{Notas do Autor}
Segunda parte!
Aliás, essa parte foi feita pela minha prima (@Russian_Blue_14, no Wattpad).
Como sempre, só fiz o trabalho de editor. Ah, coloquei uns trechinhos extras aqui e ali. Óbvio, tudo com aprovação dela. Mas 99% do capítulo é autoria da minha prima.
___________________________________________________
[31/12/2017] - [21:02:41]
[Área de Comércio e Serviços Terreno-Celestial - Praça Latina - Restaurante Magnoli]
[San Lang POV]
Os jovens: "COMO ASSIM BISCOITO DA SORTE NÃO EXISTE?"
Eu tapei meus ouvidos enquanto a
maioria das pessoas na sala exclamavam surpresas. Se não fosse pela Ana colocando a
mão no meu ombro, eu teria perdido a paciência e não explicaria coisa alguma.
San Lang: "Sim, eles não existem na China. É apenas um monte de merda americana inventada para
incentivar o capitalismo."
Eu disse enquanto suspirava, cansado. Isso provavelmente levaria
a mais uma longa discussão sobre uma miríade de informações não válidas sobre a
China.
Lúcio: "Eu sempre soube! Isso nunca foi dito nas novels, então faz sentido!"
Lúcio disse
orgulhoso enquanto sorria satisfeito. Apenas dei um sorriso debochado. Seria esse o tal "orgulho otaku", ou algo assim?
San Lang: "*bebendo mais um pouco de vinho* Esse não é o melhor tipo de referência cultural, mas ok."
Seu Tião: "*um pouco embriagado* Ah tá! Então agora vai me dizer que na China eles não comem cachorro, gato e insetos!"
Seu Tião perguntou, enquanto bebia uma cachaça no ano novo. Esse velho bêbado sempre andava com uma garrafa de aguardente.
Ele devia ter um estômago de ferro para aguentar essa mistura de bebidas fortes.
De qualquer forma, eu apenas o encarei em silêncio. Os outros, pela minha falta de resposta, logo começaram a fazer alvoroço.
San Lang: "Não, calma! Chineses comem essas coisas, mas apenas a classe média. Eles
começaram a comer após o período do comunismo chinês, quando as remessas ficaram escassas...
Mas são alimentos populares na classe baixa."
Eu disse e todos apenas soltaram um "Ahhhh"
de esclarecimento.
Ondini: "Você já comeu carne de cachorro, San Lang?"
Aquele molusco cretino queria me provocar. Sobre a
minha resposta, eu apenas dei um simples sorriso e fiz um sinal negativo com a cabeça. Eu nunca
comi essas "iguarias" de rua, sempre acabei preferindo pratos tradicionais com ingredientes comuns.
Narrador: "Diferentemente do que acreditava, San Lang não deu um simples sorriso. Na verdade, a discórdia entre o chinês e polvo estava em outro patamar. Meros gestos trocados entre os dois possuíam profundos, ocultos e desrespeitosos significados. Pode-se dizer que pouquíssimas amizades e rivalidades estavam no mesmo nível."
{Notas do Editor/Autor: No original da minha prima, quem faz essa pergunta sobre a carne de cachorro é Selene. Mas tomei a liberdade de trocá-la pelo polvo azul mais amado dessa novel. Claro, tudo isso teve aprovação da Autora. Estou aproveitando uma chance de desenvolver a relação "amorosa" dos dois.}
Lúcio: "Tá, mas qual é a tradição chinesa que faremos para o ano novo?"
Lúcio perguntou
curioso sobre o que eu iria propor de tradição para o ano novo. Sorri maliciosamente. Já
tinha meus planos para a querida data em minha antiga nação.
San Lang: "Bem, na China, desde a época feudal até os tempos atuais, nós temos uma coisa chamada
de rolos ou pergaminhos da sorte. Eles funcionam como uma mesa de apostas com dados. No caso, o melhor sempre será o maior valor. Os que eu trouxe aqui possuem frases ao
invés de números. Temos frases desde 'A melhor sorte' até 'O azar extremo'. De acordo com a
lenda, isso vai decidir o que iremos fazer no ano que vem. Certo, vamos começar!"
Abri um pano vermelho e o estendi a todos, para que pegassem os rolinhos que estavam guardados lá dentro.
E assim, um por um, todos pegaram os rolinhos. Até aquele filho bastardo de Cthulhu pegou um. Minha querida Ana foi a primeira a pegar. Sempre a coloco como prioridade na minha vida. Sempre serão as vontades dela acima
das minhas. Logo em seguida Selene pegou, depois Lídia, Ricardo, sua noiva, Romário, Lúcio, Seu
Tião, Sofia, o polvo malcriado e por fim eu peguei.
Contamos até três e abrimos os rolinhos de papel ao mesmo tempo. Peguei o rolinho de extrema sorte. Ana, pela expressão dela, não pegou algo bom. Lhe dei um sorriso fechado e acariciei suas costas com calma.
San Lang: "Princesa, o que você pegou, minha querida?"
Perguntei baixo e suavemente, por mais que já
soubesse a resposta. Ela fez uma careta para mim e deitou sua cabeça em meu ombro,
provavelmente procurando um pouco de consolo.
