webnovel

Ômega suspenso

O vento gélido passava pela janela e balançavam as cortinas escuras sinalizando o começo de mais um dia. Abrindo os olhos claros, o ômega despertava do seu recém cio sentindo todo o seu corpo estremecer de frio.

Olhando em volta, Theodore estranhava o ambiente em que se encontrava. Demorara alguns singelos minutos para lembrar estar na casa de Gabriel, onde passaram as noites juntos desde quarta-feira. Virando a cabeça, o ômega encontrara o alfa dormindo pesado segurando sua mão, e um sorriso despontara de seus lábios.

Recordava-se com esplendor da primeira vez deles, apesar de ter perdido a consciência logo depois disso. Provavelmente o cio chegaria no seu ápice e Theodore não controlaria mais seus instintos, porém não ficara incomodado com aquilo.

Não quando tinha Gabriel segurando sua mão mantendo os dedos entrelaçados.

Desde o momento em que se apaixonara por aquele alfa não havia imaginado que chegariam naquele ponto. Dividindo a cama, segurando as mãos ou até mesmo tendo tamanha intimidade. Na verdade aquilo era bem melhor do que qualquer fantasia, já que existia a alegria de ser real.

Levando a canhota livre para afastar os fios castanhos da testa de Gabriel, o loiro decorava os traços de seu rosto. Como um imã que atrai sua outra metade, a mão de Theodore descansara na mandíbula de Gabriel, deixando o polegar acariciar sua bochecha suavemente. Poder ficar ao seu lado, o olhando dormir serenamente sem ter pressa para sair era o seu lugar no mundo.

Era ali que deveria estar.

O peito enchia-se de felicidade, que mal cabiam nele. Aquele ômega queria gritar contra o travesseiro tamanha a felicidade de ter chego naquele ponto.

Só não o fizera quando os olhos de Gabriel abriam-se lentamente, permanecendo paralisado de ser pego prestes a celebrar um cio findado.

— Hm... Por que está acordado, Theo?

Que os céus tivessem bondade com sua pobre alma, Theodore se arrepiara por completo em ouvir a voz de Gabriel soar rouca e preguiçosa. De repente queria dormir mais tempo e acordar mais uma vez só para ouvir aquela voz novamente.

— Te acordei? Foi mal, pode dormir de novo.

Gabriel revirou na cama se espreguiçando e esticando o braço pra pegar o relógio na cômoda ao lado da cama. Espreitando os olhos para as horas, o alfa bocejara e voltara a se encolher debaixo das cobertas puxando a cintura de Theodore.

— Temos tempo ainda, relaxa.

— Seus pais vão chegar... Puta merda, seus pais vão chegar.

Apressadamente Theodore sentou-se na cama prestes a jogar as cobertas e correr para o banheiro onde pudesse se arrumar. Mas o braço forte de Gabriel segurara sua cintura o puxando para se deitar novamente. Dessa vez sem nenhum espaço de brecha, com seus corpos completamente encostados um no outro.

— Mais dez minutos, aqui tá quentinho.

Corando estupidamente, Theodore encolhia os braços sem saber o que fazer além de encarar Gabriel fechar os olhos.

— Tudo bem... Dez minutos então.

Gabriel sorrira preguiçoso e escondera o rosto na curvatura do pescoço de Theodore. Estavam prestes a dormir mais um pouco quando o celular de Gabriel tocara na cômoda. O alfa reclamara e se remexera tentando ignorar o toque alto, mas no final das contas esticara o braço para pegar o aparelho e atendê-lo.

— Alô.

— Que voz é essa? Tava dormindo?

Afastando-se do telefone, Gabriel espreitou os olhos para o visor lendo o nome de seu melhor amigo, e então pode suspirar.

— Tava, mas e aí...

— Já tá livre hoje?

Gabriel olhara para Theodore, que o fitava curioso sem o menor pingo de sono. Bagunçando seus cabelos loiros o vendo corar e sorrir, o alfa soltou um riso baixo,.

— Ia tirar o dia pra descansar, por quê?

— Preciso da sua ajuda. Na verdade, preciso de roupas emprestadas.

— Roupa? Minha?

— É. Consegue levar pra escola antes da gente sair pra outra cidade?

Theodore não conseguira mais ouvir da conversa quando Gabriel levantou-se da cama e fora para o armário.

