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Capítulo 48 de 7 – Eu vos exterminarei a todos!

— Toma, vadia! — Um dos homens gritou.

— Morra, puta! — outro sujeito rosnou, brandindo uma lâmina afiada.

— Achas que é gostosa, é? — um terceiro homem zombou.

— Espera! Ela é gostosa. Podemos fazer outra coisa com ela — um dos agressores mudou de ideia repentinamente.

— Sim, tens razão! — outro concordou.

— Vamos fazer isso! — O terceiro homem sugeriu, e a atmosfera tensa e carregada de ódio pareceu dar lugar a um novo plano sinistro.

Eles estavam concordando com algo, mas eu não fazia a menor ideia do que se tratava.

— Parem, não façam isso. Parem! — gritou desesperadamente.

— Calma, gatinha. Vai terminar logo — um dos homens respondeu.

— Não!! Izumi!! Me ajuda!! — gritou, sua voz cheia de terror e angústia.

— Cala a boca, vadia! — outro agressor ordenou.

Ui estava se debatendo, e eu não sabia exatamente o que haviam feito com ela, mas minha curiosidade estava despertada. No entanto, devido à multidão ao redor, não conseguia enxergar claramente o que estava acontecendo.

— Afastem-se todos.

Todos ao redor se afastaram, e pude ver a camisa dela rasgada, revelando parte de seu corpo. Foi nesse momento que tudo ficou claro para mim.

— Não façam isso. Matem-na logo — Minha voz estava carregada de crueldade e indiferença.

— Izumi! Por quê? — Ui perguntou, lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Porque você me irrita — Minha resposta foi fria e sem emoção.

Eu podia vê-la perdendo gradualmente suas forças, seus olhos refletindo uma tristeza profunda e dolorosa. Seu corpo frágil estava visivelmente abalado, e a situação ao seu redor começou a se tornar mais clara para mim.

— Deixa comigo — disse um homem com cabelo de galo, sua voz soando cheia de confiança.

Ele se aproximou lentamente, segurando uma faca, e sem hesitação, desferiu um golpe na perna de Ui. A dor instantânea se espalhou por seu corpo, e ela soltou um grito angustiado. O sangue começou a escorrer da ferida, manchando sua roupa e o chão ao redor.

— A tortura é a melhor. Vamos mais uma.

— Arrrggghh! Izumi me ajuda — Ui implorou, seu rosto contorcido de dor e medo.

Ele continuou aplicando facadas nas pernas dela, e eu fiquei hipnotizado pela cena. Cada vez que a lâmina penetrava em sua pele, algo dentro de mim se transformava, criando um sentimento estranho e desconhecido. Era uma mistura de choque e fascinação que me deixava perplexo.

— Arrrrggghhhh! Izumi! — gritou de agonia.

— Agora na barriga — cabeça de galo continuou com seu ato sádico.

— Aaaaaaaaaaaahhhhhhhh! — O grito de Ui preencheu o ar.

— Esse grito foi bom. 

— Por que, Izumi? — Ui soluçou, olhando para mim com olhos cheios de lágrimas.

— Cala boca, vadia.

Eu estava completamente confuso com o que estava acontecendo comigo. Era como se meu próprio comportamento estivesse em conflito, tentando negar os fatos diante dos meus olhos. Eu forçava um sorriso, mas ele não se formava. 

O que estava acontecendo comigo? Eu desejava a morte dela, mas cada vez que a via sofrer, e ela dizia meu nome, algo dentro de mim doía intensamente. Era uma mistura de emoções complexas que eu não conseguia compreender plenamente.

— Cansei de perfurar você. Só sabes gritar pelo Izumi.

— Izumi, por quê?…

A voz dela estava desaparecendo aos poucos, e eu podia sentir sua energia enfraquecendo. No entanto, em nenhum momento ela me lançou qualquer energia negativa, nenhum ódio ou raiva. Eu estava a torturando, mas por que ela não demonstrou ódio em resposta?

Essas perguntas rondavam minha mente, e eu não conseguia entender por que estava tão preocupado com isso. Novamente, eu estava me sentindo confuso, e isso parecia acontecer frequentemente na presença dessa mulher que me intrigava e perturbava de maneiras que eu não compreendia.

— Acho que vou perfurar o seu coração e acabar com isso.

