejou a bandeja com mais força do que deveria, parte da comida caiu na mesa. — para de rir Lee Donghyuck!

— Ele realmente não gosta de ti — comentou rindo e recebeu um tapa nem forte, nem fraco de Jaemin.

Encolheu os ombros, apoiou a testa na mão e um bico se formou em seus lábios.

— Tá com dor de cabeça? — Jaemin acenou com a cabeça — não quer ir na enfermaria?

— Não, tudo bem — pegou a colher para começar a comer o que restou na bandeja.

— Quem é agora? — sentado na carteira à frente da de Jaemin, enquanto revirava a mochila — … deixei meu celular em casa — resmungou sofrido.

— Estudos sociais — Jaemin riu da cara de desgosto de Donghyuck, o moreno odiava a matéria.

Jaemin largou a mochila em um canto do quarto junto com a de Donghyuck. Donghyuck sempre ia para casa dos Na, após as aulas. Era tão comum e frequente, que quando não ia, os pais de Jaemin perguntavam se os dois brigaram.

Jaemin começou a tirar a gravata, mas antes de arrancar a peça do colarinho, Donghyuck se jogou na cama e o puxou, o fazendo ficar por cima. Tentou se levantar, mas Donghyuck o prendia, maldito seja, sua testa na altura dos lábios de Donghyuck, e sentiu o moreno depositar um beijo demorado ali.

Seu coração deu um salto.

Donghyuck irradiava um calor tão abraçante e acolhedor, era tão reconfortante estar nos braços dele, que se sentia seguro. Nesses momentos em sua mente era o único para Donghyuck.

Jaemin se levantou, porém, não saiu de cima de Donghyuck, ali estava, o olhar intenso de Donghyuck focado em si. Jaemin sentia o coração bater forte.

Umedeceu os lábios.

Jaemin levou a mão ao rosto do moreno, se aproximou devagar e a cada centímetro mais perto do rosto alheio, seu coração parecia que iria abrir um buraco em sua caixa torácica de tão rápido que batia.

Donghyuck estava apoiado nos cotovelos, e em nenhum momento ousou desviar os olhos, teve medo de fazer e o amigo interpretar mal. O peito subia e descia cada vez mais rápido com a aproximação de Jaemin, sentia a garganta ficar seca.

Jaemin encarou os lábios de Donghyuck se aproximando mais, quando estava com a distância de um dedo, ergueu os olhos para ver os de Donghyuck.

Jaemin precisava ter coragem, poderia perder o amigo, sabia muito bem disso. Mas se não fizesse agora, quando faria? O medo que Donghyuck se apaixonasse por alguém, era doloroso só de pensar.

Respirou fundo.

— Haechan… posso te beijar? — Jaemin sussurrou, Donghyuck fechou os olhos e encostou a testa na do Jaemin, estavam tão próximos que as pontas dos narizes se tocavam, as respirações se cruzavam.

— Se quiser… — sussurrou.

Jaemin fechou os olhos, findando de vez a distância, soltou um gemido ao finalmente sentir aqueles lábios que tanto desejou nos seus, nunca se imaginou beijando Donghyuck.

Jaemin sentiu Donghyuck se afastar gradualmente.

Não passou de um encostar demorado, mas foi o suficiente para lhe deixar sem fôlego.

Donghyuck deitou novamente, o peito subindo e descendo, respirava pela boca entreaberta. As mãos de Donghyuck agora estavam nas coxas de Jaemin.

Jaemin inclinou-se devagar, os lábios voltaram a se encontrar, dessa vez não foi apenas um encostar, iniciou-se um beijo cheio de desejo e carinho. A mão de Donghyuck foi até a cintura de Jaemin e permaneceu ali.

Jaemin gemeu quando sentiu a língua de Donghyuck pedir passagem.

Donghyuck trocou a posição em que estavam sem separar o beijo, agora por cima de Jaemin, encaixado entre suas pernas, agarrou suas coxas fazendo com que ele desse a volta por seu quadril.