— Você deve vestir um número maior que o meu, Milles. Mas acho que devo ter algo aqui. Não, tá suave! Eu logo apareço aí.

Notando a frase final da ligação, Theodore se sentou na cama observando o ficante com curiosidade.

— Aconteceu algo?

— Parece que sim. Hoje tem a partida das eliminatórias, e por algum motivo Milles pediu roupa emprestada.

— Eu vou junto então, posso ir pra casa em seguida.

— Tá querendo fugir de mim, é?

Theodore paralisou no mesmo instante, virando-se para Gabriel que o olhava com um sorriso ladino. Naquele mato haviam coelhos, com certeza. Estava se sentindo impressionantemente bem ao lado do alfa, como se fossem amantes uma vida inteira. Teria acontecido algo em seu cio e que agora não se lembrava?

— Não... Eu... Só não quero dar problemas para os seus pais...

— Relaxa, Theo. Na verdade, é bom vir comigo. — Dissera Gabriel voltando a mexer no armário pegando algumas roupas e verificando as etiquetas das mesmas. — Milles pediu pra levar até a casa do capitão.

— Do Nico? Ele está lá?

— Deve ter acontecido alguma coisa, sei lá. — Erguendo a cabeça novamente para o ômega, Gabriel então abria um largo sorriso — Então, vai ficar comigo ou fugir de mim?

Segurando um travesseiro, o ômega o jogara na direção do alfa.

— Já disse que não ia fugir.

Aquela manhã fria fora bem recebida pelo casal. Enquanto Theodore tomava banho e se arrumava, Gabriel separava a roupa em uma mochila. Quando fora seis e meia da manhã, os dois rapazes já haviam deixado a casa do alfa para descerem a rua e seguirem para a casa de Nicolas.

Encolhido em sua blusa de moletom, Theodore ajeitava o boné na cabeça conseguindo espantar o frio minimamente. Pelas ruas desertas e silenciosas, o ômega sentira a mão quente de Gabriel entrelaçar seus dedos. Virando o rosto para ele, não deixara de rir com o sorriso largo do alfa.

— Queria segurar a minha mão tanto assim?

— Queria. É gostoso.

— Ficou segurando ela até enquanto dormia. — Murmurava o ômega, chutando uma pedrinha na sua tentativa de fugir dos olhos encantadores de Gabriel.

— Você não sente essa vontade insana de querer ficar grudado?

— Não.

— Ah, essa doeu. — Ria Gabriel balançando as mãos unidas infantilmente. — Mas eu sinto, então vou aproveitar mais um tempo.

— Está todo alegre. Por acaso aconteceu algo bom durante o meu cio?

A pergunta fora inocente, mas Theodore notara o singelo aperto em sua mão e o olhar caloroso que o alfa lhe dirigiu.

— É um segredo, por enquanto.

A semente da curiosidade fora plantada com sucesso, apesar de Theodore não questionar mais nada. Tinha alguns flashes de memórias do seu cio, mas nada revelador ao ponto de precisar ser mantido em segredo. Na verdade sua mente era bombardeada com toques, vozes, sensações prazerosa e o calor que crescia dentro de si. Apenas memórias da intimidade que tivera com Gabriel.

Por um lado, Theodore respirava aliviado por ver o moreno agindo daquele jeito. Constatara no banho que não fora mordido, apesar de sua pele conter marcas arroxadas espalhadas por suas costas e barriga. O receio de que o seu cio pudesse causar uma ruptura na relação entre eles se dissipara quando Gabriel voltara a segurar sua mão.

As coisas entre eles não ficaram abaladas, o que era um alívio.

Quando os meninos finalmente chegaram na casa de Nicolas, Theodore tomara a iniciativa de dar três batidas na porta até ver Milles parado atrás dela com os cabelos bagunçados.

— Oooh, bom dia casal fugitivo. — Sorria o alfa, arqueando a sobrancelha para Theodore. — Tá conseguindo andar?

Uma mochila fora arremessada diretamente nos braços do alfa loiro, que apenas ria divertido. Piscando algumas vezes, o loiro virou-se para trás constatando que Gabriel estava ligeiramente corado mesmo depois de ter arremessado a mochila.

— Tá falando demais já.

