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Capítulo 53 de 12 — Izumi, vou te contar tudo, sobre sua mãe, sobre sua origem

Enquanto ela continuava a insistir nesse assunto, percebi um cheiro desconhecido se aproximando do quarto. Uma figura parou à porta, e imediatamente fiquei alerta. Em seguida, algo deslizou por baixo da porta. Era uma carta, sem dúvida do líder. Aproximei-me cautelosamente da carta, abaixei e apanhei-a do chão.

— Izumi?

Abri a carta e confirmei minhas suspeitas. O conteúdo era exatamente o que eu estava antecipando.

Venha para o auditório imediatamente. Izumi.

Se não me falha a memória, o conteúdo era idêntico ao da última vez, o que me fez considerar ignorá-lo desta vez.

— Izumi, que carta é essa? — disse enquanto sentia seus braços me envolvendo por trás em um abraço

— Não interessa.

— Venha para o auditório imediatamente. Izumi? — ela leu as palavras com uma expressão duvidosa no rosto, como se estivesse tentando decifrar o significado por trás delas.

Ativei speed Iz e desapareci de sua vista, materializando-me no canto da cama com a carta em mãos.

— Izumi? Cadê você?

Pensando melhor, percebi que o líder queria saber como utilizei minha habilidade, o que sugeria que ele precisava dessa informação por algum motivo. Talvez fosse uma oportunidade para descobrir mais sobre meu passado, aquilo que havia esquecido. Embora inicialmente relutante, tomei a decisão de ir. Levantei-me e comecei a andar em direção ao destino determinado pela carta.

— Te achei! — disse, virando-se para mim e apontando um dedo na minha direção com um sorriso travesso nos lábios.

Enquanto eu caminhava e atravessava a porta em direção ao jardim, não pude deixar de notar o sol batendo nas flores ao redor da casa. A combinação de vermelho e branco me trouxe uma onda de memórias há muito esquecidas. Era minha mãe quem cuidava dessas flores. Por que essas lembranças estavam ressurgindo gradualmente? Essa pergunta ecoava em minha mente enquanto eu seguia em frente, rumo ao encontro com o líder.

— Izumi! Vais a onde?

Enquanto refletia sobre o ambiente ao redor da casa de minha mãe, percebi que ela ficava no centro de duas grandes residências pertencentes ao líder. Essa proximidade destacava ainda mais sua importância. As flores ao redor pareciam criar uma aura de proteção ou seria, na verdade, uma tentativa de mantê-la sob vigilância? Essas dúvidas me assaltaram enquanto eu ponderava sobre a natureza da situação. Decidi que ao encontrar o líder, questionaria sobre isso.

— Izumi — disse ela enquanto segurava meu braço e encostava a cabeça, transmitindo um gesto de intimidade e proximidade.

Ao olhar para ela, comecei a considerar a possibilidade de que sua presença fosse a causa do aumento das lembranças sobre minha mãe. Antes, lembrar-me do meu passado era um processo lento e difícil, mas desde que comecei a interagir com ela, as memórias pareciam vir com mais frequência e intensidade.

— Vamos.

— Onde?

— O auditório do líder.

— Ok.

Entrei no auditório, que ocupava uma das salas na casa à esquerda da residência de minha mãe. As casas, térreas, tinham dimensões consideráveis, podendo acomodar confortavelmente mais de quarenta pessoas em cada uma. Segundo minha compreensão, a casa à esquerda era reservada aos soldados diretos do líder, servindo como moradia para eles.

Ao adentrar o auditório, notei imediatamente que estava mais cheio do que na última vez que estive lá. O líder ocupava o palco, ladeado por outros membros importantes à sua direita. Percebi que havia mais pessoas presentes do que o habitual. À esquerda, avistei Max e Peitos caídos.

— Izumi, essa seria sua namorada? — perguntou o velho, um sorriso curioso brincando em seus lábios enrugados.

— Sim, somos namorados! — respondeu, com entusiasmo evidente em sua voz.