Jaemin levou as mãos até os cabelos de Donghyuck.

— Mm… — Jaemin mordeu o lábio inferior de Donghyuck o puxando, acabando com o ósculo.

O rosto de Jaemin estava vermelho assim como sua boca, tão bonito, Donghyuck levou a mão até a boca alheia, parecia tão irresistível, passou o dedo com leveza, segurou o queixo. Aproximou-se e o beijou novamente.

Jaemin passou as mãos nos ombros de Donghyuck por baixo do blazer do uniforme. Se afastaram minimamente para que Donghyuck retirasse a peça.

Viraram uma bagunça de ofego e gemidos, parecia tão certo, se encaixavam tão bem, se completavam.

Jaemin afrouxou a gravata de Donghyuck retirando aquele pedaço de pano incômodo, Donghyuck também começou a abrir a camisa de Jaemin, após ele abrir o segundo botão da sua.

— Jaemin fil… — senhora Na abriu de repente a porta e travou ao ver aquela cena.

Jaemin e Donghyuck estavam ofegantes, os cabelos em total desordem e as camisas abertas, além de estarem assustados.

A mãe de Jaemin fechou a porta novamente e tanto Jaemin quanto Donghyuck se sentaram na cama, nervosos, não ousaram olhar um para o outro.

— Acho melhor tu ir… — disse Jaemin sem olhar para Donghyuck.

Uma semana.

Fazia uma semana que Jaemin evitava Donghyuck a todo custo. Fugia sempre que o moreno tentava se aproximar.

Não fugia porque estava arrependido ou talvez se arrependa, se arrependia de ter mandado Donghyuck embora de sua casa daquela maneira, como se o que fizeram não fosse algo que pudessem conversar. Mas sentia vergonha, muita vergonha.

Sempre que via Donghyuck lembrava do que sua mãe falara na janta daquele dia.

Simplesmente soltou um "filho, quando você e o Donghyuck estiverem namorando, pelo menos lembrem de trancar a porta", Jaemin teve um ataque de tosse e quase engasgou com a comida.

Depois desse dia teve que aturar seu irmão lhe importunando sobre quando iria apresentar o namorado.

— Esperem, esperem, sentem, sentem — era a professora de estudos sociais — como todos sabem, amanhã é a excursão e queria avisar que irei estar recolhendo a autorização com a assinatura dos pais ou responsáveis, quem não trouxe hoje, pode me entregar amanhã.

Jaemin esquecera completamente sobre a viagem, iriam passar duas manhãs e duas noites na ilha de Jeju, sentiu-se preocupado por que sempre quando precisavam de autorização dos responsáveis, Donghyuck pedia para sua mãe assinar. A mãe de Donghyuck era muito ocupada, então, Donghyuck sempre evitava sobrecarregar mais a mãe.

Procurou Donghyuck e viu que ele não parecia nenhum pouco interessado, certamente ele não iria.

— … Tu vai? — perguntou em tom um baixo, abaixado ao lado da carteira de Donghyuck, que estava inclinado sobre a mesa com os braços cobrindo o rosto.

— Não sei… — sussurrou.

— … Quer ir lá pra casa? — Donghyuck virou o rosto para olhar Jaemin, ergueu o corpo alongando-se.

O clima era pesado, Donghyuck pela primeira vez em todos aqueles anos de amizade não se jogou na cama de Jaemin, ou jogou a mochila em algum canto, ficou parado quase imóvel.

Parecia desconfortável e perdido.

Jaemin não sabia o porquê de ter chamado Donghyuck, muito menos do porquê dele ter aceitado. Mas ali estava ele, no seu quarto, parecendo um estranho.

Suspirou e então se jogou de braços abertos na cama.

Donghyuck em nenhum momento desviou o olhar de Jaemin, estar ali novamente era bom. Viu Jaemin se sentar, seus olhares se encontraram.

Donghyuck engoliu em seco.

Jaemin lhe olhava de um jeito diferente, era intenso e desejoso, naquele momento Donghyuck queria não ter interpretado errado.