— Por que está aqui na casa do Nico? — Questionava Theodore ao entrar na casa, olhando em volta sem ver o amigo na cozinha ou sala. — E onde ele está?

— Na cama. Chega mais.

Atordoado com a familiaridade de Milles em convidá-lo para entrar numa casa que frequentava desde criança, Theodore olhara para Gabriel que sabiamente balançara os ombros. Empertigado o ômega seguira o atleta até o quarto, cujas cortinas ainda estavam fechadas.

Deitado na cama de barriga pra baixo estava Nicolas abraçado ao seu travesseiro, tentando massagear as costas em meio a gemidos.

— Nico!

— Ah que beleza, agora eu quero morrer.

Milles soltara um riso alto balançando a mochila para o capitão.

— Adoraria ver a tua cara em admitir o que aconteceu, mas eu tenho que fingir que não me importo.

— Desaparece seu poste imundo! — Gritara Nicolas arremessando o travesseiro contra a porta do banheiro, fechada à tempo. — Aaah, minha bunda, que caralho.

Apressando-se ao lado do amigo, Theodore o ajudara a se sentar ouvindo os resmungos de Nicolas.

— Mas o que aconteceu? Andaram brigando?

Nicolas encarara Theodore, em seguida Gabriel e então suspirara derrotado. Puxando as cobertas sobre seu corpo se encolhendo de frio, o ômega então contara o ocorrido da noite anterior. Primeiramente sobre a discussão com Thunder e depois, sem detalhar muito, a noite que passara com Milles.

Não seria novidade que Nicolas e Milles chegassem a se relacionar sexualmente dado que havia uma mordida entre eles. Entretanto era surpreendente ver o ômega moreno admitir com o rosto todo avermelhado em vergonha. Theodore e Gabriel entreolharam-se estupefatos, digerindo a informação e tentando se acostumar com aquele nível de intimidade entre duas pessoas que, à princípio, se odiavam.

— Espera, deixa ver se eu entendi, então você não consegue andar direito justo hoje que tem uma partida?

— Tá falando alto pra me sacanear, Theo?

— Talvez...

— Então vai se foder. — Reclamava o ômega virando o rosto birrento.

— Até entendo vocês estarem nisso, mas por que brigou com o Thunder? — Questionava Gabriel ao puxar a cadeira próxima da mesa de computador de Nicolas, podendo de sentar. — Vocês estão se estranhando muito ultimamente.

— Aquele verme pisa no meu calo sempre que pode.

— Conte as coisas direito, seu marrento. — Brigava Milles ajeitando a calça de moletom que Gabriel lhe emprestara ao sair do banheiro. — O casal tava ocupado no jardim das flores, eles não vão entender se você ficar rosnando.

— Theo chama a polícia, eu vou cometer um assassinato já já.

— Calma, eu to ficando maluco já. — Interferia Theodore, esforçando-se o máximo para não rir da intimidade estranha, e fascinante, entre aqueles dois — O que aconteceu enquanto estive fora?

E então fora Milles quem contara sobre os rumores, o novo capítulo publicado, a foto postada na comunidade e a discussão acalorada entre Nicolas e Thunder. O ômega loiro recordava de sua conversa com Lilian no começo da semana sobre Sadie também estar no cio, mas o choque ainda era grande. Mesmo estando consciente de que renderia rumores pela escola, Theodore havia aceitado a proposta de Gabriel.

Não se arrependia, é claro.

Entretanto, seu amigo havia brigado com alguém por sua causa. Ou em parte disso. Os dedos de Theodore se fechavam em um punho trêmulo. Voltar para a escola seria mais difícil do que imaginava. Deveria ter pensado melhor antes de aceitar ter ficado com Gabriel.

— Escuta, pode parar de ficar pensando merda. — Dizia Nicolas, tendo dificuldades em se levantar para ficar na frente do amigo. — Essa briga diz mais sobre mim do que você, Theo.

— Mas...

— Ele só usou o teu nome pra atingir, porque ficou no banco semana passada. Não é contigo, é comigo. Beleza?

Suspirando baixo, Theodore concordara com a cabeça. Apesar de a culpa não disseminar com tamanha facilidade.

— Muito bem, então já que estamos aqui vamos acompanhar a turma no ginásio.

— Tem certeza? Se a galera ver vocês dois juntos, vão dizer que estão namorando.

