Na planta não aparecia nenhum porão, mas vai ser ótimo ter um espaço extra aqui. " Então ela levantou a cama para a retirada da alça e por fim conseguiu arrasta-la, foi então que percebeu que haviam desenhos em baixo da cama, algo como duas meias luas com uma lua cheia no meio, o desenho parecia ter sido feito com ranhuras, não tinta, " Então vou precisar trocar todas as tabuas? Droga. Espero que não tenham ratos lá em baixo, a poeira da troca de pisos eu posso suportar, mas o cheiro da dedetização não rola. " Ao levantar a tampa com uma mão e a lanterna com a outra, percebeu uma escada de madeira que dava em um andar subterrâneo, nenhuma luz entrava ali, então talvez a lanterna não fosse o suficiente, mas desceu mesmo assim, torcendo para não encontrar nenhum serzinho rastejante passeando ali naquele horário, até que viu um pequeno interruptor na parede, próximo ao último degrau, e ao ligar, tudo aquilo era muito além do que ela havia imaginado.
A luz tomou conta do ambiente, que parecia ter saído de um filme de fantasia, era uma sala muito charmosa, com almofadas no chão formando um semi círculo, castiçais espalhados por todo o o local, prateleiras e mais prateleiras de livros tomavam uma das paredes, diversos quadros com ilustrações lindas de uma mulher tomavam as outras, e então uma mesa no final da sala lhe chamou a atenção, ela tinha itens aleatórios, como adagas, cabeças velhas de alho, algo que um dia havia sido uma romã, e no centro da mesa, uma estátua de uma bela mulher, porem com algo peculiar, ela parecia ter três cabeças, ela era linda e intimidadora ao mesmo tempo, ao lado da estátua, um livro, grosso e com uma capa que parecia ser de couro com símbolos que ela não conhecia em veludo, e prendendo o seu conteúdo havia uma fechadura estranha.
Emma já estava tentando forçar aquela fechadura a uns 30 minutos, mas ela simplesmente não se movia, e o formato da chave era muito estranho, meio arredondado e irregular, que chave teria aquele formato?
Por enquanto ela desistira do livro, então perambulou, a sala era charmosa, acolhedora e misteriosa, como sua avó, os demais livros da estante não tinham trancas, mas boa parte estavam em uma língua que ela não conhecia, naquele momento Emma tomou uma decisão, aquele, seria seu último segredo com sua avó, um local somente delas, mesmo que ela não esteja mais presente.
Como não sabia o que a avó pretendia com tudo aquilo, resolveu apenas limpar o local, e repor o que já havia ali, então comprou frutas e flores frescas e colocou de volta a mesa, assim como o livro, que ela tinha adiado até encontrar a chave, e quando ela apoiou o livro de volta a mesa, no canto de sua visão ela poderia jurar que viu alguém em pé, ela estava imaginando coisas? Ela queria que não, queria que fosse sua avó, orgulhosa por ela ter achado um novo esconderijo para elas, mas ela sabia que não era o caso, então subiu as escadas e fechou o alçapão, colocando a cama de volta no lugar.
- Iai, conseguiu tirar a cama? – Lucy
-Não, eu me enganei, não tem tabua solta, devo ter confundido o barulho. – Emma
-Tudo bem, então seu quarto deve ser o único que não precisa de conserto, sortuda. - Lucy
A Noite tinha chegado, estava na hora de ir a floresta, Emma esperava encontrar Agatha lá novamente, estava torcendo pelo segundo round, mas nessa noite não aconteceu, ela ficou deitada nos troncos da clareira, mas ninguém apareceu para provoca-la, "Porque estou triste? Não tenho que me importar com nada do que se refere aquela garota arrogante e grosseira. ", então ela fechou os olhos.
-Emma – Voz Indistinta
-Emma, acorde! – Voz Indistinta
- Vó? É você? – Emma olhou em volta, mas não estava vendo ninguém, até que viu uma luz dentro da parte mais densa da floresta, se levantou e correu até a luz, mas quanto mais ela corria mais a luz se distanciava, era tão difícil alcança-la, Emma estava se machucando no percurso com os ramos passando por suas pernas e deixando fios de sangue como recordação, mas ela não conseguia sentir nada, estava desesperada para alcançar a luz, e foi então que a luz sumiu, como um passe de mágica.
A quanto tempo ela estava correndo? A noite era impossível distinguir de onde ela tinha vindo, então o desespero tomou conta de tudo, sua visão ficou turva e a respiração ofegante, e se não a encontrassem? E se algum animal estiver por perto? Ela não tinha uma lanterna, nem agasalho, e a noite estava ficando cada vez mais fria.
Foi quando ela ouviu.
- Isso são latidos? Cachorros ou lobos? Por favor sejam Cachorros. – Emma