Jaemin levantou-se da cama indo em sua direção, levou as mãos aos ombros de Donghyuck para tirar a mochila pesada. Donghyuck não impediu, nem disse nada, seus olhos não desviavam do rosto de Jaemin, era como se estivesse hipnotizado.

Jaemin foi empurrando Donghyuck até conseguir dar uma volta no quarto, queria que ele sentasse na cama, mas também não queria quebrar aquela troca de olhares.

Donghyuck agora estava de costas para a cama.

Sentiu Jaemin lhe empurrar para trás, até cair sentado na cama e Jaemin sentar em suas coxas. Seu coração estava tão rápido, sua garganta seca. Levou a mão devagar até a cintura de Jaemin.

— … Senti tua falta… — Donghyuck sussurrou. Tinha medo de assustar Jaemin e acabar com aquele momento em que estavam.

Jaemin sentiu um aperto em sua cintura, fechou os olhos e encostou a testa na de Donghyuck.

— … Também… — sussurrou. As mãos foram para o rosto de Donghyuck. Encostou os lábios de leve nos de Donghyuck.

O encostar se prolongou por muitos minutos, até finalmente começaram a se beijar de verdade, o beijo era calmo e lento, saudoso. Jaemin levou uma das mãos para os cabelos de Donghyuck.

Pareciam estar aproveitando a boa sensação de estarem unidos daquela forma, Donghyuck passou a mão pelas costas de Jaemin o puxando para mais perto.

Com os corpos colados, o beijo que antes era calmo e lento se tornou urgente. Donghyuck gemeu rouco quando sentiu Jaemin mover o quadril.

Jaemin queria apenas se ajustar direito no colo do moreno, mas quando ouviu o gemido de Donghyuck, se sentiu tentado a repetir o movimento.

Separaram os lábios, Jaemin mexeu o quadril e jogou a cabeça para trás, arfando, sentia Donghyuck, estava duro.

Donghyuck estava excitado. E Jaemin não estava em uma situação diferente.

Donghyuck aproveitou esse momento para descer os beijos para o pescoço de Jaemin, era tão branco, parecia imaculado e Donghyuck queria mudar isso, queria deixar marcas por todo o corpo pálido, suas marcas.

Não podia, sabia bem disso. Mas foi impossível não deixar uma marca ali, onde todos podiam ver.

Jaemin iria levar Donghyuck a loucura, mexia o quadril lento demais, era torturante demais.

— … Mm… melhor a gente parar… — Donghyuck disse segurando firmemente o quadril de Jaemin para que parasse de se mover.

Não podiam continuar, era cedo demais para aquilo acontecer.

Jaemin saiu de cima de Donghyuck, o moreno se deitou na cama e Jaemin deitou ao seu lado. O silêncio era predominante, apenas podiam ouvir a respiração um do outro, mas não era desconfortável.

Ficaram ali, os olhos fechados aproveitando a presença um do outro, Jaemin havia virado para Donghyuck e o moreno também se virou para si.

Jaemin fazia um carinho de leve no rosto de Donghyuck, já o braço de Donghyuck estava sobre sua cintura, puxava de leve sua camisa nas costas. Talvez fosse para dizer que ainda estava acordado.

— Meninos saiam desse quarto e venham comer! — gritou a senhora Na.

Jaemin levantou-se primeiro e saiu do quarto, mas Donghyuck se demorou um pouco mais para sair.

— Tia, assina pra mim?

— Isso não é nenhuma advertência, é? — pegou desconfiada o papel, dando uma olhada no conteúdo e ergueu a mão para Donghyuck, ele prontamente lhe entregou a caneta que estava consigo.

Donghyuck, como sempre foi embora depois da janta, dessa vez arriscou se despedir de Jaemin com um selar rápido, o viu sorrir e aquilo fez com que se sentisse aliviado.

Estava tudo bem entre eles.

