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Isabella Petrov

Meu filho foi roubado de mim, meu pobre menino, ele deve estar com saudades minhas, ele não aceita a ninguém, além de mim e o pai, ele sente falta do meu calor, do meu colo, do cheiro, ele precisa de mim assim como eu preciso dele.

— Filha! Você precisa comer, não pode ficar assim! — minha mãe tenta mais uma vez me convencer a comer, mas eu não quero, eu só quero o meu filho comigo.

— Eu não estou com fome — me recuso e volto a cheirar a roupinha do meu bebé.

Faz três dias que ele foi roubado de mim, os desgraçados não ligaram para pedir um resgate ou sequer falar o que querem, está claro que eles só estão fazendo isso para nos fazer sofrer.

— Você não come há dois dias filha, você precisa de forças para procurar o meu neto — minha mãe tenta mais uma vez, mas eu não tenho fome.

Mas em uma coisa ela está certa, eu preciso encontrar o meu filho, não posso ficar só chorando igual a uma mulher fraca, eu vou torturar cada um que se envolveu no sequestro, até que falem onde está o meu filho.

— Você está certa mãe, eu preciso ser forte, eu vou ajudar Aleksander nas investigações — saio do quarto correndo.

Desço as escadas correndo até o porão, o lugar está sujo e com cheio forte de urina, ratos estão por toda a parte e o cheiro de sangue, prolifera todo o ambiente. Aleksander bate num dos suspeitos, ele já está em carne viva, mas não está disposto a falar a verdade para ele.

— Coelhinha, o que está fazendo aqui? Você não pode ficar aqui! — ele pará com a tortura e tenta me tirar do porão, mas eu não vim aqui para assistir ele, eu vim fazer o trabalho dele.

— Eu não vim assistir você Aleksander, eu vim arrancar a verdade deles, se você não conseguiu arrancar a verdade deles, eu vou fazer — passo por ele e vou até as ferramentas de tortura na mesa.

Procuro a melhor ferramenta para torturar eles, mas nenhum me atrai, eu quero algo mais doloroso, quero algo muito forte, algo que vai fazer com que ele não se esqueçam de mim quando forem ao inferno.

— Bella! Você não está bem, volte para o quarto, eu cuido de tudo — ele vem até mim tentando me expulsar do porão.

Mas eu não quero saber de nada, faz dias que ele tem torturado os homens e não conseguiu absolutamente nada além de encher a nossa casa de sangue e ratos.

— Faz três dias que você está torturando eles e até agora nada, eu vou arrancar a verdade deles — me afasto dele e pego em uma navalha e um maçarico.

Vou até os prisioneiros, Ygor é um deles e ele já está podre, só falta morrer mesmo, ele não sabe de nada se soubesse de algo, ele já teria dito, dá para ver o desespero nos olhos dele, ele quer morrer logo.

— Oi Ygor! Você está péssimo, vai me ajudar? — falo com um sorriso grande nos lábios.

Ele treme de medo quando me calo, ele desvia o olhar, não tem coragem de me encarar, ele sabe de algo.

— O que você sabe? Eu prometo te matar logo — eu estou falando sério, ele já está morto, só preciso de uma resposta da parte dele, se ele me falar, eu vou poupar a alma dele.

— Eu não sei o que está acontecendo, mas acho que faço uma ideia, Fiorella e Giana, pretendia fazer algo com você e o seu bebé no dia em que você foi sequestrada, eu acho que foram elas — ele fala sem muita força, mas ele fez seu trabalho.

— Obrigada Ygor — agradeço dando um tiro certeiro em sua testa. Ygor morre com um sorriso nos lábios.

Parece que ele não via a hora de morrer, para além dele, tem mais dois homens que vão falar a verdade para mim. Eu já imaginava que Giana estava envolvida no sequestro do meu filho, mas não imaginei que Fiorella estivesse envolvida, também, eu pensei que ela fosse diferente, mesmo que fosse fútil e mimada, eu não imaginei que ela fosse capaz de fazer uma coisa horrível com um bebé.

— Quem é o próximo? — os homens a minha frente se cagam de medo, igual aos covardes que são.

— Vai para o inferno vadia italiana! — um dos traidores grita e cospe no chão.

Óptimo, vou começar com ele.

— Ah! Eu adoro racistas — com um sorriso nos lábios pego em minha navalha e abro ela em frente aos olhos dele.

Com calma e um sorriso nos lábios, passo a faca em sua pele, cortando a carne com bastante gosto, o desgraçado grunhe de dor, mas não grita, parece que terei que ser mais severa. Sua pele é logo tingida de vermelho, o cheiro metálico me embriaga e me deixa com água na boca.

— Não vai falar? — indago acendendo o maçarico.

