Ano 1381 do novo calendário- Vilarejo ao sul da cidade da Esperança
Janette acordou cedo como de costume, após tomar café da manhã com seus pais, ela saiu de casa, andando pelas ruas algo chamou sua atenção, algumas pessoas estavam na frente de uma casa, ao chegar mais perto ela pode ouvir parcialmente o que eles estavam dizendo.
"Que lástima","ele sempre foi um pouco azarado"," Que jeito horrível de morrer".
Janette pode ver de relance um corpo jogado no chão coberto com um pano.
"Já chega, podem se afastar, não há nada para ver aqui".
um soldado disse para a multidão, alguns médicos estavam se preparando para transportar o corpo,
'Hoje vai ser um dia agitado', Janette suspirou.
"Foi a criatura?", "Deve ser", "O próximo pode ser qualquer um de nós".
Janette podia ouvir os sussurros da multidão que se dispersava, Janette não conhecia o homem que morreu, mas não impediu de se sentir mal pela situação, uma criatura estava a solta e já fez a sua primeira vítima, Janette se recompôs e continuou a andar, ela tinha que ir para a clínica médica.
Ao chegar na clínica, tudo estava silencioso, o que era comum, era uma vila pequena e isolada, raramente tendo visitantes, a maioria dos ferimentos eram facilmente curados pela magia e não necessitava ser internado.
"Janette, bom dia".
Um senhor mais velho cumprimentou Janette gentilmente.
"Bom dia, Dr. John".
Janette respondeu de forma educada, ela pensou um pouco e resolveu fazer a pergunta que estava martelando em sua mente.
"Dr.John, o homem que morreu, ele foi morto pela criatura?".
Janette perguntou hesitante.
"Você viu?".
A expressão do doutor se fechou.
"Ah..no caminho eu vi..as pessoas estavam reunidas ao redor do corpo".
Ao ouvir essa resposta o doutor pareceu triste.
"Isso não é algo que você deveria ter visto, esqueça isso Janette, o que aconteceu com aquele homem é informação sigilosa".
Janette assentiu, apesar de não receber resposta para sua pergunta, ela pode ter uma ideia do que aconteceu.
' Talvez seja melhor não saber', pensou a jovem.
O dia na clínica foi como todos os outros, uma criança que estava com febre, alguém caiu e bebeu a cabeça, Janette vinha para a clínica fazer treinamento para um dia ser médica.
o Dr.John sempre a elogiava dizendo que ela tinha o coração para ser uma médica excelente, Janette se sentiu constrangida pelos elogios, ainda mais por saber que ela sempre seria uma curandeira de grau 4.
há dois anos ela percebeu que sua energia interna não aumentou mesmo depois de tanto trabalho duro, assim como o resto de sua família, ela não passaria desse nível, o que a deixava um pouco triste, mas ela não podia desanimar.
Janette se despediu dos colegas e saiu da clínica, ela tinha feito um bom trabalho hoje e estava de bom humor, Janette estavam pensando no que fazer a seguir para passar o tempo, quando ela olhou para uma loja de antiguidades.
'Estranho, não lembro dessa loja estar aqui antes'.
Analisou Janette, poderia ser que essa loja tivesse aberto recentemente, com esse pensamento Janette entrou na loja, ao entrar uma senhora que parecia ser a dona falou com Janette.
"Olá, senhorita, está procurando algo em específico?"
Uma senhora perguntou de forma simpática.
"Ah.. não, eu só estou dando uma olhada".
Janette respondeu olhando ao redor do ambiente, o lugar estava cheio de coisas, brinquedos antigos, estátuas, quadros.
"Entendo, se precisar de mim, estarei no balcão".
A senhora foi para o balcão e voltou a ler o livro em silêncio.
Janette observou as prateleiras com curiosidade, tinha tantas coisas que ela nunca tinha visto na vida, não se sabia muito sobre os antepassados, além de que eles possuíam tecnologias que ela nem conseguiria imaginar.
Após a queda da deusa, criaturas começaram a invadir o mundo, muitas pessoas morreram, e então surgiu a energia, que pode estar presente em seres vivos e essa energia se manisfesta na magia, mas essa energia também pode afetar objetos, fazendo eles se tornarem artefatos com poderes únicos.
Janette pegou um livro, ele estava empoeirado e pelo desgaste já tinha sido lido muitas vezes, colocando o livro no lugar ela continuou olhando em volta, em uma prateleira, ela viu uma pelúcia de gato, " Que fofo!", Janette pegou a pelúcia sem pensar, ela abraçou a pelúcia de gato.
