Dia seguinte
No dormitório da Grifinória.
São 5:00 da manhã e o sol acaba de nascer. Como todo preguiçoso azarado, um raio de luz passou pela janela do quarto e acertou bem no olho de Nathan.
"Argh, que saco! Eu esqueci de fechar a cortina," eu reclamo enquanto esfrego os olhos.
Já que eu acordei de qualquer forma, então eu pensei em despertar logo para começar o dia.
Eu tiro a Alex do meu peito e a coloco deitada na cama. Ela gosta de dormir em cima de mim, então eu vou ao banheiro para me arrumar.
'Hoje, a tia Sibila me pediu para ajudar a preparar o jogo de chá, o senhor Filios pediu para ajudar a organizar o material letivo e Hagrid me chamou para escovar as escamas do Norberto.'
Eu troco de roupa e saio do quarto, indo para o salão principal para comer.
"Bom dia, professores."
"Bom dia, Nathan. Animado para me ajudar a dar banho no Norberto?" Hagrid pergunta, super animado.
"Estou sim, mas estou um tanto receoso de fazer isso. Antes eu não teria problema algum, mas agora eu não acho que consiga dar banho em um dragão do tamanho de uma sala."
"Hahahahaha, isso acontece! Eles crescem tão rápido, não é? Eu ainda me lembro do dia que ele saiu do ovo, tão pequeno e frágil."
"Eu ainda lembro como ele quase queimou a sua barba."
"Essa parte a gente releva."
"Essa é a parte que—bam—ai!" Enquanto eu estava conversando, eu levei uma forte porrada na parte de trás da minha cabeça.
Ao ouvir a comoção, todos os professores ficam curiosos e olham para Nathan.
"O que foi isso?" eu pergunto, irritado, enquanto esfrego a parte de trás da minha cabeça.
"Foi isso." Hagrid, que estava do meu lado, aponta para o chão perto de mim.
Eu sigo o dedo e olho no chão, onde vi um livro. Ele tinha uma capa de couro preta com o título escrito em roxo: [Extremidade Hex].
"Depulso!" Ao ver o livro, eu rapidamente me levantei e me afastei dele enquanto invocava minha varinha para usar magia e jogar o livro para longe.
Vendo o que está acontecendo e percebendo que é algo realmente sério, os professores também se levantam e andam até nós para ver o que está acontecendo.
"Jovem Nathan, qual o motivo de tanta comoção durante o café da manhã?" pergunta Dumbledore.
"Eu que me pergunto o motivo! O senhor não disse que se livrou de todos os livros das trevas do castelo? Então por que aquilo está aqui?" Eu aponto para o livro.
O diretor fica curioso e usa sua magia para fazer o livro flutuar até ele.
"Uhm, um livro das artes das trevas especializado em magia de maldição e o seu potencial total. Foi muito bem escrito."
"Dumbledore, não é hora para isso! Temos que descobrir por que esse livro está aqui e como ele veio parar aqui," a senhora Minerva repreende a atitude de Dumbledore.
"Revelio!" O professor Flitwick balança sua varinha, fazendo uma onda de luz azul clara se espalhar pelo salão.
Nada acontece.
"Nenhum rastro de magia, espaço retorcido ou encantamentos. Ou alguém muito mais experiente do que eu enviou o livro ou ele veio parar aqui sem uso de magia," diz Filios.
"Está errado, Filios. O livro veio para cá usando magia, porém uma muito mais convencional. Olhem ali." Dumbledore aponta para o alto.
Todos seguem o dedo de Dumbledore até a parte alta de uma das paredes do grande salão.
Pela janela onde o correio coruja passa para entrar, havia alguns rastros de magia das trevas.
"Ele entrou voando pela janela?"
"Mas por que ele faria isso?"
"Estamos a dezenas de metros do chão; um livro precisaria de muito esforço para chegar aqui pela janela."
"Talvez ele tenha sido enviado por alguém para nós?"
"Improvável! Pra que alguém faria isso?"
"Se serve de consolação, eu não sinto nenhuma má sorte do livro. Então, seja lá qual for o motivo disso estar aqui, não planeja nos prejudicar."
"Vindo de você, isso me deixa ainda mais preocupado."
"Ei!"
Os professores começam a discutir suas teorias sobre o motivo do livro ter surgido, algumas bem lógicas e possíveis, enquanto outras são muito fantasiosas.
"Acalme-se, todos! Eu acho que podemos confiar na intuição de Sibila... dessa vez," Dumbledore diz.
"Ei!" A professora Sibila reclama indignada, mas fica calada esperando que ele termine de falar.
"Antes que todos comecem a vasculhar os arredores em busca de algum intruso, eu gostaria de fazer um teste." Dumbledore levanta sua varinha.
"Alohomora!" Ele usa sua magia no chão do salão e uma onda mágica se espalha pelo castelo inteiro.
*tick tick tick tick tick tick tick tick* por todo o castelo, várias janelas começaram a se abrir.
"Pronto, assim está bom. Jovem Nathan, poderia me fazer um favor e dar um passeio pelo castelo e depois voltar?"
"Ah, claro! Eu volto logo." Eu estranho ele querer que eu saia, mas resolvo fazer como ele disse.
'Talvez ele queira discutir algo em sigilo e não quer que eu escute. De qualquer forma, isso não é problema meu.'
Nathan saiu do grande salão.
"Dumbledore, por que você mandou o garoto embora—"
"Antes que vocês digam alguma coisa, vamos seguir atrás dele em silêncio. Talvez possamos receber uma surpresa."
