[25/12/2017] - [18:34:12]
[Belo Horizonte - MG - Brasil]
[Lúcio POV]
Lúcio: "...
...
...
...mmm...
...ahn..."
Acordei em um quarto de hospital. Era algo frequente na minha vida. E lá estavam meus velhos colegas: o soro, o eletrocardiograma, o umidificador, a mesinha com alguns analgésicos, o armarinho que ficava debaixo da mesinha, Selene...
...
Selene...
...
Ela estava sentada em uma cadeira perto do meu travesseiro. E parecia estar dormindo. Pela posição da cadeira, ela devia ter passado um tempo me olhando.
Lúcio: 'Por que você se preocupa tanto comigo? Olha só o seu estado. Está com olheiras, os óculos quase caindo, o cabelo bagunçado... Mesmo assim, sou muito sortudo por estar ao teu lado.
*tenta mover a mão*
Droga, nem consigo me aproximar mais... Tão perto e tão longe... Maldito clichê de drama romântico, por que tinha que ser tão verdadeiro?!'
Depois das falhas tentativas de contato, desisti. Pensando bem, era melhor que ela continuasse a dormir. Resolvi levantar, mas o corpo não respondia.
Lúcio: 'Acho que passei tempo demais deitado... Que horas são...
...
Quase 19:00...'
"H-HOJE É DIA 25?!"
Selene: "...*um pouco grogue* Mmm..."
Lúcio: 'Droga, Lúcio! Você quase acorda ela!'
Continuei tentando, até finalmente conseguir sentar na cama. Notei que estava um pouco mais pálido que o normal. Me aproximei da mesinha e abri a portinhola do armarinho. Dentro, haviam biscoitos e alguns sucos de caixinha. Felizmente, havia alguns biscoitos amanteigados e salgados, sabor queijo.
{Notas do Autor: Não falei o nome da marca só porque ela não me patrocina.}
Não era a opção mais saudável, mas... Quem nunca comeu besteira, que atire a primeira pedra!
Imediatamente após romper o lacre da embalagem, um sussurro quase fez meu frágil coração parar.
Selene: "Metadinha..."
{Notas do Autor: Quando você abre um pacote de biscoitos ou chips na sala de aula e seus "amigos" aparecem do nada.}
Lúcio: "*assustado, quase derrubando o pacote* Aaaaahhhh!!!!! QUE SUSTO, MULHER!!!! QUASE ME MATA DO CORAÇÃO!"
Lá estava ela. Logo atrás de mim, em pé, com as duas mãos apoiadas no colchão. Selene até tentou fazer uma careta assustadora, mas com aquele belo rosto fofo, isso seria impossível. No final, demos risada da situação.
Selene: "*sorrindo, com um tom brincalhão* Hihi... Desculpa, realmente não é bom fazer esse tipo de brincadeira com alguém que desmaiou, teve hipoglicemia, pressão 5 por 3, febre de 40 e poucos, dormiu por uns dois dias..."
Lúcio: "Céus, isso tudo? *suspira* *murmurando* Parece que meu plano falhou..."
Selene: "Deixe-me adivinhar: Você planejava reduzir suas refeições para poder esbanjar no Natal?"
Lúcio: "*desviando o olhar* Mais ou menos... Tive vontade de fazer algumas das receitas da minha mãe. Então resolvi me preparar fisicamente. Mas o tiro foi pela culatra."
Selene: "*suspira e sorri* Você não tem jeito mesmo. Mas segundo o médico, você teve uma crise de ansiedade e passou mal. Então seu plano não deu tão errado assim."
Crise de ansiedade? Eu? Que vergonha Lúcio...
Selene: "Mas já que você acordou, agora podemos comemorar!"
Selene fechou a porta e as cortinas. Ninguém poderia nos ver. Ela tirou sacolas e potes de seu anel de armazenamento. Então abriu alguns deles e dentro haviam alguns pratos natalinos. Passando por carnes assadas, farofa, arroz (Selene era uma pessoa inteligente e bondosa: ela não tinha colocado uva passa no arroz...), salpicão, vinagrete e algumas iguarias um pouco mais exóticas: compota de figos da fortuna, sidra dourada das Hespérides, castanhas de Avalon, e por aí vai...
Lúcio: "Uau, isso tudo?! Eu não vou dar conta de comer tanto!"
Selene: "Haha, quem disse que isso tudo é só para você? Eu também vou comer!"
Lúcio: "Cuméquié?"
E enquanto eu tentava processar tudo, aquela moça de óculos e cabelos negros já se preparava para comer.
Lúcio: "Por que você tá ficando aqui?"
Selene: "Você não me quer por perto?"
Lúcio: "*corando* N-NÃO É ISSO! EU TE QUERO POR PERTO, SIM!"
Narradora: "Lúcio percebeu o que tinha dito e corou ainda mais, quase sendo possível ver o vapor saindo de seus ouvidos e suas narinas."
Narrador: "PERAÍ UM MOMENTIN, MEU CHAPA! QUE NEGÓCIO É ESSE DE 'NARRADORA'?"
Autor: "Nada de mais. Só achei que uma voz feminina ficaria melhor nessa cena. Mas fique tranquilo, eu não vou te demitir..."
Narrador: *suspira aliviado*
Autor: "*com um sorriso malicioso* AINDA..."
Selene: "*um pouco corada* Então qual é o problema?"
Lúcio: "Não era melhor que você fosse para a festa lá no Magnoli?"
