[05/04/2018] - [00:16:24]
[Localização ???]
[Lúcio POV]
Vivy: '*em um tom perigosamente alegre* Luczinho, você não está esquecendo nada?'
Lúcio: 'Uhn... Desfazer a Possessão?'
Vivy: 'Eh... Não...'
Lúcio: 'Me preparar para um confronto?'
Vivy: '*levemente irritada* Não exatamente... *suspira* Olhe para o seu relógio, depois olhe para o céu, tá?'
Lúcio: 'Meia noite, e está de noite... OH! ENTENDI! Você quer dizer que essa Região tem o mesmo fuso-horário de Brasília!'
Vivy: 'Exatamen- *gritando* NÃO!!! NÃO TÔ FALANDO SOBRE A PORRA DO FUSO-HORÁRIO!!! JÁ ESQUECEU QUE OS MONSTROS SEMPRE SAEM À NOITE?!'
Bati em minha própria testa. Que mico. Do que adiantaram todos os documentários sobre a vida animal e minha experiência na vida noturna do Brasil, se na hora H eu faço uma burrada dessas. E se fosse como Vivy disse, a floresta seria muito mais perigosa que uma mera savana africana ou uma das favelas dominadas por traficantes no Rio de Janeiro.
Lúcio: "*com um sorriso amarelo* Como pude ser tão descuidado... Não é como se eu estivesse no quintal de casa, né?"
Vivy: '*inesperadamente calma* Tem razão... Melhor arrumar um lugar para passar a noite.'
Por algum motivo, Vivy ficou calada por um bom tempo após o meu comentário. Não era a primeira vez que ela fica fora do ar ou toma chá de sumiço. Por sorte, ela sempre volta quando mais preciso dela.
Quando fui avisar o pessoal, vi que eles já estavam com quase tudo pronto para acampar. Ugh... Acho que era só eu mesmo com problemas de senso comum...
Nosso pequeno acampamento estava ao lado de uma larga e alta árvore, próxima do nosso ponto de chegada. O diâmetro do tronco marrom escuro, salpicado de musgos e alguns cogumelos fosforescentes, tinha aproximadamente 12 m. Mal dava para ver o topo, devido a sua copa preenchida quase excessivamente pelas pequenas folhas e galhos irregulares. A árvore passava facilmente dos 100 m de altura. No meio da folhagem, vários botões das flores, que talvez vissem o mundo em poucas horas ou após várias semanas. Para completar, ninhos de aves e... de alguns monstrinhos que imagino serem inofensivos...
Seu Tião já havia preparado uma fogueira e estava aquecendo um bule. Pelo cheiro, era chá de hortelã, erva cidreira, melissa, alfavaca, canela e algumas outras folhas que não conheço. E não. Não tinha maconha ou coca no meio. Além disso, ele trouxe espetos de carne e o sacro espetinho de queijo Coalho. Carla e Reinaldo estavam montando barracas, enquanto Carolina criava um Domínio ao nosso redor. Uma das várias habilidades dos Domínios Divinos é fazer que qualquer ser passando pelo local nos ignorasse, como se não houvesse nada ali.
Vivy: 'Ei Luc, já que estamos em uma Região Terrestre Perdida, que tal me deixar sair um pouco?'
Lúcio: 'Tá, mas deixe Carolina terminar o Domínio primeiro.'
Vivy: "*ignorando o aviso, se invocando e sorrindo* Não se preocupe! Em uma Região, os Deuses não podem me ver."
Lúcio: "*assustado com a aparição repentina de Vivy* Céus, não faça mais isso!"
Nos reunimos ao redor da fogueira. Mesmo que existissem substitutos mágicos para ela, fogueiras são as melhores para ocasiões em que você não quer encontrar ninguém. A luz e os barulhos seriam ocultados pelo Domínio, enquanto a fumaça e o cheiro das comidas... Bem, esses aí nós resolvemos com um artefato em forma de ar-condicionado, mas que ficava no chão. Ele purificaria o ar e removeria os aromas. Apesar de ser considerado um artefato mágico, ele não dispersava qualquer tipo de energia arcana, porque usava eletricidade. Era perfeito para o momento.
Lúcio: "Um pedaço de essência de carbono! Se usar apenas eletricidade, ele só consegue, no máximo, purificar o ar e tirar odores. Mas vai ser mais que suficiente. Seus artefatos são bem engenhosos, Carolina!"
Carolina: "Hahaha, eu já passei por algumas situações bem complicadas, então já me acostumei a carregar essas coisas."
Não disse mais nada. Quando a transformei em Homúnculo, tive acesso a suas memórias, então eu já sabia que essas situações não foram nem um pouco fáceis. Era o tipo de assunto que não se fala pra qualquer um ou em qualquer lugar.
Seu Tião: "E pronto! Primeira rodada de espetinhos saindo!"
Nosso mordomo cachaceiro cada-vez-menos-gordo serviu vários tipos de carne. Carne de frango, suína, bovina, caprina e ovina. Até de alguns seres mágicos, como serpentes marinhas e salamandras de fogo. Mas o meu favorito ainda era o espetinho de queijo Coalho. Carolina estava curiosa com o queijo que não escorre no fogo. Mesmo vivendo no Brasil por um tempo, não significava que ela conhecida toda a nossa cultura.