Gabriel segurara a mão de Theodore e abrira o seu cavaleiro sorriso.

— Tudo bem, estamos juntos nessa. Não é, Theo?

— Se por você tudo estiver bem.

— Agora vazem do meu quarto que eu quero me trocar. — Resmungava Nicolas apoiando-se no armário ao tentar ir para o banheiro.

Enquanto esperavam Nicolas terminar de se arrumar, Theodore não parava de pensar na pequena bomba que se encontrava em seus pés. Se Sadie ficara no cio e se ausentara na escola ao mesmo tempo que ele, então certamente uma parte da escola tomaria Gabriel como seu parceiro.

E então, repentinamente, ele iria aparecer junto com Theodore. Não seria a mesma coisa que dizer para todos que eles estavam juntos? Mesmo que o loiro desejasse não se importar, havia uma sombra que trazia lembranças da última vez que retornara do seu cio. Do dia em que o seu mundo desabara.

Não queria perder Gabriel de jeito algum. Não quando eles estavam se dando tão bem.

Respirando fundo, o ômega sentira as mãos de Gabriel sobre seu ombro e um selar no topo de sua cabeça. Inclinando-se o suficiente para encontrar com os olhos do alfa, reencontrara aquela sensação tão calorosa e reconfortante. Uma mensagem clara de que não deveria pensar em nada absurdo, nem se culpar ou algo do tipo.

— Eu consigo andar sozinho, olha só!

— Por acaso eu te arregacei pra andar desse jeito? Sobe logo tampinha, eu te ajudo.

— Já disse que consigo andar sozinho!

Theodore e Gabriel viraram-se para o corredor onde viram um travesseiro ser lançado pela porta. Definitivamente precisariam se acostumar com Nicolas e Milles juntos.

— Desse jeito a gente vai chegar amanhã.

— Nico anda logo, a gente nem tomou café da manhã.

Os dois garotos ouviram alguns cochichos e chingos, mas no final das contas Milles deixara o quarto carregando o capitão em suas costas.

— Mantenham a boca fechada — Rosnava o ômega ao apontar para o outro casal.

Theodore e Gabriel sabiamente comprimiram os lábios negando com a cabeça, selando o segredo do que haviam visto ali. Deixando a casa de Nicolas, os quatro logo chegavam à escola seguindo para o ginásio.

A sensação de pisar na escola em pleno sábado era muito estranha, principalmente quando se via um ônibus parado no pátio próximo ao ginásio. Não tinham muitos alunos além dos pertencentes ao time da escola, e ainda assim Theodore se encontrava ansioso quando a sua presença fora notada pelos jogadores.

Os olhares curiosos e os cochichos seriam o suficiente para o ômega baixar a cabeça e encolher os ombros. Mesmo parando de caminhar, Theodore vira Milles carregar Nicolas sem se importar em ser o centro das atenções.

Tinha muito o que aprender com eles, o que já era fascinante.

— Não subiram no ônibus ainda por quê? — Reclamava Nicolas para um dos jogadores, fingindo não ser grandes coisas estar nas costas de um Mckenzie.

— A coordenadora tá conversando com o professor no ginásio. — Murmurava um dos meninos do primeiro ano.

Theodore conseguira ouvir de longe o trincar de dentes de Nicolas. Provavelmente sua mãe ainda não sabia da mordida, ou de qualquer outra confusão que o filho teria arranjado. O loiro só poderia se compadecer da imensa enrascada que Nicolas estaria quando chegasse em casa.

— Acho que temos problemas. — Sussurrava Gabriel para Theodore. — Será que a briga foi muito feia?

— Estou com medo até de descobrir.

A porta do ginásio fora aberta saindo de lá o professor e a coordenadora. O olhar que a mulher lançara para Nicolas fora o suficiente para o ômega desviar o olhar e ficar arrepiado.

— Entrem, agora. Todos.

— Ah, Moss e Jones, fico tão aliviado por terem vindo — Suspirava o professor ao segurar os dois pelos ombros e empurrá-los para dentro do ginásio — Precisarei de vocês hoje, mas primeiro vamos aos problemas, certo?

Todos os jogadores se reuniram no ginásio ficando sentados no chão olhando medrosos para a figura da coordenadora. Apenas Nicolas se mantivera sentado em cima da própria mochila, incapaz de encarar a própria mãe que o fuzilava com o olhar.