— Sem chances — neguei, firme em minha decisão, sem hesitação em minhas palavras.

— Izumi… — disse ela, um pouco desanimada com minha resposta, o tom de sua voz denotando uma leve decepção.

Aproximei-me do líder, percebendo um leve sorriso em seus lábios. Parecia que ele estava aguardando que eu dissesse algo.

— Antes de tudo, me conte o que quero saber.

— Como és apressado, podemos começar falando do que aconteceu ontem — respondeu o velho, sua voz carregada de paciência.

— Thirk! E quem garante que vais me contar o que eu quero?

— Eu garanto, se eu não contar, podes me matar.

— Bem a sua cara.

— Izumi, o que queres saber? — perguntou Ui, sua voz carregada de dúvida enquanto buscava esclarecimento.

— Sobre o meu passado e qual a minha origem — respondi.

— Entendi.

— Izumi, se meu pai não falar, eu falo — disse Max enquanto se aproximava, sua voz soando firme e decidida.

— Você fala como já soubesse tudo, Max não me diga que estavas me enganando?

— Na verdade, eu fiquei sabendo ontem, então não se preocupe, eu vou te contar.

Max disse isso de uma maneira estranha, como se algo estivesse diferente nele. Havia uma expressão de preocupação em seu rosto, mas a energia que ele irradiava em minha direção transmitia uma mistura de felicidade e preocupação.

— Pirralho termine com isso rápido — disse uma velha sentada, sua voz soando sem paciência.

— Grrrrrrrrrrr!

Ao observar as pessoas de tom de pele semelhante, percebi que elas pareciam parentes dos peitos caídos. A força evidente em sua postura levantou suspeitas sobre a possibilidade de uma emboscada. No entanto, decidi não dar muita importância a isso, pois sabia que, se tentassem algo, eu poderia matá-los antes mesmo que tivessem a chance de agir.

— Calma velha, eu vou contar tudo a vocês, mas primeiro é importante que Izumi diga o que foi aquilo. 

— Não sei o que vocês planejam, mas se me traírem, ninguém vai sair vivo daqui.

— Pirralho, achas que podes me matar?

Observei a velha com sua expressão confiante, mas isso não me abalou. Liberei minha intenção assassina em direção a ela, mostrando que eu não seria facilmente intimidado.

— E agora?

O olhar dela mudou subitamente, indicando que ela percebeu finalmente a realidade da situação e o quão inferior estava em relação a mim.

— Espera Reda, ele tem razão e tem poder para isso, por isso é nossa carta na manga — disse o velho.

— Carta? — perguntei.

— Sim, o meu plano é erradicar todos os demônios, por isso Izumi, me diga como fizeste aquilo.

Agora eu estava começando a entender o que eles queriam de mim. Se o objetivo deles era destruir os demônios, isso não me importava, desde que os destemidos fossem meus. E não me preocupava se eles compreendiam ou não como eu usava meus poderes.

— Eu realmente não sei como isso funciona, única coisa que posso dizer é que estou sentido que com o tempo posso dominar esse poder.

— Entendo. O que você estava sentindo quando isso aconteceu?

— Me desculpe… A culpa é minha… Se não fosse isso… — Interrompeu Ui, sua voz carregada de tristeza, interrompendo o fluxo da conversa.

— O que aconteceu? — perguntou o velho, seu olhar penetrante, demonstrando interesse na resposta.

Ela revelou tudo para eles, e pude ver uma expressão de satisfação no rosto do Velho. Ele provavelmente estava tramando como usar essas informações a seu favor, mas sabia que isso nunca seria possível.

— Izumi, vou te contar tudo, sobre sua mãe, sobre sua origem.

Max apareceu por trás e colocou o braço em meu ombro, lançando-me um olhar carregado de preocupação. Fiquei intrigado sobre o que ele tinha para me contar. Seria algo difícil de aceitar ou completamente diferente do que eu esperava? De qualquer forma, eu estava ansioso para descobrir.