— É bom ver vocês juntos de novo — senhora Na falou quando o viu passar pela sala para ir ao quarto. Ela tinha um sorriso amigável e uma expressão de orgulho estampada no rosto.

Naquela noite, Jaemin sonhou com Donghyuck, um sonho diferente, não sonhou com o moreno lhe ridicularizando, nem rindo de seus sentimentos, era um sonho relaxante e bom.

— Vamos crianças, entrem no trem, não esqueçam nada! — gritou a professora de estudos sociais.

— Posso sentar ao lado de Na Jaemin, professora?

— Pode, mas nada de bagunça, senhor Lee! — advertiu

As conversas paralelas não cessaram nem durante as explicações da professora sobre o trajeto que teriam, saiam da estação de Seul e iriam passar pela estação de Osong, que ficava na cidade de Sejong, e descer na estação de Mokpo, onde um ônibus os esperavam lá para levá-los para Haenam Woosuyeong pegar uma balsa, em seguida pegariam outra balsa em Sangchuja para enfim ir a Jeju.

Os alunos estavam muito animados.

Jaemin e Donghyuck sentaram lado a lado, Donghyuck estava com os olhos fechados, recostado na poltrona, a música nos fones de ouvido no volume máximo, já Jaemin estava com a cabeça apoiada no ombro de Donghyuck, tentava ouvir o que a professora queria dizer. As mãos cruzadas.

— Prestem atenção, irei dividir os quartos — Donghyuck levantou a mão — Sim, senhor Lee?

— A senhora pode me entregar, duas chaves do mesmo quarto? — apontou para si e para Jaemin.

Quando viu a professora entregar as duas chaves nas mãos de Donghyuck, Jaemin se sentiu nervoso, seria a primeira vez que iriam dormir no mesmo quarto, depois de se beijarem.

A professora dividiu a turma em grupos de quatro. Jaemin não sabia se era sorte ou azar, mas seu grupo, eram apenas três pessoas. Ele, Donghyuck e Huang Renjun, o intercambista chinês da turma, nunca chegaram a trocar mais do que duas palavras.

Jaemin se jogou de bruços em uma das camas quando finalmente entrou no quarto, foram mais de oito horas de viagem, estava exausto. Diferente de alguns, Jaemin queria descansar um pouco antes de ir jantar.

— Saí… — Donghyuck jogara o corpo em cima do seu.

Donghyuck não saiu de cima mas também não deixou todo o seu peso sobre o rapaz, apoiou-se no braço.

— Posso dormir contigo? — sussurrou rente ao ouvido de Jaemin. Aquela frase não deveria lhe afetar em nada, já que a ouviu tantas e tantas vezes, mas naquele momento pareceu carregar outro sentido, tão insinuoso, tão erótico.

Donghyuck percebeu os pelos, na nuca de Jaemin arrepiar, sorriu satisfeito com aquela visão. Viu Jaemin acenar positivamente com a cabeça.

Donghyuck se aproximou de Jaemin, deixou um beijo atrás da orelha, ouvindo um gemido baixo e contido de Jaemin quando chupou de leve aquela região.

— O banheiro tá livre — era Renjun acabara de sair do banheiro e estava com uma toalha sobre a cabeça, em seguida, saiu do quarto, ignorando completamente os dois.

Jaemin deu um jeito de se livrar de Donghyuck e se apressou para entrar no banheiro. Se olhou no espelho, estava ofegante, tocou no rosto que estava vermelho, seu coração batia descompassado.

O maior problema não era o rosto vermelho, muito menos a marca rosada que Donghyuck deixara em sua pele, mas sim suas calças, sentia ela apertada. Estava excitado e por tão pouco.

Talvez porque nunca se viu em situações parecidas como aquela que antes seu corpo não reagia daquela maneira com as aproximações de Donghyuck, mas agora era diferente, apenas sentir a respiração quente próxima de sua pele, lhe excitava.

Fazia meses que Jaemin não tinha relações sexuais com alguém, e, estar tão próximo de ter com Donghyuck o deixava tão nervoso quanto um virgem.

