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Aleksander Petrov

Faz uma semana que o meu filho nasceu, ele é a minha cara e para o meu espanto, ele tem um temperamento do cão, eu pensei que ele seria um anjo igual a mãe, mas para o meu azar e desgosto, ele puxou o meu temperamento. Pagarei por todos os meus pecados, ele vai me fazer sofrer. Isabella não dorme nunca, o diabinho dorme quando devia comer e come quando devia dormir, ele é todo do avesso, nem sequer fala e já está colocando todo o mundo louco.

— Babando no meu neto novamente? — minha sogra fala com um sorriso.

Ela está com as roupas próprias do hospital, parece que ela vai levar Maksim para os braços da mãe dele.

— Esse menino é complicado, mal consegue falar e já está deixando todo o mundo louco — reclamo babando realmente nele.

Minha sogra ri do meu jeito estranho de demostrar amor. Ela entra no berçário e leva o bebé que logo em seguida, abre o bebereiro. Maksim chora todo bravo, ele espuma de raiva.

— Oh! Fica calmo meu amor — minha sogra agita ele.

Parece que ele reconhece a voz da mãe porque mesmo que a minha sogra cante canções de ninar, ele não pára de chorar.

— Dê ele para mim — estendo as mãos para pegar o bebé chorão.

Assim que o bebé vem até os meus braços, parece reconhecer que eu sou o pai, ele fica calmo na hora, tão calmo que parece anjo. Terei sérios problemas com essa minha mine cópia, ele ainda vai deixar muita gente louca.

— Olha só para ele, parece um anjo até — minha sogra faz graça tentando chegar perto da sua alteza mas o meu filho, além de ser totalmente stressado, é inteligente, quando minha sogra tenta colocar as mãos nele, os lábios dele mexem-se prontos para soltar o berro!

— Melhor entregá-lo a mãe, está faminto esse menino — minha sogra recebe ele mesmo que em luta.

Os dois vão atrás da minha Zayka coitada, que não dorme há uma semana, não sei o que fazer para ajudar ela, Maksim come igual a um condenado, não tenho como dar de mamar a ele, eu ajudo a dar banho nele, ajudo a trocar a fralda, mas na alimentação, eu só posso assistir ele lutando com a própria mãe.

— Senhor! Os japoneses — meu soldado vem correndo, totalmente ofegante, porra!

Eu não tenho um minuto de paz, meu filho acabou de nascer, não tenho nem sequer uma semana com ele e eles já querem aprontar? Que merda é essa.

— O que foi agora? — retruco sem muita paciência, eu queria assistir meu filho enchendo a paciência da minha Zayka, mas terei que adiar todos os meus planos para resolver o problema com os japoneses.

— Eles estão em movimento, entraram em nosso território e estão marchando para a fortaleza — o soldado tira o tablet e mostra as imagens de segurança.

Se eles estão tão corajosos em invadir o meu território, provavelmente queiram salvar Ygor, afinal de contas, eles são aliados.

— Preparem os soldados, onde Mikhail está? — saio com o soldado preparando as minhas armas, se eles estão tão concentrados na fortaleza, provavelmente estejam preocupados em soltar Ygor e começar uma nova guerra.

Eu preciso impedir uma nova guerra, Maksim ainda é um recém nascido, não posso permitir que isso aconteça.

— O Consigliere já está cuidando das coisas na fortaleza, o senhor virá conosco? — fico feliz que o meu irmão já esteja cuidando de tudo, ele é um óptimo soldado e bom líder.

Eu não posso sair do hospital, isso pode ser uma emboscada para nós, eles podem muito bem ter atacado a fortaleza para nos distrair e no final das contas, atacarem o hospital.

— Eu vou ficar aqui, isso pode ser uma cilada, vamos organizar as coisas — saio de perto do quarto da minha Zayka.

Preciso preparar os meus soldados para que fiquem atentos a qualquer movimento de entrada e saída no hospital, precisamos encerrar as actividades, ninguém mais entrará ou sairá do hospital até que o ataque seja parado. No corredor do hospital, os enfermeiros parecem assustados, mas não é nada que eles não estejam acostumados, assim que passo por eles, vou até os meus soldados na porta do hospital, instruo que fiquem em posição nas duas portas e que ninguém saia ou entre no mesmo.

Antes de voltar ao quarto da minha esposa, um carro cheio de soldados atravessa a nossa barreira de homens e invade o nosso cerco.

— Preparem-se homens — preparo as minhas armas.

Os soldados descem do carro e entramos num confronto a queima roupa, meus soldados fazem de tudo para defender a porta principal, mas esse ataque está estranho demais, não é o estilo deles, os japoneses são calmos demais, isso é uma distração novamente.

— Merda! Isabella e Maksim — berro irritado e corro até o quarto da minha esposa.