Ana: "Eu peguei extremo azar."
Ela falou manhosa e deprimida, fez um biquinho e deixou com
que eu a acolhesse em meus braços.
Lúcio: "Parece que a má sorte é de família então!"
Lúcio disse enquanto coçava a cabeça
decepcionado com o resultado do pergaminho.
San Lang: "Olha Lúcio, pelo menos é como dizem: azar no jogo e sorte no amor!"
Eu disse sorrindo
sacanamente para Lúcio que me olhou feio e retrucou indignado.
Lúcio: "Só se for para pessoas normais, né San Lang? Porque você tem sorte no jogo, no amor, no
dinheiro, na vida... Parece até que você é algum Abissal apostador com uma sorte sinistra!"
Eu ri da reclamação, um tanto infundada do meu cunhado, mas...
...
Pode-se dizer que ele não estava totalmente errado...
...
Sofia: "Bem, para mim então é sorte no jogo e azar no amor, porque eu peguei sorte. E não é tão
bom! Mas não é tão ruim!"
Minha cunhada disse alegre enquanto erguia o rolinho dela para cima,
mostrando o resultado para todos.
Selene: "Ei Luc, se você quiser, podemos trocar! Eu tirei sorte razoável!"
Selene disse enquanto consolava
o Lúcio pelo lamentável resultado. Ela não parecia ser a mesma mulher sedenta por algo que prefiro não comentar, de momentos atrás...
Lúcio: "Obrigado Selene, mas eu vou me contentar com a derrota como um verdadeiro guerreiro!"
Lúcio disse enquanto colocava a mão direita em cima do peito esquerdo, ele fechou os olhos e fez uma expressão de luta, provavelmente alguma coisa daqueles animes que ele e
a Ana vêem.
Os olhos de Selene tinham um brilho diferente por causa daquilo. Admiração? Respeito? Compaixão? Pena? Vergonha alheia?
Isso não importava. A verdade é que eu achava aquilo vergonhoso.
Seu Tião: "Não sei vocês, mas eu peguei sorte! Espero que seja em relação às minhas compras de
bebidas alcoólicas viu?"
Seu Tião exclamou satisfeito enquanto virava a quadragésima
quinta garrafa de cerveja.
Sim, ele era um velho bêbado assíduo...
Todos nós rimos da declaração do nosso bebum favorito. Mas se realmente fosse isso, Seu Tião saia lucrando. Bem, pelo menos eu espero que seja isso que o rolinho está
prevendo para ele ano que vem.
O resto dos resultados foram bem comuns. Lídia pegou sorte razoável e ela ficou alfinetando Romário por causa disso. Afinal ele havia pegado azar razoável. Já Ricardo e sua noiva pegaram boa sorte. Provavelmente o casamento dos dois seria em breve. O casal ficou bastante grato por esse bom resultado.
Ondini: "Ei, sua raposa velha trapaceira! Que diabos é isso? Como é possível que eu tenha tirado 'mais azar que o normal'?! Está tentando me ludibriar, seu golpista?!
Ahhhh, esse polvo enfezado...
Ele tem cada ideia absurda...
Como isso seria possível? Eu, uma pessoa honesta e de boa índole, tramar algo assim?
Que absurdo!
Isso gerou uma conversa sobre a sorte que todos nós temos. Particularmente fiquei calado, degustando uma boa taça de vinho enquanto esse assunto circulava e o polvo me azucrinava. Ana também participou animadamente da conversa enquanto fazia pequenas tranças em meu
cabelo.
Romário: "*um pouco embriagado* Ok, ok, mas ninguém nunca parou para pensar em como o San Lang é um homem
sortudo? Uma vez saí com ele para buscar o resultado do nosso jogo na mega sena e
adivinha quem ganhou? O homem em pessoa! Então meu amigo, qual o seu segredo?"
Romário perguntou curioso e com um tom de divertimento em sua voz, logo todos olharam
para mim esperando uma resposta.
San Lang: "Ah, eu não sei. Sempre tive uma boa sorte desde que me conheço como gente, então
não há nenhum segredo."
Eu disse relaxado. Afinal, essa era a verdade. Nunca tive
segredo algum sobre minha sorte. Mas... Parando para pensar... Talvez fossem os detestáveis
deuses se compensando pela minha infância.
As memórias da minha árdua infância ficaram presentes em minha pele, como se fossem
queimaduras de ferro quente. Não havia muito o que fazer...
De toda forma, eu não
estava grato a eles. Sou um caso raro de um ateu em um mundo com
existência comprovada de Deuses.
Para mim, ser ateu possui outro significado. Significa adorar a mim mesmo e não
ficar dependendo das bênçãos e opiniões idiotas de seres que apenas se preocupam com
seu próprio umbigo.
____________________________________________
{Notas do Autor}
Atenção: as sortes mostradas neste capítulo NÃO AFETAM A HISTÓRIA!
...
É sério...
...
Não tô brincando...
...
É COINCIDÊNCIA...
...
CONFIA...
...
...
Não me canso da dupla dinâmica Langman e Polvin discutindo...
Enfim, até daqui a pouco, galera!