Foi quando algo estranho aconteceu, em sua frente apareceram 3 itens, um galho grosso e pesado, um pedaço de carne ensanguentada e um livro, mas não qualquer livro, era um livro com capa de couro e veludo de sua avó, quando tocou o livro, a pedra de seu colar reluziu mais intensamente, foi ai que entendeu.
- O colar! Ele é a chave, ah vovó, então tudo aquilo era para mim? Mas porquê? – Emma
Os latidos estavam cada vez mais próximos, ela deveria pegar a madeira para e defender, ou a carne para distrai-los enquanto corre, mas porque algo, dentro de seu peito pede para que ela abra esse livro agora?
E então ela o abriu, na primeira página havia algo como uma oração, estava intitulada Oração, mas para quem?
Ela começou a ler a oração em voz alta, os latidos se aproximavam cada vez mais, até que ela conseguia avista-los, três cães negros como a noite, imensos e raivosos corriam em sua direção, ela deveria correr, não devia ficar parada ali, mas porque não conseguia parar de ler? Porque não conseguia levantar? Quando os cães estavam a poucos passos ela finalizou a oração, e foi ai que ela a viu.
Cabelos negros que se estendiam até os quadris, olhos de um tom cinza azulado, como a luz da lua, um semblante sério, porém seu rosto se distorcia e embaçava, como se os anos passassem sem parar de forma acelerada, o que evidenciava seus olhos, mas tornava impossível distinguir sua face, ela estava de preto, sua roupa tão esvoaçante que não se sabia se era tecido ou fumaça, sua pele era branca, tão pálida que parecia porcelana, ela parecia tão frágil, mas ao mesmo tempo imponente e aterrorizante.
Ao aparecer os cães se sentaram, e correntes apareceram em seus pescoços, a mulher as detinha em uma mão, eles estavam a poucos centímetros do rosto de Emma, que estava sentada no chão em choque, mas pareciam ignorar a presença dela ali.
-Quem... Não, O que você é? –Emma
-Mais respeito a como se refere a mim, foi você quem me invocou, a partir de hoje você escolheu se tornar uma de minhas filhas, abandonar a lógica e a razão e escolher trilhar os meus caminhos, mas para isso precisará se encontrar, pois está adormecida e nem ao menos conhece suas raízes. –
-Como assim? Eu não enten... – Emma
E antes que ela pudesse terminar, a mulher desapareceu, como fumaça.
Assustada Emma acordou de sobressalto, estava deitada na clareira, no mesmo local, tudo aquilo teria sido apenas um sonho? Ela sentia que não.