Donghyuck estava deitado na cama, focado no celular, ouviu a porta do banheiro ser aberta, mas Jaemin não saiu, então olhou a porta e viu somente uma parte do rosto de Jaemin.

— Haechan… — chamou Jaemin.

— Que foi? — riu.

— Pega a minha toalha, por favor — Donghyuck riu com mais vontade.

— Por quê? Até parece que eu nunca te vi pelado, haha — ouviu Jaemin bater a porta com força após entregar a toalha.

Donghyuck mordeu os lábios, sorrindo, ao lembrar de quando acabou por acidente, vendo Jaemin trocar de roupas após o banho, ele não fez nenhum barulho, quando Jaemin percebeu ele, perguntou, há quanto tempo estava ali, e Donghyuck soltou um não muito tempo, mas logo após, descreveu uma pinta que Jaemin tinha na altura da cintura, e também citou que as covinhas que ficavam nas costas de Jaemin eram fofas.

Depois desse evento, Jaemin sempre levava uma muda de roupa para o banheiro quando Donghyuck ia dormir na sua casa.

Jaemin não conseguiu olhar para Donghyuck durante o jantar, de tanta vergonha que sentia, por mais que o amigo tentasse puxar assunto.

Quando retornaram ao quarto, Renjun já estava se preparando para dormir na cama que escolhera.

Donghyuck esperou Jaemin se acomodar na cama para poder se enfiar nos lençóis dele, o abraçou, mantendo-o próximo.

Donghyuck beijou a testa de Jaemin. Dormiram abraçados.

Jaemin não esperava acordar de madrugada, muito menos, escutando gemidos baixos, eram roucos e excitantes, conhecia aqueles gemidos, afinal de contas foi a causa de alguns parecidos com aqueles.

Abriu os olhos devagar com medo, de pegar o amigo em um momento íntimo. Sua suspeita foi sanada com a confirmação de que os gemidos vinham de Donghyuck. Mas o moreno continuava com os olhos fechados. Ele estava dormindo.

Donghyuck estava sonhando.

Um sonho erótico.

A expressão no rosto de Donghyuck era de total deleite, os lábios entreabertos. Jaemin tentou ignorar, fechou os olhos, pensando em coisas aleatórias, tentou voltar a dormir, mas como conseguiria? Donghyuck estava gemendo bem do seu lado.

Jaemin estava se sentindo quente, sua respiração tornou-se difícil, não conseguia pensar em nada que não fosse os gemidos de Donghyuck.

— … Nana… — gemeu sofrido. Donghyuck se remexera na cama — … droga — resmungou, Jaemin ouvira o farfalhar do lençol, Donghyuck havia saído da cama.

— … — Estava desacreditado, Lee Donghyuck sonhara consigo… tivera um sonho erótico com ele.

Por mais que tenha sentido muito bem a excitação de Donghyuck quando se beijaram, pensara que fosse uma reação normal do corpo por conta do estímulo.

Jaemin não conseguiu voltar a dormir, mesmo quando sentiu Donghyuck deitar-se ao seu lado novamente. Não sentiu Donghyuck lhe abraçar e não teve coragem de abrir os olhos.

Jaemin estava ofegante e cansado, estavam percorrendo uma trilha no leste da ilha, o ar de Jeju era tão limpo, por ser primavera o clima não era tão insuportavelmente quente. Jeju também não estava lotado de turistas, já que as pessoas geralmente vão à ilha no verão e nas férias.

Jaemin perdeu o ar pela vista, era bela e valera a pena cada passo dado.

— … Tá me evitando? — sussurrou Donghyuck, passando os braços pela cintura de Jaemin, o abraçando na lateral.

Jaemin durante toda a viagem ouviu Donghyuck lhe perguntar se estava cansado, se queria algo, mas não respondeu a nenhuma, claro que o moreno pensaria estar sendo ignorado.

— … Não… — respondeu bebendo um pouco de água para esconder o nervosismo.

