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19 - A lua II

Com um olhar penetrante e imperturbável, Charlotte fixa seus olhos nos do coronel. O ar ao redor deles parece vibrar com a tensão iminente. Com um gesto elegante e preciso, ela controla lâminas de gelo cristalino que deslizam pelo ar com uma graça mortal. Mas, em vez de cumprir seu propósito letal, as lâminas circundam o coronel, tecendo uma prisão congelada ao seu redor. "A morte seria um alívio muito sereno para você", ela declara com uma voz que ecoa a frieza do gelo que a rodeia. "Portanto, você permanecerá aprisionado para sempre no oásis que meu irmão criou, como um monumento eterno"

O coronel, agora tomado pelo frio avassalador, sente sua consciência se esvair lentamente, enquanto o gelo se fecha sobre ele, selando seu destino em um caixão translúcido.

Charlotte então se vira para seu irmão, cuja presença traz uma aura de poder místico ao ambiente. "Cavaleiros da Alvorada," ela ordena com autoridade, "assegurem-se de que este pequeno mundo que protegemos permaneça intocado, purifiquem-no de toda a corrupção." Sua voz ressoa com um comando que não admite desobediência.

Imediatamente, os artistas marciais e cavaleiros, adornados com suas vestes rubras salpicadas de dourado, se adiantam. Suas armaduras reluzem sob o sol poente, e suas vozes se elevam em uníssono, uma promessa de lealdade e ação: "Sim, Mestra." Eles estão prontos para seguir as ordens de Charlotte, para manter a ordem e a beleza do reino que agora repousa sob sua vigilância.

À medida que Charlotte, a Lua Celestial, carrega Astracar, o Sol Divino, em seus braços, ela caminha com passos que desafiam a gravidade, elevando-se acima do sertão. Os Cavaleiros da Alvorada, com uma saudação final, partem para cumprir o dever sagrado que lhes foi confiado. A medida que a distância entre eles cresce, a paisagem abaixo começa a se transformar.

O terreno árido do sertão cede lugar a uma terra de contrastes marcantes, onde montanhas majestosas se erguem ao céu, lagos serenos refletem a luz das estrelas, e florestas densas sussurram segredos antigos. Charlotte avança rapidamente, e a cada passo, a natureza responde, desdobrando-se em uma tapeçaria verdejante de vida e beleza.

Ela chega à montanha sagrada, o trono do culto, cuja aparência é tão antiga quanto o tempo. O templo no cume é uma estrutura que parece ter sido esculpida pela própria mão dos deuses, suas torres apontando para o infinito.

Ao redor dessa montanha, uma cidade floresce, abraçada pela natureza e abençoada pelo culto. As casas de pedra e palha se espalham pelas encostas, e os habitantes da cidade, seguidores devotos do culto, vivem em harmonia com o ritmo do sol e da lua. Eles cultivam a terra com mãos cuidadosas, tecem tecidos coloridos que contam histórias de gerações passadas, e suas canções e danças são uma celebração constante do ciclo da vida.

A cidade é um santuário de paz e prosperidade, protegida pelos Cavaleiros da Alvorada e pelos Artistas-Marcias da Lua. Aqui, as crianças aprendem as artes marciais e a sabedoria do culto, enquanto os anciãos compartilham lendas sob o céu estrelado.

Charlotte desliza graciosamente pelo céu azul da cidade, com as nuvens pintando um caminho de algodão sob seus pés. Os moradores olham para cima, seus rostos iluminados pelo sol poente, expressando alegria e admiração ao verem a figura lendária. A curiosidade brilha em seus olhos ao notarem a silhueta de uma pessoa nos braços de Charlotte.

Quando ela aterrissa suavemente no Templo-Fortaleza, uma construção imponente de pedra antiga e vitrais coloridos, o som de armaduras e tecidos se movendo em respeito ecoa pelo ar. Todos os súditos, vestidos em suas melhores sedas e armaduras reluzentes, se alinham em formação perfeita e, como se fossem um só, saúdam: "Saudamos a Lua Celestial!"

Charlotte, com sua voz firme e gentil, responde ao coro de vozes: "Irei cuidar de meu irmão. Em uma semana, preparem o festival do Sol Divino." Sua ordem é recebida com reverência, e os súditos, movendo-se como uma maré obediente, respondem em uníssono: "Sim, Mestra."

A promessa de festividades enche o ar com uma energia palpável, e os preparativos começam imediatamente, com a expectativa de celebrar não apenas o Sol Divino, mas também a benevolência e força de sua governante, a Lua Celestial.