Selene: "Bem, lá parece que realmente vai ter uma festa incrível, mas eu *corando muito, mas MUITO MESMO* *murmurando* q-quer-ro f-ficar c-com vo-vo-vo-vo..."
Narradora: "Eles passaram um bom tempo sem dar um pio e completamente corados."
Selene: "*ainda um pouco corada* E-então vamos comer?"
Lúcio: "C-claro, só vamos fazer uma oração antes."
Selene: "*com um sorriso singelo* É mesmo. Nesse mundo louco, às vezes até esqueço dessas coisas importantes. Você nunca perdeu a fé Nele, né?"
Lúcio: "Não sei... A existência dos deuses seria a mais concreta prova que Deus não existe... Mesmo assim, ainda tenho um pouco de fé, eu acho..."
Selene: "*ainda sorrindo* Bem, eu também prefiro comemorar o nascimento de Jesus nesta data, que o dia daquele velho gordo com roupas vermelhas ou o dia de algum deus do sol duma civilizaçãozinha qualquer. No final, a melhor maneira de passar o Natal é com alguém que amo, e esse alguém é você, Luc."
Narradora: "Os dois coraram e preferiram rezar por alguns momentos,para tentar superar o clima cor de rosa no lugar."
Narrador: "Mas eles não tinham ideia que isso afetaria seus futuros."
Autor: "Cara, você ainda é o melhor para anunciar tragéd- gerar suspense."
Selene: "Então vamos comer?"
Lúcio: "Claro! E que tal você se sentar aqui perto?"
Eu bati no colchão da cama do hospital.
Selene: "T-tudo bem."
Selene montou dois pratos, serviu um pouco de sidra em copos e se sentou ao meu lado. Ela me entregou um copo e um prato. Nem preciso dizer que parecia delicioso.
Mas...
Lúcio: 'E-eeeeeeee-ela ta-ta-ta-tá muito peeerto!'
Narradora: "Ambos eram incapazes de se olharem nos olhos. Qualquer um que entrasse no quarto veria um rapaz magro e pálido usando uma camisola branca de hospital sentado ao lado de uma moça de cabelos negros bagunçados, encolhidos e focados em seus pratos. Felizmente, recuperaram a coragem após algum tempo."
Nós aproveitamos nossa ceia madrugada a fora. Conversamos muito, ouvimos música, principalmente daquele cantor que sempre passa nos especiais de Natal. Até assistimos um filme. Vi o celular de Selene tocar algumas vezes. Às vezes era Ana, ou Ricardo, ou outra pessoa que ligava. Mas toda vez ela ignorava. Pensei em perguntar algo, mas quando via sua, um tanto perigosa, expressão sombria, eu mudava de ideia.
Talvez fosse o lado yandere dela, que só queria ficar sozinha comigo naquele momento, e não queria me dividir com ninguém.
Pois é, alguém queria me monopolizar!
...
NAAAAAAAAÃO, TÔ VIAJANDO!
{Notas do Autor: Relaxem, Selene não é uma yandere maluca. Mas ela pode ser... um pouco ciumenta, digamos assim, em alguns momentos... E nós sabemos que o ciúme pode ser perigoso...}
Por mais que eu desejasse passar o Natal com todo mundo, comemorar a data com Selene era ótimo. Na verdade, estava até melhor...
...
Hehe...
E após limparmos as embalagens de alimento (mesmo doente, ainda pude esbanjar um pouco. O tempero literalmente mágico da comida ajudou.), o sono veio logo em seguida.
Lúcio: "*boceja* Acho que vou dormir. Você devia aproveitar e ir para casa descansar."
Selene: "Relaxa, eu tenho uma cama portátil no meu anel. Posso passar a noite aqui."
Lúcio: "*com um tom brincalhão* Oh, então nós vamos dormir no mesmo quarto?"
Narradora: "Mais uma vez o clima estava estranho, pois a imaginação dos dois estava tomando rumos perigosos, que iremos ocultar para preservar a dignidade dos envolvidos. Eles simplesmente se deitaram. E As luzes apagaram."
É mesmo! Selene falou que tive uma crise de ansiedade.
...
...
O que foi mesmo?
...
Aaaaah, com certeza não foi nada importante. Deve ter sido um motivo besta! Selene era o melhor remédio para acabar com a ansiedade.
Lúcio: "Boa noite! E um Feliz Natal para você, Leninha!"
Selene: "*risos baixos* Boa noite e Feliz Natal para você também...
*murmurando, quase inaudível* Meu querido Luc."
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{Notas do Autor}
Já queria fazer um capítulo romântico dos dois à algum tempo. Mas, por motivos óbvios, isso não era possível. Não sou fã de romances, mas gosto desses momentos cor de rosa *vomitando arco-íris*.
Sei que ficou normalzinho e com algumas falas bem clichês. Mas o autor dessa obra é burro. Não é um grande escritor, como Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Rubem Alves, Raquel de Queiroz e inúmeros outros gênios da literatura. Por isso temos que aturar esse linguajar simples e nada elaborado. Então não criem expectativas...
Agora um fato importante: por mais que a relação Lúcio/Selene pareça forçada ou fraca, esses dois realmente se amam. A relação é um tanto profunda, e será desenvolvida ao longo da novel (sim, através de alguns flashbacks).
Feliz Natal, gelera!
p.s.: Para aqueles que não se comportaram, que haja muita uva passa no arroz. MUAHAHAHAHAHAH!!!!!