Coração? Ela vai morrer? Finalmente terei sossego.

Comecei a forçar um sorriso, mas sabia que não estava sendo sincero. Olhei novamente para ela, e nossos olhares se encontraram. Então, para minha surpresa, ela sorriu. Por que ela estava sorrindo? Ela não deveria estar à beira da morte?

— Morra vadia!

Eu observava a lâmina se aproximando do peito dela, ciente de que aquilo provavelmente causaria sua morte. O tempo parecia se arrastar, como se estivéssemos presos em uma eternidade agonizante. 

A faca estava prestes a perfurar o peito dela, e a qualquer momento alcançaria o coração. A tensão no ambiente era quase insuportável, e eu estava completamente imerso nesse momento crítico e angustiante.

— Ah! O que é isso?

— O que aconteceu?

O que estou fazendo? Por que tomei essa decisão? Qual o motivo por trás disso?

— Cadê aquela mulher? Cadê!!!

— Eu tinha certeza de que você não me abandonaria, Izumi — disse, olhando para mim com um sorriso.

Por que você é a única que mexe tanto comigo?

Eu compreendia que a presença dessa mulher poderia me desviar do meu caminho de vingança, e por isso sentia a necessidade de me livrar dela. No entanto, ao mesmo tempo, eu não conseguia suportar a ideia de vê-la sendo morta. Era um dilema interno que me consumia, uma batalha entre meus objetivos e os sentimentos ambíguos que ela despertava em mim.

— Seu idiota, eu estava na melhor parte.

— Pare, seu idiota!

Hã! O que é isso no meu pescoço? Sangue? Quem fez isso? Não faço ideia de quem tenha feito isso, mas…

— Tire isso! — exclamei enquanto ativava minha intenção assassina.

Ele não retirou a lâmina, e eu podia sentir o contato frio do metal em meu corpo, mas de alguma forma estranha, eu não sentia dor.

— Tarde demais! Elimine-o enquanto ainda temos a oportunidade.

Várias lâminas perfuraram minhas costas, mas algo estranho estava acontecendo com o meu corpo. Embora eu tivesse a habilidade de esquivar facilmente desses ataques, eu não fiz nada para evitar as lâminas. 

Era como se algo dentro de mim estivesse retendo minha capacidade de reagir. Comecei a suspeitar que essa mudança pudesse estar relacionada a essa mulher, agora inconsciente, que de alguma forma abalava profundamente o meu ser.

Agora eu compreendi. Era evidente, mas eu estava negando. Essa mulher que mexia comigo, não posso permitir que ela morra.

Iniciei meu movimento, avançando lentamente em direção à porta. Cada passo era marcado por uma sensação de estranheza e confusão, pois minha mente ainda tentava compreender os eventos que acabara de presenciar.

— Não o deixe escapar!

Senti a aproximação de algumas pessoas, e, agindo rapidamente, ativei meu speed Iz, desaparecendo do local. Na estrada, ativei o cure Iz, embora soubesse que não conseguiria curar minhas feridas completamente, pois as lâminas ainda estavam em meu corpo. 

Talvez, de alguma forma, eu estivesse esperando que essa habilidade pudesse também curá-la.

— Senhor Izumi, o que aconteceu?

— Abra a porta.

— Sim, senhor Izumi.

Continuei a caminhar com ela, mas de repente parei de ouvir os batimentos de seu coração. A incredulidade e o choque tomaram conta de mim. Eu não conseguia recordar os eventos que se seguiram. 

Quando recobrei a consciência, estava de volta em casa, e Ui estava na cama. Não tinha ideia do estado do meu rosto, mas a raiva fervilhava dentro de mim. 

As lâminas já não estavam em meu corpo, e eu não sabia como tinham sido removidas, mas isso era a menor de minhas preocupações. Minha única obsessão naquele momento eram aqueles homens.

Peguei minhas espadas e segurei-as com tanta força que minhas mãos começaram a sangrar. Esse sentimento de fúria e desespero me lembrava o momento em que perdi minha mãe, e agora ele estava de volta, mais intenso do que nunca.

Agora entendo.

Olhei para Ui por alguns instantes e, impulsionado pela raiva que me consumia, saí pela rua. Ativei minha intensão assassina, preparando-me para buscar vingança contra aqueles que haviam causado tanto sofrimento.

— Eu vos exterminarei a todos!