Dumbledore usa um feitiço de desilusão, tornando-se mais difícil de ser detectado, e segue atrás de Nathan.
Os professores ficam um pouco confusos, mas, por serem tão sábios, as informações que eles já possuem fazem as engrenagens nas cabeças deles girar.
Então, para ter certeza de que a hipótese é certa, eles também seguem atrás de Nathan sorrateiramente.
Enquanto isso, com Nathan.
Assim como o diretor pediu, quando eu saí da sala, comecei a andar pelos corredores enquanto aprecio a vista pelas janelas.
Mas, mesmo com essa aura serena e calma ao redor, eu ainda não consigo parar de sentir ansiedade no meu coração.
Eu posso sentir que tem algo vindo até mim; eu sinto vários olhares ao meu redor, me observando como se eu fosse um prato delicioso.
Eu me sinto como uma presa sendo vigiada pelos olhos de um caçador experiente, mas, mesmo com essa sensação estranha atrás da minha orelha, eu não estou sentindo nenhuma malícia contra mim. Mesmo me observando das sombras, esse caçador não deseja me machucar, apenas me observa.
A cada segundo que passa, essa sensação fica mais forte, até que eu posso sentir claramente algum tipo de ligação com seja lá o que isso seja.
Seguindo essa sensação, olho pela janela enquanto observo o horizonte.
O céu está claro, sem nenhuma nuvem, e por isso eu pude ver com facilidade um ponto preto no céu.
Era bem pequeno e quase imperceptível, mas estava se aproximando, e a silhueta ficava ainda maior.
Quando chegou perto o suficiente, percebi que aquilo era um livro voando como um pássaro, enquanto batia suas capas.
Mas, quando ele chegou perto, eu também pude sentir uma outra aura: era fria e maliciosa, algo que eu lembro de ter sentido há apenas alguns minutos.
Um livro das artes das trevas.
"Eu tenho um mal pressentimento sobre isso."
Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, eu senti uma nova ligação, depois outra, depois outra, e mais uma.
Quando olhei para o céu de novo, percebi que, em vez de um livro, havia vários livros voando para cá.
E todos tinham a mesma aura de um livro das artes das trevas.
Vendo isso, eu só tive uma reação.
Fechei a janela e saí correndo para o salão principal.
*crack!* O vidro da janela quebrou e um livro se jogou no chão.
"Diretor! Socorro!" Eu sai gritando o mais rápido que eu podia enquanto tentava chamar a atenção de alguém.
Enquanto eu corria, eu podia ouvir o som do vidro das janelas quebrando, os livros caindo no chão, o bater das asas de um pássaro que, na verdade, eram livros das trevas me perseguindo.
"Spell: Depulso!" Eu conjuro minha varinha e tento usar magia para afastar os livros, mas eles simplesmente passam por ela como se fossem inexistentes.
*ofegante ofegante ofegante*
Eu corri o mais rápido que pude até chegar na porta do salão principal. Eu rapidamente tentei abri-la, só para perceber que estava trancada.
"Abre a porta! Abre essa porta! Abre essa porta pelo amor de Deus!" Eu começo a bater na porta desesperadamente enquanto tentava abri-la.
Mas não importa o quanto eu empurrasse, as portas não se moviam, e eu podia ouvir os livros chegando cada vez mais perto.
"Spell: Alohomora!" Só então eu me lembrei de que posso usar magia e uso o feitiço de destrancar para abrir a porta.
Eu entro no salão enquanto me espreito pela abertura da porta antes que ela abra completamente e fecho a porta atrás de mim antes que os livros pudessem entrar.
*Bam* vários livros batendo contra a porta fechada.
"Expiro forte, meu senhor, eu estou vivo. Livro do demônio." Eu fico aliviado e fecho os olhos para descansar.
*Fush* barulho de algo teleportando.
Algo caiu no meu colo. Tinha um formato retangular e era um pouco pesado. Por estar de olhos fechados, eu não podia ver o que era.
Mas pela forte sensação de ligação entre o objeto, a aura fria e maliciosa, e a situação em que me encontro, eu sabia o que era.
"Livro bonzinho~ livro bonzinho~ quem é o livro bonzinho do papai? Quem é~? Você não vai me matar, vai~? Não vai, né~? ... Né?" Eu começo a falar em voz fofinha com o livro para apelar para o seu lado emocional.
O livro abre suas páginas e escreve em letras grandes, em vermelho-sangue:
[ME LEIA POR FAVOR!] Então o livro se joga no meu rosto e começa a se pressionar contra meu rosto.
"Sai! Sai!" Eu tento tirar o livro de mim, mas não importa o que eu faça, ele não cede.
"Accio, livro!"
O livro sai do meu rosto e voa para as mãos de Dumbledore, que estava vendo tudo com um sorriso.
"E com isso, sabemos por que os livros estão vindo para cá. Eles estão carentes pela atenção do jovem Nathan. Kkk."
"Como assim eles-"
*Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush Fush*
Antes que eu pudesse terminar de falar, vários livros teleportam para dentro do salão, bem em cima de mim.
Eles caem sobre mim com suas páginas abertas, formando um montinho de livros com apenas meus olhos à mostra.
Todos os livros estavam com [ME LEIA POR FAVOR] escrito em suas páginas, enquanto impediam Nathan de se levantar.
"Pff hahaha!" Dumbledore cai na risada ao ver isso, mas ele foi o único que estava levando a situação na brincadeira.
Pois os outros professores estavam olhando aquilo com medo enquanto soltavam Nathan dos livros.
'Nem ele era tão talentoso com as Artes das Trevas.'
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