"Você é muito fofo, quanto será que custa?".
Janette se perguntou em voz alta tentando procurar a etiqueta.
"Interessada, jovem senhorita?".
Uma voz surgiu atrás de Janette, a pergunta repentina e pegou de surpresa.
"Ahh!", Janette gritou de susto e rapidamente colocou a pelúcia de volta no lugar, em meio a pressa, ela não percebeu que derrubou uma pequena caixa.
"Você me assustou", Janette se virou para a senhora com choque estampado em seu rosto.
"Minhas desculpas, senhorita, eu só estava perguntando se você estava interessada no brinquedo"
Janette respirou fundo e se acalmou.
"Sim, eu gostaria de saber o quanto vale".
A senhora sorriu como se estivesse satisfeita.
"Claro, ele custa apenas 2 cents".
Janette se surpreendeu, "Só isso?", ela perguntou incrédula.
"Isso mesmo senhorita, veja, são coisas velhas, não valem nada, e quase ninguém quer compra-las"
A senhora respondeu olhando para a loja que parecia nem um pouco convidativa.
"Aqui está você!"
A senhora disse se abaixando e pegando a caixa que tinha caído.
"O que é isso?"
Janette perguntou curiosa,
"Não é nada querida, venha, eu vou embalar sua compra".
A senhora foi em direção ao balcão, Janette pegou a pelúcia e seguiu atrás.
Enquanto a senhora tinha ido buscar algumas coisas atrás do balcão, Janette olhou para a pequena caixa que a senhora tinha colocado ali, ela queria muito ver o que era, mas não sabia se podia.
'Estava em uma prateleira, o que significa que estava à venda, então não tem nada de errado em uma cliente ver um produto'.
Com essa justificativa Janette abriu a caixa e nela tinha um anel de prata comum, não havia nada de estranho nele, mas algo a estava dizendo para pegar o anel e assim ela o fez, surpreendentemente, coube perfeitamente em seu dedo anelar.
"É perfeito", a voz da senhora tirou Janette do transe, ela olhou para a senhora e por um momento não soube o que falar.
"uhm..desculpe por mexer, eu já vou devolver"
Janette tirou o anel de seus dedo e o colocou de volta na caixa.
"Não precisa jovem, pode ficar", A senhora disse sorrindo.
"Mas, eu não paguei por ele".
"não se preocupe querida, esse anel estava apodrecendo aí, eu nunca consegui achar alguém em que ele coubesse perfeitamente, parece que foi feita para você".
A senhora entregou para Janette o embrulhe da pelúcia e caixa do anel.
"Não senhora, eu não posso ficar com isso, é demais", Janette recusou.
"Vamos querida, se você não pegar, ninguém mais vai, pense nisso como um favor, ok?".
Janette saiu da loja com a pelúcia e o anel, ela o colocou no dedo, ela realmente gostou dele, a senhora parecia um pouco desesperada para se livrar desse anel, mas Janette não queria pensar nisso, ela resolveu voltar para casa.
No caminho, ela podia ouvir as pessoas falando sobre a criatura ter sido avistada, não teve vítimas dessa vez pelo menos.
Janette se sentia desconfortável ouvindo isso e apressou o passo, ela queria chegar em casa logo então tomou um atalho, enquanto andava por uma rua não movimentada ela se sentiu sendo observada, Janette cerrou os punhos.
' não é nada, é tudo coisa da sua cabeça'
Janette repetiu para si mesma, tentando se acalmar, ela se virou, mas não viu nada, inesperadamente ela ouviu um barulho alto vindo de um beco, Janette pulou de susto, ela olhou para o beco que estava escuro e não ajudava o fato de estar escurecendo, antes dela se aproximar do beco, ela ouviu um som atrás dela.
"Miau~"
Janette olhou para trás e viu Misty que a encarava, "Misty, você me assustou", Janette deu um suspiro de alívio, ela se abaixou e fez carinho na gata, "Boa menina", Misty miou e se esfregou na mão de Janette, "Você quer me acompanhar até em casa Misty?", Janette disse pegando o embrulho que acabou derrubando no chão, Misty miou e seguiu Janette.
Na escuridão do beco, uma criatura que tinha longas garras, aos seus pés havia um rato semi comido, a criatura observou Janette ir embora, depois de um tempo a criatura voltou a comer o rato e logo foi embora.
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