Donghyuck suspirou aliviado.

— Me dá um pouco.

Jaemin sentia o coração bater rápido. Observou o pomo de Adão de Donghyuck subir e descer a medida que bebia, seguiu uma gota que escorria lentamente pelo queixo, e se unir à gola da camisa.

Jaemin não sabia dizer o que era mais lindo, a paisagem ao seu redor ou Lee Donghyuck.

Donghyuck lhe encarou de volta. Porque sempre que os olhos se encontravam, parecia tão difícil de desviar. Nenhum dos dois queria desviar.

Donghyuck encarou sua boca e mordeu de leve os lábios. Jaemin engoliu em seco e se sentiu nervoso quando Donghyuck se aproximou, virou o rosto rápido.

Donghyuck acabou beijando sua bochecha.

— Nana, vem — Donghyuck o puxou para ficarem na sombra de uma árvore.

Jaemin sentiu a mente ficar branca e lembrou daquela madrugada. Lembrou da expressão de deleite, dos gemidos, da forma como chamou seu nome.

Sentiu uma mão em sua testa, e se assustou.

— Tá tudo bem? Teu rosto tá vermelho. — Donghyuck lhe olhava com preocupação.

— … Sim… — gaguejou.

Sentaram se lado a lado se recostando na árvore, a brisa era gostosa.

Donghyuck não insistiu, inspirou forte e soltou logo em seguida, abrindo um sorriso, parecia feliz. Achava incrível como todo aquele ambiente primaveril parecia combinar perfeitamente com Donghyuck.

Talvez a única coisa que Jaemin odiasse sobre acampamento era os insetos, odiava todo e qualquer espécie de inseto.

Sua professora decidiu que iriam acampar, e Jaemin foi pego desprevenido já que não esperava passar a noite na mata, então não levou nada. Ficou chocado quando o guia os levou a uma planisse e disse que era um ótimo local para acamparem.

Deveria ter ouvido sobre a programação do dia no café da manhã ou desconfiado quando viu todos os outros alunos com mochilas quase do tamanho do corpo nas costas, mas sua mente estava cheia.

— Pega — Donghyuck jogou em algo em si.

Jaemin checou o que era, um frasco de repelente de inseto.

— Eu te amo — disse realmente agradecido.

— Eu sei — gabou-se. — Vem me ajudar a montar a barraca.

Jaemin não sabia como montar uma barraca então deixou tudo nas mãos de Donghyuck, lia de vez em quando o manual para Donghyuck informando que ele errara em algum ponto.

Em dado momento foi chamado pela professora para ajudar com a fogueira.

Jaemin realmente não esperava estar no meio da mata colhendo gravetos, sabia que se pegasse galhos maiores seria melhor, mas o medo de pegar um galho e estar infestado de insetos era enorme. Preferia encontrar um animal silvestre a insetos.

— Então… ele ouviu alguém bater na porta… — falava pausadamente de forma macabra, e para parecer mais assustador tinha uma lanterna posicionada na altura do peito, iluminando seu rosto de baixo para cima — Ele ouviu… 'você quer o papel vermelho ou azul'

Os gritos eram altos e escandalosos, um dos alunos começou a contar a lenda do fantasma no banheiro, porque segundo alguns, acampamento sem histórias de terror não era acampamento.

Jaemin odiava histórias de terror, não porque tinha medo mas porque achava todas parecidas e com finais previsíveis, mas isso não lhe impedia de se assustar, apertava a mão de Donghyuck, fechava os olhos e se encolhia quando os gritos dos outros alunos, lhe assustava.

— Quer ir pra barraca? — Jaemin negou.

Sabia que Donghyuck continuaria conversando e talvez até mesmo começaria a contar uma história. Mas Jaemin não queria ficar sozinho, então ficou ali ouvindo os gritos dos outros.

Depois de algumas histórias de terror frente à fogueira, os alunos foram se dispersando aos poucos.