Quando nossa Hallibell mexicana de cabelos compridos provou do queijo, quase dava pra ver os brilhos de animes quando alguém come algo gostoso. Por mais que ela tenha tentado fingir achar razoável, o brilho em seus olhos a entregou.
Então resolvi aprontar uma...
Entendendo meu pedido, Seu Tião sacou mais alguns espetinhos de queijo. Lentamente assou cada um, e toda vez que Carolina ia pegar algum, Reinaldo, Seu Tião, Vivy e eu chegavamos na frente. Ok, confesso que brincar com comida é passar dos limites, mas... E-ela tinha que aprender a lição: nunca subestime a culinária brasileira!
Até fiquei com pena dela quando seus olhos aguaram e sua boca marejou. Hum... Devia ser o contrário...
Pedi desculpas pela brincadeira. Mas ela não estava tão calma assim...
Quando dei por mim, estava amarrado, com meus braços presos em uma corda grossa dourada e pendurado num dos galhos mais baixos da árvore. Olhei para baixo e a vi com um espetinho em cada mão. Estava com a boca cheia e soltando lágrimas de alegria. Sim, exatamente igual nos animes...
Quetzalcoatl: "*irritado* Espero que tenha gostado da sua brincadeira infantil, porque EU NÃO GOSTEI NEM UM POUCO!"
Lúcio: "PFFFTTTT... HAHAHAAHAHAAHAH!!!! Ora, o que foi que você fez agora, Quetzalzinho, para vir parar aqui em cima comigo?"
A tal corda era Quetzalcoatl.
Quetzalcoatl: "*ainda mais irritado* AAAAAAAAAAAAHHHHHHH, CALE A BOCA!!!!! E PARA COM ESSA PORRA DE APELIDO!!!!"
Pouco tempo depois, para nossa sorte, Vivy voou até o galho que estávamos. Seis asas transparentes com cores diferentes estavam em suas costas. Pareciam asas de abelha, mas suas cores e posições eram as mesmas das 6 runas coloridas da Matriz.
Vivy: "*tentando segurar o riso* Carolina deixou eu te soltar, agora que ela já comeu."
Lúcio: "*com um sorriso amarelo* Me pergunto quem é mestre de quem aqui... Mas acho que mereci essa."
Após Vivy me soltar e me levar até o chão (porque o galho mais baixo estava a mais de 20 m de altura do chão, então a queda seria bem feia), pedi desculpas a Carolina. Ela não estava realmente brava, só quis devolver na mesma moeda.
Conversamos mais um pouco sobre o que faríamos depois e fomos dormir.
Quetzalcoatl: "*suspira* Haaaa... Eles realmente vão me deixar preso nessa árvore..."
...
Na manhã seguinte, repetimos o banquete de carne e queijo. Mas nós não comemos tanto. Talvez porque estivéssemos famintos durante a madrugada. Ao invés do chá, tínhamos café com canela e cacau. Ahh, se tivéssemos leite e algumas broinhas de queijo...
Vivy: "Hehehe... Surpresa!
Minha Avatar revelou um pacote com bolinhos e uma garrafa de vidro com um líquido branco gelado.
Lúcio: "*quase chorando de alegria* Te awo Vivy!"
Fiz o tradicional ritual para embeber os pedaços de broinha no leite adoçado. Devorei a mistura com o auxílio de uma colher. Mesmo Reinaldo e Carolina que estavam comendo muito ficaram chocados quando perceberam que o pacote de broas estava vazio e a garrafa de leite totalmente vazia.
Carla: "*pensativa, como se tivesse recebido uma iluminação divina* Eita... Não tem jeito mesmo: mineiro ama queijo e leite."
Lúcio: "*mal acabando de engolir* Você está certíssima!"
Todos: "Pfff... Hahaahahahaa!!!!"
Terminamos nosso pequeno café-da-manhã, guardamos as coisas e tentamos disfarçar nossos rastros. Todo cuidado é pouco!
Quando já tínhamos arrumado tudo e Carolina mal havia desfeito o Domínio, uma criatura lupina com pelo avermelhado e quatro patas negras apareceu do nada. Recuamos e nos preparamos para atacar quando nosso visitante se sentou nas patas traseiras e abanou o rabo...
Exatamente igual um cachorrinho...
Carolina: "Esse lugar é muito estranho mesmo. Olha só essa criatura: uma mistura de raposa vermelha com lobo negro."
Lúcio: "*franzindo a testa e com um sorriso amarelo* Haha, não Carolina! Esse carinha aqui não é nenhum monstro... Agora quero saber por que caralhos tem um lobo guará aqui..."
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{Notas do Autor}
VIDA LONGA A COMIDA BRASILEIRA!!!!!
E se você ainda não sabe o que diabos é um lobo guará, é só pesquisar sobre a nota de R$ 200,00.
Ahhh, agora vocês sabem, né?
Até mais, galera-
Quetzalcoatl: "*irritado e berrando* SEUS DESGRAÇADOS!!!! VOCÊS NÃO VÃO ME TIRAR DESSA ÁRVORE?!??!!??"
Autor: "*olhando para o lado, com um sorriso maroto* Lugar de cobra é na mata."
Quetzalcoatl: "*ainda mais irritado* HEEEEIIIINN?????"
Autor: "*suando frio e fugindo* FALOU GALERA, FUI!!!!"