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05 - Queda

Quando visitei a base da santa igreja católica quando viu uma cena que me deixou indignado. Um padre saía da igreja carregando uma sacola cheia de objetos brilhantes. Ele se aproximou de um cavalo preto, onde um homem de terno e gravata o esperava. O padre entregou a sacola ao homem e recebeu um envelope em troca. Astracar reconheceu os objetos na sacola: eram as doações que os fiéis haviam feito para os pobres. Ele não podia acreditar que o padre estava vendendo aquilo para um político corrupto.

Ele correu até o padre e o confrontou:

- Padre, o que o senhor está fazendo? Esses objetos são das pessoas que confiam no senhor. O senhor não tem vergonha de enganá-las?

O padre se assustou ao ver Astracar e tentou se justificar:

- Meu filho, não se meta onde não é chamado. Esses objetos são da igreja e eu faço o que quiser com eles. Além disso, esse dinheiro vai ajudar a construir uma nova capela.

Astracar não se convenceu com as palavras do padre e sentiu uma raiva crescer dentro dele. Ele sabia que o padre estava mentindo e que aquele dinheiro ia parar no bolso dele e do político. Ele pensou em usar os seus poderes de mana para punir o padre, mas se conteve. Ele não queria causar uma confusão na frente de todos. Ele decidiu sair dali e ir embora da igreja.

Ele se virou e caminhou em direção à saída da igreja, mas foi impedido por um grupo de soldados que cercou o local. Eles estavam armados com espadas e escudos, e tinham um símbolo de uma cruz vermelha no peito. Eles eram os cruzados, os guerreiros sagrados da igreja.

Um deles se aproximou de Astracar e disse:

- Alto lá, garoto. Você está preso por desacato à autoridade eclesiástica. Você vai nos acompanhar até o tribunal da inquisição, onde será julgado pelos seus crimes.

Astracar ficou surpreso e assustado com a situação. Ele perguntou:

- Que crimes? Eu não fiz nada de errado! Eu só queria impedir o padre de roubar as pessoas!

O soldado riu e disse:

- Não se faça de inocente, garoto. Nós sabemos quem você é e o que você pode fazer. Você é um herege, um blasfemo, um bruxo. Você tem a marca dos seis, o símbolo do demônio. Você usa as seis energias proibidas: fogo, água, terra, ar, luz e trevas. Você é uma ameaça à igreja e ao mundo.

Ele apontou para a testa de Astracar, onde havia uma tatuagem em forma de hexagrama. Era a marca dos seis, o símbolo dos que podiam usar as seis energias: fogo, água, terra, ar, luz e trevas. Era uma habilidade rara e poderosa, que poucos possuíam.

Astracar não entendeu o que o soldado estava dizendo. Ele não sabia que as suas energias eram proibidas pela igreja. Ele não sabia que ele era considerado um bruxo e um demônio. Ele não sabia que ele era perseguido pelos cruzados e pela inquisição.

Ele disse:

- Eu não sou um bruxo nem um demônio! Eu sou um filho de Deus! Eu tenho a marca dos seis porque eu sou um escolhido! Eu uso as minhas energias para o bem e para a glória de Deus!

O soldado sacudiu a cabeça e disse:

- Não adianta negar, garoto. Nós temos provas contra você. Nós temos testemunhas que viram você usar as suas energias para causar estragos e ferir pessoas. Nós temos relatos de que você está envolvido com uma bruxa chamada Charlotte, que também tem a marca dos seis. Nós temos ordens do bispo para capturar vocês dois e levá-los à fogueira.

Astracar ficou chocado ao ouvir o nome de Charlotte. Ele reconheceu aquele nome como o da sua irmã gêmea, que ele nunca tinha visto na vida. Ele lembrou das últimas palavras do padre que o criou:

- Sua irmã... Charlotte... Ela é como você... Ela tem a marca dos seis... Ela está em perigo... Você tem que salvá-la...

Ele sentiu uma conexão com aquela pessoa, mesmo sem conhecê-la. Ele sentiu que ela era parte dele, e que ele tinha que protegê-la.

Ele perguntou:

- Charlotte? Onde ela está? O que vocês fizeram com ela?

O soldado sorriu maliciosamente e disse:

- Ela está presa na masmorra da inquisição, esperando pelo seu julgamento. Ela foi capturada por nós há alguns dias, depois de uma longa perseguição. Ela resistiu bravamente, usando as suas energias para nos atacar. Mas ela não foi páreo para nós. Nós a vencemos e a levamos para o nosso quartel-general.

Ele fez uma pausa e disse:

- Ela é uma mulher muito bonita, sabia? Ela tem cabelos brancos como a neve e olhos azuis como o oceano. Ela tem uma pele pálida e delicada, e um corpo escultural. Ela é a bruxa mais linda que eu já vi.

Ele riu e disse:

- E também a mais sofrida. Nós a torturamos todos os dias, para fazê-la confessar os seus pecados e revelar os seus segredos. Nós a espancamos, a queimamos, a cortamos, a perfuramos. Nós a humilhamos, a enlouquecemos. Nós a fazemos gritar e chorar, sem piedade nem misericórdia.

Ele se aproximou de Astracar e sussurrou no seu ouvido:

- E ela sempre chama por você. Ela sempre diz o seu nome, como se você fosse a sua salvação. Ela sempre diz: Astracar... Astracar... Astracar...

Ele se afastou e disse:

- Mas você não vai salvá-la, garoto. Você vai se juntar a ela. Você vai sofrer como ela. Você vai morrer com ela.

Ele ordenou aos outros soldados:

- Peguem-no! Levem-no para a masmorra! Coloquem-no na cela ao lado da bruxa!

Os soldados avançaram sobre Astracar e o agarraram pelos braços e pelas pernas. Eles o arrastaram para fora da igreja, em direção a um carro de bois que os esperava. Eles o jogaram na carroceria do carro, junto com outros prisioneiros que também tinham a marca dos seis.

Astracar tentou se soltar, mas foi inútil. Ele estava cercado e imobilizado. Ele não podia usar as suas energias, pois tinha um colar de ferro no pescoço que bloqueava os seus poderes.

Ele olhou para o céu e gritou:

- Deus! Por que me abandonaste? Por que permites isso? Por que me castigas?

Ele não obteve resposta.

Ele olhou para o chão e chorou:

- Charlotte... Onde estás? Estás bem? Estás viva?

Ele não obteve resposta.

Ele fechou os olhos e rezou:

- Deus... Perdoa-me... Ajuda-me... Salva-me...

Ele não obteve resposta.