webnovel

06 - Liberdade

Astracar estava preso na masmorra da inquisição, junto com outros prisioneiros que também tinham a marca dos seis. Ele estava sofrendo torturas e humilhações todos os dias, sem esperança de libertação. Ele não sabia se sua irmã estava viva ou morta, se ela estava ao seu lado ou em outra cela. Ele só sabia que ele tinha que salvá-la, de alguma forma.

Ele rezava todos os dias, pedindo a Deus que o ajudasse e o protegesse. Ele pedia a Deus que o perdoasse pelos seus pecados e que o salvasse do inferno. Ele pedia a Deus que o reunisse com sua irmã e que os levasse para o céu.

Mas ele não obtinha resposta.

Ele estava perdendo a fé e a vontade de viver. Ele estava quase desistindo de tudo.

Até que um dia, ele ouviu um barulho vindo de fora da masmorra. Ele ouviu tiros, gritos, explosões. Ele ouviu vozes desconhecidas, falando com sotaque nordestino. Ele ouviu uma voz feminina, dizendo:

- Vamos lá, pessoal! Vamos libertar esses coitados! Vamos mostrar pra esses canalhas quem manda aqui!

Ele ouviu uma voz masculina, dizendo:

- Isso mesmo, minha rainha! Vamos botar fogo nessa bagaça! Vamos fazer justiça com as próprias mãos!

Ele reconheceu aquelas vozes como as de Lampião e Maria Bonita, os famosos cangaceiros que lutavam contra o governo e a igreja. Eles eram considerados heróis pelo povo e bandidos pelas autoridades. Eles eram temidos e admirados por todos.

Eles estavam invadindo a prisão da inquisição, para libertar os prisioneiros.

Astracar ficou surpreso e animado com a situação. Ele pensou que aquilo era um milagre, uma resposta às suas preces. Ele pensou que aquilo era uma chance de escapar e de encontrar sua irmã.

Ele gritou:

- Lampião! Maria Bonita! Me ajudem! Me tirem daqui!

Ele ouviu passos se aproximando da sua cela. Ele viu uma mulher de cabelos negros e olhos verdes, vestida com um chapéu de couro e um vestido colorido. Ela tinha um rifle na mão e um sorriso no rosto. Ela era Maria Bonita, a companheira de Lampião.

Ela olhou para Astracar e disse:

- Olá, rapaz! Você é um dos marcados? Você tem a marca dos seis?

Ela apontou para a testa dele, onde havia uma tatuagem em forma de hexagrama. Era a marca dos seis, o símbolo dos que podiam usar as seis energias: fogo, água, terra, ar, luz e trevas. Era uma habilidade rara e poderosa, que poucos possuíam.

Astracar assentiu com a cabeça e disse:

- Sim, eu tenho. E vocês?, O que estão fazendo aqui?

Ela sorriu e disse:

- Nós somos Lampião e Maria Bonita, os reis do cangaço. Nós estamos aqui para libertar vocês e acabar com essa inquisição maldita.

Ela bateu na porta da cela com o rifle e disse:

- Lampião! Venha cá! Abra essa porta!

Ela chamou por Lampião, o líder dos cangaceiros. Ele era um homem de cabelos castanhos e olhos azuis, vestido com um chapéu de couro e uma roupa cheia de medalhas. Ele tinha uma pexeiras na cintura e um sorriso no rosto. Ele era Lampião, o rei do sertão.

Ele se aproximou da cela e disse:

- Oi, minha flor! Quem é esse rapaz?

Ela disse:

- É um dos marcados. Ele tem a marca dos seis.

Ele olhou para Astracar e disse:

- É mesmo? Que interessante. Você sabe o que isso significa, rapaz?

Astracar disse:

- Significa que eu posso usar as seis energias: fogo, água, terra, ar, luz e trevas.

Ele disse:

- Isso mesmo. E também significa que você é um dos nossos. Você é um cangaceiro.

Astracar ficou confuso e perguntou:

- Um cangaceiro? Como assim?

Ele disse:

-Um cangaceiro é alguém que peleja contra a opressão e a injustiça. Alguém que não se rende ao governo nem à igreja. Alguém que vive livre e feliz no sertão. Alguém como nós.

Ele disse:

- Nós também temos a marca dos seis. Nós também podemos usar as seis energias. Nós somos os cangaceiros marcados, os escolhidos de Deus.

Ele mostrou a sua testa, onde havia uma tatuagem em forma de hexagrama. Ela também mostrou a sua testa, onde havia uma tatuagem igual.

Eles disseram:

- Nós somos os cangaceiros marcados, e nós viemos te buscar. Você é um dos nossos, e nós vamos te levar conosco.

Eles abriram a porta da cela e entraram. Eles pegaram Astracar pelos braços e o levantaram. Eles disseram:

- Vamos, cabra! Vamos sair daqui! Vamos para o sertão!

Eles saíram da cela e correram pelo corredor da masmorra, em direção à saída. Eles passaram por outras celas, onde havia outros prisioneiros marcados. Eles os libertaram e os convidaram a se juntar a eles.

Astracar implorou a Lampião e Maria Bonita que o ajudassem a procurar sua irmã na masmorra. Eles concordaram e foram com ele pelos corredores escuros e úmidos. Eles passaram por várias celas, onde havia prisioneiros marcados com ferros em brasa. Eles os libertaram e os convidaram a se juntar ao cangaço.

- Venham, irmãos! Sigam-nos! Venham para a liberdade!

Alguns aceitaram o convite e foram com eles. Outros preferiram ficar na prisão. Astracar não encontrou sua irmã em nenhuma cela. Ele começou a perder a esperança.

Eles chegaram à saída da masmorra e viram que havia alguns cangaceiros do lado de fora, fazendo a guarda. Eles tinham armas e pexeiras e estavam prontos para enfrentar os soldados que vigiavam o lugar. Eles viram Lampião, Maria Bonita e Astracar e fizeram sinal para eles.

- Vamos, Lampião! Vamos, Maria Bonita! Venham para o cangaço!

Eles correram para fora da masmorra e montaram nos cavalos que os cangaceiros tinham preparado. Eles dispararam contra os soldados e abriram caminho pela estrada. Eles sentiram o sol brilhando no céu, o vento fresco em seus rostos, o cheiro de terra molhada em seus narizes, o canto dos pássaros e o barulho dos cavalos.

Eles estavam livres.