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Um Aplicativo

Acordo atordoada com um enorme barulho. Lentamente vou abrindo meus olhos e tomando consciência de onde estou. Era um barulho alto de música, parecia que estavam tocando dentro do meu quarto.

Me levanto irritada, odeio ser acordada, ainda mais desse jeito. Saio do quarto para ver de onde vinha, e claro, era do quarto de Tom.

Começo a bater na porta do seu quarto, de forma desesperada, para que o garoto me escutasse, mas nada. Chamo por seu nome, mas devido ao som realmente alto, o garoto não escuta. Hesito um pouco, mas acabo abrindo a porta do seu quarto.

--Ei! Isso é invasão de privacidade, pirralha - ele me olha furioso - chegou ontem e acha que tem algum direito aqui dentro desta casa?

--Olha o horário, garoto. Para com esse som alto, eu preciso dormir - digo, brava.

--Sério? Pena que eu não me importo com isso - o garoto solta uma risada sádica - eu toco todos os dias nesse horário, é bom ir se acostumando - ele me olha dos pés a cabeça, e então volta a tocar sua guitarra.

Não pude deixar de reparar no garoto. Ele usava apenas uma calça de moletom cinza, estava sem camisa, e tocava uma guitarra vermelha.

Ele nota meus olhares, e para novamente - quer uma foto?

--O que, de você? Só se for para assustar alguém - me viro e saio do quarto.

O que, eu querer uma foto daquele garoto? Jamais, a não ser que eu estivesse querendo assustar alguém, aí sim me seria útil.

Enquanto desço às escadas, caminhando em direção à cozinha, pego meu celular para conversar com Maddison.

Mensagens on

--Caralho, Maddie! Você não sabe a puta grana que eu recebi ontem. Se as coisas continuarem boas assim, logo vou conseguir bancar a gente, para o resto da vida.

--Gata, eu te falei! Sabia que você levaria jeito para a coisa.

--Tem um usuário, Theo, ele me enviou uma baita grana, só por eu ter aceitado uma sala privada com ele, e depois me mandou mais dinheiro, assim que eu gozei.

--Porra, então a coisa foi boa. Preciso que depois você me conte tudo em detalhes.

Mensagens off

Começo a olhar pelo local, mas parecia não ter ninguém em casa, até chamei por mamãe algumas vezes, mas nada.

--Claro, não tem ninguém em casa, por isso o babaca estava tocando tão alto - resmungo para mim mesma, enquanto começo a procurar algo para comer.

--Por isso, o que? - escuto uma voz masculina invadir a cozinha.

Era Tom. Ele entra com um olhar de desdém, passando reto por mim, indo em direção ao armário mais alto que estava presente na cozinha. Ele pega uma caixa de cereal e uma tigela.

Apenas finjo não escutar o que o garoto falou.

--Sabe onde eles foram? - questiono.

O garoto vai em direção à geladeira pegar o leite para comer com seu cereal.

--Ou sabe porque saíram tão cedo, sem avisar?

Ele continua se servindo, sem demonstrar qualquer reação, como se eu não estivesse ali falando com ele.

--Eu estou te fazendo uma pergunta, garoto, da para me responder?

Noto um pequeno sorriso de canto se formar em seu rosto, mesmo ele tentando esconder. O garoto estava fazendo aquilo de propósito, ele queria me provocar, por motivos que eu não fazia a mínima ideia.

--Tudo bem, que seja, então - me retiro da cozinha, bufando. O deixo lá sozinho, enquanto subo novamente para o meu quarto.

Entro, e passo reto, em direção à varanda do meu quarto. No pequeno lugar, tinha um branquinho branco, de ferro, delicado, como um banco de parque. A varanda era repleta de vasos com plantas e, outras flores.

Suspiro alto, olhando o céu e sentindo a brisa que acaricia meu rosto. Aquele parecia o único lugar da casa que eu provavelmente teria algum tipo de paz.

Era apenas o segundo dia morando naquela casa, mas desde o momento que conheci Tom, consegui ter a absoluta certeza de que não nos daríamos bem, era evidente as nossas diferenças.

Como o garoto estava tomando o seu café da manhã, resolvo aproveitar para dormir mais um pouco, já que o barulho havia se acalmado. Volto para a cama, eu estava cansada ainda e, meus olhos pesados, então logo pegaria no sono.

Quando estava quase apagando, novamente o garoto volta com aqueles barulhos - mas que merda - começo a resmungar.

Por um impulso, me levanto novamente e, dessa vez, entro em seu quarto sem ao menos bater na porta, ou chamar pelo garoto. Passo reto por ele, indo em direção ao cabos ligados na enorme caixa de som, que transmitia todo aquele barulho, a desconectando de todos aqueles cabos.

--Mas que merda é essa? - o garoto me olha, furioso.

--Você é seriamente incapaz de agir com um pouco mais de maturidade, Tom? - questiono, com um sarcasmo, pingando em minhas palavras.

Os olhos do garoto exalavam raiva - era só o que me faltava, a pirralha da casa, achando que tem algum lugar de fala aqui - ele provoca.

