Controle
Dia 17:
Todas as pessoas acreditam em formas diferentes para alcançar a paz. Alguns dizem que a paz só pode ser alcançada através de guerras, outros dizem que seria através da união entre as pessoas, alguns até mesmo acreditam que nós, humanos, somos o problema e que sem nós o planeta não seria tão caótico e perturbado, podendo ser um lugar de paz e equilíbrio. Já eu não acredito em paz. Um conceito tão gigantesco assim nunca pode ser alcançado, nem mesmo em uma sociedade utópica. Paz é o estado de tranquilidade e harmonia onde não existe conflitos ou violência, mas, os animais carnívoros precisam matar para comer e nós humanos sempre brigamos até mesmo por coisas pequenas como um controle remoto. Eu acredito em equilíbrio entre as espécies. Quando a espécie humana começar a parar seu assassinato e desmatamento descontrolado e respeitar os animais selvagens, assim como aceitar que todos nós temos apenas uma raça, a raça humana. Isso que eu acredito. Por acreditar nisso que eu não posso simplesmente aceitar o que está acontecendo com essas pessoas. Crianças sendo tiradas a oportunidade de uma vida, de uma escolha, e sendo forçadas a trabalhar para o governo como soldados. Todos devemos ter liberdade em oportunidade e em fazer escolhas. Isso não pode continuar, preciso descobrir se a Hermes pode me ajudar ou não, e a partir daí tomar uma decisão sobre o que fazer.
O carro parou em uma cabana em algum lugar dentro daquela mata, a cabana parecia firme, porém não muito moderna, não era pequena, parecia caber pelo menos 20 pessoas lá dentro, porém, não era o que eu esperava. Quando saimos, o motorista também saiu do carro e foi conosco para a cabana. Eu não tinha percebido ainda no carro, estava perdido demais em meus pensamentos, mas o motorista era o Vitor. O suposto chefão de toda Hermes, Vitor. Por que ele estaria dirigindo? Algo não estava certo. Decidi que preciso duvidar de todas as informações que recebi e de todas as informações que ainda vou receber, o que importa é o que eu desejo fazer, nada mais. Se eles puderem me ajudar ótimo, se não darei um jeito de sair dessa. Meu coração estava acelerado, respirei fundo para controlar meus batimentos, não posso me deixar ficar nervoso agora, preciso pensar com clareza.
Quando entramos na cabana vi que la dentro a situação era quase o que eu imaginava, mas um pouco melhor. 4 mesas com computadores ou laptops. 5 Pessoas aparentemente pesquisando neles. O chão era de madeira, aparentemente colocado a não muito tempo. Não sei de onde eles conseguiram, mas eles tinham internet funcional por lá. Além das mesas dos computadores tinha uma outra mesa retangular e maior, uma mesa que você imaginaria em uma sala de jantar de um sítio ou de uma família grande, com 8 pessoas nela, discutindo sobre algo e utilizando um quadro branco com rodas. Não havia paredes ou salas, tudo era apenas uma grande cabana, sem nenhum tipo de divisorias.
Um homem de cabelos ruivos levantou, seu penteado e sua barba fazia-o parecer um viking, porém, seu corpo magro deixava claro o contrário, pele branca, olhos castanhos, por volta dos 1,90m de altura, uma das pessoas mais altas que eu já vi. Ele veio em direção a nós, não conseguia ler a expressão dele.-"Carlos, eu posso explicar. Sério. Tem um ótimo motivo para isso."-"É Claro que tem. Você não apareceria na minha frente sem uma. Fale."-"Ele pode nos ajudar. Ele vai ser importante mais pra frente. Eu senti alguma coisa diferente nele, e você sabe que eu não sou uma pessoa que costuma acreditar nisso, mas, não tinha como ignorar dessa vez, ele é diferente, acho que nós precisamos dele."-"Certo. Vamos ver se você está certo ou não. Estamos trabalhando agora em um plano que vamos executar amanhã, e uma peça estava faltando. Acho que ele pode nos ajudar com isso."-"O que vocês precisam?"-Perguntei para o homem na minha frente. Mesmo sendo magro, sinto que ele poderia apagar minha existência em um piscar de olhos.-"Precisamos de uma isca."
Dia 18:
"Vamos revisar o plano para a operação de hoje a noite, Lary e Jhonny, vocês vão ser as iscas nessa operação. A CAAS não deixaria os traidores correrem livres, muito menos roubar suas preciosas armas que estão sendo transportadas pelo governo. Vocês vão tentar invadir o armazém e causar um tumulto. Claro que os agentes da CAAS não vão estar lá pessoalmente, provavelmente um de seus agentes infiltrados na polícia vai cuidar da vigilância, quando ele ou eles te verem, saiam dali o mais rápido possível. Quando vocês estiverem correndo, ele deve avisar para a inteligência da CAAS e eles vão começar a se mover para 'cuidar' de vocês, a partir dali vocês estão por conta própria, fujam a todo custo. Enquanto vocês criam a distração, Marcos (Homem de 1,65m, cabelo curto e castanho, o melhor ladrão da Hermes e sendo incrível em furtividade) e Vanessa (Mulher de 1,60m, cabelo longo e loiro, ela é o cérebro da Hermes quando a questão são computadores) vão entrar no armazém e pegar um número de armas suficiente para nós, não sejam gananciosos, eles vão notar que era só uma distração. Fujam de lá de carro, se possível, Jhonny e Lary traram um pra vocês, caso contrário, roubem o primeiro que verem."
Tudo ocorreu perfeitamente na minha parte e a do Jhonny, agora estamos correndo dos guardas que encontramos pelas docas, recebemos a confirmação pelo celular que eles realmente comunicaram o ocorrido para CAAS, precisamos encontrar um carro logo, checar se possui alguma escuta ou rastreador e ir buscar os outros dois. O único problema com isso é, não temos nenhum carro por perto. O armazém que nós estamos invadindo fica em um aeroporto, não é exatamente fácil encontrar carros parados dentro do estacionamento de noite. Estamos escondidos atrás de um dos vários armazéns e procurando uma solução para o atual problema. Se não pegarmos o carro, eles não conseguirão fugir, já que correr carregando aquelas armas não é ideal, o que fara eles serem pegos. Não temos tempo de ficar parados, precisamos achar o carro rápido, até que eu tive uma ideia.-"Jhonny"-"Achou um carro??"-"Não."-"Então que porra você quer?!"-"Você já foi militar?"-"Recebi treinamento e fui para o campo de batalha algumas vezes, por que?"-"Você consegue dirigir um avião?"