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Capítulo 47 de 6 – Matem ela

Ui rapidamente me seguiu sem nem mesmo trocar de roupa. Sua vestimenta era diferente, bem larga pelo corpo, composta por um conjunto de calção curto e uma camisa de manga longa. Talvez ela estivesse usando isso para dormir, e ao pensar nisso, lembrei que minha mãe costumava me fazer vestir algo semelhante na hora de dormir.

— Izumi, para onde estamos indo?

— Espere e você verá.

— Está bem — disse, tentando agarrar meus braços.

— Não perca seu tempo — esquivei.

— Você é tão difícil — murmurou, fazendo um beicinho.

Continuei minha jornada. O mercado negro era um lugar sombrio e escondido, uma parte obscura da cidade onde os negócios ilegais floresciam. O portal para o mercado negro ficava atrás de uma pequena loja de bebidas, uma porta aparentemente comum que levava a um mundo completamente diferente.

Na minha única visita anterior, testemunhei uma série de atividades ilegais acontecendo lá. O mercado era o ponto de encontro de criminosos, contrabandistas e indivíduos com segredos a esconder. A tensão estava sempre no ar, e as negociações eram perigosas.

Naquela época, minha identidade era conhecida por poucos. Conforme avançava pelo caminho, acabei eliminando várias pessoas, todas convencidas de que eram superiores a mim. Dada a natureza obscura do mercado negro, a maioria acreditava que eu era apenas uma lenda urbana, um boato sem fundamento. 

No caso dos figurantes que cruzaram meu caminho, era previsível que não tivessem a menor noção de quem estavam lidando. Muitos deles encontraram seu fim sem sequer perceberem o que os atingira.

Agora, com Ui ao meu lado, eu me perguntava como ela reagiria a esse ambiente sombrio e perigoso.

— Ei, você aí. Leve-me ao mercado negro.

— Quem é você?

— Quem sou eu? — disse, deixando minha intenção assassina escapar. — Isso responde à sua pergunta?

— Você é o Senhor Izumi. Peço desculpas por minha insolência. Por favor, siga-me.

Usar minha intenção assassina provou ser eficaz contra esses incautos que não me conheciam. À medida que eu a empregava, todos tremiam diante da minha presença, uma sensação satisfatória. Em seguida, começamos a seguir o figurante.

— Você é incrível, meu amor.

— O quê? O que você disse?

— Meu amor.

— Nunca mais repita isso.

— Claro, meu amor.

— …

Precisava desesperadamente que alguém se livrasse dessa mulher. Entretanto, refleti sobre a maneira como eu poderia abordar essa situação. Simplesmente solicitar a alguém que a eliminasse não seria uma tarefa fácil, pois não era qualquer pessoa poderia executar uma ação tão drástica. 

Com isso em mente, percebi que meu próximo passo seria entrar em contato com a figura mais influente do local, a única pessoa capaz de tornar essa situação uma realidade.

— Ei, você.

— Sim, Senhor Izumi.

— Leve-me à pessoa mais importante deste lugar.

— Certamente, Senhor Izumi.

Não precisava depender de apenas de uma única pessoa, mas sim, de um grupo de indivíduos com habilidades próximas às dela. Haha! Isso será emocionante. Testemunhar a superação e a vitória sobre essa mulher será verdadeiramente gratificante.

— Querido, para onde estamos indo?

— …

— Querido?

— Sim.

Era incrivelmente irritante, uma sensação que me corroía profundamente. Mal conseguia conter minha ansiedade para encontrar uma maneira de me livrar dessa fraqueza que você representava, tão flagrantemente óbvia e dolorosa.

Cada segundo que passávamos juntos só aumentava meu desejo de me livrar de você, e a perspectiva disso era simplesmente deliciosa.

— Chegamos, Senhor Izumi. A pessoa mais importante está aqui.

— Certo, agora desapareça.

— Sim, Senhor Izumi.

— Querido, isso não é um pouco perigoso?

Adentrei o recinto e deparei-me com um cenário intrigante: várias pessoas, tanto homens quanto mulheres, com expressões carregadas de hostilidade, fixaram seus olhares em minha direção. 

O bar estava impregnado com uma atmosfera tensa, como se a simples presença de um estranho pudesse desencadear algum tipo de confronto.

— Me digam, seus seres inferiores, quem é o chefe deste lugar?!

— E quem diabos é você? — disse um careca, seu rosto contorcido de raiva.

— Você acha que sou você?

— Diga logo quem é você! — O careca enfurecido tentou me atacar, mas eu segurei firmemente seu braço e o espremi com força.

— Sou aquele que vocês mais temem nesta cidade, o mais poderoso de todos. Agora, me responda, quem é você?

— Você é o Izumi? — Ele gaguejou, claramente tomado pelo medo.

— Sim, e avise ao seu chefe que estou aqui.

— Está bem. — Assim que ele terminou de falar, eu o chutei como o cão raivoso que ele era, fazendo-o cair no chão com um gemido de dor.

Enquanto o homem careca se afastava para chamar seu chefe, o restante do grupo parecia incapaz de encarar-me, com exceção de alguns indivíduos que mantinham um olhar destemido. Era impressionante. Se não fosse pela missão que me trouxera ali, teria considerado eliminar todos eles naquele instante.

Um momento depois, um segundo homem careca surgiu com uma expressão confiante, examinando o ambiente atentamente. Era notável a quantidade de carecas naquele lugar, algo incomum para a cidade

— Eu sou o chefe aqui. O que você deseja?

— Aproxime-se.

— Claro.

— Quero que você elimine a mulher que está ao meu lado agora, mas seja cauteloso, ela é formidável — sussurrei em seu ouvido.

— Entendido.

— Amor, o que você está dizendo?

— Hum!

Quando olhei para Ui, notei que ela estava visivelmente apavorada. Passei a questionar se ela teria escutado o que eu havia dito. Parecia improvável, já que eu tinha falado em um tom baixo, a menos que sua audição fosse excepcionalmente aguçada.

— Como você pode pedir que eles façam isso? — Lágrimas começaram a se acumular em seus olhos.

— Você é insuportável. Felizmente, vai morrer aqui.

— Eu não significava nada para você?

— Nunca significou.

Seus olhos permaneciam grudados em mim, as lágrimas riscando lentamente o seu rosto. Enquanto observava aquela expressão de profunda emoção, um sorriso involuntário se formou nos meus lábios. A sensação de contentamento e triunfo inundou meu ser ao testemunhar sua reação tão visceral.

— Matem ela.

Um grupo de homens, cumprindo ordens do seu chefe, lançou um ataque coordenado contra ela. No entanto, ela permaneceu inerte, sem oferecer resistência, enquanto era repetidamente alvo dos ataques. Era evidente que um profundo sentimento de tristeza a envolvia.

Lamentavelmente, meu inimigo natural estava destinado a encontrar seu fim.