Enrugo a testa, odiando a forma como ele me chama, desde que cheguei nessa maldita casa - você pode pelo menos tentar ser menos infantil? Caralho, eu estou tentando me acostumar com esse lugar novo e você não está facilitando em nada - retruco, com uma voz fria e firme.

O garoto da de ombros, tirando os seus fones de ouvido e os jogando sobre sua cama.

--Não sei se você lembra, mas eu repito - ele se aproxima mais, fixando mais ainda nossos olhares - eu não me importo - ele diz, separadamente, de forma fria - eu estava vivendo muito bem a minha vida antes de você chegar aqui nessa casa, e não pretendo ceder aos seus gostos ou regrinhas chatas.

Aperto meus punhos, sentindo ainda mais raiva daquele garoto - escuta aqui, merda. Nós estamos sendo obrigados a conviver nessa casa, então tente ser pelo menos um pouco mais respeitoso, tá? Não vou tolerar essa sua falta de consideração. Sei que você estava acostumado com a vida que tinha antes, mas acabou, e agora é essa a nova realidade. Não estou pedindo para que goste de mim, apenas para que respeite e entende meu lado.

Ele fica me encarando por alguns minutos, com uma expressão de estar pensando - não sei, talvez - ele diz, com um olhar de provocação.

--Penélope! - ouço uma voz feminina se aproximando - ah, está aqui com Tom. Estavam se conhecendo? - ela pergunta, com um sorriso.

--Sim, vejo que nós seremos ótimos amigos.. quer dizer, irmãos - ele ri, de maneira sarcástica.

--Fico feliz por isso, meninos. Vou deixar que continuem conversando então - ela se vira, saindo do quarto.

Mas que garoto idiota, mentindo na cara dura - babaca - digo, de forma firme, olhando fixamente para o garoto, que simplesmente me atira um beijinhos, me deixando ainda mais irritada com aquela situação toda. Me viro e também saio do quarto, indo em direção da cozinha para finalmente tomar meu café da manhã.

Alguns dias se passaram e minha relação com Tom, parecia só piorar. O garoto não se esforçava para ser receptivo ou ter um pingo de gentileza, e eu também não fazia questão alguma de tentar melhorar isso.

Continuei com os meus shows sendo a Moonshine, o que estava me rendendo uma boa grana, inclusive, aquele tal de Theo não perdia uma única sala que eu criava, mas não fez questão de novos chats privados, ele interagia no chat público, assim como todos os outros usuários que passaram a me acompanhar.

Hoje eu estava indo para uma sessão diferente, dessa vez, a Live não seria no meu quarto, mas sim, no apartamento de Maddison. Ela resolveu disponibilizar o lugar, já que eu estava bancando ela com toda essa grana q estava recebendo.

Meu celular começa a vibrar, era minha amiga me ligando.

Chamada on

--Já estou aqui na frente, Vagabunda. Não vai vir? - ela questiona.

--Vou sim, só estou terminando de colocar as coisas dentro da mochila - respondo. Eu estava levando todas as lingeries sexys que eu tinha, já que estava na dúvida de qual usar.

--Vamos logo Penny, te dou cinco minutos.

Chamada off

Coloco rapidamente o resto das coisas dentro da mochila e então, começo a caminhar em direção à saída.

--Onde vai com tanta pressa, filha - mamãe esbarra em mim, antes que eu saísse de casa.

--É, onde você vai? - Tom pergunta também, mas de uma forma provocativa e sarcástica.

--Não interessa - o olho dos pés a cabeça, de forma fria.

--Isso são modos, Penélope? - minha mãe cruza os braços, furiosa.

--Me desculpe, estou indo gravar com Maddie hoje, lembra?

--Ah bom. Juízo em, Penny - ela diz, enquanto eu vou saindo rapidamente.

Com esse dinheiro repentino, mamãe começou a suspeitar de onde eu estava conseguindo tanto, e tão rápido. Ela até me acusou de drogas. Seus questionamentos repentinos me pegaram de surpresa, então apenas falei que estava gravando vídeos para a Internte e Maddie me ajudava com isso. De certa forma, eu não menti, realmente estava gravando vídeos para a Internet, e Maddie me ajudava, só não deixei claro quais tipos de vídeos eram.

Entro no carro e então, seguimos até o apartamento da garota. Eu amava com todas as minhas forças, sair de carro com Maddie, era sempre uma loucura, com a músicas no último volume e ela acelerando conforme a intensidade das mesmas, causando arrepios que corriam pelo meu corpo. O caminho foi repleto de muita música e risadas, eu adorava passar aquele tempo com ela.

--Chegamos ao seu mais novo covil do sexo - a garota me olha com um sorriso pervertido e um olhar maldoso.

--Covil do sexo, sério? - começo a rir da garota.

--Que foi, não gostou do nome? - ela questiona, rindo da situação - ah, e como estão os peitinhos? - dessa vez, ela questiona de forma animada, tentando ver se enxergava alguma coisa, mesmo que por cima da roupa que eu estava usando.