Os olhos do desgraçado arregalam-se de medo, pego no maçarico e passo com todo o prazer no buraco aberto no peito. O cheiro de sangue e carne cozida, é tão boa que porra! Dá uma vontade enorme de rir.

— Vai falar agora? — abro mais um outro buraco em sua pele e passo o maçarico na ferida.

Aleksander assiste tudo em silêncio, como se não estivesse diante de mim, como se estivesse diante de um demónio, é isso mesmo que sou, um demónio sangrento.

— Vai falar agora? — pego numa lâmina para fazer algo que aprendi vendo Aleksander de longe.

O rato desgraçado arregala os olhos totalmente assustado, acho que ele sabe o que eu vou fazer com ele.

— Eu falo, eu falo, não arranque a minha pele por favor! — o desgraçado grita desesperado.

Paro com a limina no meio do caminho.

— Elas estão numa cabana, no sul, bem perto da estação ferroviária antiga, Giana e Zoya estão juntas nisso, elas planejam vender o bebé no mercado negro — o desgraçado fala tremendo de medo.

— Obrigada querido — sussuro de forma inocente.

Depois de finalmente ter a verdade dos traidores, eu não matei os mesmos, vou torturar eles depois, eles vão implorar pela morte. Saímos da casa correndo, eu e Aleksander. Quando chegamos a tal cabaça, Aleksander me obriga a ficar no carro, segundo ele, não é seguro sair agora. Ele e alguns soldados descem do carro, imobilizam alguns guardas na porta.

Parece que elas não estão, mas o choro forte e estridente do meu filho, aquece o meu coração, ele está vivo, será que ele está bem.

Desço do carro, ignorando a ordem do meu marido.

— Isabella! Não entre, não sabemos como elas vão reagir a nossa presença — Aleksander me impede de entrar na casa.

— Me solta Aleksander! Meu filho precisa de mim, ele precisa de mim — luto contra ele, mas ele é mais forte do que eu.

Aleksander me leva até um cantinho e nós observamos de longe, as duas loucas brigando para acalmar o bebé, Maksim não pára de chorar e parece que está chorando há dias.

— Cala a boca seu verme! — Giana reclama tapando os ouvidos, mas suas palavras não acalmam o meu filho, muito pelo contrário, ele piora.

— Meu Deus! Que inferno! Moleque endemoninhado! — Zoya grita desesperada abanando um outro bebé que chora também..

Os nossos soldados invadem o esconderijo delas, de forma sorrateira, elas não têm como escapar, logo são imobilizadas.

— Oi mãe! Muito obrigada por facilitar o meu trabalho, você vai desejar a morte Giana Constantine — murmuro debochada enquanto acalmo o meu filho que suga o meu seio igual a um aspirador de pó.

— Vadia desgraçada, eu devia matar você quando ainda era um recém, você só me deu desgosto! — Giana berra histérica tentando vir até mim, mas elas são levadas até o carro.

Aleksander pega na outra criança que não pára de chorar também e balança ele para que fique calmo.

— Você vai ficar bem filho, a mamã está aqui agora — sussurro enquanto Maksim vai pegando no sono aos poucos finalmente.

— O que vamos fazer com essa criança? — meu marido pega no nosso filho e me entrega a menina que se acalma quando finalmente coloco sua pequena boca nos meu seio.

— Vamos cuidar dessa boneca, até que a família dela procure por ela — retruco fazendo um carinho na cabecinha da bebé que parece uma boneca de porcelana.

[...]

Hoje Maksim completa seis meses de vida e faz seis meses que eu matei Giana Constantine e a desgraçada da Zoya! Torturei as duas com as minhas próprias mãos, elas desejaram pela morte e no final de tudo, minha mãe deu um tiro de misericórdia na testa de Giana e eu na testa de Zoya.

— Fala mamã filho — luto mais uma vez com Maksim para que ele deixe de ser um traidor, já basta ele ser a cara do pai.

— Papa! Papa! Papa! — o traidor grita animado quando vê Aleksander entrando no quarto.

— Desista meu amor, eu sou o favorito do nosso filho — o desgraçado está orgulhoso disso.

— Seu traidor! Quero ver quem vai trocar suas fraldas — brinco dando um beijo suave nos lábios do meu marido.

Ele está com a nossa filha nos braços, a bebé que foi sequestrada junto com Maksim, eu resolvi adoptar ela depois de muito tempo sem saber a verdadeira identidade dela.

Se há um ano atrás, alguém falasse para mim que estaria feliz, casada com o diabo e tendo dois filhos com ele, eu diria que essa pessoa é louca, mas cá estou eu, casada com o senhor do inferno e feliz como nunca estive em toda a minha vida.

Fim?