Assim que chego no mesmo, invado o mesmo arrombando a porta, Isabella se sobressalta na cama, parece que ela caiu no sono.

— Zayka! Onde está Maksim — falo com a minha esposa totalmente desesperado, parece que ela não está entendendo absolutamente nada, ela parece confusa.

— Ele está no berçário — minha esposa responde ainda sonolenta e atordoada,  ela vira de um lado para o outro procurando pelo nosso filho.

— Ele não está no berçário, o hospital foi invadido — Assim que falo essas coisas para ela, parece que estou enviando facadas ao meu coração.

Os olhos de Isabella logo enchem-se de desespero e lágrimas, ela ainda está atordoada mas já percebeu o que está acontecendo..

— Aleksander! Onde está o meu filho? — ela se levanta da cama de forma atordoada.

Seus olhos estão vermelhos e desesperados, ela procura por ele em todos os cantos e porra! Eu não sei o que falar, eu não sei onde está o meu filho, eu falhei em proteger ela duas vezes e agora o meu filho pode estar em perigo.

— Fica calma amor, nós vamos encontrar ele, fica calma — tento chegar perto dela mas ela está tão desesperada que procura de baixo da cama, no banheiro do quarto, no berçário.

— Eu quero o meu filho Aleksander, trás ele para mim! — minha Zayka grita com lágrimas nos olhos.

Porra! A dor dela está me deixando desesperado e com peso em meu coração, o que fiz de tão errado para merecer isso? Maksim é um recém ainda, tudo é perigoso para um bebé, não posso deixar que minha Zayka fique mal.

— Fica calma meu amor, eu vou  trazer ele de volta, não se preocupe — abraço seu corpo para tentar acalmar ela.

O corpo de Isabella treme de tanto chorar, ela não consegue ficar calma, está com a voz rouca até, eu falhei como marido, como pai e como Pakhan. Nós tivemos dois ataques em menos de dois meses e nesses dois ataques, eu permite que roubassem as pessoas mais importantes do mundo para mim. Depois de muito chorar, minha Zayka dormiu, abraçada a roupinha do nosso filho, ela não aceitou a  comida que trouxeram para ela.

— Como é que alguém entrou no hospital! Vocês não monitoraram todas as entradas e saídas do hospital? Não reviram os documentos dos funcionários daqui? Não viram os antecedentes criminais ou não deles? Pará quê vocês são pagos aaahm? Minha esposa foi sequestrada debaixo do vosso nariz e agora aconteceu o mesmo com o meu filho! — berro frustrado com toda a minha equipe de segurança, não é possível que alguém tenha conseguido entrar e saído com um bebé nesse hospital sem que eles não tenham visto.

— Sinto muito senhor, nós estudamos todos os funcionários daqui, não entendo como é que alguém conseguiu furar a nossa segurança — um dos poucos corajosos tenta se justificar, mas não tem nada que justifique isso.

Como é que um hospital criado única e exclusivamente para que o meu filho nascesse em segurança, é invadido na primeira oportunidade e eles são bem sucedidos, isso é brincadeira, eles não tiveram nem sequer muito trabalho, parece que eles tiveram o passe livre e tudo limpo para eles puderem levar o meu filho da melhor forma possível.

— Como é que vocês não sabem? Não tem câmeras nesse hospital? Não tem drones rondando esse quarteirão inteiro? Ahm? — berro batendo com a mão contra a mesa, não se justifica em nada, eles terem conseguido levar o meu filho sem problemas.

— Sim senhor, nós temos, inclusive, eu registrei alguns movimentos estranhos, mas quando relatei, ninguém deu-me ouvidos — um dos recrutas acrescenta se aproximando com um tablet.

O recruta abre o vídeo e é possível visualizar o momento em que uma enfermeira entra no quarto da minha esposa e no final, ela sai com uma carinha de roupa suja, um tempo depois, eu entro no quarto e o vídeo passa para um outro momento, em que a enfermaria entra num quartinho e não sai mais, como se tivesse uma saída secreta naquele quartinho.

— Porra! Eles prepararam isso antes, como é que não viram que tinha alguém infiltrado aqui! — berro preparando a minha arma, cabeças vão rolar hoje, se o meu filho não aparecer em menos de vinte e quatro horas, muita gente vai morrer.

O recruta recua um passo de mim e abre espaço para mim.

Observo os meu soldados um por um, todos estão se cagando, menos um que tem um sorriso satisfeito nos lábios, parece que ele é o responsável por enfiar os traidores na minha clínica.

— Aquele rato com sangue italiano neste momento já deve estar morto — ele sussura com gosto.

Pego em minha arma, pronto para dar um tiro na cabeça dele, quando estou prestes a puxar o gatilho, meu chefe de segurança me impede.

— Não podemos matar ele senhor, vamos arrancar as informações dele — me acalmo quando a ideia de torturar o desgraçado me passa pela cabeça.