--Estão bem - começo a rir - Vamos então? Já está tarde e quero começar meu show logo.

Começamos a subir, até chegar no apartamento da garota. Assim que abro a porta, o ambiente estava todo climatizado com leds.

Começo a organizar minhas coisas pela cama, os brinquedos sexuais que seriam utilizados dessa vez, o notebook em cima da cama, e sem esquecer da minha máscara.

--Tudo pronto aqui, Maddie. Vou no banheiro me trocar e já volto - digo isso, passando por ela, já com o look escolhido.

Dessa vez, su não iria usar uma simples lingerie, eu usaria algo muito melhor. Aquela roupa era quente e sexy, mas exalava muito poder.

Finalmente vestida, saio do banheiro. Eu estava me sentindo uma tremenda gostosa com aquela roupa, minha autoestima foi às auturas com ela.

--Caralho, Penny - Maddison solta um suspiro alto - eu te pegava muito, em.

--Cala a boca, besta - começo a rir, enquanto vou logando no site, para começar a transmissão.

--Mas sério, posso assistir? - ela pergunta, me dando um olhar malicioso.

--Pode, mas só se ficar sentada ali - aponto para uma poltrona, no canto do quarto - e de bico fechado, dona Maddison - solto uma risada.

Minha amizade com Meddie, ultrapassava todas as barreiras de intimidade, não não tínhamos mais absoluta vergonha uma da outra, não importava o quão grande fosse a merda, uma nunca julgava a outra.

--De bico fechado - a garota corre até a poltrona, se sentando na mesma.

Com tudo pronto, coloco minha máscara e inicio finalmente a sala. Fico sentada por alguns minutos, esperando que alguém entrasse. Antes mesmo que os outros usuários chegassem, recebo uma notificação de Theo, para uma sala privada. Estranherie, pelo fato dele ter feito esse pedido apenas uma vez, mas logo aceitei.

--Daddy! -digo animada. Da última vez, o garoto pareceu gostar desse apelido, então pretendo continuar assim - o que deseja hoje?

--Hoje eu quero lhe fazer um pequeno convite - ele apenas liga o microfone, para falar.

--Um convite, para que? - o questiono, meio confusa.

--Hoje estou sem tempo, então quero que você baixe uma aplicativo no seu celular, que vai nos manter.. conectados de certa forma - vejo o número de depósitos subir - e isso, é para você comprar um vibrador.

--Mas eu já tenho um, daddy - o pego, para mostrar.

--Não, mas o que eu quero, é diferente, Moonshine. Ele vai se conectar ao aplicativo tanto do meu, quanto do seu celular, assim, poderemos se divertir por mais tempo, mesmo sem estarmos juntos - ele termina de falar, e então encerra a sala.

Apenas concordo com ele. Talvez fosse uma boa ideia. mas isso foi estranho, ele pagou toda aquela grana só para me pedir isso, e depois fechou a sala.

Continuo com a sala antiga, aberta ao demais usuário. Maddie olhava tudo o que ei fazia, atentamente, cada gemido que eu soltava, e cada penetração que eu fazia, com aqueles brinquedinhos.

Foi bom, me rendeu uma boa grana e eu consegui gozar umas três vezes, mas foi meio entediante. Confesso que senti falta da presença de Theo, por algum motivo eu gostava de tê-lo ali, mesmo sem saber quem aquele garoto era. Depressa, vou baixar o tal aplicativo que o garoto falou, para que no outro dia eu já conseguisse comprar o que ele pediu.

Decido finalmente encerrar a sala. Olho no canto da tela, e só hoje, me rendeu cerca de 467 dólares, uma ótima grana, para apenas algumas horinha de trabalho.

--Já terminou, gata? - Maddie pergunta, baixinho.

Balanço a cabeça e então a garota se aproxima.

--Porra, Penélope. Até eu gozei, em filha, pretendo te assistir mais vezes, e espero que continue sendo grátis, pra mim - ela diz, rindo, sem um pingo de vergonha na cara.

--Cala a boca, sua tarada - jogo um travesseiro nela.

--O Theo, ele pediu para que eu baixasse uma aplicativo, ele disso que isso vai servir para nós nos divertirmos, mesmo que de longe. Eu estou animada com isso.

Maddison apenas me olha com um enorme olhar de malícia e perversão.

Arrumo as coisas novamente dentro da mochila, guardo tudo o que havia espalhado pelo quarto, e então vou tomar meu banho. Hoje eu iria ficar pelo apartamento dela, mesmo.

A água morna que escorre sobre meu corpo, me traz uma enorme paz. Os pingos leves que rolam por cada milímetro, me trazia um certo conforto. Meu banho é rápido, então logo saio do banheiro, já com o meu pijama, e vou direto para a cama.

Minha amiga logo se junta a mim. Ela, tanto quanto eu, também estava exausta. Acabamos dormindo abraçadas, de conchinha. A noite foi tranquila e leve. Eu adorava aqueles momento que a garota me proporcionava.