Jaemin sentiu o coração bater extremamente forte e suas mãos suarem, nessa noite dormiria apenas ele e Donghyuck, mais ninguém.

Não havia uma terceira pessoa.

A cada passo mais próximo da barraca ia ficando mais nervoso. Passava a língua nos lábios repetidas vezes.

Donghyuck conseguia ver o quanto Jaemin estava nervoso. Pela primeira vez temia ser a causa do nervosismo de Jaemin.

Diferente do que pensou, Donghyuck apenas se ajeitou para dormir, Jaemin se aconchegou ao seu lado, de certa forma estava um pouco decepcionado.

— … Haechan… — chamou baixo, deitado de costas para Donghyuck — … eu…

Donghyuck não conseguira ouvir bem o que Jaemin falara então, se apoiou na mão e se aproximou de leve.

— … Tu já gostou de alguém? — sussurrou.

— Já… — Jaemin arregalou os olhos de leve chocado, virou-se para Donghyuck — … E Tu? — Donghyuck estava próximo, conseguia sentir a respiração quente em seu rosto.

Jaemin não sabia que Donghyuck já gostara de alguém, ele nunca tinha lhe dito, talvez por que nunca perguntou, mas seriamente pensava que o amigo nunca havia se apaixonado. A única coisa que tinha certeza era que todos os relacionamentos antigos de Donghyuck não foram sérios.

— … Posso saber quem era? — Donghyuck engoliu em seco, mas acenou com a cabeça.

Donghyuck se aproximara mais, bem rente ao ouvido de Jaemin.

— … Ainda é… você… — Jaemin arregalou os olhos, afastou o rosto para encarar Donghyuck.

Jaemin estava em choque, Donghyuck se afastou, olhava atento o rosto alheio para ver se o amigo não estava brincando.

Donghyuck estava sereno, era como se ele tivesse afirmando com o olhar que não estava brincando.

Não estava brincando.

— … Diz algo… sabe… eu… — Donghyuck fora calado pelos lábios de Jaemin. Colou os lábios tão rápido que bateram os dentes, mas Jaemin não ligou, muito menos Donghyuck.

Donghyuck levou a mão para o pescoço de Jaemin, inclinou o corpo para cima do rapaz, o beijo não era intenso, mas tinha tantos sentimentos. Os dois rapazes pareciam querer deixar claro seus sentimentos um para o outro, naquele singelo encostar de lábios.

Separaram os lábios lentamente, uniram as testas uma na outra, os olhos fechados. Donghyuck fazia um carinho, passando de leve o dedo na mandíbula de Jaemin.

— Desde quando…?

— Não sei… quando dei por mim, você era a única coisa na minha cabeça — Jaemin ficou em silêncio, Lee Donghyuck também gostava de si.

Ele gostava.

Lee Donghyuck gostava de si, ele realmente gostava.

Jaemin apertou a mão em punho, respirou fundo.

— … Eu gosto de você há muito tempo… — Jaemin finalmente disse o que tanto pesava em seu peito. Ainda tinha medo de ouvir a risada e descobrir que foi uma brincadeira.

Mas Donghyuck abriu um sorriso, era um sorriso doce, uniu seus lábios aos dele, um encostar demorado e muito significativo. Jaemin não tinha noção de quanto tempo Donghyuck esperava ouvir aquilo vindo de si.

E talvez não soubesse tão cedo.

O beijo se intensificou, os estalos podia ser ouvidos, a barraca parecia mais quente, a mão de Donghyuck agora percorria lentamente pela lateral do corpo de Jaemin.

Donghyuck se levantou findando o beijo.

Jaemin era tão lindo daquela forma, tão belo, estava tão entregue, o rosto vermelho, a boca entreaberta, o peito subindo e descendo. Era uma visão pecaminosa.

Donghyuck viu Jaemin passar a língua pelos lábios, mas ele não parecia nenhum um pouco nervoso, era diferente, o olhar de Jaemin era intenso.

Lhe olhava com desejo.

Jaemin se sentou, aproximou-se de Donghyuck, recostou a testa no ombro do moreno e a mão no outro.