— Muito bem, parece que o time da nossa escola deve estar se esquecendo de que ainda são estudantes — Começava a mulher, andando de um lado para outro com os braços cruzados. — Adorei ter que passar a noite em claro tentando procurar alguém que viesse até a escola consertar a ducha que quebraram no vestiário.

Os jogadores entreolhavam-se espantados, e os culpados só fingiam não ser com eles. Fora difícil conter o impulso de olhar para Nicolas e Milles questionadoramente. O que raios aqueles dois fizeram ao ponto de quebrar uma ducha? A coordenadora parara de caminhar ficando de frente ao grupo, sendo sua presença intimidadora o suficiente para silenciar os cochichos.

— A escola Montreal não aceita brigas entre os estudantes, você já devem saber disso. Já fui notificada sobre o que aconteceu ontem a noite, e fico pasma que vocês achem seus professores estúpidos o suficiente para serem enganados por um bando de adolescentes. — O espreitar de olhos da coordenadora fizeram os jovens prenderem a respiração. — A escola é um lugar para adquirir conhecimento e cultura, não para discutir sobre questões pessoais. Isso vocês podem fazer fora dos nossos portões.

— Meninos é muito sério o que fizeram. Brigar ao ponto de quebrar vasos ou até mesmo quebrar uma ducha... E se tivessem machucado seriamente um ao outro?

— Parece que isso que já aconteceu, professor. — Cutucara Boyle, fitando Nicolas.

O ômega suspirara pesado lançando um olhar gélido em direção de Boyle.

— Tá achando que o Milles arrancou aquela merda pra enfiar no meu rabo? Se ele tivesse acertado aquilo em mim eu não estaria aqui, seu imbecil.

— Então foi o Milles quem arrancou o cano?

— Epa epa, não fui eu. —Protestava o alfa erguendo as mãos em rendição. — O vaso até tudo bem, mas a ducha não fui eu.

— Com todo respeito, mas o capitão não tem altura pra conseguir quebrar uma ducha — Insistira um menino do primeiro ano.

— Theodore.... O que raios aconteceu ontem? — Sussurrava Gabriel tão espantado quanto o ômega loiro. — Por acaso invadiram a nossa escola?

O ômega não soubera responder, estava tão atordoado quanto o seu ficante e os demais meninos do time. O técnico segurara uma folha lendo o conteúdo.

— Alguns armários terão de ser reposicionadas, já que ficaram amassadas e algumas trancas quebraram. O banco que vocês deveriam usar para sentar civilizadamente foi encontrado no meio do corredor, sem falar na quantidade absurda de água que se espalhou... Ah meu bolso... Isso vai comer meu salário todo.

— Tudo bem, posso conversar com meus pais sobre isso já que fui eu quem causou essa... Bagunça. — Acalmava Milles coçando a nuca.

— O problema não é o concerto dos materiais, senhor Mckenzie. Será que poderiam concertar a forma de vocês se relacionarem? Colegas de time que brigam entre si, onde já se viu isso? O corpo docente está fazendo o maior esforço para melhorar a reputação de nossa escola, e agora vocês querem jogar tudo isso pro lixo por causa de besteiras?

— Besteiras? Tsk.

A coordenadora lançara seu afiado olhar em direção de Nicolas, mas não dissera coisa alguma. Respirando fundo para não perder a compostura, a mulher estendera a mão ao professor que entregara a folha para ela.

— Muito bem. Segundo os relatos do time de Montreal, os envolvidos seriam Thunder, Nicolas e Milles, procede? — Apesar de ninguém dizer em voz altas, os meninos do time concordaram com a cabeça. — Thunder e Mckenzie recebem a segunda advertência desse ano, mas segunda-feira quero os dois na minha sala para aplicar os castigos adequados. Já Nicolas, sua terceira advertência.

Theodore arregalara os olhos junto dos demais estudantes quando a coordenadora baixara a folha e fitar Nicolas. Sabiam muito bem o que viria quando se recebia a terceira advertência. A questão era que nenhum aluno chegara até aquele ponto.

Pelo menos não até então.

— Nicolas Howard, você estará suspenso de todas as atividades escolares e esportivas relacionadas a essa escola por um período de quinze dias a partir de hoje.