Donghyuck repousou as mãos na cintura de Jaemin, o puxando de leve até conseguir fazer Jaemin sentar em seu colo.

Jaemin ergueu a cabeça, depositou beijos pelo queixo, bochechas e nariz até finalmente unir novamente seus lábios.

Ouvir o gemido rouco de Donghyuck ao mover o quadril era tão satisfatório, o dava uma sensação de poder.

Jaemin sentia que Donghyuck estava começando a ficar excitado.

Tudo estava tão bom.

Donghyuck enfiou a mão por baixo da camisa de Jaemin, sentia a pele tremer à medida que explorava por baixo do pano. Jaemin sentia a mão quente percorrer lentamente por suas costas lhe causar arrepios.

Donghyuck retirou aquela peça incômoda de roupa. A pele de Jaemin era tão branca, tão linda, mordeu o lábio inferior.

Tinha sede de marcar aquela pele.

Jaemin gemia baixo e manhoso quando Donghyuck desceu os beijos para seu pescoço, agarrava sem dó os cabelos de Donghyuck, estava se sentindo bem.

Mas era pouco, era muito pouco.

Jaemin queria mais, queria sentir a pele de Donghyuck na sua, queria ser queimado pelo calor do outro, queria sentir-se completo. Com isso em mente, puxou a camisa de Donghyuck para cima, a retirando, finalmente sentindo a pele quente na sua.

Donghyuck deitou Jaemin se encaixando entre suas pernas. Jaemin rodeou a cintura de Donghyuck.

Voltaram a se beijar.

O ósculo que se iniciou era calmo, Jaemin sentiu Donghyuck se mover lentamente, a sensação era gostosa.

Donghyuck beijava e chupava de leve o pescoço de Jaemin enquanto retirava as últimas peças de roupas existentes em seus corpos.

As mãos de Jaemin passeavam pelo corpo de Donghyuck, tocando, apertando, o puxando para mais perto, queria fundir-se a Donghyuck.

Jaemin acordou com o que parecia ser batidas, alguém estava batendo freneticamente uma panela, em frente a barraca.

Ouviu Donghyuck resmungar ao seu lado, se levantou e observou o rapaz deitado, as marcas que deixou no pescoço dele, certamente desconfiariam que algo aconteceu entre eles.

Que desconfiassem! Jaemin estava feliz demais para ligar para os outros.

Viu o moreno cobrir o rosto tentando evitar o som estridente.

— Acorda… — Donghyuck olhou para si e sorriu — bom dia — sorriu de volta.

Donghyuck se levantou e selou os lábios de leve nos seus.

— … Bom dia… — sussurrou sorrindo.

— Vamos crianças! Temos que pegar a balsa! Vamos! Vamos! — os alunos estavam com expressões tristes, por estar deixando o paraíso.

A viagem de volta foi tranquila, pelo menos para Jaemin e Donghyuck, que estavam imersos em uma bolha. A maioria dos alunos estavam quietos ou conversando baixo.

Jaemin estava escutando música junto de Donghyuck nos fones dele.

Donghyuck se jogou na cama de Jaemin, fechando os olhos lentamente, estava cansado. Jaemin se jogou em cima dele. Ouviu um gemido baixo de Donghyuck e arrastou o corpo para o lado.

Donghyuck lhe abraçou, o puxando para perto, ainda de olhos fechados, a respiração estava calma, ele estava para dormir.

— … Quer namorar comigo?… — perguntou Jaemin em um sussurro.

Donghyuck abriu os olhos e sorriu sem mostrar os dentes, o peito estava aquecido.

— … Quero — se aproximou para unir os lábios nos de Jaemin.

Jaemin se aconchegou melhor no abraço do agora namorado, fechando os olhos e se entregando ao cansaço. Não existia lugar mais seguro para si que aqueles braços.

—Fim—

sou nova aqui e sinceramente acho que nem sei se vou continuar

Lynlixsscreators' thoughts